VÍRUS ÉBOLA: E OS DANOS COLATERAIS?!

 

 

VÍRUS ÉBOLA: ONDE ESTÁ A SOLIDARIEDADE?!  23.08.2014

O VÍRUS ÉBOLA 14.08.2014

WHO | World Health Organization

WHO | Ebola infographic: What you need to know

Como Sobreviver a uma Epidemia de EBOLA: 10 Dicas que Podem Salvar sua Vida

Ebola Prevention

DECISIONS AND RECOMMENDATIONS OF MINISTERS OF HEALTH OF ECOWAS COUNTRIES

ECOWAS HEALTH MINISTERS EXPRESS DEEP CONCERN OVER EBOLA OUTBREAK

ÉBOLA: GUINÉ-BISSAU RECEBE DA OMS MATERIAL DE DESPISTE RÁPIDO DA DOENÇA

Ébola: Guiné-Bissau vai oferecer material de prevenção à Guiné-Conacri

 

Há quem tenha VISÃO e há os que se ficam pela visão dos outros...! Didinho 03.09.2014

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinhocasimiro@gmail.com

Agosto/Setembro 2014

Fernando Casimiro (Didinho)O tempo da Educação utilizando a "metodologia" da palmatória já lá vai e não deixa saudades...

Informar é Formar, é Educar, é Sensibilizar. É esta a receita que o nosso povo e as nossas populações precisam, aliada à Paciência, à Tolerância, ao longo do processo de Aprendizagem/Assimilação. Nenhuma Medida Drástica se insere numa Metodologia de Aprendizagem Colectiva, capaz de gerar resultados positivos em função dos objectivos propostos. Vamos com calma, quando estamos a lidar com populações que precisam de compreensão e não de intimidação...

Não é tarefa fácil desenvolver um trabalho, resumido que seja, sobre algo relacionado com o Vírus Ébola. As notícias/informações sucedem-se, umas atrás das outras, o que deixa qualquer um, decidido a esse propósito, incapaz de acompanhar todas as ocorrências e actualizações relativas às mais diversas abordagens que o vírus Ébola tem proporcionado, não apenas nos países africanos afectados, mas em todo o Mundo.

Comecei a escrever este artigo no passado dia 25 de Agosto, hoje estamos a 10 de Setembro e, tenho mesmo que concluir o que já está feito, ciente de que amanhã, provavelmente, haverá mais informação/notícias; mais dados de interesse até então desconhecidos, que podem desvalorizar tudo o que se relata neste trabalho. Um trabalho que importa e sobressai, pela recolha, compilação e partilha de material de informação, de educação e sensibilização sobre o Vírus Ébola (através dos diversos links disponibilizados) que todos devem/deveriam ler/consultar sempre que necessário e partilhar, pois são fontes importantes para uma melhor orientação, ainda que, tendo em conta a perspectiva de cada um.

Quando criei o Projecto Guiné-Bissau CONTRIBUTO  (10.05.2003) também criei o meu primeiro slogan: LER, REFLECTIR, TRANSMITIR!

A minha reflexão propriamente dita é apenas um exercício complementar, independentemente da abrangência das áreas abordadas e insere-se meramente num prisma de intervenção cidadã promotora de um potencial debate público sobre o Vírus Ébola.

A maior parte do que hoje se publica de uma assentada já foi partilhado na minha página pessoal do Facebook, incluindo os diversos links com notícias/informações deveras úteis para melhor reflectirmos e tentarmos perceber o muito que precisamos conhecer/aprender sobre o vírus Ébola (causa/efeito) por um lado e, por outro, o comportamento das populações e as medidas de pânico decretadas por diversos Governos africanos, que tendem a ser mais gravosas/prejudiciais aos seus povos, países, e ao continente africano, do que o próprio Vírus Ébola.

Através dos diversos links partilhados, o leitor poderá compreender com maior ou menor grau de facilidade/dificuldade, a questão relativa aos Danos Colaterais provocados pelas medidas de pânico decretadas por vários Governos africanos.

