DE CONTRADIÇÃO EM CONTRADIÇÃO,  A VERDADE DE UMA GRANDE MENTIRA!

 

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

07.06.2009

Fernando Casimiro (Didinho)Ontem de manhã, um dia após a infundada tentativa de golpe de Estado que vitimou 4 cidadãos guineenses, entre eles Hélder Proença, ex- Ministro da Defesa, Deputado da Nação e dirigente do PAIGC, Baciro Dabó, candidato presidencial, Ministro da Administração Territorial (com pedido de suspensão de funções devido à candidatura presidencial), deputado e dirigente do PAIGC, falei com Bissau para tentar desvendar o porquê de o Comunicado dos Serviços de Informação do Estado que deu a conhecer uma alegada tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, ter sido assinado pelo Director-Geral Adjunto dos referidos serviços, o Coronel Samba Djaló e não pelo Director-Geral, o Coronel Antero João Correia.

Prontamente fui informado de que o Coronel Antero João Correia estaria supostamente detido na Base Aérea, sem que se soubessem os motivos.

À tarde, estive com um amigo e manifestei-lhe essa preocupação, tendo o meu amigo dito o seguinte: Olha, ainda há poucos dias vi o Coronel Antero João Correia no Centro Comercial de Massamá (Portugal), estava ele de calções e chinelos, todo descontraído...No entanto, se me dizes que ele pode estar detido, vou falar com alguém para confirmar se ainda está cá em Portugal ou se já regressou a Bissau.

O certo é que confirmou-se depois que o Coronel Antero João Correia tinha regressado a Bissau, tendo sido detido por recusar emitir e assinar um Comunicado dos Serviços de Informação do Estado acusando diversas pessoas de estarem envolvidas numa tentativa de golpe de Estado.

Reapreciando o Comunicado emitido pelos Serviços de Informação do Estado apenas umas horas após as mortes de Baciro Dabó, Hélder Proença, um seu guarda-costas e o seu motorista, fiquei certo de que o referido Comunicado teria sido elaborado antes dessas mortes, senão vejamos:

O Comunicado apresentou uma lista detalhada de diversas figuras, acusando-as de envolvimento numa tentativa de golpe de Estado.

Questiona-se como podem os Serviços de Informação de Estado, no espaço de 4/5 horas, ter a certeza absoluta do envolvimento de todas essas figuras acusadas e, num momento de apreensão por uma suposta tentativa de golpe de Estado, conseguir emitir um Comunicado acusatório contra políticos, entre eles alguns deputados da nação e militares que se encontram no estrangeiro e que, há muito não têm estado ao serviço das Forças Armadas da Guiné-Bissau?

Se o Comunicado não tivesse sido redigido antes das mortes ocorridas, o mesmo deveria mencionar os nomes das pessoas mortas, neste caso, Baciro Dabó, Hélder Proença, o seu guarda-costas e o seu motorista;

Se o Comunicado não tivesse sido redigido antes das mortes ocorridas, não teria sido justificada resistência das pessoas assassinadas, pois confirmou-se que Baciro Dabó foi morto em sua casa, depois de ter jantado com várias pessoas, entre as quais, o seu Director de campanha, que com ele esteve até às duas da madrugada.

Os únicos disparos em casa de Baciro Dabó foram os que o mataram, posto isto, não houve nenhuma resistência do assassinado!

Igual argumento serve para o assassinato de Hélder Proença, seu guarda-costas e o seu motorista.

Não há dúvida de que o Comunicado foi redigido antes, o que quer dizer que, já havia intenção de matar, pelo menos Baciro Dabó e Hélder Proença!

Por outro lado, há uma referência explicativa muito intrigante sobre as motivações da tentativa do golpe de Estado " (...) que visava entre outras:

1 - A liquidação física do actual Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Capitão de-Mar-e-Guerra, José Zamora Induta e do Primeiro-Ministro Senhor Carlos Gomes Júnior, que infelizmente se encontra no exterior do país;"

Porquê o termo  infelizmente em relação à ausência do Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr.?

