Objectivo 1  – Reduzir a pobreza extrema e a fome

 

1.1 – Reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população cujo rendimento é inferior a um dólar por dia, reduzindo o índice de pobreza para 13% até 2015.

 

Indicadores :

 

- Proporção da população que dispõe de menos de um dólar por dia;

- Índice de variação da pobreza;

- Quinta parte dos mais pobres da população no consumo nacional;

 

1.1.1 – Situação e tendência

 

Proporção da população que dispõe de menos de um dólar por dia

As estimativas de pobreza feitas em 1991 deram uma taxa de pobreza absoluta (rendimento inferior a 2$ por dia) de 49%, e de pobreza extrema (rendimento inferior a 1$ por dia) de 26%. De acordo com os resultados do Inquérito Ligeiro para Avaliação da Pobreza (ILAP) de 2002, 64,7% da população na Guiné Bissau é considerada como pobre e 20,8% como extremamente pobre.

 

Figura 1

 

 

A pobreza tanto absoluta como extrema revela-se mais profunda no interior do país que em Bissau. As diferenças são mais acentuadas pela pobreza extrema do que pela pobreza absoluta entre a capital e o resto do país.

 

 

Tabela 1: Incidência da pobreza por região

 

Regiões

Taxa de pobreza absoluta (inf. 2 $/dia)

Bafatá

72,4%

Biombo/Bolama

62,6%

Cacheu

63,8%

Gabu

65,8%

Oio

79,6%

Quinara/Tombali

69,1%

Regiões fora de Bissau

69,1%

Bissau

51,6%

Todo o país

64,7%

Fonte : INEC, Dezembro 2002.

 

Índice de variação de pobreza

Em 2002, as populações que dispunham de menos de 1$ por dia para viver, acusavam uma taxa de déficit de despesa de 25,6%, e os de 2$ por dia, apresentavam uma taxa de déficit de 38,9%.

 

 

Tabela 2: Profundidade da pobreza

 

 

Índice de variação de pobreza absoluta

Índice de variação de pobreza extrema

Bissau

0,169

0,018

Outras regiões

0,278

0,065

Todo o país

0,250

0,053

Fonte: INEC, Dezembro 2002

 

Parte do quinto mais pobre da população no consumo nacional

De acordo com as estimativas, 20% da população pobre tem um consumo que não atinge os 7,6% do consumo nacional. A metade da população pobre da Guiné Bissau tem, por sua vez, um consumo próximo dos 27,5% do consumo nacional.

 

1.2 – Reduzir a metade, entre 1990 e 2015, a proporção da população que sofre de fome.

 

Indicadores:

 

- Percentagem de crianças com menos de cinco anos de idade que apresentem uma insuficiência ponderável

 

- Proporção da população que não atinge um nível mínimo da quota calórica

 

 

1.2.1 – Situação e tendência

 

Percentagem de crianças com menos de cinco anos de idade que apresentam uma insuficiência ponderável

 

O inquérito nutricional feito a nível nacional em 1991 (Projecto População, Saúde, Nutrição) avaliou que 32,9% de crianças com menos de cinco apresentavam um risco nutricional. De acordo com o inquérito MICS (Inquérito por Agregação de Indicadores Múltiplos) de 2000, 25% das crianças com menos de cinco anos de idade sofrem de insuficiência ponderável e 6,5% de insuficiência ponderável grave. Este indicador de mal nutrição precoce revela a situação nutricional precária da mãe devido a um regime alimentar inadequado, ao fraco índice nutricional e ás más condições de higiene. Os estudos de massa corporal no adulto revelaram que 40% apresentam um risco de deficiência corporal crónica.

 

Proporção da população que não atinge um nível mínimo da quota calórica

As disponibilidades alimentares exprimidas por habitante e por dia são incrementadas ao longo do período de 1980-1993, passando de 2.016 calorias a 2.570 calorias.

 

A natureza da informação sobre o consumo e o estado nutricional das populações é muitas vezes fragmentária. No entanto os inquéritos do Ministério da Saúde e do Banco Mundial permitem esclarecer as seguintes tendências:

 

i. A alimentação é essencialmente constituída por produtos vegetais com uma omnipresença de arroz, que por si só, fornece uma grande parte da quota energética total e constitui em média 65% do valor da refeição;

 

ii. A ingestão de proteína de origem animal é muito reduzida e situa-se à ronda das 47 calorias por dia.

 

Com base no inquérito INEC/ILAP de 2002, pelo menos 50% das populações pobres deparam-se com muitas dificuldades para se alimentarem.

 

www.didinho.org