NO FUNDO NO FUNDO…
Ernesto Dabó 17.05.2012
Como sempre acontece, quando é derrubado um regime (normalmente já em avançadíssimo estado de degradação), os seus agentes e apoiantes tudo fazem para manter o combate político na estéril discussão do regime, em vez de se discutir as razões sociais e de Estado, que na verdade determinam as suas mudanças, pacíficas ou violentas. Para isso, despudoradamente, usam e abusam, da pior droga que existe, como principal arma, ou seja: a desinformação com o intuito de impedir todo um povo, de se reencontrar, reconciliar e orientar os seus esforços para o real garante da paz e progresso, que é a justiça e pleno exercício de liberdades. Mas, graças a Deus, como ninguém conduz a história, que é feita pelos povos e não por fazedores de drogas noticiosas, que julgam possível tornar toda uma nação “toxicodependente” de falsidades, tudo acaba por se sujeitar aos interesses superiores da maioria, vitimas reais de pecados alheios. Que leve o tempo que levar, custe o que custar, assim sucederá na Guiné-Bissau. Como se sabe, está mais que provado que a força das ideias é a mais potente das forças, particularmente, quando elaboradas em espaço próprio, por residentes, que partilham o dia-a-dia com as populações. Por isso, rogo a todos os que realmente querem mudar o nosso país e instaurar nele uma verdadeira TOLERÂNCIA ZERO NACIONAL, às reais causas do nosso cíclico infortúnio; nomeadamente, á atitude de vende-pátria no exercício da governação, que mantenhamos uma unidade de aço na luta em defesa da dignidade nacional, promoção da justiça e exercício de liberdades. No fundo no fundo, para muitos dos que querem o retorno ao 11 de abril e 2012, seria cereja no topo do bolo voltar-se ao 23 de Setembro de 1973. Que tirem o cavalinho da chuva. É circense ser-se portador de “sumbia” e acreditar que peões falhados podem enfiar o barrete ao povo guineense por todo o tempo. “Udju gros di saltons ka ta pântano. Nô canua ka na ncadja”.
Ernesto Dabo
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