Os países de África Ocidental pediram às companhias aéreas que retomem suas operações nos países afetados pela epidemia de ebola porque a restrição está afetando social e economicamente a região. A retomada dos voos permitirá abastecer imediatamente estes países com provisões médicas e outro tipo de assistência para conter a propagação atual do vírus, explicaram os ministros da Saúde da região em um comunicado conjunto emitido na noite de quinta-feira (28). Países da África Ocidental pedem que voos à região sejam retomados - Notícias - R7 Saúde

Nenhuma Economia prospera com as suas fronteiras fechadas; nenhum país sem capacidade de produzir medicamentos consegue garantir assistência médica e medicamentosa, não só face à doença do vírus Ébola, mas a tantas outras doenças, quando as companhias aéreas ou marítimas deixam de operar para o seu destino inviabilizando o abastecimento de medicamentos/equipamentos, etc.; nenhum país dependente de todo o tipo de bens de consumo transportado por via aérea, terrestre ou marítimo consegue satisfazer as necessidades básicas das suas populações e das suas Instituições, ficando isolado do resto do Mundo...

Nenhum Comércio, nenhum Turismo, nenhuma Agricultura, Nenhum Serviço em si, funciona, quando as populações, os trabalhadores, são obrigados a ficar em casa, alegadamente por prevenção de uma doença, da qual, todos já deveriam saber como se contagia e se propaga...

Para quê encerrar fronteiras, quando todos os especialistas são unânimes sobre a forma de contágio com o vírus Ébola?

Porque não utilizar os equipamentos de despistagem, nas fronteiras, nos aeroportos, nos portos, ao invés de encerrar as fronteiras, tal como se faz noutros continentes, sem prejuízo para a Saúde Pública e, muito menos, para as Economias dos seus países?!

Encerrar fronteiras, muita gente já explicou e bem, evita apenas que as pessoas utilizem as vias legais de saída e de entrada num determinado país, mas não as vias ilegais!

Ora como prevenir, quando não se sabe onde é que a exigência natural da mobilidade populacional impõe uma via alternativa, "descontrolada"?

É ou não preferível manter as fronteiras abertas, sem que as populações recorram ás vias alternativas, quase sempre de sacrifício, de muito sacrifício diria, e através das fronteiras, com os equipamentos de despistagem, concluir quem deve ou não merecer observação médica detalhada, mesmo ficando numa zona de Quarentena, previamente criada para o efeito, mas cientes todos de que, nem o país está a ser prejudicado, nem as populações devem ficar num estado de pânico desnecessário, face à SUSTENTAÇÃO CIENTÍFICA  de como se contrai o vírus Ébola?!

Espero bem, que a exemplo do que ainda hoje acontece, infelizmente, em muitos países africanos, incluindo a minha Guiné-Bissau, relativamente a acusações infundadas, perseguições e "julgamentos/condenações" na praça pública, por alegada feitiçaria/bruxaria etc., etc., contra pessoas normais como todas as outras, seres humanos como todos os outros, o vírus Ébola não venha a servir de pretexto para incitação a uma escalada perigosa de segregação, perseguição e matança de pessoas, alegadamente contaminadas com o vírus; ou numa perspectiva mais radical, para o extermínio de comunidades e povos, onde todos os recalcamentos sustentados por ódios, desejos de vingança, pretensões e ambições desmedidas, de conveniência, internas e externas, visando os mais variados interesses, possam servir de justificativos e sustentação para os mais variados actos de barbaridade, que podem confluir em guerras civis e, consequentemente, vir a estabelecer novas fronteiras geográficas e populacionais em África.

Certamente tudo isso não beneficiaria o continente africano, nem os povos africanos, pelo contrário...!

O certo porém, é que haveria beneficiados, que não os Africanos...!

Este meu trabalho sobre os impactos Sociais na Generalidade, relativamente ao Vírus Ébola, que defino como DANOS COLATERAIS, não deve ser encarado, sob que pretexto for, como um "atrevimento" em jeito de intromissão em questões de especialidade relativamente à Doença por um lado e ao vírus Ébola por outro.

Não é minha intenção substituir quem quer que seja, numa perspectiva académica, de Especialidade, em suma, de Estatuto. Este meu trabalho é apenas um contributo de um cidadão com direitos e deveres, que se dedica à reflexão e ao debate de ideias, no intuito de promover um debate alargado a todos os níveis e sectores, através do qual todos deveriam comprometer-se com a aprendizagem, perante evidências/factos; experiências, relatos, informações, contra-informações, estudos, análises, e medidas/decisões políticas.

