Da diabólica santidade da liderança do PAIGC

Da diabólica santidade da liderança do PAIGC

 

Ensaio Político

Autor: Didinho

23.01.2022

 

ESTATUTOS DO PAIGC

ARTIGO 15º

(Direitos do militante)

  1. São direitos do militante do PAIGC:
  2. b) Eleger e ser eleito aos órgãos do Partido;

“(…) O PAIGC defende o princípio democrático, consubstanciado na soberania popular, na democratização contínua da sociedade, no sufrágio universal direto e secreto, no pluripartidarismo e no direito à oposição democrática. O Partido trabalha no sentido do permanente alargamento da sua base social, na qual o ingresso e a participação de cidadãos nas suas fileiras representa o respeito e garantia da liberdade de consciência e do debate de ideias no seu seio.

Por essa razão, o PAIGC assegura aos seus membros a liberdade de atuação, no âmbito das suas atividades profissionais e da sua militância, e admite a diferença entre os seus membros e a existência de correntes de opinião desde que não ponham em risco a unidade no seio do Partido, a sua estrutura e sobrevivência.

O PAIGC e os seus órgãos, estruturas e organizações socio-políticas atuam nos termos da Constituição da República e demais Leis e prossegue os seus fins numa sociedade multipartidária, com inteira observância das regras democráticas.” – Do Preâmbulo dos ESTATUTOS DO PAIGC – Aprovados pelo IX Congresso Ordinário – Fevereiro de 2018

Os apoiantes do Presidente do PAIGC continuam, infelizmente, a confundir o Partido, que é uma Instituição Política, com o seu Presidente, que é um, entre milhares de militantes (não importa o cargo) filiados e ao serviço do PAIGC.

Com o Congresso do partido agendado para 17 a 20 de fevereiro próximo, e na eventualidade de haver vários candidatos à liderança do PAIGC, os apoiantes do ainda líder do partido começaram a pôr em prática as velhas estratégias de ataques pessoais, confrontação e intimidação no intuito de criar e declarar, inimigo, dentro do partido, todo e qualquer um que manifeste intenção de concorrer à liderança; ou quem der sinais de querer apoiar alguém (ou algum manifesto) interessado em concorrer à liderança no próximo congresso.

Afinal onde está a Democracia no PAIGC?

Onde está o pluralismo no PAIGC?

Onde está o Presidente do PAIGC para se desmarcar do fanatismo e do endeusamento político à sua pessoa, assegurado por uma corja que o tem servido da pior forma, levando à contínua fragmentação do partido e à sua consequente e iminente destruição?

O Presidente do PAIGC continua a pensar, equivocadamente, que a sua base de apoio reside nas suas claques de lúmpens, feitos ativistas das redes sociais, e, ou, num grupo restrito e repressivo, de veteranos sem honra nem glória, dentro do partido, grupo esse que nunca quis mudanças no próprio partido e, consequentemente, o exercício político democrático, de compromisso e de comprometimento, em servir o País e o Povo da Guiné-Bissau.

Quando despertará para a realidade, o ainda Presidente do PAIGC, de que, a estratégia da manipulação de consciências e da instrumentalização de pessoas nunca foi, e nem será, uma estratégia sustentável e, por conseguinte, duradoura face à missão, aos objetivos e aos fins do partido?

A menos de um mês da realização do congresso do PAIGC os “canais da indecência” das claques do ainda líder do partido começam a insurgir-se contra potenciais candidatos à liderança do partido, como se o direito de eleger e ser eleito apenas assista ao atual Presidente do PAIGC e mais ninguém no partido.

Vejamos o que consta nos Estatutos do PAIGC – Artigo 15º – (Direitos do militante) sobre o assunto: “1. São direitos do militante do PAIGC: b) Eleger e ser eleito aos órgãos do Partido;”

Chamam traidores a alguns dirigentes do partido apenas porque esses têm uma outra visão e outra estratégia para o partido e, querem uma nova liderança para o PAIGC; dirigentes que sempre fizeram os seus trabalhos em prol dos objetivos do partido (e que nunca estiveram sob alçada do seu Conselho de Jurisdição e da consequente penalização por uma alegada e repressiva disciplina partidária), visando a conquista do poder político e da governação.

Mas será que as conquistas do PAIGC apenas são obra do Presidente do partido e, as derrotas e os amargos de boca são fruto dos demais?

Será que o Presidente do PAIGC vai continuar a enxovalhar todos os Dirigentes e Militantes do partido, por via de suas liberdades e seus direitos no PAIGC, incluindo a apresentação de candidatura à liderança do partido, quando os Estatutos do PAIGC o permitem, sustentando e incentivando, igualmente, o Pluralismo e a Tolerância no partido, bem como a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos?

“f) Promover e defender os direitos, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos.” – Artigo 3º (Fins) – ESTATUTOS DO PAIGC

“(…) A democracia interna do Partido assenta em:

  1. a) Livre expressão de ideias e reconhecimento do pluralismo de opiniões aos seus militantes dentro dos órgãos do partido;” – Artigo 5º (Democracia interna) – ESTATUTOS DO PAIGC

Dizer publicamente que os subscritores de uma moção de estratégia visando uma nova liderança para o partido apenas querem criar confusão, ignorando o respeito que os mesmos subscritores manifestaram pelo PAIGC e pelo seu Presidente, só pode ser a confirmação de uma liderança ditatorial, que usa e descarta todos os Dirigentes e Militantes do partido que têm visão diferente, para o melhor do partido.

