UNA VITA MISSIONARIA IN GUINEA-BISSAU 1956-2008
PADRE MARIO FACCIOLI
A FELIZ MISSÃO DE SERVIR
Fernando Casimiro (Didinho)
25.10.2009
Recebi, há 2 semanas, o livro "Una Vita Missionaria in Guinea Bissau 1956-2008", da autoria do Padre Mario Faccioli, editado recentemente em Itália (Setembro), que o próprio Pe. Mario Faccioli fez questão de me enviar.
Fiquei comovido pela oferta, fruto de um reconhecimento cada vez mais abrangente do trabalho que temos vindo a realizar através do Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO.
Cinquenta e dois (52) anos !!! de uma Missão toda ela ao serviço de Deus, no dia-a-dia com os irmãos da Guiné-Bissau, é algo que merece uma distinta homenagem por parte das autoridades do nosso país, independentemente de a Guiné-Bissau ser um Estado laico.
Com efeito, nunca é tarde para reconhecermos aqueles que fizeram a diferença, pela positiva, na nossa terra, ajudando na criação de infra-estruturas vitais para o desenvolvimento; envolvendo-se directamente na educação e formação de homens e mulheres da Guiné-Bissau; no apoio médico-sanitário das nossas populações ao longo de muitos anos e, não menos importante, na busca da Paz entre os guineenses!
Nasci em Bissau a 15 de Agosto de 1961, onde vivi até 1981. Habituei-me a ver missionários (as) italianos (as) e portugueses (as) lá, sendo que italianos em maior número.
Aprendi a admirá-los porque se misturavam com as populações mais carenciadas, entregando-se à Missão de servir os mais necessitados. Faziam dos problemas das populações seus próprios problemas e assim se estabelecia o compromisso de ajudar quem realmente precisava.
Os missionários italianos disponibilizavam-se para ajudar em tudo, lembro-me de vários deles que foram professores no Liceu Kwame N´Krumah em Bissau, numa altura em que havia carência de professores.
O Padre Mario Faccioli deu 52 anos à Guiné-Bissau dos 87 que tem de vida!
Recordamos que, durante a guerra civil 1998/1999, foi-lhe dada ordem de expulsão pelo Presidente da República, João Bernardo "Nino" Vieira, devido às denúncias que fez sobre o envolvimento da França no conflito militar na Guiné-Bissau, ordem essa que seria levantada posteriormente pelo Presidente depois de a diocese de Bissau ter feito um pedido nesse sentido.
"A participação militar de soldados franceses no conflito armado na Guiné-Bissau voltou a ser denunciada, ontem, por mais um missionário italiano residente no país. O padre Mario Faccioli, pertencente ao Instituto Pontifício para as Missões no Exterior (PIME), que tem duas missões nos arredores de Bissau, declarou diversas vezes que conselheiros militares franceses enquadraram as tropas leais ao Presidente Nino Vieira nas frentes de combate. Ontem, o padre Faccioli indicou, numa conversa telefónica com a RDP-África, que os franceses foram vistos a entrar ontem para um helicóptero, quando se retiravam da zona da linha da frente. Mario Faccioli encontra-se na missão do PIME de ANTULA, local que dá acesso a Cumeré, pequena localidade onde se encontram instaladas baterias da Junta Militar que as forças presidenciais procuravam neutralizar".
Regressado à Itália, continua com a Guiné e os guineenses no coração e não tenho dúvidas de que assim será para sempre!
Na semana passada telefonou-me pedindo ajuda para a tradução do seu livro para o português, de forma a lançar uma versão portuguesa, que seria mais acessível à leitura e compreensão dos guineenses.
Obviamente que não podia dizer que não a alguém que deu 52 anos da sua vida à Guiné-Bissau (em Missão de Deus) e apesar das minhas limitações quer linguísticas, quer de tempo, disse-lhe que sim, que podia contar com a ajuda do Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO para a tradução do livro, ainda que não tenhamos estabelecido nenhum prazo para a conclusão da tradução, que será feita por mim e pela Dra. Filomena Embaló, que se encontra sobrecarregada com trabalhos em diversas frentes, mas que aceitou o desafio.
Quero aproveitar esta oportunidade para em nome do Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, felicitar e homenagear o Pe. Mario Faccioli, assim como todos os (as) missionários (as) italianos (as) que estiveram/estão na Guiné-Bissau! Saudações especiais ao Pe. Dionísio Ferraro e ao Pe. Celso Corbioli, com quem me reuni recentemente em Lisboa, aquando do seu regresso à Guiné, proveniente de Roma.
Não nos esquecemos do saudoso Bispo D. Settimio Arturo Ferrazzetta, que devia ser imortalizado como símbolo da Paz na Guiné-Bissau!
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Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO