Vamos analisar/falar/escrever sobre o que nos junta, a nós, guineenses, sobretudo, ainda que, como sempre, tenhamos em consideração, posicionamentos não de "amigos", mas de verdadeiros AMIGOS da Guiné-Bissau, numa lógica positiva e de respeito pela identidade guineense, ou se preferirem, pela identidade do cidadão guineense, nascido na Guiné-Bissau, e que mesmo com opções de aquisição de outra nacionalidade, jamais pode ter outra naturalidade, isto em condições de legalidade, mas também, de afectividade e  de compromisso para com o chão onde o seu umbigo foi enterrado...

Os Cobiana Djaz cantaram "Pó tudu tarda ki tarda na mar i kata bida lagartu" José Carlos Schwarz - Po Cata Bida Lagartu que pode ter uma infinidade de interpretações é certo, mas no contexto a que me refiro, é para dizer aos "amigos" da Guiné-Bissau que se julgam mais guineenses do que os próprios guineenses, de que, por mais anos que tenham estado ou estejam na Guiné-Bissau, jamais serão mais guineenses do que os próprios guineenses, mesmo, em relação aos guineenses que se encontram há muitos anos no estrangeiro e, não têm que justificar o porquê de viverem onde quer que estejam a viver!

Venho constatando através de comentários nalguns espaços virtuais que há uns poucos "amigos" da Guiné-Bissau que se querem posicionar acima dos próprios guineenses, com obra feita sobre o país que é deles; nascidos, criados, com vivência e conhecimento da história (passado e presente) do país que é deles e do povo do qual fazem parte ... A esses "amigos" da Guiné-Bissau que afirmam ter estado três, quatro ou cinco anos na Guiné-Bissau, ou mesmo que fossem vinte ou cinquenta, chegando a afirmar que conhecem melhor a Guiné-Bissau e o povo guineense do que cidadãos guineenses que se encontram fora da Guiné-Bissau... dedico a música dos Cobiana Djaz (sem ofensa para os que considero verdadeiros amigos da Guiné-Bissau, na minha perspectiva, obviamente) em crioulo, que tem como título: "pô tudu tarda ki tarda na mar i ka ta bida lagartu"; ou seja, neste caso concreto a que me refiro, por mais que um português, nascido em Portugal, por exemplo, queira ser guineense, ou se "assuma" como guineense, jamais será mais (ou tão) guineense que um guineense nascido na Guiné-Bissau... A mesma lógica se aplica a um cidadão guineense relativamente a Portugal e aos portugueses...

Tenho dupla nacionalidade, por opção, guineense e portuguesa, mas nunca serei mais "português" do que um português e, por ter perfeita consciência disso é que não interfiro, nos assuntos políticos ou outros, do país que é Portugal (não que não tenha direito a isso, mas por saber, sem reservas, da reacção dos portugueses, quando outros se intrometem nos "seus" assuntos...) limitando-me à abordagem de questões globais, na generalidade, e, particularmente, às questões do país que me viu nascer e com o qual estou COMPROMETIDO!

Apesar de também ser possuidor de cidadania portuguesa, já perdi conta das vezes que, em diversos locais deste país que é Portugal, pessoas me disseram simplesmente: Vai-te embora, vai para a tua terra...

Atenção que, não confundo portugueses no geral, com alguns portugueses. Vivo e trabalho em Portugal desde 1988. Os meus colegas de trabalho são portugueses; os meus vizinhos são portugueses e dou-me bem com todos eles!

Também devo dizer a uns quantos portugueses que me insultam nos espaços de comentários de sites e blogues que, não vivo, nunca vivi à custa do Estado português!

Vivo à custa do meu trabalho, suportado pelas minhas capacidades profissionais; pago contribuições e impostos, que fazem doer, por isso, tenham lá paciência, controlem-se nos juízos que fazem a meu respeito!

Aproveito para reafirmar que o Projecto Guiné-Bissau CONTRIBUTO (bem assim o site www.didinho.org) não vive de publicidade, ou seja, não ganhamos nada com o site. Ainda pagamos um contrato anual de oitenta e dois euros (pode parecer pouco, mas o certo é que o pagamos, dos nossos bolsos, contrariamente à maioria dos espaços virtuais que são gratuitos e vivem de publicidade, para termos o site online e servir, com responsabilidade, quem nos procura)!

Felizmente, não condicionamos a nossa Missão aos nossos interesses pessoais, de, em nome da Guiné-Bissau, alguém nos pagar pelas nossas irresponsabilidades em jeito de opiniões ou "notícias" bombásticas, até porque, ter um site, um blog, emitir opinião, ou publicar boatos em forma de "notícia" não é, nunca foi, uma profissão para ninguém aqui no Projecto Guiné-Bissau CONTRIBUTO!

Sentimo-nos honrados por nunca termos incitado o povo guineense à violência, ao conflito étnico; por nunca termos fomentado animosidades e violência contra cidadãos estrangeiros residentes na Guiné-Bissau!

Nunca fomos manipulados por quem quer que fosse, por uma questão de interesse/conveniência e, por isso, nunca foi nosso propósito manipular consciências...

A nossa tarefa consiste em sensibilizar, ajudar para que sob diversas perspectivas, o cidadão guineense, independentemente do seu estatuto social, profissional ou outro, tenha sempre presente os seus direitos, mas também, os seus deveres para com o Estado e perante os direitos e deveres dos seus concidadãos!

Na Guiné-Bissau, independentemente de quem for autoridade, não se deve promover a anarquia!

Sensibilizar sempre!

Manipular, nunca!

Chega de insultos, chega de intrigas, chega de incitações à violência!

Chega de viver à custa da Guiné-Bissau!

Vamos continuar a trabalhar!