VOZ DA
DEMOCRACIA
Ibraima Baio 04.05.2012 Caros amigos, irmãos e compatriotas, chegou à hora! Vamos levantar! Vamos acordar, nos unir e gritar em uma só voz: Basta ao MILITARISMO! Vamos dizer sim a DEMOCRACIA, porque a verdade é que este povo não pode mais manter-se silente diante dos constantes abusos e maus tratos realizados pelas pessoas e pelas instituições a quem cabe o dever de nos proteger, de nos garantir a paz. Desafio-lhes, inicialmente, a indagarem-se: “quantos são os movimentos do tipo ou orientação que conhecemos ao longo de nossa história, à exemplo do denominado “Movimento Raejustador de 14 de Novembro, Junta Militar, assim por diante”, que em nada contribuíram para o bem estar do nosso povo? Se as nossas aspirações, enquanto povo organizado, não são capazes de nos garantir o sonho da democracia, quão menos estes movimentos seriam capazes de nos proporcionar tal ensejo. Os interesses desta nação e do povo guineense devem estar acima de todos os outros interesses, sejam eles individuais, de pequenos grupos ou de oportunistas. Portanto, chega de ditadura do consenso! Vamos unir nossas vozes às dos tantos outros que quiseram gritar, mas não têm a fala, para demonstrar ao mundo que somos uma nação una, onde as crenças do tribalismo, oportunismo e divisionismo não têm lugar. A nossa miscigenação étnica constitui a base fundamental do nosso mosaico étnico – cultural, bem como a força de nossa união na busca de identidade como povo, o que já se via nos primórdios da luta para a instituição da República em nosso país. Este sentimento sempre existiu e continua existindo até hoje. Como filhos deste país, temos a obrigação de resguardar e preservar esta unidade para garantir a convivência pacífica, sadia, respeitosa e responsável entre todos os irmãos guineenses. Não podemos estar conformistas e indiferentes a este absurdo que se repete em Guiné Bissau, fazendo seu povo cansado e envergonhado diante das demais nações, as quais certamente indagam-se: “Como pode este país subsistir em descompasso, em flagrante confronto com os valores e ditames do desenvolvimento?” “Como é possível que em um país, o qual fez admirada a brava conquista da República em 1973, seu atual cidadão, presente ou distante da pátria, permaneça alheio a abusos reiterados, como o que hodiernamente acontece neste lindo país por natureza”. Sim, este não é mais um momento em que devemos continuar a agir como se nada estivesse acontecendo, mantendo a velha e conhecida postura de quem pensa que “não há jeito”, ou como se diz em um bom crioulo: “Djitu Ka Tem”. Pelo contrário, guineenses! Somos partes da solução dos conflitos deste país, independentemente do que estivermos fazendo ou do lugar em que nos encontramos, pois somos guineenses e os seremos para sempre. Não devemos acreditar que nada pode ser feito. Agir conforme tal pensamento não mudará as notícias que receberemos sobre Guine Bissau, não importando o lugar em que estivermos. Á juízo da lógica é certo que iremos afundar cada vez mais, conquanto não acreditemos em nossas capacidades e nas potencialidades de nosso país. A Guiné – Bissau não é um país inviável, tampouco falido, ele dispõe de filhos competentes e capazes de mudar o rumo de sua história. O atual quadro político não pode nos fazer acreditar que sejamos diferentes. Validos de tais pensamentos, estamos dispostos, determinados e empenhados em fazer ecoar nossas vozes por todo canto do planeta, apelando pela reposição da ORDEM CONSTITUCIONAL E DEMOCRÁTICA, onde impera o diálogo e os preceitos democráticos, os direitos e obrigações garantidos por lei. Não importam quais foram às razões deste conflito, mas a busca pelo poder ou pela justiça deve passar obrigatoriamente pelos mecanismos democráticos sem o uso da força como tem acontecido, ainda quando se trata duma nação com seus órgãos de soberania que cabem a responsabilidade de fazer juízo da situação em causa. Estou divulgando em todas as redes sociais (blogues e mini – blogues, e – mails, facebook, hi5, msn, twiter, orkut, entre tantas outras) a campanha de sensibilização e mobilização para pedir e exigir à Organização Das Nações Unidas – ONU, a tomar as medidas cabíveis e necessárias para fins de, intervir, repor a legalidade constitucional em Guiné-Bissau. O nosso país não tem petróleo, mas tem vidas que devem ser poupadas, o mundo não pode ficar de olhos vedados assistindo o suicido da democracia e do povo guineense sem fazer nada. É neste momento que se conhece a grandeza e a coragem de um povo, que prefere por lutar por sua dignidade, tal qual se viu durante a luta de libertação nacional. Vamos levantar as nossas vozes se for necessário voltar às ruas de uma forma ordeira, maciça e firme para reivindicar os nossos direitos cívicos, conferidos por lei, sem nos deixar intimidar por ninguém. Temos acompanhado um pouco, por toda parte do mundo, a história dos povos que decidiram lutar para mudar seus próprios destinos. Isto aconteceu há pouco tempo na Norte de África, concretamente na Tunísia, Egito, Argélia e Líbia e, recentemente, em nosso país vizinho, Senegal. O povo tem uma palavra a dizer e esta palavra é: Democracia! A questão não é apoiar ou estar ao lado de fulano A ou B, mas, como não poderia ser diferente, é lutar ao lado da verdade e das instituições democráticas, as quais são símbolos de soberania nacional. A prática de golpe de Estado não é condizente com os princípios democráticos e, menos, com os pilares da sociedade moderna. Desde a nossa jovem democracia, nenhum outro presidente ou governo completou o seu mandado por causa dos sucessivos golpes de estado que não agregam valores da esperança, paz, justiça e do desenvolvimento a não ser retrogradar as conquistas alcançadas. Portanto, gostaria de apelar á todos os guineenses e amigos para aderirem este movimento, a fim de pressionar junto às instituições das nações Unidas, União Africana, União Européia, CPLP, CEDEAO, embaixadas, ministérios de negócio estrangeiro (relações exteriores) ou nas respectivas secretarias, seja como for, conforme o lugar que cada cidadão guineense estiver como forma de expressar a nossa indignação e exigir a seriedade e celeridade na resolução desta crise. Viva Guiné – Bissau Viva o nosso Povo Viva Democracia. Ibraima Baio.
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