SERVIR O PAÍS E OS CIDADÃOS, O VERDADEIRO PAPEL DA (VERDADEIRA E LIVRE) COMUNICAÇÃO SOCIAL
Fernando Casimiro (Didinho) 09.03.2010 Não podia deixar de me congratular com as recentes declarações do Sr. Ministro da Justiça da Guiné-Bissau, Dr. Mamadu Djaló Pires, dando conta da decisão do Governo guineense em envolver a Comunicação Social na sensibilização e no combate ao narcotráfico. Porém, foram as palavras do Sr. Procurador-Geral da República, Dr. Amine Michel Saad, que me incentivaram a escrever este artigo. Não sou jornalista, contrariamente ao que a maioria das pessoas pensa, tratando-me como tal, entre muitas outras designações, quer a nível académico, quer profissional. Escrevo porque aprendi a escrever, mas não escrevo só por ter aprendido a escrever, por conhecer e saber "encaixar" as letras umas nas outras, formando palavras e frases. Escrevo, porque costumo exercitar a mente, porque gosto de pensar; um pensar mais além daquele com que o ser humano comum normalmente se justifica, quando diz: tenho uma cabeça, por isso, tal como qualquer outro, também penso. Escrevo, porque é desta forma que decidi, face a diversos factores circunstanciais, lutar e dar o meu contributo na perspectiva de sensibilizar e mobilizar outros irmãos guineenses, bem como amigos da Guiné-Bissau, a unirmo-nos em prol de uma Guiné Positiva! O site www.didinho.org desde sempre definiu a Verdade como caminho do dia a dia, de todos os dias e com base nisso, sempre achamos que, omitir verdades sobre a Guiné-Bissau seria estar a contribuir para a desgraça total do país e dos guineenses. Não nos situamos na definição de órgão de Comunicação Social é certo, mas temos feito com reconhecida qualidade (facto que nos orgulha) o que muitos órgãos de Comunicação Social, na Guiné-Bissau ou noutros países do mundo nunca foram capazes de fazer! Cientes de que o nosso trabalho nunca poderá ser bem visto por todos, o que é natural, não podemos deixar de ver, ainda que sem qualquer espécie de triunfalismo, um evidente paralelismo nesta recente iniciativa do governo guineense com a forma como desde sempre temos vindo a trabalhar, ou seja, dando a conhecer os factos, denunciando, mas também, sensibilizando as nossas populações. Não temos dúvidas de que estamos a seguir o melhor caminho, o da Verdade, para melhor servirmos a Guiné-Bissau e os guineenses, por isso, estamos convictos de que seremos sempre bem sucedidos nos nossos propósitos! Lembro-me de diversos posicionamentos de pessoas diversas, criticando o nosso trabalho, o nosso site, acusando-nos de estarmos a denegrir a imagem do país; dizendo que somos contra a Guiné-Bissau etc., etc. Isto porque: Abordamos de forma abrangente a questão do narcotráfico na Guiné-Bissau, denunciando e referenciando altas figuras do Estado envolvidas. Abordamos de forma abrangente a questão da corrupção a todos os níveis, denunciando e referenciando altas figuras do Estado que prejudicaram e ou têm prejudicado o país. Abordamos de forma abrangente os males, em geral, que aconteceram e têm acontecido na Guiné-Bissau. Obviamente, para nós, não era difícil perceber as motivações dessas pessoas, soubemos respeitar os seus pontos de vista, mas apresentando os nossos argumentos, de que só dando a conhecer os males da Guiné-Bissau, se poderão encontrar soluções para esses males. Citando o Procurador-Geral da República: "cada palavra de um jornalista é capaz de educar ou corromper a sociedade". Nesse sentido, destacou a importância da comunicação social no combate à droga e ao crime organizado, quer no que "tange à denúncia dos factos (...) quer no que se relaciona com a educação da população". Com este reconhecimento do verdadeiro papel da Comunicação Social de qualquer país, aproveito para sensibilizar o Governo da Guiné-Bissau sobre os riscos do exercício da actividade jornalística na Guiné-Bissau. Não basta envolver os jornalistas na luta que é de todos, a bem do país. É preciso, igualmente, criar ou facilitar melhores condições de trabalho aos jornalistas. Garantir-lhes mais e melhor segurança. O Governo, no seu todo, deve valorizar o trabalho da Comunicação Social, devendo, por isso, haver respeito dos governantes para com os jornalistas e vice-versa. Deve-se promover uma relação de cordialidade baseada na liberdade de expressão, na transparência e, acima de tudo, na responsabilização. Não se pode continuar a misturar o exercício da actividade jornalística, bem como a liberdade de expressão dos cidadãos, seja por que meio for, com o fomentar da instabilidade no país. Não se pode continuar a desacreditar o trabalho dos que dão a conhecer a verdade dos factos sobre o país e no intuito de se arranjarem soluções para os seus problemas, simplesmente porque pessoas afectas ao poder político e militar desgostam dessas verdades. Não se pode continuar a aceitar ameaças de morte, perseguições e detenções de jornalistas independentemente das causas que motivem esses actos. Que doravante, na Guiné-Bissau, se tenha em consideração o ARTIGO 51º da Constituição da República referente aos Direitos, Liberdades, Garantias e Deveres Fundamentais, para que, cada um saiba como se situar na questão dos direitos, mas também, das responsabilizações. Todos têm direito ao bom nome e à salvaguarda da honra, por isso, quem se sentir prejudicado por qualquer jornalista, cidadão comum ou Órgão de Comunicação Social, simplesmente que accione um processo judicial a esse jornalista, cidadão, ou Órgão de comunicação Social, ao invés de recorrer à contratação de grupos fardados e armados para o uso da violência física, tendo ou não razão! VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
COMENTÁRIOS AOS TEXTOS DA SECÇÃO EDITORIAL
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR! Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO
|