CONSELHO SUPERIOR MILITAR
Fernando Casimiro (Didinho)
22.02.2010
A pouco e pouco confirma-se que o país não está assente em bases constitucionais, desde as matanças de 1 e 2 de Março, pese embora a realização de eleições presidenciais que deram a vitória a Malam Bacai Sanhá.
A Guiné-Bissau, se ainda houvesse dúvidas, é dirigida por um CONSELHO SUPERIOR MILITAR, que agora resolveu dar-se a conhecer, talvez, motivado pelo recente golpe de Estado no Níger e por saber que as condenações, as ameaças de organismos internacionais, redundam quase sempre em posteriores negociações com quem detém o poder, independentemente de como conseguiu chegar ao poder.
Se não estamos perante um país refém do poder militar, como se justifica a existência de uma entidade intitulada CONSELHO SUPERIOR MILITAR, quando este tipo de designação é típico de movimentos golpistas?
Qual é o estatuto deste Conselho Superior Militar, quem o aprovou, com que objectivos e quando?
Que competência têm as Forças Armadas para avaliar factores que põem em causa a instabilidade política e social do país?
É da competência das Forças Armadas ajuizar, tomar partido, ao ponto de saber quem está a criar instabilidade política e social no país?
Não existe na Guiné-Bissau o Ministério do Interior e as Forças de Segurança a quem compete a manutenção da ordem pública e a segurança do Estado?
Estamos a ver que o desespero começa a apoderar-se dos mandantes de actos criminosos ocorridos em 2009 na Guiné-Bissau, que, vendo-se cada vez mais apertados com denúncias e informações sobre o estado dos processos a decorrer, estão a preparar novas acções de caça às bruxas, para eliminar pessoas incómodas, como se tornou hábito na Guiné-Bissau.
Os militares não podem decidir criar novas designações nas Forças Armadas sem que isso seja discutido e aprovado pelo poder político, a quem os militares devem submissão!
Os militares não devem imiscuir-se na questão da ordem pública, alegando instabilidade política e institucional e, muito menos, nas disputas internas dos partidos políticos. As Forças Armadas da Guiné-Bissau estão definidas como sendo republicanas e não privadas.
Solicita-se um pronunciamento do senhor Presidente da República e Comandante em Chefe das Forças Armadas, Malam Bacai Sanhá, sobre esta atitude anti-democrática e anti-constitucional das Forças Armadas!
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
Guiné-Bissau: Forças Armadas atentas às ameaças da estabilidade política do país
Bissau – Um
comunicado do Conselho Superior Militar, advertiu para o faço de as
Forças Armadas guineenses estarem atentas a factores que ponham em
risco a estabilidade do país. |
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Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Fernando Casimiro (Didinho) |
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Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO