GUINÉ-BISSAU: COVID-19, ENTRE O HOJE E O AMANHÃ DE NOSSAS SOBREVIVÊNCIAS…

GUINÉ-BISSAU: COVID-19 ENTRE O HOJE E O AMANHÃ DE NOSSAS SOBREVIVÊNCIAS…

Tenho acompanhado diversas reflexões em forma de Contributos para a Guiné-Bissau, face à pandemia COVID-19, e em todos elas, vejo preocupação, prudência e receio para com a doença, quer pela realidade que define e caracteriza as nossas fragilidades na área Estruturante da Saúde, por via de vulnerabilidades processadas, geradas/induzidas, a vários níveis/dimensões, e abrangências, tendo como raiz, decisões institucionais/governativas e políticas do dirigismo do nosso Estado, desde que nos proclamamos Independentes e Soberanos; quer pela realidade cultural, social/tradicional, que define e caracteriza as diversas formas de ser e de estar das nossas populações, que compõem um Todo que é o Povo Guineense, que, deve continuar a preservar toda a sua riqueza cultural, social/tradicional, Positiva, e abandonar toda e qualquer prática cultural/tradicional nefasta, com consequências igualmente negativas para a Saúde de Todos Nós, adaptando-se às novas realidades de uma vivência global, face a ameaças globais.

Neste trabalho que hoje vos apresento e que faço questão de dirigir, em forma de proposta, às entidades que têm em mãos o poder do dirigismo do Estado, ignorando consciente e propositadamente as querelas políticas, porque entre uma alegada alteração constitucional que culminou na demissão do anterior governo e a nomeação de um novo governo, o facto é que, há um poder instituído (que pode ser contestado obviamente), que controla e dirige o poder do Estado presentemente, inclusive, a Área da Saúde (que é o que nos importa neste trabalho), e as suas infra-estruturas materiais, bem como os seus recursos humanos.

É a partir dessa evidência que me dirijo às entidades que dirigem actualmente a Guiné-Bissau, enquanto Cidadão Guineense, preocupado com a Saúde e o Bem-Estar de Todos os Guineenses, tendo em conta que os efeitos da pandemia COVID-19 já chegaram ao nosso País, o que significa, igualmente, que as suas consequências não se farão esperar.

Uma das reflexões mais pertinentes que li entre nós Guineenses, é da autoria da Dra. Magda Nely Robalo, Epidemiologista, Distinta Profissional na Área da Saúde, que serviu a Organização Mundial da Saúde durante vários anos, a vários títulos e níveis de representatividade em diversos países africanos, até ser convidada (feliz e louvável iniciativa) para ocupar o cargo de Ministra da Saúde Pública da Guiné-Bissau, cargo que exerceu com a mais alta competência, responsabilidade e sentido de Estado, facto que não passou despercebido a nenhum cidadão guineense.

Do que li do seu artigo intitulado: COVID-19 – É PRECISO ESTAR À FRENTE DA CURVA vi demonstrado, de forma eloquente, o seu Compromisso para com o seu/nosso País, a Guiné-Bissau, e para com o nosso Povo, tendo em conta a sua Missão de ajudar a Salvar Vidas, enquanto Profissional de Saúde.

Fiquei elucidado e convencido das suas capacidades e competências profissionais, bem como da sua vontade, do seu desejo, de continuar disponível a ajudar a Guiné-Bissau, sobretudo, num momento tão delicado, no qual o hoje e o amanhã, de nossas sobrevivências, estão em causa por via da pandemia COVID-19.

Do que li do seu artigo, surgiu-me a ideia de propor, desta forma, às entidades que dirigem a Guiné-Bissau, a criação de um Gabinete de Crise Multidisciplinar, para fazer face à pandemia COVID-19, independentemente de todas as diligências já efectuadas por quem de direito nesta matéria;

Gabinete esse, que deveria ser Coordenado/Dirigido, pela Dra. Magda Nely Robalo, numa perspectiva estrutural fora do contexto político-partidário dos seus integrantes, e apenas numa vertente de utilidade da Saúde Pública, a bem do Interesse Nacional.

Estou certo que a Guiné-Bissau ganharia uma Forte Estrutura de Planeamento e Acção na prevenção e no combate ao coronavírus e não só.

Para além das suas capacidades técnicas enquanto profissional de saúde, a Dra. Magda Nely Robalo é uma ponte de referência entre a Guiné-Bissau, a Organização Mundial de Saúde e, o Mundo em geral, sobejamente conhecida que é, e profunda conhecedora, que também é, da Diplomacia da Saúde, com base na Saúde Global, que também se estende à Guiné-Bissau.

Não podemos, nem devemos desperdiçar os Melhores Quadros Nacionais, concretamente, na Área da Saúde, que é o tema da nossa abordagem de hoje.

Estou certo de que a Dra. Magda Nely Robalo aceitaria o convite de imediato, em nome do Interesse Nacional, desde que salvaguardados aspectos essenciais para a institucionalização, credibilização e funcionamento do Gabinete a ser criado, entre os Termos de Referência, os Objectivos e a Missão do Gabinete.

A meu ver, enquanto Coordenadora/Directora desse Gabinete de Crise, deveria ser-lhe dada autonomia para projectar a Orgânica do Gabinete, bem como, em conjunto com a sua Equipa Multidisciplinar de Trabalho, estabelecer a Missão de Fundo e os Objectivos a alcançar, tendo em conta a prevenção, sensibilização e o combate ao coronavírus.

