UM JORNALISTA É UM JORNALISTA

 0 jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios susceptíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional. O jornalista não deve valer-se da sua condição profissional para noticiar assuntos em que tenha interesses.

A integridade da profissão não permite que o jornalista aceite qualquer suborno com vista à promoção de algum interesse privado contra o bem-estar geral.

Parte integrante das normas profissionais do jornalista é o respeito pelo direito do indivíduo à vida privada e à dignidade humana, de acordo com o estipulado no direito internacional e nacional relativamente à protecção do direito ao bom nome e à reputação, proibindo o libelo, a calúnia, a maledicência e a difamação.

Portugal - Lista de jornalistas com carteira profissional

 

O 1 de abril deu-nos finalmente a possibilidade de arrumar a casa e responsabilizar quem tem de ser responsabilizado. Ninguém, neste País, devia morrer em vão! António Aly Silva
 

o lugar dos militares não é, em definitivo, nas ruas. Ser militar não é só uma «opção de vida»; é também a aceitação de um estatuto especial. Significa, assim, aceitar restrições de direitos, determinadas por lei aprovada pelo poder político democrático, e também uma estrutura de comando que, teoricamente, terá os mecanismos necessários para zelar por todos os seus interesses. Cabe aos militares, além disso, o papel de garante último da Constituição, não sendo, por isso, admissível que desrespeitem as leis da República.

Mais importante ainda: Ser militar significa também - tem forçosamente de significar – abdicar de qualquer tipo de demonstração de poder corporativo, porque nunca se poderá admitir que o poder de que os militares estão investidos, o das armas, possa de alguma maneira ser usado como ameaça contra a colectividade ou os seus representantes.
António Aly Silva 02.10.2008

 

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

06.06.2010

Fernando Casimiro (Didinho)Tenho o dever moral de fazer uma nova abordagem sobre a polémica com o António Aly Silva, editor do blog Ditadura do Consenso, por algumas vezes tê-lo referenciado na página principal do site www.didinho.org sempre que aconteceram problemas graves na Guiné-Bissau, já que ele reside na Guiné-Bissau e disponibiliza, em tempo oportuno, informações, nem sempre confirmadas, mas que permitem leituras e análises pontuais aos que não se encontrando no terreno, não encontram outros meios para saberem o que se passa na Guiné-Bissau.

O Blog do Aly Silva há muito que está referenciado no site www.didinho.org , o que equivale dizer que, muita gente conhece o Aly Silva e o seu blog pelas referências contidas no site www.didinho.org e não o inverso!

Referenciar o blog do Aly Silva, é positivo por facultar as informações pontuais que referi acima, mas tem também o seu lado negativo , pois o  António Aly Silva é a contradição em pessoa; alguém sem princípios e sem convicções. Alguém que hoje apoia este, amanhã aquele, em busca de um poleiro que tarda em obter, tendo que se conformar com a ração da sobrevivência do dia-a-dia que diversos patrões e ex-patrões continuam a facultar-lhe em troca de serviços de conveniência... Por fazermos referência ao seu blog, estamos a convidar pessoas a acederem a ele, ou seja, estamos a recomendá-lo e isso, pode alimentar questões tais como: Se sempre indicaste-nos o blog do Aly Silva, por que motivo o criticas agora?

Ora bem, parte-se do princípio de que António Aly Silva tem qualidades e quando quer, presta bom serviço à comunidade, informando com rectidão, escrevendo para todas as idades e sensibilidades, bem como, sobrepondo os seus interesses pessoais, demonstrando compromisso para com o país. Contudo, é este mesmo António Aly Silva que critica e denuncia o mal e seus agentes, quem se oferece aos agentes do mal em troca de favores e pagamento de prestação de serviços, ajudando a promovê-los, aproveitando-se da confiança dos leitores, pelo facto de se considerar um jornalista, para manipular consciências e branquear a imagem dos agentes do mal!

António Aly Silva que se intitula jornalista, ele que fez o curso profissional no CENJOR em Portugal deveria conhecer o estatuto do jornalista em Portugal, por exemplo, bem como o código deontológico do jornalista e os princípios internacionais da ética profissional no jornalismo.