Não me considero apenas um crítico da Governação, tal como algumas pessoas me definem. Sempre sustentei as minhas críticas e posicionamentos, perante factos/evidências, com sugestões, propostas. Por isso, penso que o Governo da Guiné-Bissau deveria criar um Gabinete de Crise, constituído por figuras distintas na especialidade Médica, Social e Antropológica, entre outras, a par dos Ministérios da Saúde, da Administração Interna, da Economia e das Finanças, das Forças Armadas/Defesa, sem deixar de convidar Organizações Não Governamentais de referência por Excelência das suas actividades junto das comunidades populacionais ao longo de anos, ou seja, criar uma Equipa Multidisciplinar, para que todos juntos se debrucem sobre a triste e preocupante realidade que se dá a conhecer pelo Vírus Ébola e, pelas consequências a que a Guiné-Bissau e os guineenses estão expostos/sujeitos, a exemplo de todos os demais países da nossa região, e o próprio Mundo em si!

BBC News - Ebola crisis: The economic impact

Epidemia de Ebola terá impacto no PIB de países afetados

Ebola causa grande prejuízo a economias da África Ocidental

Medidas contra ebola levam isolamento e pânico a países africanos

25.08.2014 12:38, Ricardo Silva from Bissau E-Mail:
Bom dia, Didinho.

Bom como estas contra o encerramento das fronteiras, seria melhor que deixasse Portugal, é só 4 horas de voo para Conackry, vem dar o seu apoio no terreno, ajudando as vitimas, já que és tão comprometida com a causa humanitário em vez de sentar no computar a criticar toda medida tomada pelo governo.
Para se seria bem melhor que o vírus espalhasse que não tem controlo que toda uma região estivesse em risco.
Tamanha hipocrisia dos bem intencionados.

A propósito do meu artigo de 23.08.2014 intitulado VÍRUS ÉBOLA: ONDE ESTÁ A SOLIDARIEDADE?! foi postado no espaço de comentários da secção Editorial do site www.didinho.org , o comentário acima exposto que mereceu a minha consideração, tal como todos os comentários que são postados, quer concordantes, quer discordantes, ainda que nem todos tenham ou tivessem merecido um desenvolvimento como este, não em função do comentário em si, mas do conteúdo que o fomentou, ou seja, questões relacionadas com o Vírus Ébola.

Para muitos responder a certos comentários é perder tempo. Confesso que às vezes concordo com este ponto de vista, mas vezes há, que discordo, como desta vez, pois é preciso irmos mais além, na tentativa de debatermos questões de fundo, de interesse colectivo, que não, propriamente, problemas de afirmação/protagonismo pessoal, tendo em conta fulano ou beltrano.

É claro que não vou perder tempo a explicar/justificar e a garantir que não estou contra o Governo, como se insinua no comentário. Mal do próprio Governo se considerasse o exercício de cidadania; a liberdade de expressão; os direitos e os deveres dos cidadãos, como uma afronta e, ou, um obstáculo à Governação!

Aliás, o próprio Governo, que (in)directamente reclama pelo benefício da dúvida, com afirmações em forma de pedidos do tipo "deixem-nos trabalhar", deveria promover a liberdade de expressão e a participação cidadã no âmbito da relação Governantes/governados, que se impõe como condição essencial para uma Boa Governação.

Espero que o Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira faça, ele próprio, questão de dar a entender aos guineenses, ou melhor, a certos guineenses, assimilados de uma cultura de bajulação político-partidária sobretudo, de que o Governo, o seu Governo ao serviço da República da Guiné-Bissau e de todos os guineenses, independentemente de quaisquer considerandos, não precisa, nem faz questão, que todos estejam de acordo com o seu Programa de governação e das suas Acções Governativas, até mesmo, por uma questão de sustentação e afirmação de que, a Guiné-Bissau é um Estado de Direito e Democrático!

Ao longo de quarenta e um anos de independência, o povo guineense deu todos os benefícios da dúvida a todos os regimes que governaram a Guiné-Bissau até hoje. E o que foi que a Guiné-Bissau e os guineenses ganharam com isso...?!

A propósito da Solidariedade ou da falta dela, relativamente aos países afectados pelo vírus Ébola, não me referi em concreto, ou em exclusivo à Guiné-Bissau tendo em conta a decisão do nosso Governo, de encerrar a fronteira com a Guiné-Conacri.