Todos os Profissionais de Saúde podem ser mais valias para uma Frente Comum, quer os que se encontram na Guiné-Bissau e podem dar os seus Contributos no dia a dia, em contacto com a realidade presencial/factual; quer os que estando fora da Guiné-Bissau, muitos a exercer em Portugal, Brasil, Inglaterra, e até nos Estados Unidos da América, que também podem ajudar de várias formas, por exemplo através de debates por vídeo-conferência, ou formação de quadros profissionais de saúde radicados na Guiné-Bissau, a nível de partilha de experiências na luta contra o coronavírus, incluindo formação na utilização de equipamentos/aparelhos mais sofisticados para o efeito.

Por tudo isto, em nome da Guiné-Bissau, e pela Saúde e o Bem-Estar dos Guineenses, lanço esta proposta às entidades políticas e governativas do nosso País, face ao perigo que o Inimigo Comum Global, a Pandemia COVID-19 representa entre o Hoje e o Amanhã de Nossas Sobrevivências, enquanto Seres Humanos e Guineenses!

A Guiné-Bissau e os Guineenses merecem a União de Esforços e de Competências de Todos os seus Filhos, em nome da nossa CONTINUIDADE/EXISTÊNCIA/REFERÊNCIA/AFIRMAÇÃO, no Mundo!

Unamo-nos, em Prol do INTERESSE NACIONAL, porque hoje, infelizmente, já vamos atrasados…

Positiva e construtivamente, vamos continuar a trabalhar!

Didinho 30.03.2020

COVID-19: É PRECISO ESTAR À FRENTE DA CURVA

COVID-19: É PRECISO ESTAR À FRENTE DA CURVA

Eu juro que não queria escrever nada disto…

A trajectória do COVID-19 na Guiné-Bissau está em curso, depende de nós se a curva vai crescer exponencialmente ou não.
Soubemos hoje à noite, nas entrelinhas de um debate televisivo, que havia mais 6 casos confirmados no país, a juntar-se aos 2 anunciados no dia 25 de março. Ou seja, em 4 dias (entre 25 e 29 de março), multiplicámos por 4 o número de casos. Isto, presumindo-se que os resultados são de facto de 29 de março e não de 26 ou 27 de março (estou a tomar a data de anúncio como sendo a data de confirmação, mas estas 2 datas podem ser diferentes e isso é importante em epidemiologia).

Não sabemos se um dos novos casos seria o terceiro caso inconclusivo da primeira vaga.

Mais importante: não nos disseram se os novos casos são importados (pessoas – Guineenses ou não-que contraíram a doença fora da Guiné-Bissau) ou se já são o resultado de transmissão local (contágio de pessoas residentes, sem história de viagem recente para países com a doença). Não nos disseram se os 6 novos casos resultam dos primeiros 2 casos ou não. Não conhecemos o sexo e a idade das pessoas infectadas. Também não sabemos se são casos graves ou não.

Também não nos disseram se os novos casos estão relacionados uns com os outros ou não, ou seja, se pertencem ao mesmo foco de transmissão ou se já há vários focos de transmissão local. Quantos contactos estão a ser seguidos?

Ora bem, aqui reside a importância da transparência na comunicação de informação útil, completa e em tempo real, em situações de epidemia. Dependendo de como a gestão da informação é feita, conseguiremos ou não tranquilizar a população e obter a sua adesão às medidas de prevenção que estão preconizadas.

Urge definir a liderança política, estratégica, técnica e operacional da epidemia. É necessário clarificar funções e definir métodos de trabalho que sejam produtivos e impactantes. Organização, rigor, disciplina e método são fundamentais.

É imperativo reforçar a vigilância epidemiológica: se não conhecermos a trajetória da epidemia e a sua direção, vamos ter que correr atrás dela em vez de estarmos “ahead of the curve”.

Tendo em conta que cada caso confirmado pode infectar 1 a 2 pessoas (com base em dados da evolução da epidemia noutros continentes), é urgente terminar a formação de médicos, enfermeiros e pessoal de apoio na prevenção e controle de infeção e manejo de casos (para os primeiros), mas é também preciso mobilizar todos os formados em epidemiologia de campo e organizar um “crash course” para formar mais.

Proteger os profissionais da saúde e o pessoal de apoio é de capital importância. Comunicar e reforçar a sensibilização da população para a mudança de comportamento, com estratégias apropriadas e adaptadas ao nosso contexto é no regra de ouro.

Eu volto a jurar que não queria escrever nada disto…

Em cidadania.

Magda Nely Robalo – Epidemiologista

Bissau 29.03.2020

PARTIDARIZAÇÃO DA AGENDA PÚBLICA: CASO CORONAVÍRUS

Partidarização da agenda pública: caso coronavírus

Os impactos da pandemia Covid-19 poderão causar cerca de 25 milhões de desempregados a nível mundial e quebras até 3,4 triliões de dólares em perdas de rendimento dos trabalhadores até ao final do ano. A estimativa foi este mês avançada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), com base num relatório onde são traçados vários cenários sobre o impacto do Covid-19 na economia.

A agência estima um aumento no desemprego mundial que poderá atingir entre 5,3 milhões e 24,7 milhões de pessoas.

Números que acrescem aos 188 milhões que a agência tinha já antecipado no final do ano, quando tornou pública a sua previsão anual.

Segundo a OIT, mitigar estes impactos passará por “uma resposta política coordenada internacionalmente” que assegure a proteção dos trabalhadores, estímulos fiscais e apoio a empregos e salários. Medidas que têm vindo a ser adotadas pelos países.

A OIT recorda que durante a última crise financeira global, o mundo ganhou mais 22 milhões de desempregados e muitos dos trabalhadores sofreram perdas significativas no seu rendimento. Um cenário que poderá repetir-se, sem uma intervenção rápida por parte dos Governos.

