Resposta ao Dr. Carlos Pacheco (1)
Dr. Carlos Pacheco, tendo o seu artigo de opinião
intitulado: "Guiné-Bissau
e a hipocrisia da Comunidade Internacional",
publicado no jornal Público,
sido dado a conhecer igualmente no espaço de opinião
do africanidade e,
porque não concordo com os aspectos de base, do seu
conteúdo, visto o Dr.
Carlos Pacheco, por aquilo que escreveu em apoio aos militares e ao
golpe de Estado, não estar suficientemente informado
dos acontecimentos
na Guiné-Bissau e, porque neste momento difícil,
emitir opiniões sem
argumentos credíveis, complica ainda mais a reflexão
já baralhada dos
guineenses, achei-me no direito de contra-resposta,
no sentido de lhe
actualizar melhor os arquivos no campo da informação
e não da
desinformação.
Ao iniciar o seu artigo, Dr. Carlos Pacheco, fala do homicídio de Ansumane Mané, às mãos do agora deposto
Kumba Yalá, como que
Pode ser que assim tenha sido mas, para sua informação, aquando da agitação que levou à fuga de Ansumane Mané e seus três / quatro, guarda-costas, a reacção dos seus ex. camaradas da Junta Militar, todos eles agora neste grupo que derrubou Kumba Yalá, foi de regozijo e até lhe posso dizer que na altura o agora Major General Melcíades Fernandes, disse por exemplo que o Ansumane Mané deveria ser enviado para a Gâmbia, porquanto era seu país natal e que não o queriam na Guiné-Bissau.
Ora, o Ansumane Mané, mesmo tendo
nascido na Gâmbia, deu
Entre muitas respostas, vou-lhe apresentar duas de peso: Em
relação aos seus ex. camaradas da Junta Militar, depois de Kumba Yalá ter
decidido promover
20 oficiais ao posto de oficiais generais, Ansumane
Mané cometeu a
ingenuidade de; em acto público, retirar os galões aos ditos oficiais generais, argumentando que a Guiné-Bissau não tinha condições económicas para ter tantos generais.
Desde essa data, ficou com a cabeça a prémio, tendo sido praticamente isolado do restante da Junta Militar, que depressa se aliou a Kumba Yalá, quando Ansumane Mané voltou a surpreender, dizendo que ao Kumba Yalá a Junta Militar tinha atado uma corda à cintura e deixava-o andar à vontade até quando fosse preciso puxar ou cortar essa corda...
Aqui começaram as jogadas de conveniência no sentido de se eliminar Ansumane Mané, pois nem aos seus ex. companheiros da Junta Militar servia, muito menos a Kumba Yalá, presidente saído das eleições e por conseguinte com plenos poderes Constitucionais.
Forjou-se outro golpe de Estado,
atribuído a Ansumane Mané.
Apanhando-o de surpresa, não lhe dando alternativas
que não a
fuga, na companhia dos seus guarda-costas. Os
antigos camaradas, sabiam
aonde o encontrar.
Deixaram-no esgotar-se física e psicologicamente, bem
como aos seus guarda-costas, para uma semana depois,
fazerem a montagem
dos corpos ensanguentados, brutalmente assassinados,
por camaradas de
armas até há bem pouco tempo...
Destronado Brik-Brak, o Brigadeiro que derrubou Nino Vieira, consumou-se o casamento entre a ex. Junta Militar e Kumba Yalá, tendo sido um casamento frutuoso para ambas as partes até ao dia 14 de Setembro de 2003. Kumba julgou-se dono e senhor da Guiné, fazendo e desfazendo, pois do casamento haveria dinheiro, mais promoções, mordomias e privilégios para as altas patentes militares, enquanto estes garantiam fidelidade ao presidente para o que desse e viesse.
Dr. Carlos Pacheco, este Comité Militar que fez o golpe de Estado a 14 de Setembro e liderado pelo General Veríssimo Seabra, não foi capaz de, por exemplo, questionar em que condições 650 militares guineenses foram enviados para a Libéria, se como dizem não havia legalidade Constitucional...Quem assumiu esse envio de militares e com que legitimidade ?
fernando casimiro (didinho)
23-09-2003 23:15