AO PARTIDO UNIDO SOCIAL DEMOCRATA - PUSD

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinhocasimiro@gmail.com

31.03.2014

Fernando Casimiro (Didinho)Obviamente, não é minha intenção desviar os partidos políticos das suas missões, tendo em conta as exigências de toda a ordem que a campanha eleitoral obriga/implica. Porém, por ter sido referenciado numa publicação do PUSD faço questão, apenas, de afirmar o que todos os guineenses sabem: O que é que suporta a máquina partidária nas campanhas eleitorais, senão o dinheiro?

Ou será o facto de se ter mais e melhores quadros, potenciais deputados, por exemplo?

Será o programa de candidatura dos partidos, ou o manifesto do candidato presidencial?

Quem nos dera que assim fosse, mas infelizmente, ainda não chegamos a esse patamar no complexo processo de aprendizagem do modelo democrático...Temos muito trabalho pela frente!

Devemos reconhecer as nossas limitações e as nossas fraquezas, sem remorsos, pois são múltiplos os factores condicionantes da nossa caminhada, comum a tantos povos deste mundo, que passaram mais ou menos o que temos estado a passar, de uma forma ou de outra, mas que conseguiram, com o compromisso pela causa nacional e o bem-estar comum, atingir os patamares da paz, da estabilidade, do desenvolvimento e da prosperidade. Também lá chegaremos, e o tempo para lá chegarmos, apenas depende de nós, guineenses!

Ao longo dos anos, ainda que cada vez se faça questão de se sensibilizar o eleitorado a votar em função da consciência de cada um, tendo em conta as melhores propostas dos candidatos e dos partidos, o que é que tem prevalecido?

O que sei que tem prevalecido é o voto de interesses, da manipulação da consciência!

Quantos partidos políticos conseguem ter capacidade financeira para fazer campanha eleitoral de norte a sul, este a oeste, como conseguem os 2 maiores partidos políticos guineenses: PAIGC e PRS oferecendo tudo e mais alguma coisa, que em valores monetários ascende a milhões de euros, num país onde os salários ficam por pagar, as condições de vida dos cidadãos são precárias no geral, mas na altura da campanha eleitoral, lá estão os milhões a fazerem a diferença...?

O PUSD que fez questão de solicitar apoio financeiro através de uma conta bancária linkada no seu blog, como pensa fazer a sua campanha eleitoral ao nível, por exemplo dos 2 maiores partidos guineenses, ao ponto de lhes subtrair potenciais votantes?

Será que a maioria do povo guineense eleitor tem acesso à Internet para ficar a saber, através do blog partidário que partido é o PUSD, quem são os seus candidatos e o que propõem ao povo guineense e para a Guiné-Bissau?

Claro está que é uma boa fonte informativa para a diáspora, mas a diáspora, nas legislativas, conta muito pouco!

Nas presidenciais a situação é idêntica e veja-se que, mesmo o candidato independente Paulo Gomes, tem, certamente, melhores suportes financeiros que a maioria dos demais candidatos independentes às presidenciais e não vou aqui dizer o porquê de achar que é esse o caso, pois não é o objectivo deste texto.

O que penso é que, se numa perspectiva da eleição presidencial, os 2 maiores partidos políticos guineenses desgastaram-se internamente nas suas escolhas presidenciais e isso pode prejudicar a votação nas suas escolhas, já a nível das legislativas, ainda que possa parecer que o ambiente é de divisão, o certo é que mesmo os insatisfeitos quer do PAIGC quer do PRS pelas escolhas presidenciais destes 2 partidos (que poderão apoiar um ou outro candidato presidencial independente) não deixarão de apoiar os seus partidos nas legislativas, a não ser que...um ou outro pequeno partido consiga mobilizá-los a canalizar os seus votos e apoios para os seus propósitos, mas aí, certamente, a questão que se coloca é: a troco de quê...?!

Fico por aqui, porém, faço questão de reforçar a questão que abordei ontem sobre o debate entre o presidencialismo e o semipresidencialismo: A meu ver não se trata de optarmos por um modelo presidencialista em substituição do semipresidencialismo, que algo irá mudar a bem do país. A questão que se tem levantado deve, antes de mais, focar sobre o compromisso dos sucessivos actores do poder perante as suas responsabilidades a nível do dirigismo do Estado, na estrita observância do respeito e cumprimento da Constituição da República, bem assim, da interdependência entre os órgãos de soberania, consubstanciada pela separação de poderes tal como estabelecido na Constituição da República. Para mim, não é o modelo semipresidencialista que tem contribuído para os sucessivos falhanços da Guiné-Bissau, mas, sim, a traição dos sucessivos governantes relativamente aos seus juramentos aquando das suas tomadas de posse! Didinho 30.03.2014

