O CULTO DA TEIMOSIA

 

Fernando Casimiro (Didinho)

didinhocasimiro@gmail.com

13.10.2013

Fernando Casimiro (Didinho)Circunstancialmente, independentemente das consequências; de todas as consequências previsíveis, ou seja, que estão ao nosso alcance ou imprevisíveis  (para lá dos "ecrãs" que são os olhos e a mente de cada um) devemos também, até por uma questão de respeito pela diferença, dar "oportunidade" ao culto da teimosia (ainda que, as marcas do tempo, numa abrangência universal, sejam vistosas e inequívocas enquanto registos das memórias da nossa  experiência tipo Homem e o seu Mundo, na vertente aprendizagem, vivência e convivência neste nosso Planeta Terra, na caracterização do bem e do mal; do positivo e do negativo; do acto de construir e do acto de destruir; da união e da desunião, por exemplo, nós, que somos humanos e racionais) de uma teimosia direccionada para a destruição; de uma teimosia sustentada por interesses, que não do colectivo, mas sim, pessoais ou de grupos, apesar de tantas lições, internas ou fora de portas, numa abrangência continental ou mundial, por exemplo, sobre o poder da manipulação, suas causas e efeitos nas sociedades.

Claro está, que com a vida das pessoas não se deve brincar; não se deve fazer das pessoas, cobaias e, por isso digo dar "oportunidade" se é que, perante tudo de negativo que tem acontecido à Guiné-Bissau e aos guineenses, ao longo de 40 anos de independência, as consequências e as ilações não tenham sido suficientes para uma aprendizagem capaz de nos sensibilizar a abandonar a cultura da teimosia virada para a destruição; da promoção da confrontação, da violência, da guerra entre irmãos; em suma, da destruição, morte, ódio, vingança, insegurança, mais pobreza, mais doença, mais atraso, mais dependência, mais divisão entre guineenses e mais afundanço para a Guiné-Bissau?!

O que queremos afinal?

A paz, fazendo a Guerra?

Quem seriam os primeiros a chegar à frente, na linha de confrontação?

Quem seriam as primeiras vítimas?

O Didinho, e todos aqueles que escrevem o que lhes apetece, nos espaços virtuais?

Deixemo-nos de brincadeiras, ainda que, cada um possa dizer que já sofreu na pele isto ou aquilo. Também eu, sofri na pele muita coisa, depois do Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980!

Sinto pena e lamento imenso, que a minha/nossa Guiné-Bissau esteja como está, sobretudo (mas não só) desde o golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980 contrariamente ao marco de 12 de Abril de 2012 que alguns querem baptizar como sendo a data histórica da era da desgraça, de todas as desgraças da Guiné-Bissau e para os guineenses.

A este propósito, porque reclamam alguns, a realização de eleições presidenciais e legislativas (na data prevista) que estão agendadas para 24 de Novembro próximo e outros exigem o adiamento dessas mesmas eleições; sendo que, há um posicionamento de responsabilização quer para uma quer para outra situação acima referidas, ao Governo de Transição, Governo este que, para uns e outros, não tem legitimidade para se afirmar como autoridade executiva da Guiné-Bissau?

Se não há um reconhecimento das actuais autoridades do poder na Guiné-Bissau, como é que se pode falar em reposição da normalidade constitucional?

Como pode haver eleições, quando não se reconhece quem, independentemente das circunstâncias, é, de facto, autoridade de um país?

Quais são as propostas de todos quantos se opõem ao processo de transição em curso, para que haja retoma da normalidade constitucional?

Como pensam todos aqueles que insultam a Instituição Forças Armadas da Guiné-Bissau resolver o que consideram o maior problema da Guiné-Bissau, os militares?

