Questionando o Sr. Zamora Induta
Por:
Edson Incopté
edson_incopte@hotmail.com
05.03.2009
O
senhor Zamora Induta veio hoje, entre outras coisas e vocábulos, dizer que os
Governantes Guineenses não podem ficar à espera da comunidade internacional.
É caso para perguntar se só
agora acordou para esse facto? Só agora neste momento extremamente difícil em
que a Guiné está realmente a precisar e muito, da comunidade internacional, é
que acha que deve chamar essa atenção aos governantes?
Quero dizer ao senhor Zamora
que concordo plenamente que os governantes Guineenses nunca podem ficar à espera
da comunidade internacional, pois a comunidade internacional só pode ajudar
quando a iniciativa parte dos próprios governantes. Mas a dura realidade é que
se o nosso país já era muito dependente de ajudas externas, neste momento então
nem se fala. A Guiné-Bissau precisa e muito da comunidade internacional, mas
talvez precisasse bastante menos se não tivesse no seu quadro homens com a sua
mentalidade.
O senhor Zamora vem agora
achar-se no direito de alertar os governantes, mas na altura de comprar e de
construir casas na Europa, com o dinheiro que só ele sabe onde o tirou, não se
lembrou desse facto.
O senhor Zamora vem agora
considerar-se com moral para chamar a atenção de alguém, quando na realidade tem
uma mentalidade inconsequente. Aquela mentalidade absurda dos N’ba luta. Ou terá
se esquecido do caso em que ele e o Manel-mina perguntaram ao Director-Geral do
Hotel 24 de Setembro onde ele andava quando eles lutavam?! (Otcha no na luta,
nundé ku bu sta ba)
Caso ele se tenha esquecido eu
passo a explicar o facto:
Algum tempo depois da guerra
civil de 7 de Junho, nomeadamente em 2000, o Sr. Zamora levou para o país quatro
amigos de nacionalidade Russa. Acomodou-os no Hotel 24 de Setembro, onde
estiveram meses, com todas as regalias, sem pagar um único tostão. O que fez com
que o meu pai (Júlio da Costa Incopté) na altura Director-Geral dessa
instituição falasse com os hóspedes e de seguida, enviasse uma carta ao Sr.
Zamora.
O Sr. Zamora, na companhia de
Manel-mina, ao receber a carta não perdeu tempo, deslocando-se ao escritório do
meu pai para lhe dizer na cara que os Russos não pagariam a estadia porque eram
seus amigos e ele lutou pelo país. Ainda teve o descaramento de lhe perguntar
onde é que ele estava quando os outros estavam na luta. Isso sem falar no facto
de ter contribuído para que ele fosse substituído do cargo que ocupava. Suponho
que, fazendo ir para lá uma pessoa que obedecia mais e questionava menos.
Por acaso aqueles que pegaram
em armas são mais filhos da terra que os outros?
A arma na mão atribui-lhes
algum rótulo de imunidade ou algum outro tipo de privilégio que os outros não
possam ter?
Tenho a certeza que não!
Principalmente quando nesta altura do campeonato todos sabemos que houve muitos
que não pegaram em armas por acreditarem nos sonhos de Cabral ou pelo povo
Guineense, mas sim, porque lhes convinha fazê-lo. Muitos deles porque praticaram
actos criminosos na praça e viram no mato de Cabral uma óptima forma de fuga.
Portanto, o senhor Zamora que
não venha achar-se com moral para dar lição aos outros, pois é por causa de
homens como ele que a Guiné-Bissau se encontra no estado em que está, dependente
dos outros para tudo!
Estamos juntos!
Bravo Edson Incopté!
Há que desmascará-los. Estamos cá
para isso!
Didinho
05.03.2009
Nota:
Zamora Induta é o
presidente da Comissão Militar criada por militares, para gerir as Forças
Armadas, após a morte do General Tagme Na Waie.