Em
1982, Zé lançou o seu primeiro álbum a solo
intitulado Tustumunhos di Aonti, emitindo um grito
de alerta sobre a situação política e a formação duma classe
dirigente repressiva na Guiné-Bissau. Num contexto político em
grande fermentação, o álbum acabou por ser um grande acontecimento
nacional tendo levado alguns dos seus fans a temerem pela sua
segurança e, em consequência disso, Zé teve que
abandonar o país, rumando inicialmente para Portugal, depois para
França tendo-se finalmente radicado nos E.U.A.
O primeiro álbum produzido nos E.U.A
denominado Maron di mar da Editora Cobiana Records
lançado em 2001, foi um sucesso imediato. Mereceu críticas
entusiásticas tanto dos media europeus como americanos e foi nomeado
para o melhor álbum no certame All African Kora Music Awards na
África do Sul e para o melhor álbum no Just Plain Folks Music Awards
nos E.U.A.
Em 2004
Zé Manel regressa com um novo álbum “African
Citizen” (Cidadão africano), produzido pela Editora M10. A
música que dá título ao álbum, embora fale de cidadania africana,
transmite uma mensagem mais global. Zé apela à
unidade africana, à paz e à estabilidade em todos os continentes. A
mensagem é transmitida através de uma encantadora voz tenor,
acompanhado pela sua guitarra acústica e percussão. Neste último
lançamento, o seu talento único e inovador expande-se além
fronteiras da música tradicional e contemporânea da Guiné-Bissau,
criando um novo estilo musical ainda que urbano, mas profundamente
marcado pelas raízes da sua terra natal.
Em 2004 o CD "African Citizen" recebeu o prémio do
melhor álbum e da melhor canção do ano na categoria de música
africana.
Esta organização que em vez de ter patrocínio corporativo, agrega
autores, compositores, artistas, produtores musicais, editoras
discográficas e outras pessoas ligadas à Indústria Discográfica.
Durante a cerimónia de entrega dos prémios, que decorreu em Los
Angeles, Zé Manel fez uma espectacular apresentação
da canção vencedora Voz do Sangue acompanhado da sua banda e foi
galardoado com os dois prémios.
Em Kriol, Português, Inglês e Francês entoa versos tão melódicos e
apelativos com um ritmo igualmente contagiante e dançável,
Zé Manel canta o amor e saudade da família, os amigos, a
mulher, a compaixão pelas crianças e a justiça social e de forma
comovente, descreve a devastação própria da pobreza, a prostituição,
o SIDA e a ditadura que constituem o maior entrave ao
desenvolvimento de um povo.
Zé disse que enfrentou o desafio de unir culturas
preservando a sua própria cultura.”Eu respeito a riqueza da nossa
música tradicional, mas quero fazer mais progressos, através do
intercâmbio com outras culturas.”
O álbum foi gravado nos Estados Unidos com artistas convidados dos
mais variados cantos do mundo. African Citizen
reflecte o sonho de uma fusão cultural: Um mundo, um povo e muitas
vozes.