VAMOS REFLETIR SOBRE AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES

“... N´ka sibi ké ki odjano ku nó Guiné kada quim ki nó kudji i ka ta bali nada púbis inocentis ku ta bim paga culpa... cantor guineense MUSTASSE”.

Mais uma vez estamos a caminho das eleições presidenciais. Gostaria, como sempre procurei e procuro fazer nos meus artigos, exortar a população guineense para que faça uma profunda reflexão sobre os trinta e seis anos (36 anos) de independência formal da Guiné-Bissau (nunca ficamos independente), o que foi e ainda será feito até ao momento de decidirem em quem votar no dia 28 de Junho de 2009 data prevista para a realização das eleições presidenciais antecipadas em virtude da morte bárbara de presidente João Bernardo Vieira.

Se fizermos uma analogia fundamentada num raciocínio crítico e apartidário dos candidatos às eleições presidenciais, facilmente concluiremos que os nossos políticos/governantes são ambiciosos, interesseiros e descomprometidos com os interesses do povo. Não vejo necessidade de haver 13 candidatos às eleições presidenciais (publicação do Supremo Tribunal de Justiça - STJ), num país como a Guiné–Bissau, sem recursos financeiros e materiais para custear a possível segunda volta que provavelmente teremos. Apesar de ser contra o número exagerado (em minha opinião) de candidatos às presidenciais, não sou contra o multipartidarismo e nem tão pouco a favor do monopólio, mas na verdade, é muito vergonhoso quando se vê os países desenvolvidos com recursos financeiros e materiais para arcar com as despesas eleitorais e com um número de população inigualável à Guiné-Bissau realizarem eleições presidenciais com dois candidatos, exemplo concreto, as recentes eleições presidenciais nos Estados Unidos de America (E.U.A.) que ditaram a vitória de Barack Obama.

A desesperança do povo guineense hoje, é consequência da desgovernação que o país viveu e tem vivido, sob orientação do P. A. I. G. C que, após a independência que custou derramamento de sangue de muitos dos nossos saudosos irmãos, os líderes do P.A.I.G.C nunca souberam colocar os interesse do povo em primeiros lugar, tendo inclusive optado pela destruição de infra-estruturas estatais, como por exemplo a fábrica de compota de Bolama (Titina Silá), a fábrica de óleo palma em Bubaque, a fabrica de tijolo de Bafatá etc...e a ocupação indevida de casas que poderiam reverter a favor do interesse público. Os nossos governantes têm usurpado o bem comum para utilizar em benefício próprio.

É hora de acordar e não mais aceitar manobras enganadoras dos nossos políticos e governantes que compram consciências dos nossos anciões com folhas de tabaco, aguardente de cana (cachaça) por serem limitados em discernir quando estão sendo enganados, assim como compram consciências dos jovens com motos, TVs etc... e não se preocupam em apresentar programas governativos.

Pergunto se não seria melhor apresentarem planos estratégicos, tático e operacional visando resgatar o país da situação caótica em que se encontra?

Não seria melhor investir-se o dinheiro das campanhas eleitorais na construção de empresas que garantam empregos aos jovens?

Nunca há dinheiro para pagar salários miseráveis aos funcionários públicos, mas há sempre dinheiro para a comprar de carros de luxo.

Os nossos governantes nunca têm dinheiro para nada, mas têm sempre dinheiro para comprar consciências dos eleitorados.

Os nossos governantes não souberam mobilizar fundos para a melhoria das condições de saúde e do ensino, mas sempre conseguem verbas para realização das eleições.

Só gostaria de deixar claro que não sou político e nem pretendo fazer política partidária mais sim política no âmbito da cidadania partindo do pressuposto de que quem se proclama isento da política, no âmbito da cidadania, é sinônimo de entregar o seu destino a qualquer político.

Aqueles que terão oportunidade de votar no dia 28 de Junho devem ter presente que qualquer erro na escolha só poderá ser corrigido daqui a 5 anos.

Após uma análise profunda sobre as 20 candidaturas apresentadas ao STJ das quais 13 foram aceites, pude concluir que há uma forma de pleitear cargos em caso de segunda volta, usando a estratégia de apoiar candidato A ou B, é preciso que prováveis candidatos à segunda volta fiquem atentos com as manobras dos eventuais derrotados no dia 28 de Junho.

Os problemas de Guiné merecem atenção de todos nós (filhos Guineenses) independentemente de onde estivermos.

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO

www.didinho.org