O Presidente do PAIGC arranja inimigos por tudo e por nada, birrento que é, ignorando que antes de chegar à liderança do PAIGC, porque foi lá posto, o Partido já existia e era um partido vencedor, independentemente dos seus cíclicos problemas estruturais.

É este Presidente do PAIGC que volta e meia tenta impressionar os seus apoiantes, e alguma franja da sociedade guineense, quando fala no “império da lei”, omitindo as suas violações dos Estatutos do PAIGC.

Como foi possível o Presidente do PAIGC contornar os Estatutos do partido e apresentar-se como candidato apoiado pelo partido às eleições presidenciais realizadas em 2019 na Guiné-Bissau, quando nem sequer apresentou a sua demissão do cargo de Presidente do partido para concorrer às primárias do partido visando encontrar um nome a apoiar como candidato do partido?

Os Estatutos do PAIGC são claríssimos sobre o exercício do mandato do seu Presidente, e das suas competências, ele que apenas pode, no exercício da função de Presidente do partido, ser o cabeça de lista às eleições legislativas, e, por conseguinte, o nome a indicar para ocupar o cargo de Primeiro-ministro, em caso de vitória do partido nas eleições legislativas, tal como consta no seu ARTIGO 42º (Cabeça de Lista)

“1. O Presidente do PAIGC é o cabeça de lista do Partido às eleições legislativas e seu candidato ao cargo de Primeiro-Ministro, em caso de vitória.”

Tendo sido demitido do cargo de Primeiro-ministro em Agosto de 2015, o Presidente do PAIGC continuou na liderança do partido sem demonstrar nenhuma intenção de se candidatar às eleições presidenciais que viriam a ser agendadas para 2019.

Quando o PAIGC já tinha uma série de candidatos internos para o apoio do partido às eleições presidenciais, eis que o Presidente do PAIGC decide, contra os Estatutos do partido, ser igualmente candidato interno para apoio do partido às eleições presidenciais, quando todos sabem que um Presidente da República não pode exercer nenhum cargo no dirigismo de qualquer que seja o partido político.

O Presidente do PAIGC não chegou sequer a pôr o seu cargo de Presidente do partido à disposição, para concorrer às eleições primárias internas do PAIGC, visando escolher o candidato a apoiar pelo partido nas eleições presidenciais.

Como foi possível violar e contornar os Estatutos do partido, desrespeitando os demais candidatos, que ficaram a priori prejudicados pelo fator “Influência” da candidatura do Presidente do partido, que não tinha legitimidade para participar nas eleições primárias do partido?

Afinal, o que é o tal “império da lei”, pomposamente manifestado e de forma recorrente, pelo Presidente do PAIGC?

É este mesmo Presidente do partido, que traindo os seus “juramentos”, quer concorrer sozinho a um terceiro mandato à liderança do PAIGC?

Para quê, se a sua pretensão maior é vir a ser Presidente da República, apoiado pelo PAIGC?

Não fosse o egoísmo e a ambição de querer ser tudo em simultâneo, e face às opiniões realistas de altos dirigentes do partido, de que o atual Presidente está mais do que desgastado e desvalorizado enquanto capital político capaz de devolver a unidade no partido e a dinâmica da luta, para que o PAIGC consiga resgatar a confiança do povo eleitor guineense e, consequentemente, o poder político e de governação, o ainda Presidente do PAIGC seria o primeiro a admitir a sua incapacidade de conduzir o partido à Unidade e Luta, e, por isso, a decidir por uma não recandidatura à liderança do PAIGC.

Seria uma decisão sensata, até porque, tal como algumas vozes do partido defendem, seria uma figura a ser resguardada, para outros desafios do partido, e neste caso, para as eleições presidenciais de 2025, porém, o atual Presidente do partido não sobrevive sem estar acima de tudo e de todos, incluindo o próprio partido.

Não seria capaz de fazer mais nada para o partido ou pelo país, até 2025, porque habituou-se a mandar e a ser idolatrado, e não aceitará que seja mandatado, ou ignorado na ribalta das projeções mediáticas dentro e fora do país.

Este ensaio não pretende esmiuçar e analisar os Estatutos do PAIGC, por isso, as referências aqui partilhadas servem apenas e só, para ajudar a compreender a abordagem e as interrogações apresentadas.

Também não é nenhuma manifestação de interesse contra o atual Presidente do PAIGC, ou de compromisso para com qualquer candidatura à liderança do PAIGC no seu próximo congresso.

Este ensaio, é mais um contributo de cidadania, visando o despertar de consciência e a promoção do debate de ideias entre os Guineenses!

Positiva e construtivamente.

Didinho 23.01.2022

ESTATUTOS DO PAIGC

Artigo 38º (Candidatos ao Cargo de Presidente do PAIGC) – IN ESTATUTOS DO PAIGC

  1. Pode candidatar-se ao cargo de Presidente do Partido, o militante do PAIGC que reúna os seguintes requisitos:
  2. a) Ter, pelo menos, dez anos de militância activa e ininterrupta no Partido;
  3. b) Não ter sido objecto de condenação definitiva por infracção disciplinar grave, nos termos dos presentes Estatutos e do Regulamento Disciplinar;
  4. c) Não ter sido objecto de condenação definitiva por prática de crime doloso;
  5. d) Gozar de integridade moral e cívica irrepreensíveis.
  6. Os candidatos ao cargo de Presidente do Partido devem apresentar as respetivas Moções de Estratégia ao Congresso, baseadas nos princípios e Programa do Partido.
  7. O conselho Nacional de Jurisdição e Fiscalização é o órgão competente para aferir a elegibilidade dos candidatos.

