A CHUVA...

Voltei a deitar-me, levantando-me às 5:00. Depois de uma espreitadela para a rua, vi que a chuva tinha parado. Fiz questão de publicar 1 artigo no nosso site, bem como escrever algumas palavras no sentido de apelar aos meus irmãos e às minhas irmãs, na Guiné-Bissau, para a importância do voto.

Depois, fui treinar até perto das 8:00. De regresso a casa, começou a chover, como estava quase na hora das notícias e estava a ouvir a RDP África através do telemóvel, decidi aguardar na rua até acabar de ouvir as notícias, pois entrando para o elevador perderia o sinal e ficaria sem as primeiras informações sobre as eleições presidenciais na Guiné-Bissau.

Pus-me debaixo do telheiro à porta de entrada do prédio, continuava a chover e fortes clarões rasgavam os céus, ao mesmo tempo que estrondosas trovoadas pareciam dar a entender que os deuses estavam zangados...

Concluídas as notícias, entrei e acedi a um dos elevadores. Dois segundos, talvez... a chuva e as trovoadas, fizeram com que falhasse a corrente eléctrica.

Por ser domingo, as pessoas levantam-se mais tarde e como não havia corrente eléctrica, o alarme do elevador não estava a funcionar. Tive que dar umas valentes palmadas na porta do elevador, que, entretanto, tinha ficado a meio de 2 pisos, para que alguém ouvisse e me fosse abrir a porta.

Entretanto, só voltamos a ter energia eléctrica cinco horas e meia depois, ou seja, às 13:30!

Durante esse período, fui acompanhando informações sobre as eleições através da RDP África.

Fiquei a saber que a chuva, também estava a fazer "das suas", principalmente em Bissau...ou melhor, tentava-se justificar que era devido à chuva que se notava pouca afluência dos eleitores às mesas de voto.

O povo, esse mesmo que vota e nunca vê resultados, porque ora um grupo de militares decide anular o seu voto, derrubando ou assassinando um presidente; ora um presidente, por disputas pessoais, derruba o governo que ele povo elegeu... etc., não votou por estar a chover em Bissau, mas sim, por estar realmente farto de umas negociatas apelidadas de eleições!

Diz-se que a abstenção será a grande vencedora destas eleições, diz-se, mas certo certo, é que 2 candidatos já se auto-proclamaram "vencedores" do escrutínio...

Dois candidatos que demonstram ser irresponsáveis e desrespeitadores da boa conduta e ética democráticas.

Quem pode afirmar que ganhou estas eleições se as urnas foram encerradas às 17.oo de Bissau, 18:00 de Lisboa e, atendendo que a contagem será manual?!

Só mesmo os que decididamente estão já a preparar terreno para não aceitarem outro resultado que não a vitória. São os que decididamente estão já a incitar os seus apoiantes para a confusão, caso o resultado oficial não lhes seja favorável!

Estarão os candidatos Kumba Yalá e Malam Bacai Sanhá, ao se auto-proclamarem vencedores (quando nenhuma contagem foi feita), a contribuir para a estabilidade e para a Paz, ou estão a demonstrar que são promotores da confusão e, por conseguinte, da instabilidade e da violência?

Se não houve reivindicações de mau funcionamento das mesas de voto por nenhum candidato; se tudo decorreu de forma ordeira, porque será que estes 2 candidatos pretendem pressionar antecipadamente a Comissão Nacional de Eleições, auto-proclamando-se vencedores, ao invés de se manterem serenos, assumindo cada um uma postura digna de um candidato com nível, quer ganhe, quer perca as eleições?!

Pelos vistos, não é preciso muito para se concluir que a Guiné-Bissau não merece nem um, nem outro, como Presidente da República!

Compreendo e respeito a abstenção do povo guineense, mas acho que deveria ter votado!

Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Fernando Casimiro (Didinho)