PONTOS DE VISTA EM CAMPOS SEPARADOS
Filomeno Pina
*
filompina@hotmail.com
22.04.2013
Após
uma rápida leitura deste link.
http://www.gbissau.com/?p=5549 – vemo-nos confrontados com a
possibilidade de confundirmos o Estado, com um grupo de indivíduos ou mesmo
uma única pessoa, i. é, dado a aproximação e destaque na hierarquia
institucional, ser um alto cargo de chefia, por exemplo o mais elevado na
representação institucional (exemplo/o CEMFA), isto pode ser inconsciente e,
confundir ainda mais na interacção possível entre o objecto institucional e
o individuo.
Mas, o bom senso guia a nossa preocupação,
ajudando a clarificar as águas que pareciam mais turvas e a racionalizarmos
melhor, com a emoção controlada, destacando a necessidade de não
confundirmos a Instituição com as pessoas que prestam serviço nela.
Por isso, Camaradas e amigos, há
que pensar maduramente o que fazer perante acusações de crimes desta
natureza. Independentemente da análise e das avaliações em Sede própria
(Tribunal), vermos bem como reagir a isto tudo, o tempo urge.
Está visto que
temos duas figuras distintas aqui, a do Estado da Guiné-Bissau e a figura
dos dirigentes da Classe Castrense acusados de crime organizado (até ver), o
que confronta toda moral institucional, a sua dignidade e auto-defesa
(independentemente das pessoas acusadas) na soberania do Estado. Este valor
simbólico não deve desviar a sua honra para cobrir ninguém em particular.
O contrário disto já é compreensível, porque
teria um efeito patriótico, ver um Guineense dar a vida pela Pátria e não a
Pátria perder-se por um grupo de Guineenses, seja em qualquer momento, em
guerra aberta com a justiça internacional ou não, nunca.
A Pátria acolheu os seus filhos sempre por
igual, devemos proteger a sua imagem, permitirmos que ela seja limpa e
contínua, intocável, perante qualquer Justiça, dentro ou fora do País.
Não confundir indivíduos com Instituição. Cada
um deve poder usar recursos ao seu alcance (ferramentas judiciais), para se
defender, mas, sem manchar o bom nome do País.
Neste momento está sendo confrontado o seu
real valor de Estado e, apesar do facto desta suspeita sobre os lideres
militares, o Estado permanece sempre intocável e, perante estes cidadãos que
agora terão que se defender da acusação em tribunal, não devemos nunca
misturar ou confundir estas fronteiras entre os nossos nacionais implicados
ou suspeitos, com o Estado (figura institucional), nunca.
Obviamente que não serão abandonados neste
pântano, mas apoiados, tendo em vista a defesa da honra possível ainda antes
do fim deste episódio gigantesco. Apoiar mas sem se confundir com a figura
de réu, o Estado ficará "representado" sentado na plateia dentro do
Tribunal, assistindo ao espectáculo da justiça (sem se confundir no entanto
com o réu), restando a aguardar pelo veredicto final dos juízes, penso.
É preciso aguardarmos de fora com a cabeça
fria, este duro golpe que atinge a primeira figura da classe castrense,
suportar este choque psicológico dentro do grupo militar, que agora vê a
imagem do seu "chefe" ser posta de lado, sua cabeça a prémio, procurado
para responder em tribunal internacional por tráfico de arma, terrorismo e
associação criminosa.
Penso que restam duas opções para os nossos
militares acusados: 1 - pedirem a demissão e "lavarem-se" das acusações,
enquanto preparam a defesa. Demitirem-se para soltarem a imagem da chefia
castrense e do Estado, permitindo uma outra voz representar a defesa da
República da Guiné-Bissau, até ao final disto tudo;
2 - Quem não deve não teme, independentemente
das provas poderem ser "fabricadas", posto isto, então porque não pensar no
asilo político, num País como a China ou Cuba, por opção, seja de vida ou
por assumirem a incapacidade em se defenderem perante uma "potência"? enfim,
que cabe a cada um, o seu exame de consciência no meio disto.
Coragem não lhes falta, afinal são militares
que nos libertaram, que agora estão num campo de batalha que nunca na vida
qualquer um deles desejaria. Não vai ser fácil, nem para o País, nem para
nenhum dos acusados, será duro com certeza, há que ter cabeça fria e pensar
maduramente, no País, nas acusações e no Estado!
VIVA A GUINÉ-BISSAU, A LUTA CONTINUA...
É preciso ter calma, muita calma mesmo, evitar
cobranças difíceis, em todos os sentidos de uma análise possível aqui e, não
perder a cabeça com provocações, porque a situação ainda pode piorar e o
País está em primeiro lugar.
Camaradas, que a natureza nos proteja, se Deus
quiser!
Djarama. Filomeno Pina
Filomeno Pina
*
Psicólogo clínico
U.C.
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