O SUPER HOMEM COM PERNAS DE BARRO.
20.03.2012 Há um deficit de inteligência prática no partido histórico da Guiné-Bissau, um fenómeno de morte lenta e progressiva afectando as estruturas do seu alicerce humano, outrora capacitados para um serviço de manutenção e “vistoria” necessário para manter actualizadas as suas bases. Quase tudo deixa-se ficar sentado à espera talvez da morte total, terminar assim o símbolo Cabral das ideias revolucionárias, efectivando-se uma segunda ou terceira morte por cumprir entre os “maus militantes da mesma casa” que andam aos socos e pontapés, desconfiados um dos outros em sinal de má fé, má educação revolucionária, e da má inteligência ao serviço de musculação inútil, como segurança à “porta” de entrada principal do partido. Esta ilha que resiste no meio do mar em quebrar de vez com aqueles que conhecem e bem a máquina do partido, são como peças fundamentais em falta há décadas e, hoje quase extintos na praça guineense. O espólio desta organização nunca mais foi visto publicamente a ser cuidada pelos seus líderes, como relíquia identificadora da sua história e dos seus militantes históricos. Temos um partido negligenciado, a morrer progressivamente numa atitude masoquista e de esvaziamento de conteúdos físicos e intelectuais da sua origem histórica conservadora. Denota-se uma revolta recalcada nos seus militantes, um medo fantasmagórico e desconfiança entre os camaradas por falta de uma cultura partidária de liberdade no seio da sua estrutura, entre os seus militantes, nas suas hierarquias, na manutenção de modelo e filosofia política subjacente. Para além de um complexo cultural e intelectual no uso de ferramentas ao dispor para a escrita e oralidade na comunicação, sobretudo na reorganização escrita e documental das suas actividades políticas do partido, há estagnação que persiste. O seu desenvolvimento no âmbito da formação política e pedagógica dos seus militantes parou no tempo, há muito que é um barco encalhado na lama, o que é de admirar. Assistimos um partido que se foi esvaziando de conteúdos no seu aparelho mental, apresentando o seu deficits cultural e político interno e na ponta do lápis. Esta ferramenta há muito que não deita tinta, carvão em sinal de vida, vai mingando a olhos vistos, temos um lápis simbólico entre documentaristas em estado de fobia à escrita, um complexo que afecta o partido progressivamente desde o desaparecimento do seu líder primeiro Amílcar Cabral. No período após-independência, nos primeiros dez anos ainda se registaram preocupações culturais no sentido de se manter a casa arrumada, logo depois não mais se reconheceu com intensidade um trabalho de gabinete na coordenação e recolha dos dados e sinais de vida, na prática politica desta organização. O seu “chefe” foi tratar de negócios e confunde o partido com uma empresa material e financeira. Isto acontece por abandono da administração e gestão materializados para manutenção de arquivos da vida do partido, durante o seu processo de desenvolvimento do seu capital de ideias, raízes e caminhadas durante o seu crescimento e responsabilidades assumidas até hoje. Há lápis para todos os gostos, sempre houve “lápis” e lápis, uns mais bem afiados do que outros, uns mais resistentes do que outros, os que partem o bico com facilidade e os que são mais resistentes e escorregam melhor no papel. Estes dentro do partido estão em vias de extinção, acanhados, com complexos de sair à rua e gritar, receiam um congelamento forçado das suas ideias antes mesmo de expostas com clareza e distinção na sua assembleia. Por aqui registamos o óbito de alguns militantes activos da outra geração mais antiga na presente conjuntura. Muitos abandonaram este partido antes de encalhar completamente em relação aos cuidados de higiene e conduta política dos seus militantes, alguns fundaram outro partido ou filiaram-se longe de casa com os olhos postos na mãe. Uma angústia de separação que se arrasta com um luto difícil de fazer para a esmagadora maioria desses ex-militantes do PAIGC Por incrível que pareça há um povo que segura este partido nas urnas como quem segura um familiar. Dizem que o sangue não se lava, podendo ser um familiar desgastado e negligente em relação ao património da família, não se descarta, não se faz justiça e os mesmos maus da fita vão beneficiando da força dos braços do Povo que seguram ao colo um grupinho, que vai tirando partido desta grande máquina do povo desde a primeira hora. Mas este mesmo povo começa a ganhar consciência de que é “padyda dy dúz mama”, uma mãe que não descrimina conscientemente os filhos. Reconhece aos poucos o pouco que alguns líderes do partido “natural” fazem, embora beneficiando da força toda da resistência do povo que segura sy bambarram (o seu berço/colo). Uma realidade que tem os dias contados, este acordar vem tarde demais e, está nas mãos de quem começa a acordar para querer saber de si, reconhecendo que no mesmo colo podem estar partidos com melhor capacidade de cuidar da mãe Guiné-Bissau. Na casa de família