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A PROPÓSITO DO ARTIGO DE SECUNA BALDÉ
Eduardo Monteiro 05.09.2010
Li com muita atenção a sua profunda análise multissectorial, tocando de forma cognitiva e analítica, apontando a visão, missão e a estratégia clara para a sociedade e o País. Ficou perceptível, enquanto cidadão, que tem um projecto de sociedade e sabe o quer. Propõe aos seus irmãos que tomem por via da conscientização, medidas, acções a partir de actos e comportamentos simples, a partir de casa, no trabalho, no convívio, na rua, na sociedade, onde for possível não baixar os braços. Algo que considero realista, numa sociedade onde prevalece o poder Castrense e outros poderosos como ameaça à paz, à liberdade e tranquilidade do cidadão. Esta é uma das propostas que promove a transformação das mentalidades, e é exactamente pela mudança das mentalidades que obstruem o desenvolvimento, que têm como referências valores depravantes, alienantes e atrozes, que devemos unir esforços de sensibilização e consciencialização. Ora, quando a mudança das mentalidades é direccionada pelas referências positivas e universais dos nossos tempos, pode alavancar e acelerar o desenvolvimento almejado por qualquer cidadão no seu país. Este exercício de cidadania, conforme dito pelo meu concidadão, Secuna Baldé, esbarra sempre com dificuldades que obriga muitos compatriotas a abandonar o país, rumo à emigração. Sabemos que Emigrar é uma das decisões mais dolorosas da nossa vida. Significa tomar uma decisão corajosa de deixar tudo: o habitat, a família, amigos, às vezes mulher e filhos ou homem e filhos para uma viagem cujo futuro é incerto. Tudo isso, provocado por alguns políticos, ontem e hoje no poder, que não foram e nem são referências para a sociedade e muito menos, para a sacrificada juventude. Isto é sobejamente conhecido, debatido entre guineenses, amigos da Guiné e demais analistas. O país está entregue há 3 décadas, a grupos afectos ao clientelismo, caciquismo, nepotismo, à corrupção, ao narcotráfico e aos que promovem a separação da Nação com base na etnização do poder. Com respeito a este último, já disse noutras ocasiões, são armas da mediocridade, são signatários que fogem ao livre concurso de competências e de igualdade de oportunidade, onde tudo devia ter lugar com ética e normas de Estado de Direito Democrático. Como todos nós sabemos, nunca tiveram um projecto de sociedade. Pois, estrategicamente, serviram-se das suas origens etno-culturais, como trampolim para chegarem ao Poder. Como é também do conhecimento de todos nós, porque sentimo-lo na pele, levaram o país ao descalabro. Como se não bastasse, hoje, ao invés de esforços para a convergência, coesão dos interesses da Nação, assistimos de novo, a guerras entre órgãos de Soberania: Presidência da República e o Governo, O Presidente, agindo como se a Guiné-Bissau fosse um Estado Presidencialista, usurpando poderes que não lhe foram conferidos pelo Regime Parlamentar. Também acompanhamos jogos de xadrez e mudanças de alianças por parte do governo em relação às chefias militares, feitos na calada da noite, uma veteranice na nossa Guiné. Pedimos a Deus para que não haja outras surpresas à moda da nossa Guiné, pois tem havido sempre, espaço para mais uma última vez… Para não alongar porque o objectivo é apresentar ao irmão, concidadão Secuna Baldé, os meus parabéns, um saco de abraço e muitas felicidades. A Guiné e os guineenses vão somando estas revelações como esperança de melhor contributo para uma solução positiva para os problemas que abundam no nosso tão fustigado País. Um grande Abraço Eduardo Monteiro
Licenciado em História Pela Universidade Clássica de Lisboa -
Faculdade de Letras; Pós graduado em Antropologia Física pela Universidade
Nova de Lisboa.
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR! Associação Guiné-Bissau CONTRIBUTO |
Ao ler o artigo de Secuna
Baldé, não pude conter tanta emoção, que me fez sentir a vaidade, por saber
que temos tantos guineenses, de valor, que se mantêm até à data no
anonimato.
04.09.2010
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Secuna Baldé