SEMEAR HOJE PARA COLHER NO AMANHÃ

 

Amilcar Rodrigues Afonso Santy *

a_rodrigues_88@hotmail.com.br

06.10.2010

 Apesar dos 37 anos da independência, Guiné-Bissau continua permeada por problemas sociais, políticos e econômicos. Críticos e opositores políticos vivem numa situação de enganos, intimidação e diversas perseguições cometidas pelos sucessivos governos dos últimos anos, juntamente com as forças armadas. Sem direitos de reivindicar melhorias na qualidade de vida, o cidadão guineense vive desolado e desacreditado nas mudanças para o país.  Entretanto, a população guineense precisa reagir diante da realidade que vivenciam.

Ao acreditar na mudança já estamos dando um grande passo na luta pela melhoria das condições sociais. Tudo na vida deve ser construído, planejado, pensado e avaliado visando o futuro. Se quisermos uma vida diferente e mais promissora no futuro devemos começar a pensar diferente.

A população guineense precisa ter coragem para falar a verdade e sem medo, acreditar na sua cidadania, lutar pelos direitos humanos e de cidadão que lhes são negados. Não devemos aceitar a atual situação social do país como algo natural, não devemos fingir a insatisfação e os anseios de dias melhores. Somente quando toda população guineense se mobilizar e não ficar mais calada diante das mazelas sociais contrapondo o governo que mascara esta situação, é que poderemos iniciar um novo processo político e um melhor desenvolvimento econômico e social do país.

Guiné-Bissau não pode continuar com este modelo político que não permite novas relações econômicas e sociais que podem promover o desenvolvimento do país. Por isso, temos que lutar pela nossa terra e nos mantermos unidos para que haja paz e justiça social. A busca por novas soluções deve ser constante, visando uma reconstrução da imagem do nosso país. É importante o reconhecimento da real situação da Guiné-Bissau, mostrando a verdadeira face ao povo.

A liberdade é fundamental para o processo democrático, o desafio da democracia seria conviver com as diferenças, dialogar, fazer acordos importantes, debater idéias novas. Mas ao falar em liberdade fazemos referência ao desprendimento das concepções de que “tudo é natural”, “tudo é assim porque sempre foi assim”. Precisamos estar livres dessas concepções que nos fizeram aceitar por muitos anos a exploração e a humilhação, nos impedindo de sermos livres não só para pensar, mas agir socialmente. Há necessidade de romper com essa idéia que nos faz submissos, passando a viver de forma mais ativa, dialógica e política, ou seja, precisamos nos libertar de nossas próprias concepções, passando a ver o mundo e o meio em que vivemos com outros olhares, assim teremos a verdadeira liberdade que necessitamos para dar uma nova direção ao nosso país.

A política em mutação permanente, a rotina democrática, a atuação governamental ou a sucessão de disputas eleitorais sempre desencadeiam processos novos, alinham forças e abrem oportunidades para a reforma do país. Governos ativos, eleições e embates políticos fortes podem ajudar decisivamente o papel na dinamização democrática de qualquer sociedade. Neste processo, o povo guineense não pode se negar a uma participação ativa, expondo suas necessidades e suas formas de ver a vida social, dando sua contribuição para o desenvolvimento do país. Quanto mais debate e mais diálogo acontecer na nossa terra, traçando metas e etapas para alcançar os resultados, teremos a oportunidade de reconstruir a estrutura da sociedade guineense e transformar a sua realidade. Assim faremos do povo guineense, um povo verdadeiramente emancipado, livre e feliz.

As minhas mantenhas!

* Cientista Social com Habilitação em Ciências Políticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)


PROJECTO GUINÉ-BISSAU: CONTRIBUTO - LOGOTIPO

VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!

Associação Guiné-Bissau CONTRIBUTO

associacaocontributo@gmail.com

www.didinho.org