A previsão da agência aponta para um crescimento em larga escala do sub-emprego (profissionais a tempo parcial disponíveis para trabalhar mais horas), à medida que a evolução da pandemia obrigue as empresas a avançar para redução de horários de trabalho e salários. E até o autoemprego, que nos países mais desenvolvidos ajuda a minimizar os impactos mais violentos da crise, “poderá não ser alternativa devido às restrições imposta à circulação de pessoas e bens”, antecipa a OIT.

Na Guiné-Bissau, hoje, (29/3/2020), foram anunciados 8 casos de pessoas portadoras do vírus. Antes, porém, havia sido anunciado uma série medidas conducentes à diminuição dos efeitos da pandemia. Na medida em que não é desejável que se transforme num pandemônio. Um líder da oposição (Idriça Djaló), apresentou uma iniciativa que pretende mobilizar todas as forças vivas da nação (sobretudo médicos) em torno dessa causa comum.

Como se não bastasse, há quem ainda insista na “partidarização” da agenda pública do caso coronavírus, na Guiné-Bissau, confundindo a opinião pública nacional. Independentemente da nossa agenda político-partidária, felizmente ou infelizmente o Covid 19 não conhece as cores partidárias, não conhece as confissões religiosas ou ideológicas.

Como disse e bem o líder da oposição, em Portugal, Rui Rio, “devemos fazer a oposição severa a Covid 19, e o Estado deve endividar-se de forma racional se for necessário para fazer face à esta pandemia, evitando entrar em loucuras”…
Por cá, a nível da nossa subregião, o BCEAO anunciou pacote de medidas na ordem de 340 mil milhões FCFA que poderão impactar na atividade bancária, nas famílias e, em consequência, no dinamismo económico como um todo.

A China, através do seu parceiro União Africana, sob patrocínio da fundação Alibaba, decidiu doar equipamentos sanitários para o combate a coronavírus.

O FMI analisa perdão e alívio da dívida de países menos desenvolvidos.

O G20 anunciou apoios de milhares de dólares que visam minimizar os efeitos mundiais da pandemia.

Por toda a parte (do hemisfério sul a hemisfério norte) tem havido uma onda de ações solidárias visando o inimigo invisível comum.

Cuba tem ajudado, com os seus médicos, países que outrora se revelaram potências industrializadas (exemplo de humanismo).

O mundo, muito provavelmente, não será igual como dantes.

Em suma, não há motivos, humanamente falando, para a partidarização desse inimigo invisível.

Até porque é uma pandemia, deixou de ter “dono ou alvo”.

Bissau, 30 de Março de 2020.

Apenas uma opinião!

Santos Fernandes

 

COVID-19: O REALISMO, ENTRE O POSITIVISMO E O NEGATIVISMO DAS INFORMAÇÕES

COVID-19: O REALISMO, ENTRE O POSITIVISMO E O NEGATIVISMO DAS INFORMAÇÕES
Sobre o Coronavírus, e as partilhas, visando informar e sensibilizar as populações, as comunidades, independentemente do impacto emocional que isso possa causar em cada um de nós, importa, no fundo, que cada um, em suma, todos nós, continuemos a ter presente, a realidade da doença, os riscos e as consequências inerentes, e não, uma visão simplista focada num alegado positivismo na forma de encarar a doença, que deve nortear as partilhas das notícias/informações sobre o assunto.
Temos que continuar a procurar conhecer a doença, para sabermos lidar com ela, e isso, implica aceitar os factos em presença, entre os negativos e os positivos, que as entidades de saúde de todo o mundo nos dão a conhecer diariamente, através dos órgãos de comunicação social, numa perspectiva, até, de sabermos se estamos a conseguir conter a pandemia ou não.
Seria extraordinário que os números dos casos reportados diariamente “determinassem” o fim da pandemia, porém, são os números em presença, no dia a dia, até hoje, quer gostemos ou não, se é disso que se trata, que indicam às entidades de saúde, aos profissionais de saúde, aos cientistas de todo o mundo, engajados na busca de soluções para a cura da doença, e a todos nós, seres vivos deste nosso Planeta Terra, sujeitos a contrair o Coronavírus, o ponto de situação em que estamos, chegados à triste realidade em presença.
Compreendo a sensibilidade de cada um, e de todos, mas devemos continuar a lidar com esta doença, com realismo, independentemente do positivismo e, ou, negativismo, dos números que são dados a conhecer diariamente, pelas entidades de saúde de todo o mundo.
Não devemos ter “preferência” em enganarmo-nos, por uma questão de sensibilidade emocional, afectiva, quando os dados estatísticos, diariamente apresentados, são os principais valores, no presente, para  os estudos, as análises e as interpretações, visando a dinamização da prevenção da doença, mas sobretudo, para estudos comparativos, visando novas abordagens científicas, políticas e económicas, sobretudo, para o combate ao COVID-19.
Quanto mais e melhor informados e sensibilizados estivermos todos, sobre a pandemia COVID-19, estaremos todos melhor preparados para prevenir/combater a doença, e isso, não se consegue sem aceitarmos o realismo dos diversos impactos que confluem nas nossas sensibilidades emocionais, afectivas, face aos dados que nos são dados a conhecer diariamente, pelas entidades competentes, de saúde, sobretudo, de todos os países deste nosso Planeta, através dos órgãos de comunicação social.
Positiva e construtivamente, com  realismo, vamos continuar a trabalhar!
Didinho 29.03.2020

AINDA A PROPÓSITO DO COVID-19

AINDA A PROPÓSITO DO COVID-19

Levantei-me hoje às 5:30 da manhã e depois do exercício matinal, decidi passar por Las Vegas Strip (faixa da cidade onde estão 90% dos casinos), antes de ir ao trabalho no hospital: uma cidade fantasma, ninguém nas ruas, hotéis com semelhança a túmulos num cemitério isolado: vieram-me à memória os tempos de quando tinha 8/9 anos, na Guiné, e que ao domingo à tarde entre a 1 e as 3 tinha que levar comida ao meu pai nos armazéns da ultramarina perto da Ponte Cais; as ruas desertas de Bissau, entre a zona dos correios e a ponte cais, todos a dormir a sesta ou a ouvir relatos de futebol português – silêncio e vazio, que me metiam medo. É assim, nos dias de hoje, aqui: tudo fechado agora devido ao coronavírus…

Coronavírus, são uma família de vírus, encapsulados, fita única, classificados dentro dos Nidovirales. Podem infetar mamíferos e aves, causando doenças respiratórias, entéricas, e neurológicas nos humanos.

