QUANDO AS CRISES TAMBÉM SÃO SINÓNIMAS DE OPORTUNIDADES!

 

Ainda há quem não tenha percebido que quanto mais obstáculos forem colocados às novas autoridades da Guiné-Bissau, como por exemplo, o seu não reconhecimento, o seu sancionamento nalguns palcos internacionais, mais dilatado poderá vir a ser o período de transição, inicialmente acordado para 12 meses. Preparar eleições não é um assunto apenas do Governo. É uma missão alargada aos partidos políticos, à Sociedade civil e, no caso concreto da Guiné-Bissau (face às suas dificuldades materiais, na generalidade), aos seus parceiros internacionais. A reposição da ordem constitucional não será possível sem que haja reconhecimento e aceitação do actual contexto sócio-político e a consequente participação de todos os actores políticos, sociais e parceiros internacionais na facilitação/viabilização do processo de transição em curso. Didinho 28.06.2012

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinhocasimiro@gmail.com

28.12.2013

Fernando Casimiro (Didinho)A Guiné-Bissau tem que providenciar mecanismos de sustentação para a satisfação das necessidades complementares das suas populações, por terra, mar e ar!

Já tivemos tudo, para tudo perdermos (inglória e injustificadamente) ao ponto de continuarmos dependentes dos apoios dos outros, ou de iniciativas dos outros, no que deveria ser uma obrigação do Estado, de qualquer Estado, nas suas prestações de serviço público aos seus cidadãos em particular e, às populações em geral.

De forma inconsistente, tem-se vindo a imputar culpas e responsabilidades pelas carências e fragilidades do país, quase que, em exclusivo, às Forças Armadas, pelos constantes levantamentos militares e golpes de Estado ocorridos no país.

Será que, é por isso, em exclusivo, que deixamos de ter uma Companhia Aérea Nacional; uma Companhia Marítima Nacional; uma Empresa Pública de Transportes Terrestre, por exemplo?

Será por isso que não temos Hospitais, centros de saúde, farmácias; Universidades, Liceus, Escolas em geral, em conformidade com as exigências e necessidades de um Estado para com as suas populações?

Mas será que também se deve pensar que o Estado deve assumir todos os desafios da Economia, com reflexos sociais, inviabilizando o sector privado, condicionando o aproveitamento das oportunidades de negócio, o crescimento económico, a criação de postos de trabalho, o aumento do poder de compra dos trabalhadores e o bem-estar das populações?

A meu ver, ao Estado, deveria importar, o que é parte integrante da "ECONOMIA DE SOBERANIA", abrindo mãos para o investimento privado, nacional e estrangeiro, de tudo o que implica apostas e riscos tendo em conta a expansão e o crescimento; a inovação e a competitividade empresarial à escala nacional, regional, continental e global, em função de uma legislação que privilegie o investimento do investidor nacional em primeiro lugar e só depois, o estrangeiro!

A Guiné-Bissau de hoje, não pode desculpar-se na falta de quadros nacionais habilitados e capazes, para justificar a estagnação e consequente deterioração e desaparecimento "abate" das estruturas basilares que compõem o vasto património do Estado, de um Estado que deveria desde sempre promover o respeito pelas suas Finanças Públicas, quiçá, pelo controlo das receitas e, em função disso, pela satisfação dos contribuintes singulares e empresas, na canalização dessas mesmas receitas, a bem do desenvolvimento e do bem-estar comum.

Quem tem gerido o país ao longo de quarenta anos, com orçamentos jamais fiscalizados, ou "fiscalizados" pelos próprios que têm delapidado o tesouro público guineense?

Qual o governante que alguma vez chegou rico/milionário ao poder... sendo que, hoje temos uma lista cada vez maior de milionários guineenses, precisamente oriundos da classe política/governativa, onde se inclui o poder judicial?

Como foi que permitimos, ao longo de 40 anos, que um punhado de pessoas se transformasse em elites de milionários, usurpando e adquirindo patrimónios ao e do Estado, quando, estando ao serviço do Estado, nos seus cargos de representação, as estruturas que dirigiram, nada proporcionaram ao Estado e às populações?

Vejamos, por exemplo, os bens patrimoniais de muitos ex- e actuais governantes da Guiné-Bissau, mesmo cientes de que nem todos prejudicaram o país... O que é que o Estado não perdeu, para que as elites milionárias: política, governativa e outras, tivessem hoje o que têm?

Gente que inviabilizou, ao longo de 40 anos, a possibilidade de o país ter ainda hoje, uma Companhia Aérea Nacional ou em parceria com accionistas privados; uma Companhia Marítima Nacional ou em parceria com privados; uma Companhia de Nacional de Transportes terrestres ou em parceria com privados; Hospitais, Escolas, habitação condigna, rede de estradas em condições, mais e melhores postos de trabalho; mais e melhor Saúde; mais e melhor Educação etc., etc.

