Continuamos maravilhados, para não dizer babados, com a beleza e as potencialidades naturais da nossa terra, porém, incapazes de criar mecanismos de mudança capazes de transformar essas mais valias em benefícios tendentes à afirmação da Guiné-Bissau no concerto das nações e ao bem-estar pessoal e social dos guineenses!

Continuamos a recusar, teimosamente, o reconhecimento e consequente valorização do contributo da massa crítica intelectual no apuramento, avaliação, debate e apresentação de propostas visando obter respostas/saídas para os inúmeros problemas cíclicos do país.

Continuamos a fazer propaganda política anunciando abertura ao regresso de quadros, quando, os quadros regressados são na verdade indesejados no país. Não conseguem emprego, porque não há nenhuma política sustentada de apoio e enquadramento dos mesmos (acabando a maioria deles por optar por uma nova aventura fora de portas), mas também, por culpa do receio de alguém, de que, por cada quadro regressado, um concorrente regressado...

Continuamos a marginalizar/excluir socialmente os chamados "incómodos" ou inimigos da Pátria, empurrando-os para um "exílio" forçado, para depois, reclamarmos a fuga de cérebros...

Continuamos, teimosa e perigosamente a escolher e a identificar quem é ou não puro guineense...

Continuamos a alimentar-nos da ilusão de dias melhores à custa de um alegado milagre, o do "São Nunca", pois é por demais evidente que o guineense julga-se o centro de tudo e por isso, não se preocupa com o que o rodeia, quando deveria considerar-se parte de tudo e preocupar-se com tudo o que está à sua volta!

Continuamos incapazes de valorizar a terra fértil; a água abundante; o mar riquíssimo, entre muitas dádivas recebidas (temos o essencial para a sobrevivência humana), que, bem aproveitadas e geridas a bem do interesse nacional constituiriam o garante do bem-estar dos guineenses, traduzindo esse bem-estar em Paz, Estabilidade e Desenvolvimento!

Continuamos a preferir a mentira à verdade; a estar de bem com o mal sacrificando o bem, mas querendo parecer pessoas de bem.

Continuamos a preferir a riqueza material à riqueza espiritual e o resultado, esse, está à vista de todos.

É preciso mudar, apostando na (re) educação da vertente espiritual dos guineenses!

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Didinho