Existem 6 espécies de coronavírus que podem causar doenças em seres humanos: coronavírus 229E, OC43, NL63 e HKU1 são comuns em todo o mundo e só causam sintomas marginais.
As outras duas espécies (a SARS-Cov) e a MERS-Cov) causam infeções mais sérias e são transmitidas de animais para humanos.
Em anos não distantes, estas duas últimas espécies causaram pandemias com mortalidades entre  19% e 37% respectivamente.
Em Dezembro de 2019 em Wuhan, Hubei, China, um novo síndroma respiratório emergiu  com sintomas clínicos semelhantes à pneumonia viral e com transmissão entre pessoas.
Através de análises sequenciais, confirmou-se a emergência de um novo coronavírus: COVID-19.
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Fig. 1 – Vírus a atacar tecidos pulmonares.
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Fig. 2 TAC
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É assustador o que se está a passar aqui, não só em Las Vegas, mas em todos os territórios que compõem os Estados Unidos (excepto, por agora, Montana e Dakota – Norte e Sul).
Elmhurst hospital, em Queens, já la vão 25 anos desde que lá estive, tornou-se agora o epicentro da pandemia aqui nos Estados Unidos.
Há colegas médicos e enfermeiros a falecer por causa de contaminação (não há máscaras suficientes para todos e tem que se improvisar). É uma calamidade que não se pode descrever.
Por agora, temos que manter a calma, usar todos os meios de higiene e proteção disponíveis, usar os nossos anos de treino e experiência para ajudar a tratar os doentes.
É importante não esquecer de:
Lavar as mãos com sabão e água por 20 segundos (mais eficaz do que gel contendo álcool);
Manter distância uns dos outros.
Aos colegas médicos:
1 – Se um doente com suspeita de estar infetado com coronavírus tem sintomas respiratórios moderados, por favor não espere: entubação/intubação, sem demora, porque da experiência que estou a ter nestas duas semanas, se esperamos/hesitamos, é a morte certa do doente;
2 – Se depois da entubação/intubação, não houver melhorias, usar as medidas de “proteção dos pulmões”, incluindo:
Óptimo PEEP (pressão positiva expiratória final);
Low tidal volume (pequeno volume corrente);
  • Pronação
  • Vasodilatadores pulmonares
  • Paralíticos
  • Se tudo falha, então ECMO
Infelizmente, em África, só há dois Centros de ECMO (África do Sul) e transportando doentes com PEEP elevado e oxigénio a 100% não é prudente.
Para qualquer intervenção, incluindo pequenas cirurgias, use PAPR (Powered Air Purifying Respirator – Respirador purificador de ar motorizado), PPE (Personal Protective Equipment – Equipamento de Proteção Pessoal), para evitar contaminação/transmissão.
Medicamentos em investigação:
Remdesivir: não aprovado; em investigação;
Hidroxicloroquina, Cloroquina: dados ainda insuficientes;
Tocilizumab: em investigação para doentes em choque;
Lopinavir/Ritonavir: investigação negativa;
Corticosteróides: podem ser perigosos
Voltando à entubação/intubação e tendo em conta a sua importância, recomendamos, absolutamente, usar a glidoscopia, em vez da entubação/intubação por laringoscopia direta (risco de contaminação para o cirurgião).
Com a glidoscopia, em vez de olhar diretamente para a boca do paciente, estamos a olhar para uma câmara.
Vejamos a seguir uma imagem de um meu assistente médico júnior, entubando/intubando um doente.

Las Vegas, USA,  27.03.2020

Joaquim Tavares “Djoca” , MD, FACP, FCCP, DABSM, FAASM, EDIC, RPSGT

Medical Director, ECMO Program at Sunrise Hospital and Sunrise Children’s Hospital

COVID-19: A HORA É DE ACÇÃO E NÃO DE PALAVRAS!

COVID-19: A HORA É DE ACÇÃO E NÃO DE PALAVRAS!

Está na hora de, os médicos guineenses, sobretudo, e todos os Profissionais de Saúde, residentes na Guiné-Bissau, que ainda continuam a trajar-se com uniformes de executivo, nas vestes de políticos e não de profissionais de saúde, vestirem as suas batas, fazendo-se acompanhar dos seus instrumentos básicos de trabalho, em prol da Missão de Salvar Vidas e não de fazer política!

Como dizia Amilcar Cabral, o momento é de Acção e não de Palavras…!

O nosso Agradecimento e Reconhecimento, de sempre, a todos os profissionais de Saúde na Guiné-Bissau, que nunca misturaram a Saúde, o Bem-Estar Colectivo, com politiquices.

Positiva e construtivamente.

Didinho 27.03.2020

GUINÉ-BISSAU: O COVID-19 ENTRE O PROTAGONISMO E A POLITIQUICE

GUINÉ-BISSAU: O COVID-19 ENTRE O PROTAGONISMO E A POLITIQUICE

“O economista guineense Paulo Gomes e a epidemiologista Magda Robalo disseram à Lusa estar disponíveis para integrar qualquer equipa nacional para enfrentar o que consideram de “guerra contra a doença” que já contaminou duas pessoas no país. Antigo candidato à presidência do país, Paulo Gomes, que se encontra atualmente fora da Guiné-Bissau, disse à Lusa estar pronto para, nos próximos dias, regressar e ajudar a “fazer avançar a iniciativa corajosa e proativa” de Idrissa Djaló, líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), que propôs um pacto entre guineenses para lutar contra a pandemia da covid-19.”