Os eleitos ou os nomeados para o dirigismo nacional, seja num modelo presidencialista, seja num modelo semipresidencialista, devem comprometer-se a servir o país e o povo que representam e não, servirem-se do país e do povo que representam! Didinho 31.03.2014

A todos os partidos políticos concorrentes às legislativas e a todos os candidatos presidenciais, faço questão de desejar sucessos tendo em conta os objectivos traçados. Gostaria igualmente de pedir a todos partidos/candidatos, que, findo o processo eleitoral e perante os resultados obtidos, haja reconhecimento dos mesmos ou, que as reivindicações, por direito, sejam feitas através da Instância competente, de forma pacífica e responsável.

Tal como têm prometido tudo fazer pela Guiné-Bissau e pelos guineenses, espero que, uns e outros não se desvinculem do NOSSO PARTIDO, a GUINÉ-BISSAU, em função dos resultados eleitorais...

Ao PUSD, à sua Presidente Dra. Carmelita Pires e à sua Directoria de campanha os meus agradecimentos pela salutar e pertinente abordagem.

Viva a Guiné-Bissau!


Nô djunta mon

 

Fernando Casimiro, no seu site didinho.org, lançou um repto à reflexão, retomando algumas propostas da candidatura do PUSD às legislativas. Agrada-nos termos contribuído para o debate: tal como a candidata Carmelita Pires já afirmou, por mais que uma vez, nesta campanha eleitoral, no curso de algumas entrevistas, estamos abertos a discutir as modalidades dessa alteração de regime, ou até, surgindo novos contributos construtivos, a mudar de opinião; repensando, nesse caso, como se poderia fazer evoluir o semi-presidencialismo na nossa Lei, de forma a corrigir os erros históricos que nos têm afligido.

Já não podemos, por outro lado, concordar com Didinho, quando limita as expectativas do Partido à eleição de um ou dois deputados(as), sugerindo que o Partido não está preparado. Agradecemos vivamente ao Fernando Casimiro ter levantado esta questão relevante, pois servir-nos-à de pretexto para esclarecer os eleitores. É verdade que o PUSD não tem quadros e isso pode parecer, à primeira vista, uma desvantagem. Por isso o Partido, tomando consciência dessa falta de preparação coletiva, decidiu que os símbolos a utilizar nesta campanha seriam o logotipo do Partido e a cara da sua Presidente, Carmelita Pires, a qual tem capacidade e consistência para ser PM e para mobilizar os recursos humanos que forem necessários na base da competência. Desafiamos o Didinho a encarar, como nós, esse facto como uma oportunidade, e não uma ameaça: a nossa candidata terá as mãos livres nessa escolha, para selecionar o mérito e poder depois exigir responsabilidade e rigor, sem ficar presa, como tem sido o caso até aqui, a lealdades e favores partidários. Pelo contrário, ainda ontem foi publicado, aqui neste blog, que «o nosso governo vai ser uma surpresa, com as pessoas mais competentes» independentemente da sua origem partidária ou geográfica! Mais que um partido de quadros, somos um partido de boas vontades. Isso mesmo reconheceu o povo guineense, quando nos confiou 17 deputados, nas eleições de 2004. Atualmente, a situação de desnorte, de divisões internas e de descrédito daqueles que eram conhecidos como os dois maiores partidos guineenses é ainda mais grave e desesperada, do que era por essa altura, e todos desejam uma alternativa. É isso mesmo que a candidatura de Carmelita Pires almeja e está em melhores condições de oferecer ao País.

Foi hoje decidido, na reunião do Partido que teve lugar na sede de Bissau, que caso Carmelita Pires seja nomeada Primeira-Ministra, endereçará de imediato um convite ao Presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, para Ministro dos Negócios Estrangeiros do seu novo Governo, colocando ao serviço da Guiné a sua vasta experiência diplomática. Vamos deixar de mentalidade de cacre. Todos serão chamados a contribuir, à medida da sua capacidade, competência e consistência. E uma das pessoas com maior valia, em termos de reflexão da Guiné-Bissau, é decerto o Didinho. Esta é a hora da verdadeira reconciliação entre irmã(o)s. Nô djunta mon pa kumpu nô terra! Isso mesmo já percebeu o povo: com camisolas de todas as cores, dão vivas à comitiva do PUSD e à sua Presidente, cujas motivações ninguém duvida sejam intensa e inteiramente patrióticas e, de forma alguma, movidas apenas por interesses pessoais.



A Direção de Campanha

 

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