ARTIGO 40º

(Presidente do Partido)

  1. O Presidente do Partido é o órgão representativo máximo do PAIGC, que coordena e assegura a sua orientação permanente, velando pelo seu funcionamento harmonioso e pela aplicação das deliberações dos seus órgãos nacionais.
  2. No exercício das suas funções, o Presidente do PAIGC é coadjuvado por quatro Vice-Presidentes.

ARTIGO 41º

(Competência)

  1. Compete ao Presidente do PAIGC:
  2. a) Representar superiormente o PAIGC perante os órgãos do Estado, Partidos políticos e outras instituições, nacionais e estrangeiras;
  3. b) Apresentar a posição oficial do PAIGC sobre matérias da competência do Comité Central, do Bureau Político e da Comissão Permanente;
  4. c) Conduzir as relações internacionais do Partido e velar pela aplicação das grandes linhas de orientação aprovadas pelo Comité Central, de conformidade com a alínea r) do artigo 33º;
  5. d) Apresentar o relatório do Comité Central ao Congresso;
  6. e) Convocar e presidir às reuniões do Comité Central, do Bureau Político e da Comissão Permanente;
  7. f) Propor ao Comité Central o candidato para o cargo de Secretário Nacional do Partido;
  8. g) Participar no processo de escolha dos candidatos ao cargo do Presidente da República e do Presidente da Assembleia Nacional Popular, a serem propostos pela Comissão Permanente;
  9. h) Exercer as demais competências previstas nos presentes estatutos ou que lhe forem conferidas pelo Comité Central ou Bureau Político.
  10. O Presidente do PAIGC pode delegar nos Vice-Presidentes parte das suas competências.

ARTIGO 42º

(Cabeça de Lista)

  1. O Presidente do PAIGC é o cabeça de lista do Partido às eleições legislativas e seu candidato ao cargo de Primeiro-Ministro, em caso de vitória.
  2. Em caso de impedimento, o Presidente do Partido é substituído por um dos Vice-Presidentes, que será votado no Bureau Político para o cargo de Primeiro-Ministro.
  3. Ao cabeça de lista compete dirigir a campanha eleitoral do PAIGC nas eleições legislativas e é politicamente responsável pelos resultados das mesmas perante os órgãos superiores do Partido.

Fonte de consulta: ESTATUTOS DO PAIGC – Aprovados pelo IX Congresso Ordinário – Bissau – Fevereiro de 2018

Eng.º Augusto Ulique

NÃO AO RACISMO E À SEGREGAÇÃO PELA COR DA PELE, NA GUINÉ-BISSAU!

NÃO AO RACISMO E À SEGREGAÇÃO PELA COR DA PELE, NA GUINÉ-BISSAU!

Que vergonha! O PAIGC ou melhor, alguns dos seus militantes, devem estar desnorteados ao ponto de baterem no fundo, com atitudes desprezíveis, entre retóricas e incompetências que, por exemplo, levaram-nos ao primeiro golpe de estado na Guiné-Bissau, a 14 de Novembro de 1980, quando Nino Vieira, por não estar devidamente preparado e ao nível dos seus Camaradas com melhores preparações, preferiu dar-lhes o golpe para semear o caos e a impunidade que até hoje estamos a viver na sociedade guineense!

Cada vez que há conflitos ou crises no seio dos militantes do PAIGC, é a Guiné-Bissau e o seu povo quem paga o preço mais elevado com prejuízos incalculáveis. Já alguém colocou a questão de quantos prejuízos o nosso país sofreu com o conflito militar de 7 de Junho de 1998?

Se quiserem fazer um reajustamento no PAIGC que o façam mas com todos! Sem observância discriminatória à cor de pele, religião, ou estatuto social que cada militante do vosso partido tem ou ocupa na nossa sociedade.

Vocês que agora querem preconizar um Reajustamento no PAIGC, é bom saberem que há uma Constituição da República da Guiné-Bissau que não permite qualquer discriminação seja ela de quem for e de onde vier. Se se fala do racismo, essa vossa intenção de querer reajustar o vosso PAIGC desta forma é mais que racismo. É uma vergonha nacional!

Que Deus abençoe a Guiné-Bissau com todos os seus filhos sem qualquer discriminação.

Engº. Augusto Ulique

Flensburg /Alemanha 10.04.2020

PAIGC À MERCÊ DOS MESTIÇOS

Mentiras e, Mentirosos…

Nunca ouvi tanta mentira, tanta contradição, entre o ser e o agir de alguém que, afinal, não tem noção nem visão das realidades em que vive: entre Política, Sociedade e Cultura, limitando-se à retórica, através de palavras/ expressões, feitas, muitas delas, parte dos arquivos das nossas reflexões, no âmbito da nossa participação cidadã no Projecto Guiné-Bissau CONTRIBUTO, e há muito partilhadas.

Como detesto a mentira, para mais, camuflada, como sendo a verdade sobre a “mentira” dos outros…!

Sr. Eng.º Domingos Simões Pereira, Presidente do PAIGC e candidato derrotado na segunda volta da eleição presidencial, de 29 de Dezembro de 2019 na Guiné-Bissau, deixe de balelas, acorde para a realidade do País e da conjuntura pós-eleitoral!

Estamos fartos, ou ainda não percebeu que apenas fala para o seu partido, e não para o Povo Guineense, sobretudo, o Povo eleitor, que não lhe deu os votos necessários para ser o Presidente da República?