Tudo muito bonito, mas será que o Dr. Paulo Gomes não sabe que uma das recomendações para a prevenção contra a propagação da doença e a contaminação de mais pessoas, é cada um ficar em casa, em isolamento, de quarentena, salvo, quem tenha mesmo que trabalhar, face à essencialidade do seu trabalho, sobretudo, relacionado com o serviço público, que não pode ser efectuado através do tele-trabalho?

Pensa ir à Guiné-Bissau nos próximos dias, como, com que meios logísticos, face à conjuntura mundial que restringiu as fronteiras de quase todo o Mundo e a consequente inoperacionalidade das companhias aéreas, marítimas, ferroviárias, etc., etc.?

Ainda que fosse à Guiné, face às medidas restritivas decretadas, o que iria fazer, que não em casa, para ajudar quem, e como, algo que pode fazer onde está neste momento, através da INTERNET?

Pode ajudar financeiramente, com verbas endossadas ao Estado para fins concretos, ou, adquirindo materiais de saúde apropriados para a actual situação, por exemplo, ventiladores, geradores, desinfectantes diversos, luvas, máscaras etc., etc., dependendo de “aberturas” aéreas, marítimas ou terrestres, para serem enviados à Guiné-Bissau.

Porém, pode sempre, onde quer que esteja, ajudar/apoiar, moralmente, sensibilizando e partilhando informações às populações, sobre a doença e os riscos e as suas consequências, que é a via que todos nós, Guineenses, espalhados pela nossa Diáspora temos vindo a fazer, através das Redes Sociais. O sr. Paulo Gomes quer ser diferente, com base num protagonismo que vai contra as recomendações e restrições no combate à prevenção, e contra a propagação do vírus?

Anunciar um regresso ao país neste momento, alegadamente, para ajudar, quando mesmo o pessoal de saúde, caso tivesse como ficar em casa, em isolamento, de quarentena, também ficaria, não passa, a meu ver, e peço desculpa pela frontalidade, de um gesto imbuído de protagonismo e irresponsabilidade.

Fiquemos em casa, para nosso bem e de todos, mesmo que uns quantos, imprescindíveis, seres humanos e guineenses, com família, tenham que sacrificar suas vidas e de suas famílias, pela maioria da População, que deve cumprir com as medidas restritivas de prevenção, por seus desempenhos profissionais não serem imprescindíveis na actual conjuntura, ou, por poderem ser efectuados a partir de casa.

Outrossim, os técnicos de saúde guineenses, que se encontram no nosso país, independentemente dos seus estatutos, das suas bagagens académicas, não devem esperar que sejam chamados a contribuir para o que suas profissões e seus juramentos lhes reservam como Missão: Salvar Vidas, Servir as populações. Devem fazer a parte que lhes compete, dirigindo-se às entidades de Saúde, aos hospitais e centros de saúde, para fazerem o que sabem e devem fazer, sem que sejam mandatados para tal, por via de jogos políticos e partidários!

Estar à espera de consensos políticos para assuntos de saúde pública, sobretudo, face à EMERGÊNCIA de uma Pandemia, por parte de quadros da saúde, Guineenses, é de facto, renunciar ao Juramento de Hipócrates.

Para finalizar, fiquei incrédulo hoje, ao ver imagens da cerimónia de despedida do corpo de efectivos da ECOMIB na Guiné-Bissau, com a presença do Presidente da República, sem que as medidas restritivas de distanciamento mínimo de metro e meio/2 metros, fossem cumpridas.

Sr. Presidente da República, seja o primeiro a dar o exemplo nesta luta contra o Inimigo Comum Global, COVID-19.

Evite o contacto social e a concentração social, em nome da prevenção da doença!

Não basta decretar o estado de emergência, para de seguida, ignorar os factores de risco e pôr-se a jeito de ser contaminado, ou de contaminar os demais.

É preciso que todos nós levemos muito a sério esta doença!

Ela não escolhe quem quer que seja, todos estamos sujeitos a contraí-la e, por isso, todo o cuidado é pouco!

Infelizmente, já começamos a sentir a nossa dor…

Positiva e construtivamente.

Didinho 26.03.2020

Covid-19: Quadros guineenses disponíveis para enfrentar “guerra contra a doença”

ENTRE A IRRESPONSABILIDADE E A IGNORÂNCIA…

ENTRE A IRRESPONSABILIDADE E A IGNORÂNCIA…

Uma IRRESPONSABILIDADE e IGNORÂNCIA, de um ex-Primeiro-ministro, que deve ser chamado à RESPONSABILIDADE, e, se necessário, por via Judicial, face à REALIDADE dos factos em presença, sob pena de, as suas constantes, inoportunas, desenquadradas e inadequadas afirmações políticas, sobre o Coronavírus, servirem de pretexto para a subestimação da doença, e consequentemente, para uma maior manipulação/instrumentalização/desinformação, da sociedade guineense, que poderá redundar numa atitude contraproducente das medidas preventivas já anunciadas pelas autoridades nacionais, visando evitar/reduzir, a propagação do vírus e, consequentemente, a contaminação de pessoas/populações.

O momento é complicado para todos nós, por isso, deixemos o jogo político de lado e foquemo-nos na prevenção, visto estarmos todos sujeitos ao coronavírus…

Nenhum País do Mundo, mesmo dos mais evoluídos/desenvolvidos, do nosso Planeta, tinha ou tem um Plano/Projecto de Combate efectivo contra o COVID-19!

