Objectivo 7 – Assegurar um ambiente durável
7.1 – Integrar os princípios do desenvolvimento durável nas políticas nacionais de forma a inverter a tendência actual da perda dos recursos ambientais
Indicadores :
-
Proporções de zonas florestais-
Superfície de zonas protegidas para preservar a biodiversidade-
PIB por unidade de energia consumida-
Emissão de dióxido de carbono
7.1.1 – Situação e tendência
Proporção de zonas florestais
Em 1998 a Guiné-Bissau dispunha de 2 milhões de hectares de florestas ou seja, 5,5% do território nacional. Esta floresta que apresenta uma grande diversidade (florestas húmida, seca, galeria, savanas, palmeiras e mangais) tem, contudo, tido uma destruição acelerada. As estimativas relativas à diminuição da floresta são variadas, mas concordantes acerca da amplitude do fenómeno. Com base nas estimativas do SCET Internacional, a floresta que deu lugar à savanização e à erosão passou de 28,8% do território nacional em 1946 a 3,4% em 1968 enquanto que parte de savana passou de 7,8% a 31,7%.
As estimativas de 1996 revelam que há uma diminuição anual de 80.000 hectares/ano. Em volume, há uma destruição de madeira de cerca 625.000 m3 por ano (estimativa de 1997) devido à acção do homem e do fogo. Mas os cortes de madeira autorizados estão bem além da estimativa.
Tabela 6 : Estimativa do consumo anual de madeira pelas empresas de corte
1996 |
1997 |
1998 |
1999 |
2000 |
1.250 m3 |
7.375 m3 |
2.676 m3 |
3.723 m3 |
4.881 m3 |
Fonte : Direcção Geral do Serviço Florestal e da Caça (DGSFC)
A carbonização é uma das causas principais da desflorestação a situação, a densidade da população é, assaz, contudo, grande comparada com outros países africanos (43 habitantes por km2). A agricultura itinerante, a intensificação da cultura da castanha de caju (principal produto de exportação da Guiné Bissau), a transumância, a intrusão salina figuram entre os factores que explicam esta desflorestação. Entre 1975 e 2000 a Guiné-Bissau, não tinha uma política apropriada de exploração das florestas, conservação da natureza e dos recursos, de forma a conduzir de uma maneira apropriada as suas intervenções no domínio do ambiente.
Superfície de zonas protegidas para preservar a biodiversidade
A zona costeira da Guiné-Bissau é reconhecida internacionalmente no que diz respeito à protecção da biodiversidade, tanto pelo número como pela variedade de aves existentes como pela grande extensão de mangais. Distingue-se igualmente como zona principal de reprodução de várias espécie de peixe, camarões e de mamíferos da costa da África Ocidental. Existem cinco parques naturais e nacionais:
·
O parque nacional de Orango com 1558.000 hectares, caracterizado pela sua diversidade biológica (hipopótamos, tartarugas, golfinhos, crocodilos, gazelas e primatas)·
O parque natural de mangais de Cacheu de 80.000 hectares que favorece o renovamento dos recursos haliêuticos, particularmente dos camarões fornecidos do bosque de construção ás populações circundantes.·
O parque nacional Marinho João e Poilão de 500 km2, onde se reproduzem as tartarugas verdes e mamíferas protegidos internacionalmente (golfinhos, hipopótamos etc.).·
O parque natural do lago Cufada de 100.000 hectares, uma importante zona de migração sazonal.·
O parque nacional de Dulombi, grande reserva de animais.