A este propósito, devo enaltecer a posição do pré-candidato às próximas presidenciais, o Dr. Paulo Gomes, relativamente às Forças Armadas da Guiné-Bissau. PAULO GOMES FALA DE ESTABILIDADE COM A REFORMA NAS FORÇAS ARMADAS

Sinto pena e lamento que, cada vez mais, se acentue a divisão entre guineenses e que as causas desta divisão, nada tenham a ver com o interesse colectivo, tal é a falta de compromisso para com o país; nem com o pensar diferente promovendo a congregação de ideias, opiniões, conhecimento sustentado, etc., visando mecanismos de mudança; de uma verdadeira mudança, a todos os níveis, que, independentemente da ruptura constitucional provocada pelo golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, deve/deveria ser aproveitada.

Sobre esta matéria, pergunto aos pré-candidatos às eleições presidenciais, que já se posicionaram oficialmente como tal, bem assim aos seus apoiantes, se o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 foi, é, ou não, uma oportunidade de mudança para eles, numa perspectiva de também poderem ajudar a Guiné-Bissau e os seus irmãos guineenses a virar a página da mudança?

Será que, sem o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, os pré-candidatos que já se perfilam, manifestariam interesse e compromisso, para fazerem parte da mudança da Guiné-Bissau e do dia-a-dia dos guineenses?

Não se sentiram livres para isso enquanto Carlos Gomes Júnior foi Primeiro-ministro e candidato às presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012?

Afinal, houve ou não algo que os impediu/impedia de dar a cara pela mudança e que o 12 de Abril lhes permitiu?

Afinal, pode-se ver ou não, um certo positivismo suportado por uma clara reivindicação dos direitos políticos dos cidadãos guineenses, sobretudo no tocante à candidatura para as eleições presidenciais, independentemente de virem a ter ou não, apoios partidários?

E porque é que todos estes potenciais candidatos acreditam que podem vir a ser eleitos, sem porem em causa as suas participações, por um suposto condicionalismo dos resultados pelos militares, como era recorrente?

Há ou não uma certa convicção de que devemos mesmo apostar e acreditar na mudança?

Pergunto ainda aos pré-candidatos às próximas eleições presidenciais, se de facto, Carlos Gomes Júnior é a melhor alternativa para a Guiné-Bissau, pois se acharem que sim, uma outra questão se coloca: Porque é que, ao invés de se candidatarem, não apoiam uma nova candidatura de Carlos Gomes Júnior, agora despido/destituído das funções de Primeiro-ministro, contrariamente ao que aconteceu aquando das eleições antecipadas de 18 de Março de 2012?

Já questionei num artigo recente qual é a posição dos que pretendem vir a ocupar o cargo de Presidente da República da Guiné-Bissau sobre o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. Hoje pergunto qual é a posição dos referidos pré-candidatos, sobre a candidatura do então Primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, que não chegou a ser exonerado do cargo, mas que viu a sua candidatura presidencial ser validada pelo Supremo Tribunal de Justiça, quando ao abrigo da Constituição da República, não se pode ser Primeiro-ministro em exercício e candidato a Presidente da República em simultâneo; bem como, o Primeiro-ministro não pode em circunstância alguma nomear alguém para o substituir no cargo, alegadamente, e especificamente, para poder ser candidato às presidenciais...

As questões acima expostas também servem para uns tantos "defensores" do respeito pelas normas constitucionais, da democracia e do Estado de Direito... Defensores segundo as suas conveniências...

Sinto pena e lamento que, uns tantos se deixem embalar por encenações virtuais de quem ganha dinheiro com a Guiné-Bissau, com desinformações e intrigas no intuito de cada vez mais prejudicar o país e o povo que diz pertencer...

Quando a publicidade serve de ganha-pão a bloguistas, que não pagam contribuições/impostos a nenhum Estado, e essa publicidade é patrocinada tendo em conta interesses relativos e lesivos à Guiné-Bissau, está tudo dito sobre jornalismo, jornais e "jornalistas"...

Sinto pena e lamento que se continue a promover intrigas, a fomentar desobediências, a sugerir práticas terroristas aos guineenses, com o fito de criar um ambiente de insegurança, de agitação social, que vá gerar confrontações e violência generalizada. Para quê?

Para haver mortes, destruição, sofrimento, ódio, vinganças e um novo adiamento de uma mudança que, jamais deve ser sustentada pela violência?!