Como é que o sr. Aristides Gomes, assim como o sr. Domingos Simões Pereira continuam a afirmar que, não fosse “o golpe de estado” na Guiné-Bissau, ” a doença podia ser evitada, por via dos planos de contingência do seu governo”?

Já agora, por que esperam os senhores Aristides Gomes e Domingos Simões Pereira, para apresentarem os seus planos de contingência ao Mundo, aos Governos de Todo o Mundo; aos Cientistas de Todo o Mundo, numa luta sem igual, para encontrar uma fórmula milagrosa, mas científica, para acabar com a pandemia do COVID-19?

É CRIME, usar a manipulação/instrumentalização, política, sobre uma pandemia que todos os dias tira a vida a centenas de pessoas em todo o Mundo, alterando completamente o quotidiano das Pessoas neste nosso Mundo.

Quem é Aristides Gomes, para falar do COVID-19, numa abordagem política, e não, técnica ou científica, no âmbito da Medicina/Saúde, como se fosse um especialista na matéria, quando mesmo os cientistas afectos à área, estão a tentar conhecer melhor a essência da doença, e ninguém tem até hoje, uma solução mágica para a sua cura?

Quem é Domingos Simões Pereira, para falar do COVID-19, numa abordagem política, e não, técnica ou científica, no âmbito da Medicina/Saúde, como se fosse um especialista na matéria, quando mesmo os cientistas, afectos à área, estão a tentar conhecer melhor, a essência da doença e ninguém tem até hoje, uma solução mágica para a sua cura?

É preciso que se use o poder do Estado, para se declarar, efectivamente, o Estado de Emergência, e limitar, detalhadamente, certos direitos, certas liberdades e garantias, ao abrigo do exposto na Constituição da República, para que numa situação de Emergência, que é a que estamos a viver em Todo o Mundo, o Bem-Colectivo seja Salvaguardado, a Bem do Interesse Nacional e Global, quiçá, da nossa Existencialidade, enquanto Seres Humanos, e Guineenses!

Positiva e construtivamente.

Didinho 26.03.2020

Covid-19: PM guineense diz que doença poderia ser evitada através do plano de contingência do seu Governo

COVID-19 – A NOSSA EXPERIÊNCIA, PROF. DOUTOR JOAQUIM SILVA TAVARES

COVID-19 é uma doença causada pelo Coronavírus SARS-Cov-2(SARS =severe acute respiratory syndrome)

Da mesma forma que aconteceu com o H1N1 e o SARS, ainda há quem pense que as consequências do coronavírus são mais propaganda de alguns grupos económicos com o fim de lucrar com o pânico e medo do desconhecido.

Para não inundar os leitores com a imensa literatura que encontro todos os dias, divagando sobre COVID-19, vou contar uma experiência directa que tive com 3 doentes infectados com COVID-19.

No dia 13 de Março, sexta-feira (acreditam em superstição?), recebemos um paciente nos cuidados intensivos, um “jovem” de 54 anos, cozinheiro num dos casinos de Las Vegas: admitido com febre e pneumonia na radiografia. Inicialmente, como estava “estável”, disse ao hospitalista e à enfermeira, que só iria entrar no quarto, estando isolado (porque o diagnóstico diferencial incluía o covid-19) e se o paciente mostrasse sinais de descompensação (para evitar aumentar o número de profissionais em contacto com o paciente).

Duas horas depois desta conversa, a enfermeira saiu do quarto dizendo: o doente está confuso, a saturação está só a 65%.

Entrei na antecâmara, coloquei o PAPR (power air-purifying respirator) e o PPE  (personal protective equipment), para de seguida entrar no quarto: o doente estava a respirar a 40% por minuto, confuso, e  mesmo depois de oxigénio a 100%, a saturação estava a 65%.

Entubei o doente com as precaucōes recomendadas pela OMS e a Sociedade de Cuidados Intensivos, e começamos o protocolo da ARDS Net (a radiografia, em menos de 3 horas mudou de manchas brancas para completamente branca-em termos leigos-quase nenhuma troca de oxigénio nos pulmões).

O doente ainda está vivo, mas a esposa dele, admitida 2 dias depois dele, faleceu ontem. A filha ainda está nos cuidados intensivos.

Imagem 1 – cozinheiro infectado


Imagem 2 – Esposa do cozinheiro infectado

Imagem 3 – Esposa do cozinheiro infectado

O hotel onde o indivíduo trabalha fechou as portas temporariamente.

Por 14 dias seguidos depois deste contacto, tenho trabalhado, mas com monitorização contínua da minha temperatura, sintomas de tosse, etc.

Mas estou bem de saúde e preparado para mais encontros.

Estamos experimentando com a hydroxychloroquine (vamos a ver; “se tivesse “siti malgoss – azeite amargo de óleo de palma”, também iria experimentar – brincadeira à parte!!!)

No nosso hospital também oferecemos ECMO (extracorporeal membrane oxygenation), forma de suporte artificial temporário dos pulmões e coração); Até agora, como Director do nosso programa de ECMO (único no estado de Nevada), ainda não aprovei nenhum ECMO interno ou por transferência de um outro hospital, devido a riscos de infecção, materiais de protecção disponíveis, etc), mas, da maneira como os casos estão aumentando, qualquer dia temos que usá-los num doente.

Todo o cuidado é pouco, por isso há que: lavar as mãos, evitar contacto por menos de 2 metros, usar chlorox para desinfectar, etc.

Este vírus existe, este vírus pode ser devastador, não é propaganda; Isto é para todos e sobretudo, para alguém que tem “close encounters” todos os dias com alguém infectado ou com alguém suspeito, e todos somos suspeitos.

Stay Safe (principalmente membros provedores de Saúde)-We need all of you!