PIB por unidade de energia consumida
O consumo de energia na Guiné-Bissau é muito baixo cerca de 311.328 tep em 1994 (cerca de 300 kep/habitante), que em termos líquidos é menos que nos países da sub-região. A falta de dados não permite especificar a evolução deste consumo.
xxxxx
Fonte : Ministério dos Recursos Naturais e da Energia,
Relatório nacional sobre o inventário das emissões de gás e o efeito de estufa actualizados,
A instalação de novas capacidades assim como a alimentação da rede de distribuição permitem encarar uma melhor satisfação da procura de electricidade em Bissau se os problemas de aprovisionamento e de gestão de fuel forem resolvidos de maneira durável
Emissão de dióxido de carbono
As emissões de Dióxido de carbono são relativamente baixas devido ao fraco nível de industrialização da Guiné-Bissau.
7.2 – Reduzir a metade até 2015 a percentagem da população que não têm acesso de uma maneira durável a um aprovisionamento de água potável
Indicador :
-
Proporção da população com acesso a uma fonte de água melhor
7.2.1 – Situação e tendência
Proporção da população com acesso a uma fonte de água melhor
O aprovisionamento de água potável na Guiné Bissau melhorou sensivelmente depois da independência. As condições de acesso a água potável parecem contudo ser mais difíceis nas vilas do que nas zonas rurais. Com base em estimativas do Banco Mundial em 1985, 21% da população urbana tinha acesso a água potável, em 1994 essa proporção era de 38%; para a população rural, as taxas passam de 32% a 57% respectivamente.
A avaliação da pobreza feita em 2002 revela que ao nível nacional 54% têm acesso a água potável. De uma maneira geral em 2002 o aprovisionamento de água atinge os 34% nas zonas urbanas, 68% nas zonas rurais e, 36% nos centros semi-rurais
As populações de Bissau têm um melhor acesso à água potável que os outros centros urbanos. O estado deficiente da rede de fornecimento de água fez com que só 29% da água potável chegasse à população.
Figura 12
Em todo o país 51,9% da população pobre têm acesso a água potável. É de notar, porém, que só 57,7% da população é considerada como não pobre.
Tabela 7 : Acesso a água nas populações pobres
Bissau |
Outras Regiões |
Conjuntas |
||||
Não-pobre |
Pobre |
Não-pobre |
Pobre |
Não-pobre |
Pobre |
|
Acesso a água potável |
82,3% |
75,7% |
44,2% |
45,8% |
57,7% |
51,9% |
Fonte : INEC/ILAP
7.3 – Ter êxito até 2020, a melhorar sensivelmente a vida dos habitantes de pardieiros
Indicadores :
-
Proporção da população que têm acesso a um melhor sistema de saneamento-
Proporção da população que têm acesso a um melhor sistema de saneamento e à segurança de ocupação dos alojamentos
7.3.1 – Situação e tendência
Proporção da população que têm um acesso a um melhor sistema de saneamento
A situação em matéria de higiene e saneamento na Guiné Bissau é preocupante e parece ter piorado consideravelmente após o conflito de 1998-1999. Em 1982 de acordo com as estimativas do Banco Mundial, 21% da população urbana tinha acesso a saneamento, para 13% da população rural. Em 1994 foi observada uma ligeira melhoria e os ratios passaram para 32% e 17% respectivamente. Em 2002 essa taxa era no melhor dos casos 4,8%. As diferenças nas metodologias explicam em parte estas importantes variações. A taxa de saneamento básico no meio urbano será de 34% e cerca de 37% da população beneficiará efectivamente das instalações sanitárias
Proporção da população que têm acesso a um melhor sistema de saneamento e à segurança de ocupação dos alojamentos
Tabela 8 : Condições de habitação e saneamento
Bissau |
Outras Regiões |
Conjunto |
||||
Não pobre |
Pobre |
Não pobre |
Pobre |
Não pobre |
Pobre |
|
Numero de pessoas por casa |
2,1 |
2,7 |
2,0 |
2,3 |
2,0 |
2,4 |
Acesso a electricidade |
44,2% |
22,2% |
7,9% |
3,7% |
20,8% |
7,5% |
Ramificação da rede de saneamento |
4,8% |
2,5% |
0,9% |
0,4% |
2,3% |
0,8% |
Fonte: INEC/ILAP