A minha abordagem, publicada a 23.08.2014 VÍRUS ÉBOLA: ONDE ESTÁ A SOLIDARIEDADE?! que pelos vistos não mereceu um exercício reflexivo, digno do termo, por parte do comentador insensível à questão do vírus Ébola, teve no dia 24.08.2014 duas matérias noticiosas/informativas sobre o mesmo assunto e que de certa forma, vão de encontro ao que escrevi um dia antes.

Convido os leitores a acederem aos seguintes links:

Conakry demande aux Etats voisins de reconsidérer leur décision de fermeture des frontières

O próximo ébola - Visão

Provavelmente, se a Guiné-Bissau estivesse na situação dos países já afectados pelo Vírus Ébola, vendo-se isolada e discriminada, não haveria muitos guineenses a reivindicar a injustiça e a insensibilidade de posicionamentos nesse sentido.

Já vimos esse "filme" aquando do recente Golpe de Estado... Guineenses a posicionarem-se contra os seus próprios irmãos guineenses (de uma autoridade transitória, circunstancial) quiçá, contra a República da Guiné-Bissau e as suas populações, em consequência de sanções, que todos sabiam que recairiam nas comunidades mais desfavorecidas e não nos ditos "golpistas", e a favor de governantes, políticos, organizações e países outros, que não a Guiné-Bissau e as suas populações!

Certamente, e tenho razões para falar na primeira pessoa, estaria na linha da frente dos poucos que (neste momento, perante os riscos de afectação do vírus Ébola à Guiné-Bissau) fariam tudo para não permitir que medidas de interesse/conveniência política sem sustentação Médico-Científica e sem uma perspectiva Multidisciplinar, com destaque para abordagens na esfera do Desenvolvimento Social, prejudicassem mais ainda um país carenciado de tudo e as suas populações necessitadas de tudo, onde a SOLIDARIEDADE define esse TUDO .

Voltando à questão levantada pelo comentador Ricardo Silva, importa que todos saibamos assumir que, tal como o Vírus Ébola afectou a Guiné-Conacri, por exemplo, assim poderia (e pode) afectar a Guiné-Bissau, ou se calhar continuamos a pensar que tudo o que é mau só acontece aos outros?!

E se pensarmos que fechando apenas as fronteiras estaremos garantidamente livres do vírus Ébola, quando eu, tu, ele, nós todos, ao longo de anos, fomos apreciadores de frutos ditos "boca de morcego", que sofreram dentadas, mordidelas de morcegos, um dos principais agentes infecciosos do vírus Ébola, ou seja frutos inexplicavelmente mais saborosos do que os outros...

Há alguma sensibilização junto das populações, no sentido por exemplo, de se evitar comer frutos com sinais/evidências de terem sido atacados/mordidos por morcegos?!

Agora, imaginemos que por exemplo, o Senegal (ou outro país da África Ocidental) até agora não afectado pelo vírus Ébola, viria a ser confrontado com essa triste realidade, que não acontece só aos outros, nem foi determinada para acontecer apenas neste ou naquele país...?!

O Senegal gostaria de ver outros países fronteiriços fecharem-lhe as vias fronteiriças?

Gostaria de ficar isolado do resto do mundo; gostaria de ver todos os cidadãos de outros países que lá residem e trabalham, regressarem aos seus países de origem, com receio de serem contaminados; ou que todos os filhos do Senegal pelo mundo fora fossem associados ao vírus Ébola, sendo "impedidos" de viajar para o Senegal ou de reentrarem nos países de acolhimento, alegadamente por medidas de prevenção não sustentadas por especialistas da área da Saúde e muito menos estabelecidas pela Entidade Mundial de Saúde, a OMS?!

Ou se a fatalidade do vírus Ébola vier a ser uma realidade no Senegal ou noutros países onde até agora não há registos de casos, isso seria forçosamente uma condenação à morte para os infectados, e seus familiares, mesmo que estes não estejam infectados?

Ébola chega ao Senegal

E a Guiné-Bissau, habituados que estamos a evacuar doentes para países vizinhos e não só, muitas vezes sem se conhecer nenhum diagnóstico médico da doença...?!