Djoca 25.03.2020

Joaquim Tavares, MD,FACP,FCCP,DABSM,FAASM,EDIC,RPSGT

Medical Director, ECMO Program at Sunrise Hospital and Sunrise Children’s Hospital

Manu Dibango, jazzman et saxophoniste, à Paris, en mars. GILLES VIDAL / HANS LUCAS

PUBLICAÇÕES DE 16 A 25 DE MARÇO DE 2020

DEMOCRACIA…

Que DEMOCRACIA

Qual DEMOCRACIA

Para que Estado

Para que Direito

Para que POVO

Entre a Massa e a Elite

Entre os Poderosos

E os subordinados

Entre o Povo e os deuses

Entre o estatuto e a realidade

Entre os privilegiados de sempre

E os infinitamente prejudicados

Que Política para que políticas

Quando a DEMOCRACIA

Pelo que assistimos

Ao invés de servir os Povos

Circunscreve-se ao Poder das Elites

Que decidem sem escrúpulos

Sobre a existencialidade Humana

Em função dos seus interesses

Que DEMOCRACIA

Para que Estado de Direito

No nosso Planeta Terra

Alimentado pela Mentira

Que contamina e mata

Mais do que todos os vírus

Encomendados pela Elite Poderosa

Que dirige este nosso Mundo

E que em nome da DEMOCRACIA

E do Estado de Direito

Alega legitimidade

Para decidir por todos nós

Sem o nosso conhecimento

Sem o nosso consentimento

Que DEMOCRACIA é esta

Que para salvaguardar uma Elite

Seus Poderes e Seus Interesses

Tem estado a levar-nos

Consciente ou inconscientemente

Para a Destruição do nosso Planeta

Para a Extinção da Vida Humana

Da Vida de Todos Nós…

PORQUÊ…!?

Certamente questionamos até quando

Como também devemos questionar

Até QUANDO permitiremos isso…?!

Didinho 25.03.2020


RESPEITO E CONFIANÇA

Infelizmente, há muito que perdemos, uns pelos outros, na qualidade de Seres Humanos e Guineenses, o Respeito e a Confiança, enquanto alicerces necessários e desejáveis, quiçá, imprescindíveis, para a promoção de Princípios e Valores de Sustentação de toda e qualquer Relação Humana!

Continuamos a bater no fundo, porque o fundo é, infelizmente, o fim, o nosso fim…enquanto continuarmos a dormir, mesmo de olhos abertos…

Positiva e construtivamente.

Didinho 24.03.2020


MANU DIBANGO – Duala, 12 de dezembro de 1933 – Paris, 24 de março de 2020

Conheci Manu Dibango, pessoalmente, e casualmente, em 1984, em Vlissingen/Holanda.

O navio onde trabalhava, estava atracado nesse porto da Holanda e numa ida à cidade, numa tarde de verão, cruzei- me, casualmente, com alguém, cujo rosto já conhecia, de tão famoso que era, mas, sobretudo de tão marcante que foi sendo, para muitas gerações, não só africanas, mas também, de todo o Mundo.

Manu Dibango em pessoa, que iria actuar nessa noite em Vlissingen!

Como seu fã, de longa data, através da Radiodifusão da Guiné-Bissau, emissora pela qual o conheci, ouvindo seus sucessos musicais, fiz questão de lhe abordar, apresentando-me, dando-lhe a conhecer, ser filho da Guiné-Bissau, facto que mereceu, da sua parte, um aperto de mãos e um forte, longo, caloroso e fraterno abraço, enquanto Africanos e Seres Humanos.

Manu Dibango continuará a ser um dos melhores e maiores Agentes e Expoentes da Criatividade, Sustentação, Valorização e Promoção da Interculturalidade, tendo a Música como Fonte, Espelho e, Reflexo…

Descansa em Paz, Distinto e Saudoso Irmão!

Didinho 24.03.2020

Manu Dibango, jazzman et saxophoniste, à Paris, en mars. GILLES VIDAL / HANS LUCAS


A PROPÓSITO DE DISTANCIAMENTO SOCIAL

É preciso evitar que haja uma interpretação equivocada sobre a conotação entre distanciamento social e exclusão social, face às medidas de prevenção visando o combate ao COVID-19.

O distanciamento social, enquanto medida preventiva, não significa, de modo algum, exclusão social, na forma como todos nós, seres humanos, devemos lidar com o contexto da pandemia do Coronavírus.

De igual forma, a prudência na forma de encarar uma doença à qual, estamos todos sujeitos, não deve servir de suporte para a insensibilidade, para com “o outro”, com base numa alegada e equivocada desconfiança no “outro”.

Ninguém tem a marca do COVID-19 como elemento de identificação, por isso, ainda que tenhamos que ser prudentes, façamo-lo, sim, apenas com base nas decisões/recomendações/instruções, quer da Organização Mundial da Saúde, quer dos Governos de cada País.

A actual conjuntura Mundial implica mais do que nunca, a assimilação/interiorização, do conceito de Humanismo, e do pilar principal que lhe deve sustentar. Estou-me a referir à Solidariedade!

Neste momento preocupante e desafiante para a Humanidade, em que a doença em si, não discrimina, não exclui, ninguém, a melhor e a infinita forma de combatê-la, é fazer das suas fraquezas, nossas forças, e isso passa pela Consciencialização Global, de que:

Ou, estamos cientes da Importância da existência de cada um, como factor para a existência de Todos, num processo de Todos, por Todos e para Todos, estando Todos Juntos, mesmo em modo distanciamento social, para fazermos frente ao Inimigo Comum Global (ICG): COVID-19;

Ou, ignorando a Importância da Vida enquanto Corrente de Transmissão, que suporta a Humanidade, desagregando nossas Estruturas, nossos Pilares, entregamo-nos ao Inimigo Comum Global (ICG): COVID-19.

