UMA REFLEXÃO HONESTA IMPLICA IMPARCIALIDADE

Por: Mamadu Lamarana Bari

mlbarry1@gmail.com

11.04.2009

Prof. Dr. Mamadu Lamarana Bari

Meus Caros Compatriotas,

Irmanados na cultura, nos costumes ancestrais e ainda nos bons modos que recebemos ontem dos nossos pais de como saber dialogar com o nosso semelhante.
Meus irmãos concordo com as mais emocionantes manifestações de pessoas até as menos emocionantes ou condenatórias sobre quem quer que seja. Mas me repugna, me revolta o estômago pelo simples ato de hipocrisia de ver e fazer-se não enxergar os erros. Já passamos da hora de pedir paciência. O que se quer é que as leis que estão na Carta Magna da Nação sejam cumpridas ou pelo menos sejam dadas a conhecer aos governantes e assimiladas por eles. Ninguém está ofendendo ou colocando em causa a honra ou prestígio de quem quer que seja. Ninguém ignora que o ato de governar passa por meandros às vezes delicados, mas é preciso, meus irmãos, que se mostre a vontade de repor a legalidade fazendo cumprir a Constituição da República. O artigo da Constituição sobre a Liberdade de Expressão e de Pensamento está aonde neste momento? Cruz credo, sumiu dos nossos olhos, porque não o queremos enxergar. Para que existe a Justiça senão para fazer cumprir as leis?

Eu como cidadão tenho direito à Liberdade de me expressar, mas serei responsabilizado pelos excessos cometidos na forma da Lei. Esta responsabilidade de ser processado pelos excessos será, por assim dizer, o meu dever para com a Nação como cidadão. E isto foi por acaso cumprido ou levado a cabo na Guiné algum dia desde a nossa independência?

Ser um executivo na Guiné é calar-se perante as anomalias verificadas e compactuar com tudo?

Espancar a quem ousar protestar é democracia?

 Criticar esse ato bárbaro é estar comprometendo as frágeis estruturas do poder?

Digo frágeis, porque se fossem fortes fariam cumprir a Carta Magna da Nação e as leis menores advindas desta.

Eu não gosto de abrir críticas nominando pessoas para não cometer injustiças, mas gosto de fazer críticas dando oportunidades às pessoas de se reverem para que as tocadas pelas críticas possam ter condições de se consertarem. Não sou falível, por isso aceito críticas construtivas, é isso que estou fazendo e continuarei fazendo sem ter medo de ofender ninguém, até porque a minha educação não permite chegar a esse tanto. Só quem tem a sua dor sabe o quanto custa suportá-la.

Fadul pode ser tudo, mas pelo menos tem a coragem de exprimir as suas ideias. Fadul foi um duro crítico do regime do Ex-Presidente Nino Viera, teve a coragem de assumir como Primeiro Ministro de transição e enfrentar a ira do ex- presidente, mesmo sabendo que estava do outro lado. Ele teve a coragem depois de voltar à Guiné, mesmo com o Nino como Presidente. Foi nomeado Presidente do Tribunal de Contas da Guiné por mérito e por competência. Alguém tem algo desabonador sobre a sua pessoa como homem público que apresente.

Agora, pelo simples fato de declarar vontade em se candidatar às Presidenciais de 2009 não é motivo justo de apelidá-lo de oportunista. A não ser que pessoas que o assim apelidam têm os seus candidatos preferidos. Então que votem neles, mas que saibam ser imparciais. Se Dr. Fadul acusar levianamente, o Sr. Primeiro Ministro e o atual Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas que fora o seu subordinado no governo que ele chefiara, que seja responsabilizado civilmente para responder perante esse juízo.

Onde é que estavam as autoridades de Ordem Pública para dar segurança a todos os Membros dos Poderes da Nação no momento da insegurança que o país estava e ainda está vivendo? Quando se faz críticas é para chamar a atenção das falhas repetidas e se for preciso apelar para os seus reparos. "Nô dibi di dissa mangaçon, açon cuntum ista na nô rosto i nô na pensa cuma i bandé. Nô para djá". Achar que o Governo está sendo criticado levianamente é legitimar desavisadamente os atos de barbaridades que estão sendo cometidos contra cidadãos sem culpa formal!

Quando se instaurar condições de uma boa governabilidade e que cidadãos tenham condições de exercitarem as suas cidadanias serei uma das vozes gritantes falando bem do governo e de todas as suas esferas governativas. O Governo e as autoridades que apresentem as suas defesas para o bem do povo e da Nação; que afiancem aos cidadãos guineenses, à comunidade internacional e aos órgãos das sociedades civis que na Guiné se fará justiça doravante e que nenhum cidadão será perseguido e tolhido os seus direitos civis, salvo quando tiver transgredido a lei. Mas mesmo assim, ser-lhe-ão dadas todas as garantias constitucionais para se defender.

Sempre me mantive discreto, apenas mandando para este Site as minhas contribuições sobre e acerca da Guiné. Mas desta vez chega de brincadeira. Nós que estamos vivendo cá fora da Guiné é que sabemos qual é o preço que pagamos por declararmos ser guineenses. Quantas vezes fui barrado na viagem que fiz para a Europa e pelo mundo fora com o Passaporte da Guiné. Podes apresentar os títulos que tiveres, honrarias como mortal ou imortal todos admiram de ver um preto com tais currículos, mas quando apresentas o teu Passaporte Guineense, este teu currículo é visto como uma folha policial. Vamos nos respeitar e fazer com que a Guiné seja respeitada e assim como todos os seus filhos!
Fico por aqui e espero que este desabafo meu nos leve a reflexões profundas sobre o que sonhamos e queremos para a Guiné. Não à perseguição de vozes discordantes.....

Nha mantenhas pa tudu nha ermons de Guiné di simples cidadão n'te pa nha ermons di Goberno i di Forças Armadas. Ami n"misti bem pa nô terra, mas tambi n'na pabia ora kum odja cussa ku casta na caminho certo. Purgunta e purfia i ka coba ninguim mal.

Assim eu penso e estou isento de juízo de valores.

Mamadu Lamarana Bari


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