Será que o Primeiro-Ministro poderia, eventualmente, ser uma das vítimas caso estivesse na Guiné, para melhor se justificar uma alegada tentativa de Golpe de Estado, permitindo inclusive uma acção militar concertada que pudesse colocar Zamora Induta como Homem forte de um regime militar que forjaria provas de toda a espécie contra este alegado Comité, alegadamente liderado por Hélder Proença, para não ser condenado pela Comunidade Internacional?

Bem, isto é só um aparte nesta análise, até porque o Senhor Carlos Gomes Jr. dá-se muito bem com o seu Protector José Zamora Induta, pelo menos, até ver...

Para lá de um Comunicado assente na Mentira, hoje foi realizado o funeral de Baciro Dabó. Vejamos as contradições que se seguem:

O Governo da Guiné-Bissau não desmentiu a existência de uma tentativa de golpe de Estado, atribuída, segundo o Comunicado dos Serviços de Informação do Estado, a Hélder Proença, como líder da intentona e aos demais elementos constantes na lista divulgada. Lamentou as mortes e pediu um inquérito ao Ministério Público, como se o Ministério Público funcionasse com base em pedidos do Governo para fazer o que lhe compete...

Ficou-se a saber que o mesmo Governo que não desmentiu a intentona, queria realizar um Funeral de Estado a Baciro Dabó...Isto é ridículo!

Como fazer Funeral de Estado a um suposto golpista?

É que se o Governo não desmentiu a participação de Baciro Dabó na alegada tentativa de Golpe, confirma estar de acordo com o Comunicado dos Serviços de Informação do Estado.

Por outro lado, se o Governo decide por um Funeral de Estado de um suposto golpista, está a contrariar o Comunicado dos Serviços de Informação do Estado.

Só não houve Funeral de Estado porque a família de Baciro Dabó recusou e muito bem, tamanha hipocrisia! Que vergonha Sr. Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr.!

Está o Governo a par desta contradição que coloca em causa a sua credibilidade?!

Classifica-se Baciro Dabó como golpista ou como vítima de uma acção criminosa das Forças Armadas?!

A mesma questão se coloca em relação a Hélder Proença!

Ainda há Governo na Guiné-Bissau?

É que a haver Governo, numa situação de tentativa de golpe de Estado ou outra, jamais seria a Direcção-Geral dos Serviços de Segurança do Estado a comunicar essa ocorrência, até porque esses Serviços estão sob tutela do Ministério do Interior e se o dito Comunicado não tivesse sido feito antes da ocorrência das mortes, a situação deveria ser apresentada ao Governo que depois de avaliar todos os dados emitiria o Comunicado oficial que não poderia ser assinado por um Director-Geral ou seu Adjunto, mas sim, pelo Ministro do Interior, ou por alguém de elevado estatuto no Governo.

No Comunicado não foi referenciado o nome das Forças Armadas, mas sim a Polícia Militar...No entanto, depois das primeiras reacções, fruto de análises ao Comunicado, que consideravam uma Mentira a tese de tentativa de golpe de Estado, eis que surge o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas interino, José Zamora Induta a dizer que as Forças Armadas é que tinham abortado uma tentativa de golpe de Estado... Então, afinal quem se apressou a redigir o Comunicado de todas as contradições e uma vez que uma tentativa de golpe de Estado é um assunto sério, porque foi assinado por um Director-Geral Adjunto, ou porque deveria ter sido assinado pelo Director-Geral dos Serviços de Informação do Estado, mesmo sabendo-se agora que o próprio Director-Geral dos Serviços de Informação do Estado está detido porque recusou elaborar e assinar um Comunicado forjado contra diversas personalidades?!

Há ou não Governo na Guiné-Bissau, Senhor Presidente da República interino?!

É ou não o Senhor Carlos Gomes Jr. Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau que, estando ausente, em Portugal, dá a entender que a situação na Guiné-Bissau não é grave, ao ponto de calmamente dizer que só regressa a Bissau no próximo dia 12 de Junho?!

Isto é ser responsável?

Isto é estar comprometido com o país?