partidária, a convivência deixou de ser pacífica, condutas guerreiam sem postura digna de um líder do maior partido do povo. Dentro de uma mesma casa quando dois, ou mais irmãos entram em contradição, o que é normal verificar numa família grande, procura-se entendimento na base de racionalização do conflito, o que parece instintivo desejarmos para toda a fratria dentro do mesmo partido. Contrariamente aqui, matam-se, esfolam-se, visam a destruição física um do outro sem um pingo de cultura para o debate de ideais, o mais importante parece atacar a pessoa e não as suas ideias. Então vejamos, há dois camaradas desavindos num mesmo partido, um deles usou a sua força material para impedir o seu camarada do partido a permanecer dentro da casa que é de todos e que os viu crescer juntos. Por sinal um é mais antigo até do que o outro como militante, mas esta casa como se fosse habitação própria de um deles e só dele, deixou na rua o outro como se tratasse e um inimigo número um de sua existência pessoal ou ideológica dos seus militantes na estrutura interna do partido, pergunto porquê. Foi um deles colocado radicalmente fora de portas, de dentro para fora de uma casa onde ele é militante há décadas, ficando de fora a ver o seu lugar vago na mesa das ideias, na cama do relaxamento e recarga de energias, impelido a alterar o seu apelido partidário para um independente sem discussão. Temos isto como prova irrefutável de um estado de espírito antidemocrático na casa grande de camaradas. O partido quebrado em quatro, os seus cactos espalhados por cantos nas ruas de Bissau, fizeram campanhas de costas voltadas como inimigos reprimidos que afinal sempre foram ao longo de anos a fio e, hoje separados por explosão de consciências e posturas antagónicas na sociedade politica que todos fazemos parte. Estamos perante um partido pós independência que nunca soube educar democraticamente os seus militantes, hoje vemos semelhante prova de défice democrático que enche os olhos em qualquer direcção que poisarmos o sentido. Um partido que nunca soube tolerar a irreverência da sua juventude, excessivamente radical nos tratamentos ao longo da sua vida, o que proporcionou abandonos e revoltas com fundamento e que foram empobrecendo o ambiente político da sua casa. Um partido de brandos costumes, silenciando um feto de controvérsias e demagogias como respostas para situações novas sem alterar no método e na acção quase nada seu, fecha-se a novas ideias, a diferença, não convive com a modernidade, a normopatia pseudo-intelectual e “ideológica” impera como regra para se identificarem como grupo de iguais. É mau para qualquer organização de massas, que pretenda manter a sua presença no pódio das ideias com inovação no âmbito sociopolítico crescer com tantos parasitas à volta do “bolo”.. Quando se diz na terra “sufrydur ta pady fydalgu” (a tolerância é mãe da fidalguia) isto é, tratasse de uma frase idiomática sem tradução à letra, mas que aproxima-se de uma interpretação possível neste contexto, o que pode variar de acordo com a situação ou contextos diferentes. O que aqui quero ampliar é o facto de nesta interpretação reconhecermos implícita a ideia de que o ambiente humano de que fazemos parte, o mesmo que dizer o povo, este sabe sempre reconhecer quem sofre, sobretudo se sofre injustiças, este poder reparador faz parte da sua maturidade emocional e postura como sociedade no juízo final, por isso é sempre natural ser-se compensado (pady-fydalgu).. Uma casa de família partidária mal governada, mal amada, cria membros com fraca memória de seus próprios valores, moral, tradicional e cultural do partido. É facilmente infiltrada por indivíduos oportunistas, identificados mais com a sua forma do que com o seu conteúdo político e ideológico. O que só acontece quando temos um partido ao serviço de um grupinho, isto é, se nada é feito para alterar o seu estado, repondo-se a ordem mais justa entre os seus militantes. Gerir um partido como uma empresa tem os seus méritos nos dias de hoje (material e economicamente), mas, há que ter a consciência de que se trata sobretudo de um espaço mental como um grande aparelho de debater ideias e, com função terapêutica que se pretende para beneficio de todos os seus intervenientes em busca de melhores ideias e não da melhor “musculação” ganha em teste de forças entre camaradas. Este partido está de facto partilhado no meio social e da política dentro e fora do Estado como Instituição, são cidadãos e membros de um governo com maioria absoluta no parlamento. O que exige uma sensibilidade e atenção redobrada na condução de várias batalhas políticas no terreno, sem misturar os métodos previamente traçados e do conhecimento dos políticos com assento parlamentar. Estamos habituados a um misto de reacção do contraditório que acabam por levar sempre à conotações com abusos de poder e impunidades, dado as aproximações paredes-meias com diferenças radicais em termos físicos e institucionais de um Estado, mas que em mãos de pessoas identificadas numa