Temos receio de sermos contaminados por outros, esquecendo-nos de que, ao longo dos anos, todos, mas sobretudo os países vizinhos/fronteiriços e irmãos, têm sido solidários connosco, recebendo os nossos doentes, desde Presidentes da República, de passagem ou para internamento de avaliação primária da doença... sem questionar as doenças e as consequências; sem impor restrições, estabelecidas que foram as medidas preventivas para situações genéricas tendo em conta as epidemias de impacto global...

Fechamos a fronteira com a Guiné-Conacri, argumentando a necessidade de evitar que a contaminação chegasse ao nosso país.

Mas qual foi o outro lado, o da Solidariedade, que tivemos para com a Guiné-Conacri, ainda que fosse dizer: Lamentamos o que está a acontecer convosco, cientes de que também nós estamos à mercê da mesma praga e juntos podemos e devemos trabalhar em busca de soluções, sob a orientação e coordenação da Organização Mundial da Saúde, na partilha de experiências e conhecimentos, para que a Comunidade Científica Mundial, em estreita colaboração e trabalho de campo com os países e com doentes infectados consiga fazer algo tendo em vista uma solução de cura para o Vírus Ébola?

E onde está a nossa coerência, quando o vírus chega ao Senegal, mas nenhuma medida/decisão do Governo, visando o encerramento da fronteira com o Senegal, é decretada...?!

Então...?!

O Senegal não constitui perigo, a exemplo dos demais países com casos reportados do vírus Ébola...?!

Ou já começamos a ver o risco dos danos colaterais, se mantivermos a nossa postura radical, intolerante, que nos deixará isolados do mundo, mas certamente, não imunes ao contágio do vírus Ébola, fechando ou não as fronteiras?!

Pelo que sei, da minha experiência e vivência na Guiné-Bissau e na diáspora, seja qual for a causa da morte de alguém, ninguém deixa de merecer as honras e cerimónias fúnebres.

O que pode condicionar a envolvência dos usos, costumes e tradições, nas diversas formas de celebração do acto fúnebre e, apenas quando em presença de autoridades sanitárias, é a orientação dos serviços médico-sanitários, em forma de manifestação de uma decisão legal do Governo, das Autoridades.

Que Deus dê o merecido descanso a todos os nossos familiares, amigos e compatriotas que, pelas mais variadas doenças deixaram de estar entre nós, mas sempre merecendo a nossa SOLIDARIEDADE, até na hora da partida, sem que tivéssemos receio de sermos contaminados em função das doenças que contraíram.

Alguém já imaginou se perante casos de falecimentos por epidemias, não houvesse quem cuidasse dos cadáveres, por receio de contaminação?

Essas pessoas entre médicos, enfermeiros, pessoal das diversas áreas de Saúde, não têm família ou familiares que também poderiam argumentar terem receio de contaminação por parte dos seus familiares?

Então...?!

Uns podem assumir causas e consequências e outros, acham que se deve impôr restrições...esquecendo que não são eles, os que impõem restrições, quem directamente lida com os casos em causa...?!

Esquecendo que, o que acontece aos outros, pode acontecer a todos?!
Já honrei a memória de muitos amigos, familiares, compatriotas falecidos, independentemente das causas e da gravidade de suas mortes.

Não tive, não tenho, nem terei nenhum receio de contaminação por (ou quando tiver que) honrar todos os que me são próximos e queridos, na celebração da morte. Apenas faço questão de me orientar/guiar pelas regras e pelos condicionalismos médico-sanitários estabelecidos!

A minha experiência de viajante por quase sete dezenas de países de todo o Mundo, quer por via aérea, marítima e terrestre ensinou-me que não há fronteiras neste nosso Mundo, mesmo quando as autoridades decretam medidas restritivas ou de encerramento de fronteiras por esta ou aquela razão. Há sempre excepções à regra, quando a questão se relaciona com a Mobilidade, com a Flexibilidade!

Mas também posso sustentar as vivências e registos históricos de períodos conturbados, por exemplo, na Europa, de que por mais apertadas que eram as vigilâncias e os controlos fronteiriços, de uma maneira ou de outra, abriam-se novos caminhos, novos trilhos, comprovando que, a solução não passava por aí...

Quantos cidadãos portugueses não fugiram da ditadura e da pobreza para toda a Europa, através de "trilhos fronteiriços"...?

Como seria possível a sustentação da luta armada de libertação nacional da Guiné-Bissau, se não houvesse "trilhos fronteiriços" que não eram do conhecimento, ou sob controlo das forças do exército colonial português...?!