Senhor Primeiro-Ministro Carlos Gomes Jr.; Senhor Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, José Zamora Induta ... os guineenses já viram o suficiente para não terem dúvidas que os senhores estão muito bem sintonizados nesta " Nova Pacificação" da Guiné-Bissau...

Fiquem cientes de que: Não permitiremos mais matanças na Guiné-Bissau!

Vamos continuar a trabalhar!

MAIS UMA TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO NA GUINÉ-BISSAU, QUE NÃO PASSA DE UMA GRANDE MENTIRA!

Crónica de Bissau

 

Caro DIDINHO,

 

Nunca apreciei o regime NINISTA.

Estamos a ser testemunhos da continuidade dos métodos NINISTAS (que pesada herança, que também presumo, o Nino tenha herdado algures na luta de libertação).

O estar de luto é estar em choque emocional.

Estar de luto é respeitar os vivos e pedir desculpas aos familiares dos mortos se em algum momento conotamos malefícios com as almas dos seus entes-queridos.

O estar de luto não é estar confuso.

Nós que vivemos em liberdade fictícia neste País;

Nós que temos dignidade, somos donos dos nossos próprios narizes;

Nós que as circunstâncias silenciam, estamos de luto todos os dias;

Nós que damos conta que não existem instituições nacionais e nem temos como erguê-las de imediato;

Nós que vivemos num estado de policiamento de polícias aos polícias dos cidadãos sem que os cidadão se sintam protegidos;

Nós que sabemos que uma realidade virtual criada pela Segurança do Estado e jogada num dos cantos do mercado de Bandim ou numa esquina qualquer de Bissau é a "minha" verdade contra as verdades "oficiais" da Guiné-Bissau.

Há alguns anos atrás demos conta que nossas conversas telefónicas eram escutadas, bolas, que privacidade! O Parlamento nem tem olhos para isso. Em nome da Segurança de Estado até são capazes de te dizer, ao saíres da tua casa de banho, se foste defecar ou urinar e se lavaste as mãos ou não, mas não estão aptos a prevenir que este actual governo, nos tempos modernos, não fosse o governo mais assassino em termos de importância e tempo (não digo pela quantidade) em toda a história do País (record).

Aprendemos a desconfiar dos que se apresentam como nossos protectores e aliados, se calhar até os odiamos, não nos dão protecção nenhuma. Aliás, precisamos ser protegidos deles.

Idealizando que uma das soluções para desanuviar o culto de porte de farda e arma é inscrevermo-nos todos nas Forças Armadas e Paramilitares, para tornarmo-nos automaticamente Chefes dos actuais míopes, redescobrimos que não existem instituições; não há carreiras em parte alguma, chega-se a Chefe de Serviço; Director; Chefe do Estado-Maior; Presidente, etc., vindo do nada.

Os eventos de 4 e 5 de Junho de 2009 vieram revelar agora um novo poder: a aliança dos manipuladores de informação do Estado com os militares. Estão acima da Justiça, do Governo, do Parlamento e da Presidência da República. Então vêm-nos falar de qual GOLPE DE ESTADO? O novo poder pôs os pés pelas mãos (sobre a alegada manobra de antecipar um “golpe” confabulado acabaram por fazer um golpe ao Parlamento) abatendo parlamentares com imunidade parlamentar. Os familiares das vítimas podem fazê-los pagar caro pelas atrocidades e excessos de zelo e de protagonismo:

1 - Acusações não verificadas e não sancionadas;

2 - A forma como foram abatidas as vítimas; estas não ofereceram resistência nenhuma, pelo menos 3 das 4 vítimas foram baleadas à curta distância e transversalmente no tórax (de lado a lado, de forma a atravessar a cada passagem dos 4 a 7 tiros o coração, os pulmões, as vísceras e até o esqueleto, logo assassinos profissionais);

3 - Ausência de ordem de captura pelas autoridades judiciais fundada em provas e evidências;

4 - Passaram-se 48 horas sem que houvesse um inquérito independente, havendo civis detidos e torturados pelos militares para arrancar confissões; não há relatórios como arrancaram as “confissões” imperceptíveis do Hélder Proença (com um tiro na anca direita e coronhada na pontada direita? (nestas condições eu confessava que eu é que pari meus progenitores). Estou em crer que os familiares se manifestarão, reclamando por Justiça,  uma vanidade num Estado inconstitucional por carecer de instituições.