Agora a CEDEAO e a União Africana não servem?

Têm que aprender com a ONU?

E quem tem legitimado os abusos do PAIGC na Guiné-Bissau, que não a CEDEAO e a União Africana, mandatadas, que têm sido, pela ONU?

Que mente mais mesquinha e daninha que a Guiné-Bissau alguma vez teve no dirigismo político partidário e de governação…!

Vá trabalhar, e deixe que outros também trabalhem, a bem da Guiné-Bissau!

Teve a sua oportunidade e demonstrou incompetência, faça-nos o favor de deixar a Guiné-Bissau seguir o seu Rumo, com outras alternativas, fruto da escolha do Povo Eleitor Guineense!

É triste, lamentável e dá raiva, assistir a tanta mentira, em nome da ambição desmedida pelo Poder!

BASTA!

Didinho 09.02.2020

DSP – PRESIDENTE

  « LE DILEMME »  GUINEE BISSAU – PROCHAINES ELECTIONS PRESIDENTIELLES – EN TOILE DE FOND

« LE DILEMME »  GUINEE BISSAU

         PROCHAINES ELECTIONS PRESIDENTIELLES – EN TOILE DE FOND –

                                                                                                                                         

Par Henri LABERY*

La  tragédie que n’a cessé  de vivre la Guinée Bissau  remonte du temps où la lutte pour l’Indépendance attirait de la convoitise et de la méfiance injustifiée.  Les dirigeants des Pays voisins d’alors le Président Ahmed Sékou TOURE de la Guinée Conakry et le Président Léopold Sédar SENGHOR du Sénégal, consciemment ou non, jouèrent des rôles contraires aux intérêts et l’avenir du Peuple  Bissau Guinéen.

Chacun n’ était visionnaire sur l’ avenir de ce Peuple, qu’en fonction de certains critères :  l’un, devrait déboucher sur un scénario qui  ne saurait être autre que celui  de remplacer le Portugal (le rêve de la Grande Guinée) pour Sékou TOURE et l’autre, de contenir et neutraliser les nationalistes dans l’inaction –de peur de contagion et de pacte avec les Peuples de la Casamance- pour le Sénégal, nous le dira le Président SENGHOR qui ajoutera ne pas vouloir voir des ‘’ Palestiniens’’** ( le Fling) à sa porte !!

Un Parti était soutenu par Sékou TOURE (le pai(gc) dirigé par Amilcar CABRAL et un Front de Lutte par la Fédération du Mali (Modibo KEITA) puis par le Sénégal : le FLING. (Front de Lutte pour l’Indépendance Nationale de la Guinée). Le FLING fédérait en son sein plusieurs Mouvements et Partis Bissau Guinéens, Front de lutte fondé par le signataire du présent  article avec d’autres camarades tels notamment :  François MENDY, Vicente KO, Michel Carvalho ALVARENGA, Ibrahima DIALLO dit DIALLO Corona, Mauricio OKHATA,  Balbino Olympio da COSTA…

Sékou Touré et nous étions amis (et le demeurèrent  en dépit de nos divergences et nous confiera même la Représentation au Sénégal  de sa Compagnie Aérienne   AIR GUINEE)  bien avant de faire la connaissance par notre intermédiaire notamment,  d’avec  Amilcar  CABRAL..

Nous militions nous à un certain moment, au sein de la jeunesse RDA alors que Sékou TOURE -huit ans notre aîné et du même âge que A. CABRAL- en était le leader de la section de la Guinée avec son Parti le PDG (Parti Démocratique de Guinée).  Nous, étions de  la section de Dakar dirigée par Dr. Doudou GUEYE   et sous le regard attentionné de Me. Gabriel d’ARBOUSSIER Avocat à Dakar fondateur et premier secrétaire général de ce vaste Mouvement Politique Patriotique Panafricain avec Houphouët BOIGNY comme Président.

Sékou Touré,  n’ayant pu trouver en nous une oreille attentive à ses desseins annexionnistes, jettera son dévolu sur le pai(gc) dont ne pouvons toutefois  affirmer si  son leader accepta de s’engager ou non  dans la voie tracée par son hôte ??  Tout  portera cependant à le croire dès lors que nous aurons scrutés les tristes évènements survenus plus tard en Guinée-Conakry.

Le pai(gc) était devenu ainsi le « protégé »  du Président Guinéen qui a fait de ce parti un Etat dans son Etat !

Et le FLING  – premier Mouvement nationaliste  d’une colonie portugaise reconnu par l’ONU  dès novembre 1961 et par l’OUA en 1963,  présent à tous les forums et  tribunes où il était question de  décolonisation –  reconnu aussi par  sa grande force de mobilisation, le premier à avoir lancé des actions de commando avec François Kankoila MENDY contre la présence coloniale à Suzana e à Varela, le FLING va stagner au Sénégal et y vivre de très durs moments. (Histoire à écrire).

Par les positions tranchées et  tranchantes des Pays limitrophes, l’avenir de la Guinée Bissau se trouvait ainsi  façonné !!

Avant que nous ne déclarions la guerre à l’aristocratie régnante à Lisbonne, nous, les premiers,  lui proposâmes  par lettre en date du 13 juin 1960, de tenir une table ronde pour que dans l’amitié, nous planifions la fin de la colonisation portugaise en Afrique et définissions ensemble, les modalités pacifiques d’y parvenir.

