DAS MENTIRAS AO FUNDAMENTO DA MENTIRA
Gustavo Gomes gustavo.gomes69@gmail.com 30.08.2010 Comungo com os que congratulam e reconhecem este Contributo como sendo um caldeirão polivalente e pluri aberto aos guineenses. Tornou-se um intransigente defensor do mútuo e democrático direito de expressão, para debate de idéias e propostas sobre nossa Pátria e nosso povo, com Liberdade, responsabilidade, civilidade, moderação e espera-se que, também com imparcialidade e sem subterfúgios, ainda que, com algumas infelizes “polêmicas de bolso ”. A “verdade “ de hoje pode ser a “mentira” de amanhã? A “mentira” tem pernas curtas? A “mentira” repetida milhares de vezes, pode começar a ser “acreditada” como “verdade”? “Subrepticiamente” podemos transformar “mentiras” em “verdades”?, Quiçá absolutas? Deixo estes eternos questionamentos da humanidade para os mais habilitados que eu para desenvolvê-las. A verdade para mim é o incessante questionamento em busca de uma resposta que atenda e satisfaça a todos o requisitos de comprovação, de imparcialidade, de lógica e de factibilidade. Talvez por isso deixei há muito tempo de acreditar que é o Pai Natal que nos trazia as prendas. Sempre questionei porque as crianças pobres e “boas” também não recebiam prendas “caras”? Independente de me acharem um ingénuo, teimoso ou hipócrita, não abro mão de expor à apreciação dos outros, os meus pontos de vista, ou questionamentos para que contestem, critiquem , execrem, mostrem, demonstrem e esclareçam onde estejam meus equívocos, com civilidade é óbvio, ao invés de enveredarem pela ofensa à minha progenitora, à minha familia ou à minha pessoa. Tenho consciência de que nasci com a “mente vazia”, com o tempo e o aprendizado pretendo transformá-la em uma “mente aberta”. Quem escreve, sabe que, do outro lado estarão atentos e minuciosos leitores, aptos a perceberem desde erros gramaticais, até incoerências, incongruências, ou vergonhosas, indecentes e fingidas imparcialidades. Isso é muito bom e obriga-nos a discernir e compreender que é muito ténue a diferença entre a auto-confiança, e a arrogância e inverdade. Já que reconheço que temos neste espaço o direito de contestar e de ser contestados, trago 3 itens que entendo estarem na vertente do tema deste artigo. 1 - Tenho afirmado que no alto dos 35 anos de nossa dita independência do jugo colonial, os lamentáveis desígnios de nosso País , estão e sempre estiveram em mãos de uma quadrilha governativa, articulada, dissimulada, matreira a servir-se do País e não a servir ao projecto maior de construir e dotar o País com o funcionamento de efetivas (não farsas) instituições soberanas ainda que o fosse de forma paulatina , lenta, gradual e firme. Os 3 anos iniciais de independência não seriam suficientes? Nossas peculiaridades vão dos previsíveis, fuzilamentos em massa, golpes de Estado, assassinatos, impiedosas perseguições, e, aí sim a verdadeira vergonha ! Tudo de forma impune. Não me servem as inúmeras desculpas esfarrapadas (algumas esvaziaram-se com o tempo) ou de que, 35 anos seja um curto tempo para que se esperasse mais. Cabo Verde tem menos tempo de Independência, e além do território, a população vive num amadurecido Estado de pleno Direito com Instituições representativas soberanas e democráticas a funcionar. Ou não? 2 - Sim, podemos e devemos expressar nossa crítica, revolta, contra pessoas ou instituições, mas, sempre e sempre de forma civilizada e moderada (sem palavreado indecoroso, ofensivo ou preconceituoso), informando os factos, actos ou discurso que nos indignou e, se possível o quê e ou como poderia ser diferente e alertar e esclarecer sobre quais consequências podem advir. Deste modo, presta-se uma possibilidade àquela pessoa atingida, seus familiares e ou instituições, de reflectirem e quem sabe redimirem-se, desculparem-se, reverterem ações ou apresentarem convincentes esclarecimentos. Caso contrário prevalece o “quem cala, consente”. Lamentavelmente sabemos que o império da impunidade impede ou dificulta as pessoas de darem-se mãos para demandarem a (isso sim importante ) implementação e funcionamento de democráticas instituições de investigação, julgamento e punição de culpados. No entanto, alegar que seja insensível para com as familias, “violento” ou detrator, quem critica criminosos ou os coniventes com o crime, é negar-se o diálogo. É induzir-se ao silêncio. Com que intuito se esquece de cobrar com igual veemência uma postura de “justiça” dos perpetradores dos crimes e também de seus familiares para que compreendam o sofrimento e a dor dos familiares das vitimas. Até porque, existindo verdadeira justiça os caluniadores os divulgadores de inverdades, não ficarão impunes. Não é? 3 – Doa a quem doer, o Contributo em raras excepções tem sido um divulgador das pessoas das ideias ao invés de divulgador das ideias das pessoas. Neste espaço tem-se também a propagação de eventos culturais, esportivos e de convívio social. Temos lido igualmente ideias de modernos conceitos educacionais, sugestões para incremento do turismo, esclarecimentos úteis para implementação na área de saúde, exposição de programas para o retorno de quadros na diáspora, projectos sobre agricultura, apresentação de escritores, poetas, ensaístas. Temos Juristas e seus esclarecimentos, Empreendedores, activistas, sindicalistas a trazerem-nos suas experiências e demandas, etc. etc. Ou será que não?
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