COMENTANDO
Fernando Casimiro (Didinho)
17.11.2009
1- Discurso do Presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva na Reunião sobre Segurança Alimentar em Roma
"Perante a ameaça de um colapso financeiro internacional, causado pela especulação irresponsável e pela omissão dos Estados na regulação e na fiscalização do sistema, os líderes mundiais não duvidaram em gastar centenas e centenas de trilhões de dólares para salvar a queda dos bancos",
"Com menos da metade desses recursos, seria possível erradicar a fome do mundo. A luta contra a fome segue, no entanto, praticamente à margem da ação dos governos. É por assim dizer invisível", disse Lula.
Concordo plenamente com a visão crítica, de cariz construtivo, do discurso do Presidente Lula da Silva, no entanto, creio que a coragem demonstrada em criticar os líderes das maiores economias mundiais deveria igualmente servir para responsabilizar os países eternamente apelidados de pobres, mas que de pobreza só têm realmente a miséria das suas populações.
Sim, é verdade que o dinheiro usado pelos países ditos ricos para salvar a falência dos bancos dava para erradicar a fome no mundo, mas a fome no mundo não começou, nem acabará com esta crise financeira mundial.
Por outro lado, quantos países apelidados de pobres, são dos mais ricos em recursos naturais, sendo que negoceiam e muito bem as suas riquezas, geram milhões e milhões em dinheiro, que depois, serve apenas os poucos que se instalaram de armas e bagagens no poder?!
Os dinheiros provenientes das riquezas naturais dos ditos países pobres, não davam igualmente para erradicar a fome nos ditos países?!
Em Angola por exemplo e tantos outros países de África, Ásia e América Latina com muita riqueza natural aceita-se a fome das populações?
Com tanta receita da venda de petróleo, ouro, diamantes; com terras férteis, mares com peixe de toda a espécie, caça abundante etc., deve-se continuar a estender a mão aos ditos países ricos?
O Presidente Lula da Silva sabe certamente que esta é a outra meia verdade que faltou dizer no seu discurso!
ROMA - O presidente
do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva,
afirmou nesta segunda-feira, durante a
reunião sobre segurança alimentar de
Roma, que a fome parece ser
invisível para muitos governos, que, com
menos da metade do que usaram contra a
crise financeira, poderiam solucionar
esse problema.
"Perante a ameaça de um colapso financeiro internacional, causado pela especulação irresponsável e pela omissão dos Estados na regulação e na fiscalização do sistema, os líderes mundiais não duvidaram em gastar centenas e centenas de trilhões de dólares para salvar a queda dos bancos", disse Lula. "Com menos da metade desses recursos, seria possível erradicar a fome do mundo. A luta contra a fome segue, no entanto, praticamente à margem da ação dos governos. É por assim dizer invisível", completou. Nesse sentido, o presidente pediu "vontade e determinação política" durante um discurso na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), que recebe a cúpula até a próxima quarta-feira. "Muitos parecem ter perdido a capacidade de se indignar com um sofrimento tão distante de sua realidade e experiência de vida. Mas os que ignoram ou negam esse direito, acabam perdendo sua própria humanidade", destacou. Lula falou da recente redução dos níveis de pobreza no Brasil através de uma "forte rede de proteção social articulada com políticas de estímulo para a agricultura familiar" e pediu medidas que funcionem em situações de emergência. "O mais importante, no entanto, são as soluções a longo prazo, ou seja, as capazes de prevenir as catástrofes", afirmou o presidente. "É fundamental que os países desenvolvidos cumpram os compromissos assumidos e aumentem os níveis de ajuda ao desenvolvimento. O sistema multilateral de comércio tem que se libertar dos vergonhosos subsídios agrícolas dos países ricos", completou. Lula, que disse acreditar que não existe uma verdadeira carência mundial de alimentos, definiu a fome como "a mais terrível arma de destruição em massa do planeta" e pediu que se vença esse problema para abrir caminho a um mundo "justo, livre e democrático". |
2- Guiné-Bissau: Jornalismo africano tem papel negativo na construção da democracia
Não é ao jornalismo africano que se deve imputar o fracasso da construção da democracia em África!