Nous étions nous, plus que conscients de la gigantesque carence en hommes dont souffrait notre Pays et ce après 500 ans de présence coloniale. Une colonisation dont les ‘’vertus’’ étaient de, semble-t-il, civiliser, éduquer et instruire les Peuples … s’écriait-on,  l’Evangile  sur le cœur !!

L’expérience loi cadre de Gaston Deferre (1956) pour les colonies françaises, bien que anti- fédérale  et dénoncée par Mamadou DIA et SENGHOR, sans être un modèle à copier,  aurait pu inspirer à tout le moins à une autonomie de quelques années pour la Guinée Bissau, le temps d’apprendre à se prendre en charge tant soit peu !

La tâche à venir si nous accédions à l’indépendance dépourvus de cadres moyens et supérieurs, de structures étatiques,  d’infrastructures et avec une administration anémique,  allait être titanesque. Les statistiques coloniales elles,  nous donnaient pour taux de scolarisation  0,33% de la population qui ne savait que lire et écrire, sur une population d’alors (1960) de 450.000 habitants. Lourd héritage en perspective…

Malheureusement, pour toute réponse  à notre demande de table ronde, par un discours hors du temps à l’Assemblée Nationale Portugaise, le Président du Conseil Antonio d’Oliveira SALAZAR déclarera : Ceux qui de Dakar demandent l’Indépendance, ont perdu le train, car ils sont déjà Indépendants au sein de la Mère Patrie. Le Portugal n’a pas de Colonie mais de Provinces Ultramarines  ajoutera-t-l !!!   (Absurde pour dire le moins…)

Les années de guerre armée qui suivirent  et déclenchées depuis les bases de la Guinée Conakry,  vont peut- être distraire le Pai(gc)  de la  formation d’hommes et de femmes cadres pour demain, en tous les cas très insuffisants à en juger par  la qualité de leur gouvernance après avoir accédé à l’Indépendance.

Lénine aimait à répéter : « si l’on peut libérer un Pays avec des analphabètes, il est suicidaire  de vouloir le gouverner avec des analphabètes !! »  C’est l’évidence et le bon sens. Parce que l’Indépendance, elle, était irréversible quels qu’en auraient pu être ou en seraient les Acteurs !!

Le PAI(GC) malheureusement  portait en lui les germes de son auto destruction car avant même l’indépendance, il semblait ne se sentir à l’aise  que dans des bains de sang coupables et en  s’éliminant les uns après  les autres !

Le premier à subir la furie de sa rage meurtrière n’était autre que leur leader notre malheureux compagnon de longues premières heures de lutte, le camarade Amilcar CABRAL.  Un agneau pourrait-on dire  parmi des loups fruits de sa propre création et de son incompréhensible naïveté.

Son parti aura enfanté des monstres et Il sera  le premier sacrifié et sacrifice  de l’holocauste paigécien  assassiné par les siens en plein  Conakry  et à la barbe du Président Sékou TOURE sensé être son protecteur !

A  Sékou TOURE,  plus tard, à  notre questionnement  et étonnement de ne pas comprendre comment  les bourreaux de CABRAL  purent-ils  revenir en toute quiétude au Palais confesser de leur macabre forfaiture sans qu’ils ne soient arrêtés ni que ses Renseignements Généraux (parmi les meilleurs de l’époque) ne lui en firent auparavant lui, Chef d’Etat,  des rapports sur un éventuel complot en gestation et  empêcher le crime ?  Il  nous répondra sur un ton laconique et agacé: C’était des problèmes internes au PAI(GC). Nous n’en étions pour rien ajoutera-t-il. Et sans état d’âme…***

Pour notre part, nous avions retenu que l’aura de CABRAL ayant dépassé toutes les frontières et que fort probablement de  ce fait,  le leader du PAI(GC)  a pu être  tenté de mettre entre parenthèses le plan peut être préalablement conçu de la Grande Guinée avec le Président Guinéen pour pouvoir bénéficier de son soutien, et,  que cela ayant  été ressenti ( la mise en parenthèse de l’’accord’ ?) ou éventé,  un complot eut été ourdi pour l’éliminer ? Ce qui aurait été facile et qui fût apparemment fait ?  Mais aussi… la PIDE dans tout ça ?? Il est temps que l’Histoire nous éclaire véritablement sur cette tragédie !!

L’assassinat de CABRAL le 20 janvier 1973 va faire chavirer son Parti. Comme un bateau en naufrage et sans timonier, certains membres de leur bureau politique –et non des moindres – et autres, les capverdiens notamment,  commencèrent à sauter des bâbords et des tribords et  à affluer à Dakar.

Des camarades qui nous fuyaient comme de la peste  dont certains d’anciens condisciples de lycée à Bissau que nous-mêmes avions encouragés à  rejoindre les rangs de CABRAL vu notre impossibilité d’action au Sénégal, vinrent nous parler de leur misère et de leur peur de subir le même sort que leur camarade leader fraîchement assassiné!  Que finalement ‘’c’est vous FLING qui avait raison : le mariage Guinée-Bissau/Cap-Vert était une utopie et chacun devrait s’occuper de ce qui lui est propre,  s’exclamaient-ils.’’ Aveu de repentance ?? Ingratitude ressentie ?? Peu importe !

En tout état de cause, ces instants de regrets  n’auront durés qu’une saison, un peu plus que le temps d’une rose,  avant que les jeunes Capitaines de l’armée portugaise à Lisbonne avec à leur tête le non moins agité et  tête brûlée Otelo Saraiva de CARVALHO ne renverse la dictature le 25 avril 1974.  Ce fût la Révolution des œillets et l’évènement qui sauva le PAI(GC)  de la déconfiture!!

