Será
que hastear a Bandeira da REPÚBLICA da Guiné-Bissau, um Estado-Membro de
pleno direito da CPLP, num evento da CPLP é estar a favor do golpe de Estado
de 12 de Abril de 2012? Será que a Bandeira da REPÚBLICA da Guiné-Bissau,
deixou de sê-la, depois do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, para ser
a Bandeira dos golpistas?
Então, como justificar a manutenção das Embaixadas da REPÚBLICA da Guiné-Bissau
hasteando a mesma Bandeira de sempre, da REPÚBLICA da Guiné-Bissau, nos
Estados-Membros da CPLP onde a REPÚBLICA da Guiné-Bissau continuou a ter as
suas Embaixadas, independentemente do golpe de Estado de 12 de Abril de
2012?
Porque é que se continua a usar o nome da REPÚBLICA da Guiné-Bissau em
proveito da CPLP, quando, por exemplo, a presidência moçambicana (cessante)
da CPLP tem tanto para justificar sobre a instabilidade política e social,
em Moçambique, agravadas com acções beligerantes entre o Governo da FRELIMO
e a RENAMO, com consequências imprevisíveis, facto que é do conhecimento de
todos os Estados-Membros da CPLP?
Porque será que a presidência cessante da CPLP não fala das atrocidades e
dos atropelos aos direitos humanos, por exemplo, em Angola, onde, vários
cidadãos guineenses foram assassinados, sendo que uma jornalista e
professora universitária guineense, Milocas Pereira, continua desaparecida
há quase dois anos, havendo quem afirme que foi assassinada em Angola, sem
que nenhum pronunciamento oficial tenha sido feito por quem quer que seja,
até agora?
Afinal, que Comunidade é esta, que se diz de língua portuguesa, mas que
acrescido à língua portuguesa, passou a ser de sustentação de valores
portugueses. De que valores portugueses se trata?!
Muito sinceramente, não tenho pena do meu país, a Guiné-Bissau. Tenho pena,
sim, dos que se consideram cidadãos lusófonos, mas que são incapazes de
"enxergar", como dizem os nossos irmãos brasileiros, as contradições
relativamente aos Estatutos, à Visão, Missão e Objectivos que nortearam a
criação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) em comparação
com o percurso desviante, desde há uns anos a esta parte, sustentado por
apetências de cariz económico.
Para alguns Estados-Membros (ditos interesseiros) da CPLP só a Guiné-Bissau
é problemática, instável e referenciável pelos piores aspectos, sendo que,
mesmo agora que mais uma Guiné, a Equatorial, se junta aos oito
Estados-Membros, apesar de tudo quanto se sabe sobre as autoridades da
Guiné-Equatorial, o bode-expiatório da CPLP continuará, ser a Guiné-Bissau
se as autoridades da Guiné-Bissau não fizerem questão de inverter essa
lógica negativa.
Para terminar
este texto, gostaria, que alguém, habilitado na matéria, me explicasse o que
significa "valores portugueses", como essência de uma Comunidade
explicitamente linguística, que tem na língua portuguesa (e não Portugal) a
sua essência, a sua razão de ser, composta por 5 países africanos (Angola,
Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Principe) e à beira de
serem 6, com a adesão da Guiné-Equatorial; 1 país sul-americano, o Brasil e
um país do sudeste asiático, Timor Lorosae?
É por estas e por outras, que, recentemente ocorreu um Fórum dos Países
Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) em Luanda/Angola visando a
retoma institucional de uma Organização existente antes da criação da
CPLP...
A CPLP que se cuide... Ou seja, pode sempre
haver uma Organização, sejam quais forem os moldes da sua criação, mas
sustentada por um laço comum, neste caso, a Língua Portuguesa, que, com a
colonização, deixou de ser património cultural exclusivo de Portugal. A meu
ver, o Fórum dos Presidentes dos Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa (PALOP) recentemente realizado em Luanda/Angola, sem a presença
de outros três Estados-Membros da CPLP, neste caso, o Brasil, Portugal e
Timor Lorosae, foi para uma convergência de posições de 5 países africanos e
Estados-Membros da CPLP, para que a adesão da Guiné-Equatorial na CPLP seja
uma realidade forçada por compromissos de conveniência de 4 dos 5 países
africanos, relativamente à vontade desde sempre manifestada por Angola, em
ver a Guiné-Equatorial como Estado-Membro de pleno direito da CPLP.
Angola, na pessoa do seu Presidente, continua a condicionar a existência e a
razão de ser da CPLP como forma de sustentação de um poder que humilha
terceiros e que não se submete a regras de nenhuma Comunidade, impondo, pelo
contrário, as suas regras, ciente de que a maioria dos demais representantes
de outros poderes além-mar, "comem dos restos do seu prato"...
A
HIPOCRISIA DA CPLP 25.03.2013
Um
erro imperdoável.
A Comunidade dos Países de Língua oficial Portuguesa (CPLP) assenta de
facto a sua essência na língua portuguesa, mas
não nos valores portugueses,
como erradamente referenciou o governante português.
Ou será que os demais
países lusófonos (e
não portugueses) não se regem por valores das suas
referências culturais, sociais, políticas e outras, das suas
particularidades enquanto Estados unitários e soberanos?
Uma coisa é a língua portuguesa e outra coisa são os valores
portugueses.
Assim penso. Corrijam-me se acharem que estou errado. Obrigado
Didinho
20.07.2014
A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS
INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES!
Didinho
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
Cultivamos e incentivamos o
exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão,
pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e
opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade!
Didinho