Como é possível continuarmos a relacionar o nosso atraso, as nossas carências e fragilidades apenas com os levantamentos militares, os golpes de Estado e não, associá-los também, à má governação, à corrupção, ao roubo, ao enriquecimento ilícito e, em geral, à impunidade, factor propiciador para a "ESCOLA DO CRIME" dos que têm saqueado o tesouro público?

Sim, os levantamentos militares e os golpes de Estado ferem os pressupostos democráticos, como podem contribuir, consequentemente, num clima de instabilidade e insegurança, para a desconfiança do investidor, quer nacional, quer estrangeiro, que, deixando de apostar na economia nacional, contribui para a ampliação dos índices de pobreza e das desigualdades sociais, fomentando divisão e ruptura sociais.

Alguém tem dúvidas de que, se os cidadãos trabalhadores do Estado, tivessem "outras armas", que não a da greve, ao longo de tantos anos de salários miseráveis e em atraso, não teriam utilizado essas outras armas, a exemplo do que fazem os militares quando chegam ao limite da tolerância em defesa de uma vida digna que o Estado, pelas sucessivas governações lhes tem recusado?

Não estou a defender o uso da força para a resolução de problemas, que fique claro. Apenas estou a debruçar sobre uma provável relação causa/efeito que nos permita reflectir melhor sobre o que nos tem prejudicado e ao nosso país, a Guiné-Bissau, ao longo destes 40 anos.

Com a decisão radical e unilateral da TAP a Guiné-Bissau fica privada de voos directos de e para o continente europeu, via Lisboa, mas também, para outras conexões internacionais e intercontinentais, que eram proporcionadas pelos voos directos para Lisboa.

Agora, realisticamente, ou em desespero de causa, conforme a abordagem de cada um, chegou a hora de se criar (ou recriar) uma Companhia Aérea Nacional.

Mas que óptima conclusão, pois já não era sem tempo!

Foi preciso chegarmos a esta crise, para repensarmos a nossa SOBERANIA, ou a nossa "ECONOMIA DE SOBERANIA", nós que, temos pilotos a operar em tantas companhias aéreas, desde há alguns anos, mas que, por culpa dos sucessivos governos, cujos governantes, preocupados com o enriquecimento pessoal, nunca pensaram em investir no Património do Estado, adquirindo aviões, barcos etc., etc., para projectar o nosso desenvolvimento económico e social?

Partilho convosco um link do historial da AIR BISSAU ainda que esteja em inglês, mas oportuno para reflexão e futura tomada de decisão, das autoridades que vierem a ser legitimadas nas próximas eleições agendadas para 16 de Março de 2014.

Também sou da opinião de que devemos ter a nossa Companhia Aérea; Marítima e outras, até porque, temos gente preparada para essas áreas e mesmo que não tivéssemos, deveríamos começar a preparar os nossos jovens, rapazes e raparigas, para sectores tão importantes para a economia e a soberania de qualquer país!

A meu ver, devemos potenciar a integração regional, com aviões de bandeira nacional, ainda que poucos, mas bons e seguros, e numa primeira fase, usar as rotas que já tivemos e fizemos no passado. Fazer ligações às capitais da nossa sub-região, para garantir a entrada e saída de passageiros até e de Bissau, que posteriormente teriam oportunidades de outras conexões com o mundo a partir dessas capitais, que têm outras parcerias com outras transportadoras que nós não temos.

A TAP e as autoridades portuguesas facilitaram a vida a 74 sírios, prejudicando milhares de guineenses e estrangeiros residentes ou que fazem viagens frequentes à Guiné-Bissau.

A TAP e as autoridades portuguesas vão contribuir para a degradação da saúde pública na Guiné-Bissau, pelas dificuldades que se acrescem com o fim dos voos  Lisboa/Bissau, concretamente no que diz respeito ao transporte de medicamentos para Bissau.

Na Educação também haverá reflexos significativos, pela negativa, bem como em todas as áreas de serviços dependentes de uma ou outra logística importante concretizada até então, através dos voos que deixam de existir.

A TAP vai contribuir, igualmente e negativamente, para mais atrasos da logística necessária para o recenseamento eleitoral em curso na Guiné-Bissau, bem como para a realização das próximas eleições. É que o tempo não pára, mas devemos trabalhar, com eficiência e responsabilidade, tendo em conta a realidade da situação, para que, na medida do possível e em tempo útil, as alternativas encontradas ou a encontrar sejam debatidas, discutidas e viabilizadas por consenso, em nome do interesse nacional!

Qualquer crise também é sinónima de oportunidade se, os homens e as mulheres  deste mundo e, particularmente, da Guiné-Bissau, assim o entenderem!

Até breve e vamos continuar a trabalhar!

AIR BISSAU

A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Didinho

O MEU PARTIDO É A GUINÉ-BISSAU!

 

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