ARMANDO RAFAEL, O ADEUS DE UM AMIGO DA GUINÉ-BISSAU

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

10.11.2007

Hoje, acordei cedo como de costume, mas estava meio triste.

Fui revirando a mente para ver se encontrava algum registo da memória dos sonhos durante o sono, mas também não encontrei nada que me fizesse compreender a razão do meu estado emocional negativo, logo cedo pela manhã.

Depois da rotina habitual, liguei o computador, mas também não tive motivação para escrever, estava num daqueles dias em que as forças nos faltam para tudo, sendo que a principal fonte das forças, a mente, nem sequer dava sinais de se restabelecer de um momento para o outro.

Optei por não insistir em trabalhar e resolvi ler os jornais online. Foi então que dei com a notícia do falecimento do meu amigo Armando Rafael, até há bem pouco tempo jornalista do jornal Diário de Notícias.

Estava encontrada a razão do meu triste despertar!

Tomei contacto com o Armando Rafael em Abril deste ano através duma mensagem que me enviou solicitando o meu contacto telefónico.

Desde então, passamos a falar sobre a Guiné, quer por telefone, quer por e-mail.

Numa das nossas conversas que viria a possibilitar um trabalho jornalístico publicado pelo Diário de Notícias (um dos mais conceituados jornais portugueses), a 4 de Julho deste ano, o Armando disse-me: "Didinho, não podemos deixar afundar a Guiné-Bissau!".

O Armando Rafael era um amigo da Guiné-Bissau e dos guineenses, mas também, de toda a África e dos africanos!

Hoje sinto-me triste por ver partir um amigo, um mensageiro que cumpriu a sua missão de informar e formar consciências!

Hoje sinto-me triste meu caro Armando Rafael, porquanto os nossos desencontros profissionais terem adiado vezes sem conta e agora, definitivamente, pelo menos neste mundo, a marcação de um dia para tomarmos café!

 Como se costuma dizer, os Bons vão para a Glória e ficam junto de Deus, por isso, peço-te meu caro Armando, que onde quer que estejas, NÃO DEIXES AFUNDAR A GUINÉ-BISSAU, porque eu, igualmente, continuarei a fazer o mesmo!

Até sempre amigo e como todos teremos o mesmo fim, quando chegar a minha vez, procurar-te-ei onde quer que estejas, para tomarmos café, coisa que neste mundo não conseguimos arranjar tempo para fazer...

Até sempre Armando!

4 PERGUNTAS A FERNANDO CASIMIRO 04.07.2007