Quando leio opiniões de alto nível relacionadas com a nossa Unidade Nacional como estas, me lembro da escola que nos anos 50/60 abrimos (MLGC/FLING) em Dakar e Ziguinchor por onde todos os militantes e  filhos de todas as etnias deveriam passar, ensinando-os,  incutindo-os a noção de que ser Guineense era e é justamente, como escreves, a soma de todas as etnias partindo de bijagós aos felupes, passando pelas outras.

Ficou-se-nos a amarga sensação de que este princípio primordial de um só povo e uma só Nação, não fora, ulteriormente,  suficientemente ensinado. 

Quanto a nós, nos primórdios da luta como escreve Fernando Teixeira, a par do dever duma obrigação de resistência sem tréguas em todas as Frentes contra o colonialismo que vinha perdurando ha séculos, conscientes do grau de analfabetismo do nosso Povo, a luta contra este (analfabetismo) e dever cívico, faziam parte integrante da formação dos nossos militantes.

Senghor fechou-nos as portas impedindo a utilização do seu território como base retaguarda e, mais grave, expulsando muitos dentre nós para fora do seu País.

Foi água benta para Sékou Touré podendo com o Partido Bissau Guineense baseado no seu território criar condições que foram criadas culminando como culminou. História por contar !!!

Mas a luta tribal como racial (contra caboverdeanos e burmédjus) no PAIGC era latente,  explodindo  nesse macabro dia de 20 de janeiro de 1973 em Conakry não obstante as ideias generosas do seu Chefe, vítima finalmente de tanta coisa (por culpa própria, ultrapassado??)até ao seu assassinato ! Historia por escrever !!!.

Querido Didinho, como a partir do dia em que tive pela primeira vez o privilégio de te ler a ti como ao Fernando Teixeira e outros que escrevem no teu site, lamento sempre que na minha geração, nos tenham faltado cabeças como as vossas, da vossa têmpera, vossa sabedoria. Talvez teríamos tido outro presente diferente do de hoje ?!

Que a vossa luta  continue !

Obrigado e um abraço

Henri Labery

Ano de 1992 - Dakar - Senegal - Reunião da Internacional Socialista Africana, à qual participou também, entre outros, o PS português.

A presente fotografia imortaliza um dos momentos do certame, destacando-se os camaradas: Pereira, Lamego, Barbosa, Guterres e Labery.