Quando
há dias escrevi um
artigo de opinião no Notícias Lusófonas sobre a pretensa liberdade
na Guiné-Bissau, pelo menos politica e juridicamente falando porque não
pensava que militarmente a situação ainda estivesse periclitante, apesar
dos sinais contrários serem, também, evidentes como demonstra o pequeno
apontamento de ontem, não se perspectivava que a situação na
Guiné-Bissau não pudesse, mesmo assim, continuar a se debruar pelo
melhor.
Puro engano, como se parece demonstrar pelo que a seguir se descreve.
O jornalista e analista político Bissau-guineense
Fernando
Casimiro (Didinho) fez uma
análise do referido artigo, análise essa publicada no cabo-verdiano
“Liberal” como colocou em debate no Fórum “Pensar
pelas nossas cabeças” – ora aí está uma coisa ainda perigosa em
certos países no Mundo – o
citado último apontamento, facto que mais do que me orgulhar, faz
crer que os guineenses desejam que os Debates sobre a Guiné-Bissau não
só não parem como os desejam vivos e abertos ao contraditório.
Porque é isso que se verifica naquele Fórum. Por exemplo, o responsável
do Fundo Europeu para o Desenvolvimento (FED) na Guiné-Bissau, o
escritor Filinto de Barros “Filas” que o diga; tanto tem zurzido no
responsável do Fórum quer naqueles que o têm criticado, sem que seja
censurado (ver
aqui vários escritos dele e respectivas respostas).
Ora depois do que aqui foi dito, mais uma acha foi lançada para a
fogueira castrense Bissau-guineense com a notícia do
Notícias Lusófonas, e com o último editorial na página pessoal de
Fernando Casimiro, sob o título”Quem
falou em reconciliação…!?”
Não basta a ONU, através dos responsáveis da UNOGBIS, dizer estar
satisfeita com os progressos da “Reconciliação”
quando a seguir vemos militares serem presos por um hipotética denúncia
– não se questiona da honorabilidade da mesma – de um subordinado e, de
seguida, serem libertados sem culpa formada; e isto alguns dias depois
de ter sido publicado um relatório da mesma ONU a afirmar que “a
situação na Guiné-Bissau continua a ser marcada por "profundos
antagonismos" e pela crise económica, factos que constituem "um
obstáculo" à recuperação do país”, relatório esse que mereceu fortes
críticas da presidência bissaense por considerar que estariam
ultrapassados.
Pois é.
Só que a última notícia do NL põe em causa, e de uma forma preocupante,
tudo o que se tem falado acerca da tão necessária reconciliação
nacional, nomeadamente no seio castrense Bissau-guineense, e que
Casimiro, indirectamente, também questiona, não é menos verdade que
parece certo que as autoridades políticas e militares Bissau-guineenses
se preocupam mais com o seu umbigo que com o desenvolvimento do seu
povo.
Como escreve Casimiro, esta semana ficou-se a saber que da “propaganda
da Reconciliação Nacional (…) há uma grave crise no seio das Forças
Armadas, crise de contornos étnicos e de consequências imprevisíveis (e
que, cada vez mais) o país está refém do poder militar.
E tal como ele, também eu pergunto “até quando?”
E depois, se tudo retornar ao maior descalabro, será que a Comunidade
Internacional volta, de novo, a acreditar nos Bissau-guineenses? Não me
parece… ou, talvez haja mais
petróleo do que se pensa…