mesma filiação partidária, o que leva a mover influências e proteccionismos da cor da camisola e do “clube”. Um dos pontos de fraqueza do sistema por si só desgastados de tantos anos no poder, sem conseguir movimentar a prata da casa sem olhar às cores do partido ou outros rótulos, é esta tendência que tem vindo a repetir os mesmos “capacitados” em jogos de cintura, mas sem mostrar trabalho de casa feitos com êxito e, resultados positivos que sejam visíveis no terreno. Mal começamos a contagem dos votos, paramos ao som de tiros e derramamento de sangue, mais uma vez um crime selectivo, cirúrgico, que irá merecer investigação e análise profunda no meio castrense e na sociedade civil. Há uma morte confirmada, o ex-director adjunto da informação do Estado, um homem detentor de informações secretas do Estado que foi executado, numa aparente noite calma das contagens dos votos ainda frescos das urnas. Mais uma vez não se fez justiça, mas, calou-se para sempre uma voz que poderia ajudar no apuramento da verdade da mentira. Já se colocam várias questões, desde as aparentemente lógicas como outras com uma percepção diferente no segredo dos deuses ou nos céus dos pardais. Pergunta-se pela motivação deste crime cometido, o perfil do cidadão abatido e sua representação como material de informação secretas do Estado, que a seguir calou-se na presente conjuntura do Estado da Nação, e também da sociedade civil em relação à justiça efectiva das mortes (crimes) recentes na capital. Porquê pergunta o Povo, alguém dá a cara e responde com exactidão e clareza ou mais uma vez, não. As eleições ocorreram com normalidade exemplar como nos habituou este povo que muito nos orgulha. Mas sabemos muito bem como funcionam as nossas coisas, os mais atentos sabem e bem o que vai mal ou o que não está assim tão bem como aparenta a acalmia matinal da cidade no dia a seguir. Uma cidade pacata que tem sido palco de confrontos com derramamento de sangue sem novidade para os seus habitantes. Temos observadores internacionais que "ESTIVERAM NO TERRENO" ou ainda estão, CPLP, a União Africana e outros, que por unanimidade corroboram da mesma opinião no que concerne aos hábitos típicos na avaliação e análise de eleições livres e democráticas no mundo. Temos neste momento um diagnóstico de Alta, portanto a partida está tudo bem e não há problemas, porque está tudo bem segundo dizem... Não é menos verdade que com diagnóstico correcto ou não, o paciente regressa a casa mas MORRE na convicção de muitos. Porque realmente o que esteve correcto nessa decisão contemplou apenas o teste para o fim a que foi aferido, e nunca o resto que por tal não possa causar surpresas ou até mudar o rumo das conclusões dos peritos internacionais. Perante o diagnóstico de ALTA temos histórias de morte súbita em alguns países no mundo. Chamo atenção dos peritos "NATURAIS" do Povo que não são internacionais, não se deslocaram, estão no pais desde que nasceram, nacionais que vivem na sua própria casa e que também conhecem naturalmente o seu estado físico da Nação e do corpo que resiste. Não são menos importantes do que o diagnóstico "profissional" dos peritos nesta matéria. Não convém esquecer que a retaguarda familiar aqui é o Povo, quem suporta, sabe o que se passa, não é emigrado no seu próprio País, está desde que é pertencente ao Chão sagrado que o viu nascer e renascer de todas as dificuldades até aqui, que nunca abandonou a Mãe-Terra, presencia, está com a firmeza de um filho mais velho que ajuda a Mãe a olhar os irmãos mais novos. Tem uma visão redobrada em relação aos irmãos enganados que querem vender a própria Mãe-Terra. Aqui, temos o verdadeiro problema, intuitivo até, o de quem é quem nesta história, mas não é o de caça às bruxas que falo, porque sabemos quem somos, mas de caça à melhor solução, do melhor projecto, de valores ou terapêutica eficaz para impedir que quase tudo que NASÇA, CRESÇA E MORRE no chão sagrado da Guiné-Bissau não fuja mais uma vez da BOCA DO POVO, por não ficar direccionado definitivamente para a sua própria barriga, todo o seu resultado e valor da colheita servir a família alargada e não alguns. Os da CASA não são menos importantes do que os outros, que depois do diagnóstico o "negócio" é outro, aparecem e desaparecem consoante os seus desejos partilhados com os seus "vigilantes" dos negócios na terra e espalhados no mundo.
Mas quando nós estamos na .........., nós é que
sentimos o cheiro de sangue e choramos os nossos irmãos, esta é que é esta,
uma verdade incontornável, séria e justa para dizer aqui na praça pública,
investindo sobre a maior parte de membros que ajuízam sem isenção,
concentrados implicitamente no que amanhã possam lucrar, amanhã que já é
Hoje, os LUCROS de um País que é de todos ! Meus caros compatriotas, vamos indo e vamos vendo, a Guiné-Bissau é de todos nós, viva! Djarama. Filomeno Pina. ESPAÇO PARA COMENTÁRIOS AOS DIVERSOS ARTIGOS DO NÔ DJUNTA MON
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
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