Et le Portugal sans discernement, d’inviter le seul  PAI(GC) à la table des négociations pour lui remettre le parchemin par lequel l’Indépendance est  universellement reconnue. Le PAI(GC) était-il suffisamment doté pour mener seul, une nouvelle guerre  celle de la Paix et du développement ??****

Il n’en demeure pas moins que de cette cérémonie solennelle, les guinéens du PAI(GC) vont en sortir frustrés de voir l’acte majeur de reconnaissance de la Souveraineté Nationale et Internationale  remis au cap verdien Pedro Pires et non à un guinéen. L’argument selon lequel cela a été fait ainsi par le choix du Parti,  ne disculpera pas le  Portugal et n’effacera pas la  frustration des guinéens…

Des ‘’erreurs’’ de compagnonnage iront s’accumulant notamment celle du Parti d’imposer la peine de mort dans  la seule Charte Fondamentale de la République de Guinée Bissau !

D’autres guinéens réfugiés dans les Pays limitrophes même des sans Partis regagnant leurs foyers, seront arrêtés et impitoyablement torturés et fusillés accusés non pas d’anti patriotes mais d’anti paigc…

Les guinéens du Parti n’en pouvant plus,  iront se remettre en mouvement et  Nino VIEIRA,  Chef d’Etat- Major Général des Armées, fera arrêter le premier Président de la République choisi par leur Parti, Président qui n’était autre  que le demi-frère d’Amilcar,  Luis CABRAL.  Arrêté et renvoyé en exil à Cuba !!

Aristides PEREIRA Secrétaire Général du PAI(GC) remplaçant d’Amilcar CABRAL dans l’appareil du Parti, va s’en séparer et créer à la place avec ses camarades capverdiens  le PAICV…

Le pai(gc)  à Bissau restera pai(gc)  et ne suivra pas la logique de n’être plus (gc) et à tout le moins opter pour GB – PAIGB. (Guinée Bissau et plus Guinée et Cap Vert …) Il ne le fera pas !!

N’empêche !  Sa politique de règlement de comptes interne ne connaîtra pas de répit. Elle ira plutôt crescendo.

Coups d’état militaires à répétition, assassinats,  meurtre  de Tagma na Way Chef d’Etat- Major General  et homme fort du moment, suivi par représailles d’une horrible et sauvage exécution sommaire de Nino Président de la République et de celle du Général  Ansoumane MANE celui-ci  qui  détrôna  Nino et fit  plonger le Pays dans une interminable et insoutenable guerre civile entraînant des morts innocentes et des blessés se comptant  par centaines, avec des  milliers de réfugiés affluant  de partout…

Pour arrêter le massacre,  des bottes étrangères  (fussent-elles africaines (CEDEAO) iront prendre place de celles des colons portugais chassées après tant de sacrifices et années de lutte sur le sol sacré de la Patrie d’Amilcar CABRAL.  Un sacrilège !!

Les Combattants tombés au bord du chemin pour l’Indépendance, auront pleurés de chaudes larmes là où ils sont sensés se reposer, après avoir donné leur vie pour une si noble cause. Gravissime responsabilité des porteurs d’armes  du Parti dit  PAI(GC).

Comme si tout cela ne leur suffisait pas, les voilà faire replonger le Pays dans un autre fléau, celui de  trafic de drogues.  Et  comme principaux protagonistes,  l’Armée et la Marine. Un haut gradé  de la marine sera d’ailleurs capturé en haute mer par les Américains alors qu’il s’y trouvait en pleine transaction de cocaïne. Et la Guinée Bissau listée tout simplement comme étant un Etat voyou !!

Voilà en toile de fond le décor planté, où vont se dérouler les prochaines élections présidentielles annoncées pour le 24 novembre en cours.

La dernière élection qui a vu le triomphe de José Mario VAZ était  porteuse de beaucoup d’espérance mais vite l’ADN destructeur a repris le dessus et toute la législature fût une calamité et une vraie Comédia del Arte !!

Pour ces  prochaines élections du 24 novembre, nous allons nous retrouver face aux mêmes  acteurs ceux qui sont du pai(gc) et autres transfuges de ce parti et qui sont en scène depuis 45 ans et  devenus maîtres en vaines promesses au Peuple. Et de quoi demain sera-t-il encore fait ?? Dieu seul le sait !

Nos souhaits seraient de voir sortir des entrailles du Peuple un Jerry RAWLINGS ou un Paul KAGAME  qui ont su rendre aux Peuples Ghanéen et Rwandais leur vraie Indépendance et leur rendre leur Fierté et leur Dignité.

 

*Henri LABERY

Fondateur en 1954  avec Rafael BARBOSA et Amilcar CABRAL

Du Mouvement pour l’Indépendance National de la Guinée Bissau (MING)

Fondateur en 1956 de l’Union des Populations de la Guinée (UPG)

Secrétaire Général du MLGC- 1958 (Association UPG/UDC –Union Démocratique du Cap VERT de Honoré CABRAL)

Fondateur du FLING 1961.

h.labery32@gmail.com

                                                                                                                                                                                                                               **Le Président SENGHOR devait avoir des taupes dans nos rangs.

A moins que ce n’étaient par les RG  occidentaux !

Ce n’était  pas innocent de nous qualifier de ‘’Palestiniens’’.