Fique em casa, cumpra com as medidas restritivas e preventivas decretadas pelas autoridades do País onde vive, e estaremos assim, Todos, a contribuir para o fim do Inimigo Comum Global, o COVID-19, em modo distanciamento social, e não, de exclusão social!

Positiva e construtivamente.

Didinho 22.03.2020


COVID-19

Prevenir e Combater o COVID-19, implica acima de tudo, Conhecimento da Doença, e o devido Respeito por ela;

Assim como, COMPREENSÃO, SENSIBILIZAÇÃO, SOLIDARIEDADE e INCLUSÃO, no tocante ao relacionamento entre Pessoas, Estados e Organizações.

Não devemos permitir espaços para a politização do COVID-19 na Guiné-Bissau!

Didinho 19.03.2020


GUINÉ-BISSAU, COVID-19, POLITIZAÇÃO 

Mais uma tentativa de manipulação/instrumentalização e politização da Sociedade Guineense, por parte do sr. Domingos Simões Pereira.

Qual é o Governo deste nosso mundo com capacidade e competência, se é disso que se trata, para resolver por si só, e de imediato, o Problema COVID-19?

O sr. Domingos Simões Pereira deveria estar calado, ou criticar com profundidade e de forma sustentada, as medidas restritivas tomadas pelas novas autoridades da Guiné-Bissau, apresentando as suas sugestões e, ou soluções, não só para a Guiné-Bissau e os Guineenses, mas para toda a Humanidade, já que, para ele, é uma questão de competência e capacidade.

Até parece que a Guiné-Bissau já registou casos declarados, confirmados, do COVID-19…

Mesmo que isso venha a acontecer, tal como já acontece por quase todo o Mundo, será por falta de competência, de capacidade, dos Governos dos Países onde a doença já prolifera?

Sr. Domingos Simões Pereira, o COVID-19 é algo muito sério sim, para ser politizado.

Seja ao menos, num momento deveras delicado para a Humanidade, em geral, e para a Guiné-Bissau e os Guineenses em particular, solidário para com as medidas restritivas decretadas pelas novas autoridades e, caso tenha sugestões ou críticas para melhorar essas medidas, enquanto filho da Guiné-Bissau, faça-o, positiva e construtivamente, pelo Bem-estar Comum.

Um líder político não se limita apenas ao bota-abaixo, sobretudo, quando a Unidade Nacional é a fortaleza para a defesa contra uma pandemia declarada, neste caso, o COVID-19.

Sr. Domingos Simões Pereira, se não pode ajudar a Guiné-Bissau, não continue a prejudicar o País e todo um Povo, a merecer viver em Paz!

Positiva e construtivamente.

Didinho 19.03.2020

GUINÉ-BISSAU: “O GOVERNO AUTO IMPOSTO NÃO TEM CAPACIDADE, NEM COMPETÊNCIA, PARA RESOLVER O PROBLEMA DO COVID-19” – DOMINGOS SIMÕES PEREIRA


NOTA DE AGRADECIMENTO

Car@s Amig@s, Compatriotas e Amig@s da Guiné-Bissau, aproveito a oportunidade para agradecer a Tod@s, pela Solidariedade manifestada, relativamente ao abominável acto de ameaça de morte e de insultos, expressos, explicitamente, contra a minha pessoa, por alguém que, não merecendo a minha/nossa, resposta, e sem visão do erro que estava a cometer, conseguiu juntar-nos nesta onda de Solidariedade, de Amizade e Fraternidade!

Sem saber, o seu acto repugnante fez com que Guineenses e Amigos da Guiné-Bissau, independentemente das perspectivas políticas e ideológicas de cada um, se unissem à volta dos ideais do Respeito, da valorização e da salvaguarda da Vida Humana; da Liberdade, da Democracia, da Justiça, em suma, do Estado de Direito!

Em 2003 escrevi: ” O medo priva-nos da liberdade”!

Porque constatei na altura que os meus irmãos Guineenses, corajosos que sempre fomos enquanto Povo, tinham perdido a coragem, refugiando-se no medo, ficando assim, reféns dos seus Direitos e das suas Liberdades, face aos políticos e aos governantes da Guiné-Bissau!

Era preciso despertar/sensibilizar consciências, para que o medo deixasse de privar as Liberdades dos Guineenses!

É este caminho que tenho vindo a percorrer, há muito, cada vez com mais Guineenses e Amigos da Guiné-Bissau, que decidiram apostar nas suas Liberdades, em detrimento dos diversos medos, para que o desbravar do mato, venha a permitir a passagem à outra margem, de Todos, incluindo, aqueles que nunca pensaram que há mais caminhos, do que a via ditatorial da “carneirada”…

Muito obrigado a Tod@s, do fundo do coração!

Amigável e fraternalmente, vamos continuar a trabalhar!

Didinho 16.03.2020

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SEMENTE

A morte…
A minha morte
Já não me preocupa
A semente já é raiz
Tronco e folhas
Flores e frutos
Outras mais germinarão
E o vento as levará
Orgulhosa e carinhosamente
A todos os campos da Guiné-Bissau…

Didinho 13.06.2009 – In- Minha Terra, Meu Umbigo

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Quo vadis humanitas?

Nascemos para morrer
Neste Mundo de ninguém
Onde sofremos para viver
Vivendo para sofrer
Construindo sonhos
Do bem e do mal
Da vida e da morte
Destruindo as raízes
Que nos suportam
Ganhando para depois perder
Festejando para depois lamentar
Porque sabemos todos
Neste mundo de ninguém
Que nascemos para morrer
Quo vadis humanitas?

Didinho 25.12.2016 – In – Minha Terra, Meu Umbigo