Acusar o jornalismo africano de ter um papel negativo na construção da democracia em África, sem criticar ou referir a acção das ditaduras que impedem a liberdade de expressão das populações em geral e dos jornalistas em particular, é sinónimo de cobardia!
Apresentar o exemplo de uma rádio do Rwanda, quando a Guiné-Bissau tem exemplos muito positivos de participação da Comunicação Social e outros, na sensibilização e consciencialização democrática das populações e actores do poder, é sinónimo de desconhecimento da realidade guineense!
Saibamos pedir a palavra para dizer: Não, o que a senhora nos está a dizer não corresponde à verdade!
A representante adjunta do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) na Guiné-Bissau, afirmou que
a imprensa em África tem um
papel negativo na construção da democracia. Lalau Rarisoa,
falou na cerimónia de abertura de uma acção de formação sobre a
responsabilidade da imprensa e das técnicas de investigação e de
reportagem em ambientes sensíveis, destinada aos jornalistas e
comunicadores de diferentes rádios comunitários do país. Rarisoa adiantou esta segunda-feira em Bissau, que esta postura ocorre frequentemente devido à falta de espírito de profissionalismo e de honestidade e que pode ter más consequências no processo da construção do estado do direito, da democracia ou ainda no processo de desenvolvimento do continente negro. De acordo com a representante do PNUD na Guiné-Bissau, a irresponsabilidade na ética e a má técnica jornalística podem ser destrutivas para uma sociedade. Neste sentido, a funcionária do PNUD citou como exemplo, a «Rádio Mille Collines» do Rwanda. «Infelizmente, os exemplos mais conhecidos são de situações em que o papel dos media era mais negativo, para não dizer destruidor ou devastador, como foi em Ruanda», sublinhou. As fraquezas morais, ganâncias e a ligeireza de cidadãos inconscientes das suas responsabilidades e a força dos instrumentos que utilizam como instrumentos de trabalho são igualmente, entre outros aspectos invocados por Lalau Rarisoa, falhas e erros com consequências desastrosas. No caso particular da Guiné-Bissau, a Representante Adjunta do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento disse que exercer a profissão de jornalista na Guiné-Bissau é mais que um desafio ou um sacerdócio. «Como jornalistas, aceitarão que a falta de meios, insuficiência de formação ou qualquer outros argumentos desta natureza não vos poderá ilibar do contrato que vos ligou com as vossas comunidades, que necessita da paz, da concórdia e de auto-realização», frisou a funcionaria do PNUD. As acções de formação para jornalistas incluem-se num projecto com a duração de 3 anos, financiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento num montante de 1.300.000 milhões de dólares. Sumba Nansil (c) PNN Portuguese News Network |
2-
Ainda a propósito da provocação do Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr."Vamos ser capazes de trazer as melhores empresas para esta região". "A cooperação portuguesa tem demonstrado que, através das suas empresas, continuará a apostar na Guiné-Bissau e com isso querem demonstrar ao mundo que as pessoas interessadas em denegrir a imagem do país continuarão frustradas", sublinhou Carlos Gomes Jr.. Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau no acto da inauguração (13.11.2009) de um posto de combustível da GALP no norte da Guiné-Bissau.
Se hoje Amilcar Cabral e tantos outros que deram suas vidas na luta contra o colonialismo português, para a liberdade e o bem-estar do nosso povo estivessem vivos, seriam também considerados pessoas interessadas em denegrir a imagem do país e, quiçá, uns frustrados...pois não se calariam perante o "colonialismo" da governação deste PAIGC de Carlos Gomes Jr.
É que o Amilcar e outros nunca deixaram de denunciar o colonialismo português, mas atenção que, na época, nenhum colonialista dizia que o Amilcar e outros estavam a denegrir a imagem de Portugal, ou da Província da Guiné...
Desde quando denunciar o que está mal e elogiar/divulgar o que está bem, é denegrir a imagem de um país, do nosso país?!
E dizem-se seguidores de Cabral!
E designam este PAIGC de partido de Cabral!
Que vergonha!
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