Vejamos: a dinâmica comercial entre os diversos Estados da África Ocidental por terra, mar e ar implica, necessariamente, uma mobilidade populacional que não se resume apenas aos agentes comerciais/económicos dos países da sub-região, mas que acarreta uma abertura ao empresariado de todo o Mundo. Como é que podemos sustentar um dos pilares do Comércio Mundial, ou seja a CONFIANÇA, quando estamos a pôr em causa tudo o que produzimos, bem assim, as nossas populações, enquanto forças produtivas por excelência, mas também, e sem darmos conta, os nossos produtos de exportação?!

Há momentos que me sugerem que neste nosso Mundo, enquanto seres humanos racionais, perante realidades de alcance e impacto globais, deveríamos repensar a nossa existência, fundamentada na lógica existencial da vivência comum, sustentada por uma aprendizagem HUMANA com base, sobretudo, no sofrimento colectivo, por um lado, e pela ansiedade natural, expectante, em função de todas as adversidades da nossa permanente luta pela adaptação ao espaço vivencial comum, almejando a felicidade colectiva, o progresso e o bem-estar de todos, que ao longo de séculos tem sido uma realidade constante e evidente. Nenhuma "porta" fechada simboliza a liberdade e muito menos, o convívio, a vivência e a partilha experiencial de pessoas, povos e países, sem esquecer a SOLIDARIEDADE sempre que necessária.

Uma "porta" fechada pode significar muita coisa, inclusive, protecção.  No entanto, por mais trancas e métodos de segurança que se possa disponibilizar, há sempre um dia que a melhor e a mais segura das portas deixa de sê-la, por alguma razão, que na altura já não importará, perante o facto consumado... Obviamente que se recomenda SEGURANÇA!

Mas claro está que para além de todas as medidas de segurança, importa implementar medidas de prevenção, que assimiladas por todos, podem DISPENSAR as tais medidas de segurança...

Para quem não quer deixar entrar alguém, que até pode ser seu familiar directo, esquecendo-se de que algum dia ele próprio quererá sair, seja para onde for... Importa ressalvar que, o Mundo, o nosso verdadeiro Mundo, nunca teve fronteiras...

Uma epidemia que põe em risco populações algures na África Ocidental, é, concerteza, uma Epidemia Global, que deverá ter Respostas/Medidas Globais, visando a salvaguarda existencial da HUMANIDADE!

Façamos do Vírus Ébola o direito de julgar uns e outros ao invés de todos juntos debruçarmos no essencial da questão, que é aprofundar conhecimentos, através da partilha de experiências sobre a doença, procurar meios, soluções (cura se possível) e quando dermos conta da nossa insensibilidade, do nosso egoísmo, estaremos todos contaminados...

Há uns anos, África e os africanos foram "julgados e condenados" pelo HIV Sida. Instalou-se o preconceito sobre África e os Africanos devido a uma doença, independentemente da sua origem e das suas causas. Bastou a doença dar a "entender" o seu alcance Global, sem distinção de sexo ou da cor da pele, para não dizer mais, e chegar a todo o Planeta Terra, para que se desmistificasse a questão selectiva ou discriminatória, aceitando-a com realismo e naturalidade, promovendo e implementando políticas públicas de prevenção a todos os níveis e a todos os títulos, derrubando algumas tentações em forma de medidas discriminatórias em aeroportos, visando sobretudo, populações negras, oriundas ou não, de África... Hoje, estou incrédulo, perante medidas de governantes africanos, visando populações africanas vizinhas, a propósito do Vírus Ébola...

Pois, quando o Vírus chegar à Europa e não creio que terá que pedir permissão para isso, logo logo, ficaremos todos mais aliviados, pois não haverá medidas sustentadas pelo pânico e nenhum país Europeu fechará as suas fronteiras... aconselhando e promovendo apenas, medidas preventivas, para evitar, os DANOS COLATERAIS que os governantes africanos não estão a considerar nesta fase...


Presença do Ébola no Senegal é má notícia para Guiné-Bissau

Sim, Sr. Primeiro-Ministro, é uma má notícia, infelizmente. E é aqui que a posição, a propósito do fecho das fronteiras, do Doutor Mamadu Jao se torna meritória!