António Aly Silva que se intitula jornalista, deveria indicar o seu nº de carteira profissional de jornalista e a entidade emissora como forma de credibilizar a sua designação de jornalista.

Na lista de jornalistas com carteira profissional afectos ao sindicato dos jornalistas - Portugal, não consta o nome de António Aly Silva. Será que está inscrito no Sindicato dos jornalistas da Guiné-Bissau? Duvido!

Duvido, porque António Aly Silva não trabalha como jornalista na Guiné-Bissau. Que apresente a declaração de rendimentos, onde conste que ganha anualmente  X ou Y por serviços prestados como jornalista ou como jornalista trabalhador por conta de outrem...

Duvido porque se António Aly Silva trabalhasse de facto como jornalista na Guiné-Bissau e estivesse registado no Sindicato dos jornalistas da Guiné-Bissau, há muito que teria sido advertido e punido pelas constantes violações ao estatuto do jornalista e ao código deontológico da classe.

Em Bissau sabe-se e bem como o António Aly Silva ganha a vida. Com a desgraça alheia: captando imagens, fazendo chantagens com essas imagens a troco de dinheiro; vendendo imagens de cadáveres a Agências Noticiosas Internacionais; servindo de assessor de imprensa/imagem de políticos que denunciou no passado e de empresários ligados ao crime.

O António Aly Silva no passado chamou Kumba Yalá de "presidente dos dentes sujos" e outros nomes mais, para depois se juntar à campanha do PRS nas legislativas de 2008 e nas presidenciais de 2009...sendo que, se Kumba Yalá tivesse ganho as presidenciais antecipadas de 2009, o António Aly Silva receberia como prémio um "Toyota 4Runner SR5 V6", e teria o estatuto de porta-voz do "presidente".

quarta-feira, 1 de Julho de 2009

Adeus, Bacai; Adeus, Henrique

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O novo brinquedo do Aly... Catch me if you can. AAS

 

António Aly Silva que diz defender a verdade e a isenção esqueceu-se das acusações que tinha feito a Kumba Yalá e ao PRS no passado, entre elas as insinuações sobre o assassinato de Ansumane Mané...

António Aly Silva também chegou a dar forte e feio no actual Presidente Malam Bacai Sanhá, em Bubo Na Tchuto e outros, para, nos dias de hoje, estar do lado deles, na tentativa de branquear suas imagens, a troco de pagamentos diversos.

Mas é para Braima Camará "Bá Quecutô", referenciado como um dos nomes escolhidos por Malam Bacai Sanhá para ocupar o cargo de Primeiro-ministro com a queda do governo de Carlos Gomes Jr., que António Aly Silva tem trabalhado mais afincadamente, na expectativa de vir a ser designado assessor de imprensa do "novo" Primeiro-ministro, ou, dirigir um jornal financiado por este.

António Aly Silva quando quer denuncia e bem os desvios de dinheiros e bens públicos, mas quando também quer, fecha os olhos àqueles que nunca tiveram nada na vida, por exemplo, o Braima Camará seu patrão nos dias de hoje. Eis um recorte do que António Aly Silva escreveu em Outubro de 2008 alertando o então Procurador-geral da República:

Devia preocupar-se em ouvir aquelas pessoas que nunca tiveram nada na vida (nem trabalhando que nem um condenado e ganhando como um rei), e hoje são reis e senhores deste país esventrado e condenado, exibindo fortunas em carros de alta cilindrada (a maior parte deles roubados na Europa). Devia estar atento à construção de casarões sumptuosos (embora com arquitecturas duvidosas...) que estão a nascer como cogumelos. Isso, sim, faz parte da competência de um Procurador-Geral da República.

A quem estaria a referir-se António Aly Silva?

Desde o passado dia 01 de Abril que António Aly Silva deixou cair a máscara da hipocrisia, do cinismo de quem diz defender a verdade e os interesses da Guiné-Bissau.

