Durante
a cerimónia de empossamento de António Indjai como (CEMGFA) Chefe do
Estado-maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, o Presidente da
República Malam Bacai Sanhá resolveu enviar alguns recados à Comunidade
Internacional por se ter alertado o país quanto à imperatividade de nomear para
o cargo de CEMGFA uma personalidade que não tivesse estado envolvida no
acontecimento de 1 de Abril do corrente ano.
Pelo facto das autoridades Guineenses se terem posicionado contra as
indicações, na minha opinião sensatas, da Comunidade Internacional, o
Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, resolveu proferir as seguintes
declarações: "Tomámos a nossa decisão soberanamente, como um Estado
soberano" esquecendo que neste mundo globalizado em que vivemos não
basta somente ser um país soberano. Como membros de várias organizações
internacionais temos contas a prestar aos nossos parceiros. Se não, porque
houve tantos encontros após o 1 de Abril de forma a justificar os
acontecimentos? Porque houve o receio inicial de confirmar o nome de António
Indjai como de Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas?
Será pelo facto de António Indjai estar implicado no assassinato do
ex-presidente Nino Vieira, no levantamento de 1 de Abril e nos casos de
tráfico de drogas no país, portanto não reunir o mínimo de consenso tanto a
nível nacional como internacional?!
Será pelo facto de todos sabermos, inclusive o Presidente, que a pessoa de
António Indjai não é um garante da estabilidade desejada?!
Seja como for, a meu ver, as indicações da Comunidade Internacional fazem
todo o sentido. Porque a corrupção, o tráfico de drogas, o crime organizado,
etc… são fenómenos que ultrapassam e muito os limites de um Estado. E
combater estes fenómenos é uma tarefa que requer a colaboração activa de
várias organizações mundiais, ainda mais, tratando-se de um país como a
Guiné-Bissau que não reúne condições para investigar o que quer que seja.
Todos estamos cientes de que por este mundo fora continuam a correr tintas
que ligam as mortes do ex-presidente Nino Vieira e de Tagme Na Waie a redes
de tráfico de drogas. Os acontecimentos de 1 de Abril andam à volta do
tráfico de drogas. Assim como estamos todos sabedores que António Indjai
está implicado em todos estes acontecimentos que ainda estão a ser
investigados no interior e no exterior do país. Então porquê considerar que
as preocupações da Comunidade Internacional roçam a interferências em
assuntos internos do Estado da Guiné-Bissau, tal como insinua o recado do
senhor Presidente Malam Bacai Sanhá? Afinal, o que quer de facto o senhor
presidente?! Um país isolado do mundo que passe a viver do narcotráfico?
Senhor Presidente, Malam Bacai Sanhá, o senhor sim, foi eleito de forma
soberana. Mas nunca se esqueça que o senhor está onde está, acima de tudo,
para servir o povo Guineense. Não para servir o Indjai ou quem quer que
seja. E isto que o senhor fez, foi prestar um mau serviço ao povo que o
elegeu! Aliás, o sentido de serviço é uma coisa que muito falta ao senhor e
à maioria dos governantes do nosso país. Se o senhor ou o Indjai não
precisam da Comunidade Internacional, o povo Guineense infelizmente, ainda
precisa e muito.
A Guiné-Bissau e os Guineenses querem estabilidade!
A Guiné-Bissau e os Guineenses querem ser olhados com mais respeito e
dignidade!
A Guiné-Bissau e os Guineenses querem conhecer o progresso!
Estamos Juntos!