Pour les besoins  de notre cause et sans issue là où nous nous trouvions,  nous avions établi des rapports suivis avec la formation de Georges HABBACHE leader du Front Populaire de Libération de la Palestine,  la branche la plus radicale de l’OLP que nous rencontrions au proche orient.  Nos objectifs étaient pour des actions hors frontières, en cible les intérêts économiques du Portugal  et prises d’otages. La révolution du 25 avril 1974 au Portugal a rendu ces plans sans objet.

 

*** Siaka TOURE, proche parent du Président Sékou TOURE et Ministre du Transport Aérien qui nous accompagnait à l’audience,  nous révélera que le Président aura accepté d’écouter les meurtriers de  Amilcar CABRAL pour en avoir le cœur net et en connaître personnellement davantage sur leur motivation. Et ce en présence des Ambassadeurs de Cuba et de l’Algérie.

Que c ‘était stupéfiant d’entendre leur déclaration : « Monsieur le Président,  nous n’avons aucun regret d’avoir supprimé M. A. CABRAL.  La libération de notre Pays, sera notre œuvre et de personne d’autre.  Nous ne voulons pas sortir d’un colonialisme pour rentrer dans un autre celui des capverdiens auraient-ils déclaré selon Siaka TOURE » et…poursuivront ils, «  nous nous mettons à la disposition de la justice et peu importe de notre sort… » Et ils furent remis entre les mains du PAI(gc)… Un tribunal populaire du Parti les condamnera avec 115 autres « complices » et seront sommairement suppliciés et exécutés, selon certains témoignages …

 

****Le Chef de la Délégation Portugaise à ces négociations était M. Mario SOARES , homme qui a connu les prisons de Salazar et a lutté toute sa vie pour l’avènement de la démocratie au Portugal.

Nous l’avons connu dans ses années d’exil à Paris et le revîmes à Dakar venu au nom du Peuple Portugais rencontrer la seule délégation du  PAI(GC) venue de Conakry et dirigée par Aristides PEREIRA pour négocier l’indépendance de la Guinée et du Cap Vert.

Nous espérions d’un appui du Président SENGHOR vu que les négociations se passaient à Dakar  pour que le FLING soit associé aux pourparlers. Ce soutien ne viendra pas.

Cependant, à notre rencontre Mario Soares et nous,  il se rappela des années d’exil à Paris et il acceptera de nous accorder une audience dans un hôtel de la place où il était logé avec sa Délégation.

Nous nous sommes entretenus pendant deux tours d’horloge dans le but de le convaincre à orienter les pourparlers sur l’Indépendance vers des élections anticipés libres, transparentes et démocratiques, à l’image de ce qu’il voulait pour son Pays au sortir d’une longue nuit de dictature Salazarienne.

Malheureusement, tout en l’admettant, il n’épousera pas ce programme nous laissant l’amère impression que son soucis était de se ‘débarrasser’  de ce qu’il considérait comme étant un fardeau colonial portugais et il fallait s’en sortir au plus vite et à n’importe quel prix. Et le prix payé pour la Guinée Bissau fut lourd et continue à l’être !!!

Henri Labery et Rafael Barbosa

PAIGC: IRRESPONSABILIDADE E PARANOIA DAS ELEIÇÕES GERAIS

Compreendo e aceito que a nossa crise política é extremamente sensível e requer uma elevada dose de imparcialidade, sentido de estado, coerência, responsabilidade e sensatez na tomada de decisões capazes de fazer vincar a estabilidade, paz e harmonia, na construção de um país que ambiciona ter instituições credíveis, que inspira confiança politica e económica. Por isso, assumo que tenho um compromisso inquebrável com a causa nacional e com o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Nesta senda, estou proibido de desviar do debate político por vários motivos, e, sem delongas, apresento três: primeiro, na qualidade de cidadão e no exercício da cidadania ativa e construtiva; segundo, enquanto militante do PAIGC (delegado mais novo/jovem do histórico VIIº Congresso Ordinário de Gabu, em Julho de 2008) e terceiro, como membro efetivo de Diretoria Nacional da Campanha Eleitoral do PAIGC, 2014. Portanto, partilho este pequeno e sincero contributo que tem como pano de fundo as práticas e avaliação do desempenho político da atual Direção do Partido (órgãos nacionais) – que solicita e acredita desesperadamente que as eleições antecipadas é um imperativo para libertar o processo e salvar os resultados das urnas.

Particularmente, afirmo energicamente que disputamos últimas eleições gerais sem grandes recursos financeiros, de maneira desgastada e completamente desunida. Portanto, em nome da velha tradição elegemos a depravação política, como fito para atingir os objetivos obscuros que caracterizam os militantes ambulantes e desprovidos da ideologia partidária. Mesmo assim, contamos com o apoio civilizado e inquestionável de uma população sofrida e pouco instruída, que veio de uma penosa transição politica depois do Golpe de Estado, de 12 de Abril de 2012. Neste contexto que é genuinamente nosso, deparávamos com um panorama político que gritava por uma mudança radical e que o país volte a reencontrar o caminho da estabilidade e legitimidade dos órgãos da soberania.

Nesta base, em 2014, o PAIGC conquistou 281.408 votos validos, traduzidos em 57 deputados da nação (mandatos popular) para governar: aprovar isoladamente todos os instrumentos legais de governação e defender os interesses nacionais – sem grandes sobressaltos interno, isto é, só e só, se aceitarmos que o nosso partido é um mundo puramente democrático e de manifestações ideológicas, sustentada na logica de crítica e autocritica.