Concordo com ele nas acusações, denúncias e críticas ao governo, mas não posso deixar de discordar com os 2 pesos e 2 medidas que lhe são característicos, por conveniência motivada pela defesa dos seus interesses pessoais. Acusa uns de serem criminosos, ilibando e elogiando outros igualmente criminosos, ao ponto de lhes reconhecer como libertadores da Pátria!

Para o António Aly Silva, nos dias de hoje, os heróis da Guiné-Bissau são: Malam Bacai Sanhá e toda a sua equipa de conselheiros ou ministros de Estado; António Indjai, Bubo Na Tchuto, Kumba Yalá, Braima Camará "Bá Quecutô" e outros que apenas se têm servido da Guiné-Bissau para cometerem actos criminosos seja qual for o campo de actuação.

É triste e lamentável constatar que o António Aly Silva se tornou num prostituto e mercenário do jornalismo!

Felizmente, não sou jornalista e nunca me intitulei como tal. Felizmente, a minha actividade profissional nada tem a ver com as minhas escritas. Gostaria que surgissem oportunidades profissionais dignas do termo, para que o António Aly Silva deixasse de depender de criminosos, de ser utilizado por indivíduos com dinheiro e poder, visando promoção de imagem através do António Aly Silva e do seu blog!

Partilho recortes de publicações do Aly Silva, que cada um tire as suas ilações acerca do comportamento do "jornalista". Partilho igualmente o estatuto do jornalista e o código deontológico do jornalista para que se compreenda melhor o que é um jornalista.

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

 

sexta-feira, 21 de Maio de 2004

Sem comentários(I)


Fotografia © António Aly Silva/2003
 

 


 

quarta-feira, 26 de Maio de 2004

As relações onde até as putas se vêm...



«Dêem-lhe um tiro para acabar». Por incrível que pareça, foi esta a frase saída da boca de um presidente de um país africano de língua portuguesa, quando lhe telefonaram de Bissau a comunicar o golpe de Estado de 14 de Setembro na Guiné-Bissau que mandou o palhaço-balanta às urtigas...Quem me contou isto garantiu-me: «quase caí de cú»...por falar em língua, cala-te boca...ainda querem ajuda? Destesto aquelas relações em que até as putas se vêm...
 

 

 

quinta-feira, 30 de Outubro de 2008

O vento mudou de direcção...

...É hoje, é hoje!
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quarta-feira, 15 de Abril de 2009

 

Perseguições

O coronel Duarte Cabral, ex-chefe da segurança do assassinado Presidente da República, 'Nino' Vieira, foi chamado ao Estado-Maior General das Forças Armadas e ameaçado: "Onde é que está a lista dos 'aguentas?" - perguntou António Indjai, na presença de Tcham Na Man e outros militares. Onde é que isto vai parar, senhores governantes? Tem a palavra o Primeiro-Ministro, e quem (nao) tem mão na tropa... AAS

P.S. - Uma pergunta (tipo rasteira): Não foi a própria Junta Militar quem desarmou os 'aguentas'? E quem provocou mesmo os acontecimentos de 1 e 2 de Março último? Então têm a obrigação de ter os números reais dos ditos. E esta, hein? AAS
 

quinta-feira, 2 de Outubro de 2008

A Questão Militar (*)

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Temos sido sacudidos, de tempos a tempos, pela força dos militares. Os militares terão, muito provavelmente, razões objectivas e de sobra para se sentirem injustiçados pelos inúmeros Governos que, diga-se, apenas e só em abono da verdade, trataram muitíssimo melhor outros poderes e servidores do Estado. Aqui, é preciso sublinhar que os militares têm restrições reivindicativas; enquanto que outros Grupos profissionais não a têm. E esses Grupos aproveitaram-se da inexistência e da fragilidade do Estado para conseguirem obter – através de guerrilhas sindicais e intestinais contínuas, algumas delas verdadeiramente injustificáveis e penalizadoras do interesse colectivo - todo o tipo de vantagens.

