as desculpas dos culpados

 

 

Gustavo Gomes

gustavo.gomes69@gmail.com

22.08.2010

 Gustavo GomesA falta do Estado de Direito tem criado na Guiné Bissau, a cíclica continuação de crises, mesmos erros, mesmos golpes de Estado, mesmas “inventonas”, assassínios, mesmas inverdades, mesma dependência de ajuda externa, (que soberania é essa?).

Saímos de uma ditadura colonial fascista  para nos mantermos numa ditadura neocolonial “farsista”.

Aos problemas iniciais como País, culpa-se e, arbitrariamente fuzilam-se nossos compatriotas integrantes das FLING e ex-comandos.

Depois culpou-se os caboverdianos e descontentes do Partido. Foram-se os cabo-verdianos e assassinaram e “renegaram” os dissidentes.

Culpou-se o golpista  Nino e após um conflito militar,  Nino foi para o exílio.

Deu-se o golpe contra o então culpado (eleito) Kumba e quem o depôs, por golpe de Estado, reformou todos os quartéis e mesmo assim foi friamente assassinado.

Culpou-se a falta de Nino e ele retorna e é eleito Presidente da República.

Nino é então barbaramente assassinado, a somar-se a outros assassinatos também impunes.

Malam Bacai é eleito Presidente da República. Nomeia Amine Saad Procurador Geral da República, Indjai faz um golpe militar e é nomeado CEMGFA, Carlos Gomes Jr. “Cadogo “ mantém-se como Primeiro Ministro. Nesta atual aliança de conveniência e conivência com o tráfico, assistimos seus integrantes a acusarem-se mutuamente das maiores barbaridades e crimes de arrepiar. Mas, detêm com unhas e dentes o Poder absoluto e discricionário.

Infeliz cenário, pois prenuncia uma nova instabilidade que está por vir.

Como se vê não precisamos continuar a procurar “culpados” seja na diáspora, na Comunidade Internacional, em Portugal, no Brasil, em Angola, na Comunidade Internacional ou o que for.

Os exemplos acima, mostram que elimina-se o “culpado” e nada muda. Unicamente porque o que nos falta é implementar um verdadeiro Estado de Direito. Instituições republicanas e democráticas , que, se existissem poderiam ter evitado muitas das arbitrariedades a que nos acostumamos a assistir.

Desejamos e merecemos um Estado de Direito. Um Governo verdadeiramente eleito pelas aceitáveis práticas da democracia (sem fraudes, sem financiamento de traficantes) e que fosse obrigado a apresentar projectos e a prestar contas de seus actos.  Necessitamos de uma Assembleia Popular, não constituída de inertes apaniguados (eleitos graças às fraudes), mas que fossem activos cobradores e defensores dos direitos e deveres da cidadania e propositores de Leis e normas que harmonizassem o convívio da nossa sociedade. E, quão bom seria se tivéssemos um Poder Judiciário, independente, imparcial, implacável e justo. Enfim verdadeiros órgãos de soberania e não a farsa de incrustados no Poder da Guiné-Bissau.

Sim,  por isso necessitamos da intervenção de uma Força Multinacional de Estabilização, para criarmos um Estado que defenda a cidadania e combata a droga, a corrupção, a arbitrariedade, pois é o único caminho para reunirmos todos os guineenses (quer estejam na Guiné, na diáspora, quer sejam de direita ou de esquerda), mas que possam debater  livremente   caminhos  rumo ao desenvolvimento económico e social.

Vamos continuar a trabalhar.


PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Associação Guiné-Bissau CONTRIBUTO

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