E, se consideramos os últimos resultados eleitorais, podemos com muito realismo e desapego ao arcabouço demagogo e fanático partidário, avaliar o real desempenho da atual Direção do Partido em comparação com resultados das eleições de 2008.

Perceberemos claramente que perdemos o título da mais alta conquista desde abertura democrática ao alcançar uma maioria de dois terços na Assembleia Nacional Popular (ANP) guineense, pois, elegemos 67 dos 100 deputados. Incontestavelmente, se tivéssemos mantido este resultado, mesmo com abstenções dos 15 deputados da nação durante a votação do Programa do Governo, em Dezembro de 2015, teríamos garantido a sua aprovação com 52 votos a favor do programa, isto é, contando exclusivamente com os mandatos apresentados na lista do PAIGC. Este dado é extremamente importante e confirma que a Direção do Partido teve um desempenho eleitoral desastroso e, também, vê-se que há uma ausência total de um projeto comum de governação (Presidência e Governo). Neste vazio de propostas concretas, pouco se fez para construir pontes que levam-nos a uma verdadeira reconciliação interna e consensos necessários para governar e perseguir os objetivos consistentes, em torno do Programa Maior.

Porém, acredito que é importante perpetuarmos cultura do debate franco e de concertação permanente para edificação de um ambiente coabitável entre os militantes e simpatizantes, pois, ideologicamente admitimos que a UNIÃO faz a força e a divisão enfraquece-nos e impede-nos de alcançar os objetivos definidos para o curto, o medio e o longo prazo. Apesar de várias chamadas de atenção, vê-se nitidamente um comportamento duvidoso, rancoroso e trama plutocrata da atual Direção Superior que persegue aquilo que é menos digno para o partido, uma vez que, a opção selecionada para resolver os problemas internos resume-se em expulsar os deputados da nação que não votaram o Programa do Governo. Conduta típica de liderança com um forte pendor tirano e menos racionalidade!

Se a Direção do Partido tivesse privilegiado diálogo e articulações robustas no campo político, não teria cometido o erro monumental, mas, convenhamos, é quase impossível esperar decisões e medidas coesas de uma gestão partidária inteiramente desorganizada.

No decurso da nossa crise interna, fomos surpreendidos com uma das atrapalhadas memorável do Concelho Nacional de Jurisdição (CNJ) que optou por seguir andanças que ignoram por completo o peso político dos Círculos Eleitorais (2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 12, 16, 19, 24 e 27) representados nas seguintes regiões: Quinara, Biombo, Oio, SAB, Gabu, Cacheu e Bafatá – onde disputamos 90 deputados e elegemos 46 deputados da nação ou mandatos popular que equivalem 96.668 votos. E, se focarmos exclusivamente nos 15 deputados da nação que foram expulsos do partido, veremos que, de acordo com o Método de Hondt, conseguimos 35.890 votos para legitimar os 15 deputados da nação para os 4 anos da IXª legislatura.

Em outras leituras, se os 15 deputados da nação fossem um partido político na disputa eleitoral, seriam o 3º partido mais votado e a 3ª maior força politica na ANP, em outras palavras, teriam maior peso político que os seguintes partidos: PSGB, FDS, PUSD, UPG, PRN, UM (10.803, votos | 1 deputado), PCD (19.757 votos | 2 deputados), RGB, PSD, PND (28.581 votos | 1 deputado), MP, PT e PRID.

Perante os factos, afirmo que atual Direção do Partido tomou decisões suicidas. Atira no lixo os 35.890 votos do povo, e automaticamente coloca na rua todas conquistas eleitorais e a sagrada credibilidade dos libertadores, que outrora, inspirava confiança e alimentava toda uma nação de esperança de que é possível construir o nosso país na base da UNIDADE, LUTA E PROGRESSO. Infelizmente, nos dias que correm, é notável o baixo nível de competência em debater exaustivamente assuntos que determinam o grau de maturidade política do PAIGC.

Esta incapacidade faz-nos pensar que a nossa atual Direção Superior está determinado em trocar o nome do nosso glorioso partido para: Partido Africano Incapaz de Governar sem Consensos (PAIGC). Devemos assumir os nossos erros e sermos capazes de aceitar que não podemos transferir os problemas internos para nação e, nem deve ser o motivo de bloqueio institucional e divisão social. Por isso, não podemos permitir que a incompetência da Direção Superior sejam as bases para convocação das eleições antecipadas fora de quadro legal. Precisamos, urgentemente, de uma liderança jovem e sem compromissos com o submundo politico!

Termino com algumas linhas do nosso ÚNICO E ETERNO ENGENHEIRO DO PAIGC

Chegou o momento de acabarmos com responsáveis ou dirigentes que não são capazes de se entender com os seus camaradas numa Frente ou num Comité Inter-Regional. (…) Chegou o momento de acabarmos com responsáveis e dirigentes que não mostram em cada acto seu, amor pelo nosso Partido

Mas somos nós que temos de acabar com isso. Chegou o momento de acabarmos completamente com o medo dos responsáveis ou dirigentes do Partido. E quem abusa da autoridade está a cometer um crime pior do que os dos colonialistas portugueses.

A autoridade tem que ser baseada no trabalho sério, no bom cumprimento do dever, e na conduta ou comportamento exemplar para toda a gente. Cada dia temos que exigir mais dos nossos responsáveis. Amílcar Lopes Cabral

Domingos NHAMA LACERDA VAZ COSTA – Economista