Mas por muitas razões que tenham, o lugar dos militares não é, em definitivo, nas ruas. Ser militar não é só uma «opção de vida»; é também a aceitação de um estatuto especial. Significa, assim, aceitar restrições de direitos, determinadas por lei aprovada pelo poder político democrático, e também uma estrutura de comando que, teoricamente, terá os mecanismos necessários para zelar por todos os seus interesses. Cabe aos militares, além disso, o papel de garante último da Constituição, não sendo, por isso, admissível que desrespeitem as leis da República.

Mais importante ainda: Ser militar significa também - tem forçosamente de significar – abdicar de qualquer tipo de demonstração de poder corporativo, porque nunca se poderá admitir que o poder de que os militares estão investidos, o das armas, possa de alguma maneira ser usado como ameaça contra a colectividade ou os seus representantes.

Como seria bom, além de prudente, que os vários Governos tivessem sido menos arrogantes na convicção das suas reformas. Não é cedendo onde não deve, mas sendo justo. Não é ter pressa, mas ter cuidado. Só assim se torna legítimo criticar e apontar o dedo aos militares...


Sr. Procurador-Geral da República,



 
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Tenho ouvido, com bastante preocupação, as suas intervenções. Conferências de imprensa prenhes de frases feitas, um piscar de olho aqui, uma guerrinha ali. As suas competências em termos da Lei, senhor Procurador, são limitadas. E não lhe conferem, que eu saiba, o direito a falar sobre a «falta de pagamento de salários na Função Pública», bem como a fazer visitas a obras públicas em curso. Em suma: o senhor anda a disparar para o ar. Em política, há um nome para isto: show-off. E que mal lhe fica, senhor Procurador! De show-off está o comum do guineense farto! E ainda assim nem dá sequer para matar a fome. Queremos acção, senhor Procurador!

Porém, as suas competências obrigam-no, isso sim, a estar atento aos que mal fazem o País.
Devia preocupar-se em ouvir aquelas pessoas que nunca tiveram nada na vida (nem trabalhando que nem um condenado e ganhando como um rei), e hoje são reis e senhores deste país esventrado e condenado, exibindo fortunas em carros de alta cilindrada (a maior parte deles roubados na Europa). Devia estar atento à construção de casarões sumptuosos (embora com arquitecturas duvidosas...) que estão a nascer como cogumelos. Isso, sim, faz parte da competência de um Procurador-Geral da República.

Pelos vistos, não de si. Faça um favor ao País: Páre com o show-off e mostre trabalho. Mande chamar os bandidos, investigue, entregue ao Ministério Público para que se faça Justiça. Os guineenses ficar-lhe-iam eternamente gratos. Senhor Procurador: já lhe ocorreu que, um dia, possa ser acusado de ter sido conivente com tudo isto? O desfecho natural e inevitável será o impeachment por prevaricação – crime no qual uma autoridade incorre quando deixa de fazer o que a lei prevê – no caso em concreto, investigar.

António Aly Silva

(*) TEXTO PUBLICADO NO JORNAL «DIÁRIO DE BISSAU», EDIÇÃO de 01/10/2008
 

terça-feira, 19 de Agosto de 2008

 

Não tens colhões, cabrão!

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Um dia, o agora ex-Chefe de Estado Maior da Armada (CEMA), dirigiu-se à minha pessoa num termo que podia sobressaltar o mais comum dos mortais. Mas não a mim. Isso é o que mais faltava. Era um fim de tarde em Bissau igual a tantas outras. Eu e mais umas pessoas fomos beber umas cervejas ao Texas Bar, junto à Marinha de Guerra Nacional. Fui «arrastado», para dizer a verdade.

Convém esclarecer desde já que desconhecia por completo que o dono do bar era o famigerado e hoje acossado «José Américo» Bubo na Tchuto. Adiante.