Mas porque considera o Sr. Primeiro-Ministro uma má notícia para a Guiné-Bissau, caso venha a ser confirmada (quem vai confirmá-la, para além da confirmação feita pelo próprio Governo do Senegal?) a notícia da "chegada" do Vírus Ébola ao Senegal?

A questão que se impõe é: E agora, o que fará o Governo da Guiné-Bissau, que, perante situação idêntica, ainda que não estejamos a falar de percentagens consequentes em mortes, relativamente à situação entre o Senegal, agora referenciado, mas sem casos mortais e a Guiné-Conacri, com muitos casos mortais, decidiu encerrar as fronteiras com a Guiné-Conacri?

Vamos fechar as fronteiras com o Senegal?

E depois?

Estaremos finalmente dando conta de que, nem conseguiremos evitar a propagação do Vírus Ébola, apenas com o fecho das fronteiras, mas pior do que isso, estaremos a encurralar-nos a nós próprios, com consequências dramáticas para toda a nossa Economia, fruto de um "auto-isolamento" que deve ser revisto e reconsiderado, face ao contexto real e "geográfico" da Epidemia?!

Ébola: Fecho das fronteiras pode pressionar vias sem controlo na Guiné-Bissau

Países da África Ocidental pedem que voos à região sejam retomados - Notícias - R7 Saúde

Ébola – Wikipédia, a enciclopédia livre

Síndrome da imunodeficiência adquirida – Wikipédia, a enciclopédia livre

Pandemia de gripe A de 2009 – Wikipédia, a enciclopédia livre

Conakry demande aux Etats voisins de reconsidérer leur décision de fermeture des frontières

Medicamento experimental não salvou médico liberiano do ébola

Quando um cidadão guineense fala em SOLIDARIEDADE para a questão do vírus ébola, surgem logo outros cidadãos guineenses, a tentarem ridicularizá-lo, e até, acusando-o de estar contra o Governo da Guiné-Bissau... Só que, dos mais recentes posicionamentos de líderes africanos, e mesmo das deliberações do fórum dos Ministros da Saúde dos Países da CEDEAO, o recurso à SOLIDARIEDADE passou a sobrepor-se ao encerramento das fronteiras...

"Ao intervir durante uma cerimónia mensal para içar a bandeira no Palácio Presidencial, o Presidente Macky Sall instou os seus compatriotas a demonstrarem solidariedade e coesão para lutar contra a doença"... GOVERNO SENEGALÊS REFORÇA AÇÕES PARA IMPEDIR PROPAGAÇÃO DA FEBRE DO ÉBOLA

Em Cabo Verde também já se fala em Solidariedade...

Manifestando a "solidariedade" do governo cabo-verdiano para com os países afetados, a ministra salientou que a entrada de cidadãos nesse contexto será feita caso a caso e que a ponderação será feita por especialistas sanitários. http://africa21online.com/artigo.php?a=4657&e=Sa%C3%BAde

Cabo Verde interdita entrada a estrangeiros não residentes que tenham estado no Senegal

Ebola: ECOWAS to assist member countries

Há ou não motivos/razões, para que todos trabalhem juntos nesta questão do Vírus Ébola, ou seja, que haja SOLIDARIEDADE e COMPROMISSO de TODOS?

Ou será que os recursos humanos que são solicitados para ajudar no terreno e que são originários de outros países, não correm risco de vida, não têm familia, ou não são mortais como todos os humanos?
Didinho 03.09.2014 
Médicos Sem Fronteiras pedem capacetes azuis à ONU para travarem batalha contra o ébola


Margaret Chan, directora-geral da OMS, salientou ontem numa conferência de imprensa que “não se podia permitir” que o ébola ganhasse a luta. A responsável defendeu que o corte das ligações aéreas com os países afectados era contraproducente para combater a epidemia. E explicou que os procedimentos para despistar doentes com intenção de saírem dos países reduzia o risco de se exportar a doença."

Nesta terça-feira, um comunicado da FAO (Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura) avisava que o surto estava a causar o aumento do preço dos alimentos básicos na Libéria, Serra Leoa e Guiné-Conacri, e podia comprometer as próximas colheitas devido à falta de pessoas para o trabalho. “A situação pode ter repercussões sociais com um maior impacto no controlo da doença”, disse Vincent Martin, da FAO. Greve, protestos e falta de resposta internacional dificultam luta contra o ébola


Ao que se chegou...!
A questão que se coloca é: Se todos os especialistas são unânimes quanto à forma de contágio possível do vírus ébola, justifica-se a promoção e propagação de um dramatismo, pelos vistos infundado, perante a constatação e sustentação científicas que servem de orientação e sensibilização aos demais continentes que não África?

