O que me está revoltando, a par das tuas esclarecidas e oportunas analises, é a atitude paternalista nomeadamente daqueles, cujos Países  ainda ontem, pelas suas negativas decisões, prejudicaram o nosso Povo, mas querem reaparecer neste momento sob forma de Messias do tipo Papai Noël!

Os que agora, legitimamente, o Povo deu mandato para governar com lucidez, está se em crer que terão em conta, antes de tudo, a Soberania da Guiné, o seu Respeito e a defesa da sua Dignidade !

Certo, - está na moda este vocabulário - está-se num mundo dito globalizado, num mundo interdependente e ninguém se pode efectivamente passar de ninguém. Mesmo assim, com Amilcar CABRAL desde logo, juramos fidelidade ao Povo e por nada, iríamos prostituir seus interesses contra palmadinhas nas costas e  oferta de rebuçados !

Tenho estado a ler inúmeras declarações de "boa vontade" que:... ' vamos agir assim (ou assado) para ajudar a Guiné-Bissau !!

Nomeadamente, repetidas declarações de vozes autorizadas portuguesas, trouxeram à luz do dia a questão da retoma dos voos da Companhia Aérea Portuguesa TAP com Bissau. Como se fossem eles sós a decidirem. Nos seus propósitos, deixam a impressão que irá ser consoante as suas exigências; como que dizer à prendre ou à laisser (pegar ou largar) ?!

Não! Entre dois Estados Soberanos, no domínio de intercâmbio aéreo, - como em todos os outros - um acordo bilateral sanciona o modo operandi tendo por base as regras estabelecidas pela Organização Internacional da Aviação Civil (OACI). A partir daí cada um saberá tirar proveito e salvaguardar seus interesses. Cada um deverá se sentir justamente compensado no seu trabalho comercial. Não basta dizer: A frota é nossa e as nossas condições são estas. A pendre ou à laisser !

Desejo ardentemente que entre os dois Paises - a Guiné-Bissau e Portugal, se instaure e se perpetue em todos os domínios, uma relação de amizade sincera e de respeito mútuo!