A conversa começou na vida militar e, logo a seguir, descambou para a política. Dizia o Bubo: «Eu não me chame Bubo Na Tchuto se ‘Nino’ Vieira não vencer as eleições presidenciais! Até dei a um dos meus filhos o nome ‘Kabi’». Retorqui: «Não sei se vai ganhar». Aquilo não caiu bem entre os muitos presentes que, ou queriam cair nas boas graças do CEMA, ou então tinham medo da criatura. Conversa vai, conversa vem, puxa daqui, enrola dali, os meus amigos lá tentaram sacar-me da enrolada, mas deu em nada. Ele quer guerra? Então, vai ter guerra!

Até que, Bubo saiu-se com esta frase e sem que ninguém estivesse à espera: «Abô, n’na matau!». Fez-se um silêncio sepulcral. Éramos uns vinte sentados nas mesas, em pleno passeio, descontraídos a beber cerveja gelada pelo gargalo da garrafa. «Aly, vai-te embora», «Aly, é melhor evitares» e coisa e tal.

Mas não sairia dali sem deixar o troco ao Bubo: «A mim, não me matas nem podes matar! Que isto fique claro: eu não lhe devo nada nem tenho medo de si». Acto contínuo, levantei-me e abandonei o local. Pois é, camaradas, é o que dá juntar-se aos porcos: come-se farelo. Mas, lá está: só come quem quer.

A partir desse dia, confesso, passei a provocar o Bubo: fazia sempre questão em estar onde ele estaria. Um dia, deu-se um feliz acaso: Passeava de carro com um amigo que era membro do governo. Na zona dos Coqueiros, uma voz grita. O carro pára. E de dentro do jipe sai o Bubo. Camisa branca, suja pelo colarinho e pela manga. Tresandava a bebida. Vinha de um cocktail oficial. O meu amigo sai do carro e eu também, pese embora me tivesse advertido que ficasse dentro do veículo. Mas não. Saí e estendi a mão direita. Ele virou a cara e continuou a falar sem me encarar e nem ao seu interlocutor...

Esse sacana nunca foi capaz de me encarar, quanto mais cumprimentar-me. Não tinha colhões! AAS
 

quinta-feira, 7 de Outubro de 2004

Rostos e tragédias do Golpe




Fotografias (c) António Aly Silva 2004-(c) AAS 2004-proibida qualquer reprodução

Ditadura do Consenso confirma em primeira mão: São estes os rostos - mas que por enquanto não dão a cara - do recente golpe de Estado na Guiné-Bissau: Bubo Na Tchuto e Tagmé Na Waie. As imagens dos cadáveres são do general Verissimo Correia Seabra e de Domingos Barros (porta-voz do Comité Militar). As imagens de bazuqueiros já fazem, infelizmente, parte do quotidiano bissau-guineense.

terça-feira, 12 de Outubro de 2004

Descansem em paz


Fotografia (c) António Aly Silva 2004-proibida qualquer reprodução

Que a morte do general, do coronel traga, finalmente, a paz. Que os traidores sejam julgados. A amnistia apregoada é UMA VERGONHA NACIONAL!!! Tenham dó e honrem os homens bons, barbaramente assassinados!
 
 

Perdemos todos...