Sinto pena e lamento que se esteja a utilizar todos os meios para se atingir o principal objectivo de uma estratégia que visa fazer com que a Guiné-Bissau se torne numa Terra de ninguém, como venho referindo ultimamente, mas cuidado, pois uns estão no exterior, bem acomodados e estão a manipular outros, em Bissau, à mercê de retaliações, para lhes fazerem a vontade... Ao longo de dez anos do Projecto CONTRIBUTO, NUNCA incentivamos a violência, NUNCA manipulamos ninguém para satisfazer a vontade de uns tantos. A Guiné-Bissau e os guineenses estão acima dos interesses mesquinhos de um punhado de malfeitores!

Tentaram por todos os meios que houvesse uma intervenção militar na Guiné-Bissau depois de 12 de Abril de 2012. Não conseguiram, mas vão tentando.

Tentaram por todos os meios uma agitação social, através dos sindicatos, manipulando os trabalhadores para não irem trabalhar. Não conseguiram, mas vão tentando.

Acusaram de forma leviana o Governo de Transição de pagar ordenados aos funcionários do Estado com dinheiro proveniente do narcotráfico. Mas ninguém se recusou a receber tal ordenado, nem mesmo os que lançaram essa acusação, que ficou por aí...

Tentaram e continuam a tentar conflitos étnicos, visando agitação que pode dar em guerra civil...

Têm tentado intrigas no seio das Forças Armadas... para que da unidade das Forças Armadas passe a haver grupos armados na Guiné-Bissau. Isso serve os interesses do país e dos próprios guineenses?

Por estes dias, a mira foi apontada aos cidadãos nigerianos residentes na Guiné-Bissau, porquê, propriamente?

Vejamos um trabalho jornalístico responsável escrito pelo jornalista Umaro Djau sobre o assunto: Guiné-Bissau: Alegações de Raptos, a Conspiração, e o Medo

Simplesmente, a meu ver, para que todo o apoio que a Nigéria tem dado ao processo de transição, quer a nível bilateral nas relações com a Guiné-Bissau; quer a nível da CEDEAO, seja posto em causa...

Mas porque é que por estes dias, houve momentos de tensão em Bissau?

Obviamente que, perante a visita do Chefe do Governo de Timor-Leste, não havia melhor forma de tentar mostrar que Bissau, particularmente, vive momentos de instabilidade e extrema violência, o que contraria precisamente a acalmia até então existente e repetidas vezes anunciada pelo também timorense e Representante do Secretário-Geral da ONU na Guiné-Bissau, o Dr. Ramos-Horta.

Ficou claro que houve uma estratégia visando comprometer a visita de Xanana Gusmão à Guiné-Bissau, ele que é Primeiro-ministro de Timor-Lorosae, país que é membro da CPLP entidade que continua a excluir a Guiné-Bissau, também Estado-membro, de todos os seus fóruns políticos e outros, desde o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012. Independentemente do carácter da visita de Xanana Gusmão à Guiné-Bissau, convenhamos que, foi um rude golpe nos interesses mesquinhos da CPLP!

Volto a perguntar: queremos a paz, fazendo a guerra?

Queremos ser nós próprios, cada um à sua maneira, a julgar o outro, até matando, se assim entendermos; cada um a fazer a Justiça à sua maneira...?

Onde iríamos parar?

Quem se salvaria para contar o que se passou...?

Sinto pena e lamento que não se esteja a ver os riscos de um incitamento desnecessário, à desobediência civil, para mais, numa perspectiva de confrontação com forças da ordem, de um país soberano, ou seja, que tem autoridade para recorrer à força se for o caso, isto porque, a liberdade de uns tantos, jamais pode afectar a liberdade dos outros, para não dizer, da maioria!

Sinto pena e lamento que volvidos quarenta anos de independência, a evolução cívica dos guineenses se resuma em defesa dos interesses pessoais ou de grupos e não em defesa dos interesses do país, quiçá, do colectivo!

Vamos continuar a trabalhar!


A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho


VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Didinho

O MEU PARTIDO É A GUINÉ-BISSAU!

 

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VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

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