UMA VERDADE E OUTRAS TANTAS
Flaviano Mindela dos Santos
20.06.2009
A tal pertença genuína tem desses incompreensíveis comportamentos. Voltei… Acabei por voltar até muito mais cedo, do que julgávamos eu e a pulga acampada a força, esses dias atrás da minha orelha direita.
A medida que cresce o número e a autoridade de vozes a ponderar uma eventual presença de forças armadas estrangeiras no nosso território, para uma resolução definitiva dos nossos problemas, baixa o nível da minha confiança, na capacidade de alguma vez conseguirmos garantir um futuro melhor, para os nossos netos.
Infelizmente, fez-se escola entre entre nós, uma ideia hipócrita e cobarde de que: são da exclusividade dos militares, os motivos de todos os nossos adiamentos, enquanto país independente; como se os elementos das nossas forças armadas, não fazem parte integrante duma sociedade nossa, mergulhada numa mistura nojenta de práticas contra-natura, que são partes significativas nas causas de morte a dezenas pessoas sem nada nem nada, por dia, nos nossos primários hospitais, através de doenças, ainda que sejam dos mais vulgares, ou nas nossas precárias casas, através do terrível sentimento de total impotência.
Claro que uma morte qualquer, associada a forma e o nome do falecido, podem resultar, ou não resultar no mediatismo dos últimos dias.
Caros compatriotas, nada de facto nessa vida é garantido, a não ser a própria morte, de que tanto tememos, ao ponto de, no lugar de lutarmos para travar as suas verdadeiras causas extraordinárias, optarmos por pedir protecção a outros mortais, que por uma mera decisão política, enviarão homens e mulheres, membros importantes de muitas famílias como as nossas, para eventualmente servirem de alvos.
Mas em todo o caso, pelo que a minha curta vivência ensinou, neste momento, não estamos perante um cenário que justifique a intervenção duma força internacional. Não temos em conflito aberto e armado, duas facções políticas. A verdade é que, todos os dados indicam se tratar apenas de casos isolados, para ajustes dumas velhas e obscuras contas, entre algumas personalidades e ex-personalidades do mesmo círculo de poder. Portanto, por essa razão, e pela conhecida incapacidade do nosso país, de responder com algumas contrapartidas necessárias para suportar uma missão desse género, mantenho um inteiro cepticismo quanto a sua concretização.
O que realmente desejamos de uma maneira mais ou menos camuflada, enquanto poderemos libertar uns bons litros de baba durante o sono, é que alguém substitua as nossas forças armadas nas suas funções, com a rápida aplicação da experimentada e falível fórmula, conhecida nos meios diplomáticos internacionais, como Forças de Paz.
Sendo assim, devemos aproveitar a conjuntura para solicitar também, as seguintes variantes da mesma fórmula:
Executivos estrangeiros, para substituírem nas suas funções os nossos governantes gananciosos e incompetentes, que pelos anos entretanto passados, nunca terem conseguido nos assegurar o normal fornecimento de meios, para a satisfação das necessidades, mesmo as mais básicas;
Parlamentares estrangeiros, para substituírem nas suas funções os nossos deputados analfabetos e faltosos, que beneficiam dos sagrados mandatos populares, para comercializarem os sentidos dos seus votos;
Magistrados estrangeiros, para substituírem nas suas funções os nossos juízes corruptos e improdutivos, que usam os privilégios da classe, para acumularem alguma riqueza material.
Ah! Quase que me esquecia de mais esta…
Como passamos a pertencer uma sociedade de tendências preguiçosas e irresponsáveis, porque não incluirmos também no pedido cidadãos estrangeiros, para nos substituírem nas nossas funções.
O absurdos é que, quando somos chamados para o cumprimento dos nossos deveres, fugimos logo para um buraco qualquer; e ainda a partir de baixo, tentamos por todos os meios, até por vezes com algum sucesso, sabotar os mais escrupulosos.
Como ainda agora acabou de nos lembrar mais um bem-vindo cibernauta, Flávio Wintacem Fernandes: as soluções viáveis, devem ser criadas com o necessário empenho, e muita paciência; e que nada cai dos céus.
Ser, Conhecer, Compreender e Partilhar.
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