SEM MOTIVAÇÕES NEM TEMPO PARA FESTAS!

Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

08.09.2009

Fernando Casimiro (Didinho)Temos assistido por estes dias (tal como noutras ocasiões em que de uma desejada e merecida claridade, sombras demoníacas  conseguiram  sempre escurecer os dias da Guiné-Bissau e quiçá, dos guineenses), a manifestações de conveniência nas diversas afirmações, votos e preces de confiança e de esperança para a Guiné-Bissau, através de vozes de distintas proveniências, quase que garantindo, uma vez mais, que afinal, na Guiné-Bissau, nunca houve problemas e que a Estabilidade, afinal, é das metas mais fáceis de atingir, mesmo para um país que há 29 anos tem vivido sobressaltos de grande apreensão.

Diria, discursos politicamente correctos!

Esquecer as tragédias que vitimaram e têm vitimado muitos guineenses ao longo dos anos, é permitir que se continue a cometer actos criminosos contra um povo pacífico e indefeso. É ser conivente com a impunidade na Guiné-Bissau, pois, ao ouvir apenas as promessas de políticos e governantes, incluindo o Presidente da República eleito, e fazer dessas promessas compromissos de honra e garantias de Estabilidade para a Guiné-Bissau, é sinónimo de incoerência, até porque, dos políticos e governantes guineenses, incluindo o novo Presidente da República, não era de esperar outros discursos que não o de agradar os convidados!

Alguém esperava que Malam Bacai Sanhá não dissesse que iria lutar contra o narcotráfico na Guiné-Bissau?

O falecido Presidente Nino Vieira também dizia o mesmo...

Alguém esperava que Malam Bacai Sanhá não falasse da reconciliação nacional, demonstrando pretensão em organizar uma conferência nesse sentido?

O falecido Presidente Nino Vieira também fez disso bandeira de campanha...

Digam-me lá se nas muitas conversas havidas por estes dias, os políticos e os governantes guineenses, incluindo o novo Presidente da República, assim como os ilustres convidados estrangeiros falaram sobre a Saúde, a Educação, o cada vez mais elevado índice de pobreza, entre outras áreas sociais e de interesse colectivo na Guiné-Bissau...

Tem-se falado sempre e apenas, nas Reformas da Defesa e Segurança, e da Função Pública. Tudo o resto é insignificante, tal como insignificante é o povo guineense que só chega a ver a luz nas ruas quando há ilustres convidados estrangeiros; as estradas esburacadas são arranjadas num ápice, as ruas são limpas, há festa, há dinheiro para esbanjar... Depois da partida dos ilustres convidados, lá estamos nós, de novo, sob os efeitos das sombras demoníacas...

Se pode haver luz/energia eléctrica, água canalizada; se as ruas podem ser limpas, as estradas arranjadas e haver ambiente de festa com muito desperdício de dinheiros públicos em poucos dias, porque se castiga o povo guineense ao longo de anos, negando-lhe esses direitos?!

Vamos continuar a trabalhar, até porque não temos motivações nem tempo para festas!

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