UMA NOVA OPORTUNIDADE PARA UMA NOVA ERA
Por: Flaviano Mindela dos Santos
20.03.2009
Como ainda carece de uma confirmação formal, a incipiente notícia que circula sobre uma provável candidatura do cidadão Carlos Gomes Júnior, às próximas eleições presidenciais, deverá ter mantido intacta, a dose de esperança que o povo guineense tem depositada no actual primeiro-ministro e no seu respectivo governo, para o nobre desígnio, de liderar o arranque definitivo do país, rumo ao desenvolvimento.
Talvez por alguma compaixão divina, a sociedade guineense vive agora um momento único e crucial, de toda a sua complexa história pós colonial, visto que tem pela primeira vez na chefia dos principais órgãos do poder, personalidades que nunca estiveram envolvidos, - ou pelo menos directamente - na luta de libertação nacional. O que com certeza, expressa uma viragem muito favorável, a necessidade de criação duma elite governativa, baseada no mérito e na competência. Um critério diferente dos de outros tempos, que foram as principais razões de quase todas as nossas desgraças.
Os lamentáveis desaparecimentos físicos de Tagmé Na Waié e Nino Vieira, alteraram para todo o sempre, a nossa realidade histórica. Portanto, qualquer iniciativa de grande importância nacional, deve ter em alta consideração, para o bem e para o mal, esses dois simbióticos factos!
Estamos perante mais uma situação de imperiosa normalização política, que deve merecer de todos nós, uma ponderação profunda, em todas as decisões que pretendermos pôr em prática; sobretudo, quando o decisor em causa, seja qualquer dos principais actores políticos.
O motivo fundamental, ao qual deverá merecer a contemplação dessa provável candidatura do cidadão Carlos Gomes Júnior, segundo os seus ainda desconhecidos impulsionadores, será a exclusividade de travar uma luta vitoriosa, frente à também ainda provável candidatura do cidadão Koumba Yalá.
Mas como na política, os vários protagonistas, até dos mesmos partidos, podem andar de mãos dadas hoje, e amanhã andarem de costas voltadas; as mais aparentes boas intenções, devem ser analisadas ao mínimo dos seus pormenores!
A conjuntura político-social guineense mudou, e naturalmente, mudou também a potencialidade de todos os actores políticos guineenses. Portanto, o cidadão Koumba Yalá, já não constitui uma ameaça séria, para nenhum dos seus prováveis adversários nas próximas eleições presidenciais. Sofreu um significativo desgaste como político, e como homem, pelas suas conhecidas declarações e atitudes, carregadas de sucessivas incoerências. Até porque obtinha nos podres do regime ninista, o principal recurso de inspiração, para os seus discursos polémicos, que antes galvanizavam os múltiplos famosos comícios, para a conquista desproporcionada dos votos.
E para mais, os desastrosos decretos, durante o período do seu consulado, deixaram bem patentes para a lição de muitos guineenses, a sua relativa inaptidão, para o exercício de competências directivas nos órgãos de alguma relevância administrativa.
Para derrotar uma provável candidatura do cidadão Koumba Yalá, bastará ao PAIGC - sendo o partido com a melhor estrutura entre os existentes - fazer avançar um outro candidato convincente, e montar uma lubrificada máquina de campanha; onde sim, deverá ser aproveitada ao máximo, a descomunal popularidade de que ainda goza o seu líder, através da presença constante desse, em todos os seus principais comícios no decurso da campanha, nos principais aglomerados populacionais.
Se eventualmente avançar mesmo uma candidatura liderada pelo cidadão Carlos Gomes Júnior, isso atribuirá pelo contrário, uma oportunidade renovadora, à tal provável candidatura do cidadão Koumba Yalá. Porque como todos nós sabemos, existem boatos ainda que infundados, sobre uma comprometedora convivência do cidadão Carlos Gomes Júnior, com um momento qualquer do regime ninista. Logo, o provável candidato Koumba Yalá, não perderá tempo nenhum, em debitar de maneira descarada, quantidades industriais de insinuações e acusações, dos mais graves possíveis, como só ele muito bem sabe fazer, contra o provável candidato rival. O que sem quaisquer dúvidas, servirá de causa para um enorme resgate político ao provável candidato Carlos Gomes Júnior, e aumentar mesmo as probabilidades de uma humilhante derrota desse nas urnas.
A reforçar essa quase inconcebível hipótese, infelizmente não faltarão ninistas com tendências malévolas, que para sustentarem um conhecido saudosismo doentio e vingativo, votarão sem mínimas hesitações, a favor duma provável candidatura do cidadão Koumba Yalá, ou outra qualquer. Assim como ainda, serão capazes de mobilizar todas as energias do corpo e mais algumas, para angariarem mais votos possíveis, contra uma provável candidatura liderada pelo cidadão Carlos Gomes Júnior.
Apesar de alguns sinais positivos, não se deve ignorar por um minuto que seja, a por enquanto, bastante deficiente maturidade política, da maioria do eleitorado guineense!
A melhor contribuição que os novos tempos na nossa história, parecem reservar por momento ao cidadão Carlos Gomes Júnior, para honrar os ideais de Amílcar Lopes Cabral, que tanto tem demonstrado admirar e seguir, é o de conduzir os mais que garantidos sucessivos governos, por pelo menos dois mandatos. Para com o seu confiável estilo de rigor na gestão da coisa pública, preparar e relançar o país rumo ao progresso.
A recente aprovação do seu programa de governo, sem quaisquer votos contra, só veio blindar ainda mais, a marcha imparável que prometeu comandar em campanha a quem lhe confiar o precioso voto, para a plena implementação de todas as reformas imprescindíveis, a uma organizada recuperação e modernização das estruturas do nosso Estado.
Com essa missão cumprida, uma futura candidatura presidencial do cidadão Carlos Gomes Júnior, será uma autentica passeata num tapete feito de panus di pinti, estendidos pelo povo guineense, em direcção à cadeira do poder, para o exercício da função do mais alto magistrado da nação, por dois mandatos legais, sem muitas preocupações.
Uma suposta concretização do conteúdo dessa minha breve reflexão, ficará registada nos anais da nossa história, um percurso e um júbilo, de mais uma brilhante carreira política.
Houve uma geração que uniu e lutou com enormes sacrifícios, pela nossa ímpar afirmação no mundo moderno, como um povo merecedor da nossa própria independência; para dignificar a trilogia que acabou por ficar estampada no nosso símbolo nacional, cabe agora a uma outra geração, a nobre herança de conduzir o nosso povo independente, rumo ao progresso.
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