TONY TCHEKA (ANTÓNIO SOARES LOPES)
“Menino da hora de
pindjiguiti”
Nos primeiros momentos da independência da Guiné-Bissau, a cultura apresentava-se com contornos de autêntico suporte da Nação a construir. Casa da Cultura, Instituto do Livro e do Disco, Escola de Musica, Ateliers de pintura, tudo acontecia numa agenda recheada de frenesim nacionalista que tinha por meta a incontornável reconstrução nacional.
É neste contexto que pela vez primeira, um grupo de jovens (14) identificados com o movimento de libertação nacional, viu os seus textos poéticos editados pelo Conselho Nacional de Cultura, sob o titulo “mantenhas para quem luta”. Numa terra sem tradição editorial e pouco habituada a ver os seus filhos a tratar dos seus assuntos sob forma literária, a dimensão e o impacto do evento foram enormes e sem dúvidas marcou para sempre a literatura do país das bolanhas e dos poilões sagrados .
Uma obra colectiva dos “Meninos da Hora de Pindjiguiti” (assim chamou Mário Pinto de Andrade aos jovens poetas autores do Mantenhas para quem Luta).
Tony Tcheka, natural de Bissau, poeta e jornalista, considerado por alguns especialistas da literatura guineense como um dos nomes que tem marcado a poesia que faz no seu país, era um dos meninos... e pode ser lido em todas as antologias produzidas na Guiné-Bissau.
Autor de “Noites de Insónia na Terra Adormecida” (1987), foi coordenador de três antologias poéticas editadas na Guiné-Bissau (Mantenhas para quem Luta; Antologia da Poesia Moderna Guineense; Eco do Pranto) integra diferentes antologias publicadas em várias partes do mundo: “Anthologie Littéraire de l´Afrique de l´Ouest” Paris-França); Antologia Brasileira “No Ritmo dos Tantãs”; “Na Liberdade (Lisboa Portugal); “Rumos dos Ventos” (Fundão-Portugal); “Anna” (Alemanha); Poesia da Guiné – Bissau (Grã Bretanha) e é citado no “Dicionário temático da Lusofonia” (Lisboa-Portugal) e no “Além-Mar” (Lisboa-Portugal)
Entre prémios e distinções que lhe foram atribuídos destaca-se: Diploma de Honra concedido pelo ISCE – Instituto Superior das Ciências da Educação de Lisboa, pelo conjunto das suas obras; “Diploma de Mérito Grau de Engenheiro de Almas atribuído pela Sociedade de Autores Guineenses (SGA) pela contribuição dada à literatura guineense; Ainda do “SGA” recebeu mais três Diplomas na área de Jornalismo (televisão, rádio e imprensa escrita).
Enquanto jornalista fez parte do primeiro grupo de jornalistas que trabalhou e lançou os alicerces da Rádio nacional (RDN) como Redactor-Produtor e mais tarde seu director. Foi Chefe de Redacção e Director do Jornal Nô Pintcha. Foi durante muitos anos correspondente da BBC de Londres, da TSF de Lisboa; Analista e comentador da Voz da América, BBC, Voz da Alemanha e RDP África. Na área da imprensa escrita, foi correspondente do Público; LUSA, Tanjug; ANOP, NP… Em Lisboa durante três anos foi editor da Revista África Lusófona. Na Televisão foi produtor e apresentador do programa Fórum-RTP.
Durante três anos foi funcionário da UNICEF para Comunicação Social e Advocacy. Na Swedish Save The Children – Radda Barnen, trabalhou como responsável de Programas e Projectos e Representante Nacional. Foi “Focal Point” da IRIN (ONU) na Guiné Bissau e pertenceu à Comissão Nacional da UNESCO.
Hoje é colunista da revista LUSOGRAFIAS, comentador da RTP, Freelancer, funções que acumula com as de consultor para projectos de desenvolvimento e formador de jornalistas.