INFLUENZA (GRIPE)
J.TAVARES, MD, FCCP, FAASM
03.05.2009
INFLUENZA (GRIPE)
Uma senhora de 38 anos de idade, originária da Polinésia, trabalhando como porteira num Casino aqui em Las Vegas, começou a queixar-se de dores musculares, espirros (sneezing), febre e tosse não produtiva; estes sintomas começaram 2 semanas antes de visitar o serviço de urgências. De realçar que um dos filhos dela também teve os mesmos sintomas, mas de pouca duração.
A radiografia e a TAC confirmaram infiltrações pulmonares extensas. Como os sintomas pioraram e a paciente tinha mais dificuldades em respirar, tomei a decisão de a entubar na unidade de cuidados intensivos e subsequentemente fazer uma broncoscopia.
Os testes preliminares realizados no laboratório municipal indicaram alta probabilidade de Gripe Porcina (Swine Flu) e os testes foram enviados para Atlanta (CDC- Center for Disease Control) para confirmação.
Isto leva-nos ao tópico quente deste início de Primavera: a Gripe Porcina. Vamos abordar o assunto de um outro ângulo; com perguntas e tentativas de resposta:
1) Qual a razão para o”elevado” número de mortes no México?
a) A primeira razão óbvia será: quanto mais elevado for o número de casos, mais probabilidade de morte existe.
b) Outra razão mais especulativa: como geralmente não há muitos casos de Gripe no México, a população não desenvolveu a mínima imunidade para combater qualquer tipo de vírus da gripe.
c) Geralmente, morre-se de complicações resultantes da diminuição da imunidade provocada pelo vírus (pneumonia bacteriana, a mais frequente) e em algumas localidades Mexicanas, os meios para combater essas complicações são muito precários.
2) Como se propaga este vírus?
Através de qualquer orifício do corpo humano: principalmente as cavidades nasais, os olhos, a boca.
3) Como se diagnostica o vírus da Gripe Porcina (H1N1)?
Com um cotonete (swab), faz-se a colheita geralmente na cavidade nasal e envia-se para o laboratório.
4) Qual a melhor forma de prevenção?
Não há uma forma única de prevenção; deve-se tomar medidas gerais de higiene: lavar as mãos frequentemente, cobrir a boca e o nariz quando se espirra ou se tosse; evitar levar as mãos à boca, aos olhos ou ao nariz, principalmente quando apertamos a mão a outras pessoas.
Para os técnicos de saúde, qualquer intervenção em pacientes com suspeita de estarem infectados com o H1N1: usar luvas, batas (disposable gowns), máscaras respiradoras, óculos de protecção (goggles) e boné (cap) para proteger os cabelos.
5) Tratamento?
Há vários antivirais no mercado, incluindo o Tamiflu (oseltamivir) e a Relenza (zanamivir);
6) Vacinas?
Ainda não há; e o problema com as vacinas contra o vírus da gripe é que cada ano há uma variante diferente do vírus e a ciência está sempre um passo atrás; a melhor “vacina” é a higiene.
IMAGENS:
1- Antes da intubação do paciente: com bata (isolation gown), máscara, luvas e, antes de pôr os óculos de protecção e o boné. Obviamente, o estetoscópio tem que ficar na ante-sala.
2- Radiografia
3- TAC
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