Não se está a contribuir com medidas radicais, que garantidamente, não são a SOLUÇÃO para o PROBLEMA, mas que, para lá do PROBLEMA levantado, contribuirão para criar NOVOS PROBLEMAS, designados DANOS COLATERAIS como efeito de MEDIDAS DE PÂNICO...?!
Didinho 06.09.2014  Habitantes da Serra Leoa forçados a ficar em casa para conter o ébola


As Nações Unidas vão criar um Gabinete de Crise por causa do Vírus Ébola... Também sugerimos/recomendámos isso ao Governo da Guiné-Bissau, recentemente...! Didinho 06.09.2014 Ban Ki-moon pede “pessoas, material e financiamento” para combater o ébola

 

Ministra da Guiné-Bissau apela à população para deixar de consumir carne de caça por causa do ébola

Quando não há um Gabinete de Crise, ou uma Comissão Especializada dedicada ao Vírus Ébola, capaz de elaborar directrizes/orientações, numa abrangência Multidisciplinar que o Problema impõe, nenhuma medida drástica de carácter coercivo servirá para sensibilizar as populações para o efeito desejado da sensibilização que se propõe. O Governo da Guiné-Bissau não deve promover medidas em jeito de desespero, com reflexo negativo nas populações...

A Saúde é um Direito que assiste a todos os cidadãos. Não é fácil de um dia para o outro, num país em que a maioria da população (corrijam-me se estou a exagerar) não tem acesso à Informação/Comunicação, conseguir sensibilizar essa mesma população. E é aqui que reside o fundamental da prevenção do vírus Ébola. Que o Governo recorra às rádios privadas, comunitárias e outros meios de informação/comunicação; que recorra às Organizações Não Governamentais, que trabalham há muitos anos com as comunidades populacionais em todo o país e faça passar as mensagens de sensibilização e não de imposição... Didinho 08.09.2014

Notícias ao Minuto - Ébola: Guiné-Bissau vai oferecer material de prevenção à Guiné-Conacri

Ora bem, finalmente, temos um gesto de Solidariedade das várias formas que existem para essa manifestação... Porém, de nada adianta uma justificação política, repito, política, sobre o critério utilizado para encerrar as fronteiras com a Guiné-Conacri e não com o Senegal, mas sobre isso, o meu ponto de vista está explícito no trabalho que publicarei brevemente. Já há sinais de sensibilidade, de compreensão para a complexidade do Problema, com enfoque, para os DANOS COLATERAIS, ainda que, timidamente se esteja a dar a entender esses sinais... VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR! Didinho 09.09.2014


BBC News - Ebola crisis: The economic impact

Epidemia de Ebola terá impacto no PIB de países afetados

Ebola causa grande prejuízo a economias da África Ocidental

Medidas contra ebola levam isolamento e pânico a países africanos

Enfermeiro inglês infectado com ébola saiu do hospital

Resultados negativos em caso suspeito de ébola na Suécia

BBC News - Ebola crisis: The economic impact

BBC News - Why Ebola is so dangerous

Direcção-Geral da Saúde

Descobridor do Ebola não acredita em grande epidemia fora da África

Vírus Ébola: o embuste

A vida só tem sentido se, para além de nós, outros também puderem viver...Didinho

Não me limito a fazer só a minha parte! Tento, igualmente, incentivar cada um a fazer a sua, em função da sua consciência, compromisso e responsabilidade para com o país e o Mundo. A SOLIDARIEDADE é um gesto nobre, o maior e o mais sentido! A INDIFERENÇA contraria o espírito e o conceito de SOLIDARIEDADE, por isso, sou contra a INDIFERENÇA e lamento pelos INDIFERENTES! Por nós próprios, porque ninguém vive sozinho neste mundo, sejamos SOLIDÁRIOS! Didinho

A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho


VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Didinho

O MEU PARTIDO É A GUINÉ-BISSAU!

 

MAPA DA GUINÉ-BISSAU


VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

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   CIDADANIA  -  DIREITOS HUMANOS  -  DESENVOLVIMENTO SOCIAL

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