Fotografia (c) António Aly Silva 2004-proibida qualquer reprodução

Os tristes acontecimentos do passado dia 6 do corrente, em Bissau, podem, apenas e só servir-nos de lição. Uma vez mais. Importa, entretanto, saber qual o verdadeiro nível dos nossos políticos. A questão, dos tempos de antanho, já tem barbas mas continua a fazer todo o sentido.
A tragédia que se abateu sobre o país com as mortes do general Veríssimo Correia Seabra, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, e do Coronel Domingos Barros, não podem passar impunes: é preciso apurar responsabilidades e punir os culpados para, assim, parar de vez com esta orgia desenfreada de pegar nas armas para resolver problemas.
Também nesta crise, como em todas as outras, soube-se até onde podem regredir os nossos políticos. A linguagem descambou e entrou num nível arruaceiro e irresponsável: é descredibilizante para os políticos, desinteressante para o eleitorado (temos eleições à porta...), afuguentador das massas, e – é isso que preocupa mais – provocante para os ignorantes. Não se pode assassinar um chefe do Estado-Maior General sem que daí se retirem as devidas ilações.
Deu dó ouvir o líder de um partido falar numa conferência de imprensa camuflada: não se lhe ouviu – pese embora a ‘provocação' de alguma comunicação social – nenhuma condenação da sublevação.
Ultrapassar a fasquia do moralmente aceitável é sinal evidente de que ainda não temos políticos preparados para conduzir o país rumo a um clima estável e com uma economia saudável. A gritaria dos nossos políticos da oposição quando a situação exige calma e ponderação, a utilização de raciocínios fáceis e populistas só prejudica o verdadeiro trabalho do político, que deveria ser aquele que dirige - neste caso o PAIGC.
A oposição entrou no desnorte, na perda do sentido de Estado e, sobretudo, de credibilidade. E, nesse caso, não estão cá a fazer nada. Para esse partido da oposição, a utilização do vocabulário arrogante e desmesurado só lhe retira a capacidade de um dia voltar ao Governo; para toda a restante oposição, a linguagem básica é algo normal, assim como alguma provocação, porque essa é a única forma de superar a falta de votos. É algo tão grave que só faz resvalar o pouco nível a que os nossos políticos estão votados.
Uma operação de rejuvenescimento impõe-se na ‘indústria’ dos políticos. Essa limpeza pode começar já depois da crise até porque o verdadeiro perigo está nos ausentes da política, porque esses não se revêm em nada nem em ninguém credível, mas potenciam a abertura das portas aos grupos radicais. É preciso que o mundo pare de nos ver (e ter) como uns grandes animais.
 
 
 

sábado, 16 de Outubro de 2004

E os políticos, senhores?


Fotografia F.Fadul (c) António Aly Silva 2004 - Artur Sanhá (DR)

Artur Sanhá, um dos principais políticos no PRS e antigo primeiro-ministro, NÃO condenou o golpe de Estado de 6 de Outubro. «Não estamos aqui para condenar ninguém», disse numa conferência de imprensa, por entre a calma no falar em português e a violência da linguagem quando se expressa em crioulo. Francisco Fadul, presidente do PUSD, ainda NÃO reagiu aos acontecimentos. - coisas que acontecem: Fadul viajou numa Terça-feira e o golpe deu-se na Quarta-feira. Na Sexta-feira, a irmã do Koumba foi vista a conduzir o carro de Fadul, na zona de Luanda; Outro ex-primeiro-ministro, Mário Pires, ouviu das boas na oficina Pneucar: «Tu, está calado porque foste dos responsáveis por a Guiné-Bissau ter chegado a este ponto». Ao que consta, nem piou.
 
 

 

quarta-feira, 26 de Maio de 2004

As relações onde até as putas se vêm...



«Dêem-lhe um tiro para acabar». Por incrível que pareça, foi esta a frase saída da boca de um presidente de um país africano de língua portuguesa, quando lhe telefonaram de Bissau a comunicar o golpe de Estado de 14 de Setembro na Guiné-Bissau que mandou o palhaço-balanta às urtigas...Quem me contou isto garantiu-me: «quase caí de cú»...por falar em língua, cala-te boca...ainda querem ajuda? Destesto aquelas relações em que até as putas se vêm...
 

quinta-feira, 3 de Junho de 2004

Será desta?



A alegada conta secreta que Ansumane Mané abriu na Costa do Marfim poderá pertencer afinal à ex-Junta Militar. Mas também, a mesma conta pode servir para descortinar o verdadeiro mistério por detrás do seu assassinato. Fonte da família do brigadeiro diz que os "verdadeiros contornos do assassinato estão ainda por revelar". A morte de Ansumane Mané, abatido a tiro em Novembro de 2000, pode estar relacionado com o depósito de 18 milhões de dólares (15 milhões de euros) e não com a alegada tentativa de golpe de Estado de que foi acusado pelo então presidente Kumba Ialá.

Pode ser desta, oxalá...
 

 

 

A ÉTICA E A INFORMAÇÃO: O JORNALISTA COMO PROFISSIONAL E O JORNALISTA COMO PESSOA

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