A responsabilidade do Estado é a sua continuidade, assim como as suas dívidas são para pagar.

Quem não vê que a constitucionalidade é e sempre foi violada primeiro pelos governantes e a isso nunca se sentem em golpe de Estado para com as expectativas para que foram eleitos, quando o são constitucionalmente?!

Aprendemos que a desgraça deste País é o PAIGC (de quem somos reféns de memórias da guerra da independência, nacionalidade e mais nada) mas a quem as alternativas partidárias coerentes são escassas, e as de mérito não falam a linguagem a que o povo foi acostumado.

Caros compatriotas de todas as sensibilidades:

Estamos de luto desde os primórdios da independência.

Nós que optamos por ficar ou não tivemos alternativas de partir vivemos em luto permanente!

Lutamos pela sobrevivência, com dignidade e com orgulho de não sermos quadros de dupla personalidade.

Quem está de luto não vai a festas, e como as eleições são mais festas do que actos sérios, questiono-me sobre o meu ínfimo e insignificante contributo para continuidade destes governantes e aspirantes, ao participar civicamente nestes teatros e festas. Acho que não vou votar. Apregoem-me e amaldiçoem-me por isto, mas também é um dos poucos direitos que posso exercer livremente.

Geramos filhos para os quais labutamos para terem uma educação diferente num ambiente de hostilidades;

Educamos os nossos filhos a se contentarem com o que lhes damos em casa;

Educamos os nossos filhos a não matar insectos para não lesarem fisicamente outrem;

Educamo-los para aceitarem ser tratados por cobardes;

Educamo-los para saberem que devem pedir perdão quando alguém não está contente com eles;

Ensinamos-lhes a não mentir e que pedir perdão não significa cobardia mas sim responsabilidade;

Educamos passivamente os filhos dos outros através dos nossos filhos, na esperança de cultivar outros valores na nova geração;

Pensar a Guiné é reflectir sobre o papel das próximas gerações e o legado que lhes deixamos. Como vêem, é pouco evidente.

Consequentemente, num ambiente de hostilidades, quem não estaria de luto permanente?

Caro Didinho e compatriotas na diáspora, sei que apreciam e não condenam os nossos mutismos, embora alguns entendam que cruzamos os braços e fugimos às nossas responsabilidades perante valentões com excessos de protagonismos e protegidos em castelos de areia que se desmoronam e se erguem ao sabor do vento enquanto ninguém investe na educação como salvação deste País.

Nestes moldes, facilmente fragilizamo-nos com questões tribais, regionais ou de fé espirituais. No cerne está um sistema que o próprio Amílcar Cabral criou para a sua protecção física e uso da informação.

A lógica do PAIGC é e sempre foi: quem não está com o PAIGC é inimigo e não adversário ou neutro. Como os inimigos são alvo a abater, nesta senda, todos os pretextos são validos se argumentados à posteriori.

Assim sendo, há que pensar um outro modelo de Estado que talvez não se chame Guiné-Bissau (a nacionalidade herdada dá-nos pouco orgulho de sermos Guineenses). As pessoas como nós não participam e nem se candidatam às palhaçadas bonificadas pelo “Ocidente” e denominadas tecnicamente de eleições livres, transparentes e democráticas, em povos condicionados pelo medo, pelas dependências escamoteadas pelo medo e alianças de circunstância e ainda pela ignorância e baixa educação.

Mas cuidado, os que pensarem à viva voz um outro modelo não constitucional de acordo com o vigente, correm o risco de serem exterminados e apelidados de golpistas. Os que reclamam a revisão da constituição, se não são apelidados pejorativamente de revisionistas, são postos à margem das discussões.. Ninguém mesmo sabe para quê e para quando os referendos!

