QUANDO A BARBÁRIE SE APROVA E SE RECOMENDA...

 

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinhocasimiro@gmail.com

07.11.2013

Fernando Casimiro (Didinho)Não sou apologista da guerra ou da promoção explícita da violência como direito do cidadão, ou implicitamente, através do que se chama de desobediência civil.

Se de facto alguém acha que os membros do Governo de Transição merecem ser espancados, por serem golpistas e impostores, então, porquê tanta preocupação, supostamente, em defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, ou se quisermos, dos direitos humanos...?

São ou não seres humanos com direitos e deveres como todos os outros?!

É ou não hipocrisia quando se faz tanto "barulho" por causa de algo que, afinal, até se aprova e se recomenda, sugerindo maldades contra membros do Governo de Transição, que também são cidadãos nacionais?

Ou pelo facto de se ter um Governo de Transição, todos os que dele fazem parte são golpistas, impostores e merecedores de actos bárbaros?

Já não sei quem é pior, se os "acusados" de sempre ou os que continuam a promover/divulgar a barbárie, apenas e só no intuito de instigar outros à desobediência civil, para se criar um clima de instabilidade na Guiné-Bissau.

Ou não será que, o que de facto se pretende é que haja um clima de tensão que descambe para um conflito social/armado, onde a violência gratuita resultaria em banho de sangue, entre irmãos guineenses, filhos da Guiné-Bissau?

Tem-se "trabalhado" muito nesse sentido, mas, que ninguém pense, que iniciado um conflito armado na Guiné-Bissau, o mesmo terminará pela força das armas (não havendo mediação/diálogo; cessar fogo/diálogo, como se pode terminar uma guerra iniciada?), ou que depois de vidas ceifadas, voltaremos a ter de volta familiares e amigos desaparecidos em consequência de uma guerra; ou que, da nossa pobreza generalizada, enquanto país dependente de apoio externo, voltaremos a reerguer as parcas infra-estruturas que ainda temos, mesmo degradadas...

A quem interessa um conflito de consequências imprevisíveis na Guiné-Bissau?

A quem interessa um clima de instabilidade permanente na Guiné-Bissau, quando os parceiros/organismos internacionais se prontificam a materializar apoios para a realização de eleições presidenciais e legislativas, visando a retoma da normalidade constitucional?

Mas quem quer, ou quem não quer, a retoma da normalidade constitucional e porquê?

Para além das repetições de sempre de que é preciso uma Força Multinacional para a Guiné-Bissau ou de que a Guiné-Bissau deveria ser administrada pelas Nações Unidas, sem que estas manifestações de interesses tenham sido devidamente apresentadas/explicadas, para que fossem debatidas por todos quantos se interessam pelas questões nacionais, o que é que se recomenda, a bem do interesse nacional/colectivo para contrariar a barbárie, ao invés de ainda se regozijar com a prática da barbárie, só porque, cometida contra um cidadão nacional (mas) que é membro do Governo de Transição...?

Já aconteceu muita coisa na Guiné-Bissau que poderia ter sido evitada, mas não foi. Está a acontecer muita coisa na Guiné-Bissau que pode ser evitada, para que não hipotequemos o nosso país, quiçá, o futuro das gerações vindouras. Ainda estamos a tempo de evitar a pior das catástrofes...

Há que parar de pôr mais lenha na fogueira, pois nada está perdido, ainda que, algumas pessoas estejam em desespero de causa...

Volto a afirmar: condenei todos os golpes de Estado, todas as tentativas de golpe de Estado, inventonas e levantamentos militares ocorridos na Guiné-Bissau. Condeno todos os actos bárbaros, desde sempre e até hoje praticados na Guiné-Bissau, mas não vejo como resolver os males da Guiné-Bissau, usando estratégias baseadas no mal...ainda que, justificadas como sendo para acabar com o mal. Para mim, o mal só tem fim, ou só se remedeia, quando contrariado/confrontado pelo bem!

Não sou apologista da guerra ou da promoção explícita da violência como direito do cidadão, ou implicitamente, através do que se chama de desobediência civil. Prefiro dialogar, criticar, sugerir/propor acções no âmbito dos direitos fundamentais, tendentes a sensibilizar/consciencializar os "alvos" das minhas abordagens!

Sobre o espancamento do Ministro Orlando Viegas, aqui fica a minha condenação e o meu lamento, pelo sucedido, a exemplo de situações idênticas, no passado, de uma lista interminável de outros compatriotas nossos vítimas da barbárie ao longo de 40 anos de independência e de desgovernos.

Tratando-se de um membro do Governo de Transição e dirigente de um Partido político, o Partido da Renovação Social (PRS) cabe certamente ao seu partido posicionar-se politicamente, em conformidade, reacção que pode ser acompanhada de questionamentos ao Ministério da Administração Interna, mas também, de queixa ao Ministério Público.

Cada vez há mais razões para que não deixemos que a Guiné-Bissau seja transformada na "terra de todos e de ninguém", por isso, vamos acreditar que, haverá sempre ganhos com a realização das eleições, sendo que é indiscutível o facto de, só pela via eleitoral se conseguir a retoma da normalidade constitucional!

Vamos continuar a trabalhar!

A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Didinho

O MEU PARTIDO É A GUINÉ-BISSAU!

 

MAPA DA GUINÉ-BISSAU


VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

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