Quem já se suicidou por ter estado envolvido em escândalos políticos enquanto governante?

Quem já se suicidou por ter jurado perante a constituição e ter falhado no alcance das promessas eleitorais e sem espírito de prestação de contas ao povo que o elegeu, se é que foi eleito para uma finalidade que todos sabem à partida tratar-se de cultos de personalidade e irrealista?

Qual PARLAMENTO chumbou governos que não inscreveram menos de 5% do Orçamento Geral do Estado para as Forças Armadas e de Contra-Inteligência? (MORDOMIA)... ou o inverso, qual foi o GOVERNO chumbado por não inscrever pelo menos 25% do OGE no sector social? ou ainda, chumbado quando se gaba o País de potencial Agrícola e o OGE para a Agricultura ser permissivamente negligenciado?!

Alguns viram seus nomes divulgados pelo Chefe de Estado-Maior como instigadores de GOLPE DE ESTADO e nada lhes aconteceu. Um candidato às Presidências ameaçou publicamente assumir o poder sabe-se lá como, e nada lhe aconteceu. Não será porque este GOVERNO é também inconstitucional e conspiracional, ou pelo menos cúmplice das eliminações físicas a começar pelo Ex-CEMGFA? Quando é que é pecado dar GOLPE de ESTADO a GOLPISTAS? Se calhar, exortar os cidadão a não participarem neste processo eleitoral também é um atentado a não sei qual constituição? Estamos fritos.

Foram executados dois cristãos de praça, um balanta e um mandinga, a mando de um balanta, um fula e presumivelmente dois ou três cristãos de praça. Abram os olhos e não vejam levianamente um assunto tribal nisto tudo. O sistema é mais do que isso, é aliciante para todos quantos lá conseguirem chegar e até para os santos que acreditam em milagres depois de convividos com o diabo.

Eu sonho à viva voz com um Estado sem cultos de personalidade, sem Exército e sem Polícia, mas onde haja responsabilização pelos resultados da governação e acredito que a geração futura tem que estar preparada para limpar a desgraça a que o termo Guineense é conotado graças aos governos de abutres e ignorantes; através da tolerância, diálogo, e responsabilização consequente na carreira de cada um. Nesse Estado, talvez baste um Primeiro-Ministro que tenha orgulho e capaz de se demitir em nome da honra e compromissos eleitorais, se não se suicidar. Só assim primamos pelos resultados e competência.

Estamos de luto, o mutismo não é sinónimo de letargia e cumplicidade, espreitamos todos, uma oportunidade de desabafo e transformar os desabafos em apelos de introspecção nas consciências dos Guineenses. Os nossos apelos não chegam ao POVO, pois o único canal para tal válido é o discurso directo a que não temos acesso. O DIDINHO chega facilmente aos governantes, à Segurança de Estado, e a nós, com ou sem acesso  à ”Net” ou via efeito “bola de neve”. O POVO está a aprender a debater, inclusive os parlamentares. Faz falta é a verdadeira liberdade de imprensa e de consciência para enriquecer os debates.

Felicito a todos quantos, timidamente ou ousadamente, mas abertamente, se expõem junto ao DIDINHO pela coragem de exercerem um dos direitos humanos fundamentais: a liberdade de expressão e de consciência.

A quem interessa o desaparecimento físico de Baciro Dabó e Hélder Proença senão ao PAIGC (o Governo) e ao seu candidato? As ordens eram prendê-los ou calá-los como se elimina as pedras nos sapatos de alguém, tal como nas histórias mal contadas do PAIGC desde a guerra de libertação nacional. Afinal quem deu ordens na ausência "infelizmente" (Comunicado oficial da Segurança de Estado) do CADOGO?

Compatriotas e amigos dos GUINEENSES, entenderão entre as clarividências e utopias que aqui apresentei porque é que o silêncio é o nosso melhor aliado em tempos de luto contínuo enquanto se permanecer no País.

Estamos juntos, a luta continua, "enquanto não formos fritos" por eles.

Frederico Espeto

07.06.2009

Bissau / Guiné-Bissau

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