Eu respondo por mim!
Edson Incopté 03.04.2009 Eu sei que estou relativamente longe para os senhores me alcançarem fisicamente. Sei que caso estivesse na Guiné-Bissau a pergunta dos senhores passaria longe de simples palavras. Admito que talvez é por saber disso que escrevo o que escrevo sem temer sair à rua no dia seguinte! Mas é preciso referir que não escrevo o que escrevo por estar longe, muito menos escrevo o que escrevo porque alguém mo diz! Escrevo pela minha própria cabeça, faço-o sobre questões que vejo, sinto e reflicto. Portanto, se alguém tem alguma questão a colocar, que o coloque a mim, não ao meu pai ou a qualquer outro elemento da minha família. Parece que o meu artigo denominado Questionando o Sr. Zamora Induta suscitou um falatório além do esperado pelas ruas de Bissau e na sequência disso o meu pai tem sido interpelado nas ruas da capital e tem sido constantemente questionado se ainda não foi abordado por nenhum militar ou directamente por pessoas visadas no artigo. Tanto a minha preocupação quanto a dele não advêm de pessoas que o têm interpelado até agora, mas sim da frequência com que isso tem acontecido. Porque das duas a uma… 1- Ou estas pessoas têm a algum conhecimento de como os visados terão ficado espicaçados com o artigo e estão à espera de reacções de algum lado, reacção que os mesmos sabem que certamente não será o mais civilizado; 2- Ou então, estas pessoas colocaram na cabeça que se escrevi o que escrevi foi porque o meu pai de alguma maneira me incentivou a fazê-lo. Portanto, se algum visado quiser pedir explicações vai fazê-lo a ele. O que é uma total falsidade! Como se pode reparar no referido artigo, o caso que relatei remonta ao ano 2000, logo já faz algum tempo. Se resolvi relatá-lo, foi porque eu, eu (e mais ninguém), achei oportuno fazê-lo. Seja qual for a razão de tanto interrogatório, quero deixar bem claro que eu respondo por mim! Mais ninguém tem de o fazer. Na medida em que quem escreveu o artigo fui eu, quem resolveu colocar o nome deste ou daquele no artigo fui! Se existe alguma necessidade de explicações que o necessitado se dirija a mim. Pois o artigo é da minha autoria e não fui influenciado por ninguém. Aliás quem me conhece sabe que posso ser tudo menos influenciável, nem mesmo pela minha própria mãe. Porque mediante vontade dela, acreditem que não estaria a escrever uma linha do que escrevo. Mais uma vez reforço: o meu e-mail está bem visível no site www.didinho.org se for só uma questão de palavras, estou aqui para responder, agora se for algo para além disso, também é justo que seja eu a responder pelo mesmo e não ninguém da minha família. Pelos acontecimentos registados nestes últimos dias em Bissau é notório que estamos a entrar na cultura de “cala-te se queres preservar o teu coiro”. O mesmo equivale dizer que estamos à porta de uma ditadura militar. Mas eu, pelo menos, nunca vou deixar que usufruir desse grande direito, pela qual muita gente deu a vida, que é a Liberdade de Expressão! E em honra de todos aqueles que deram suas vidas por esse direito, nunca vou deixar que ninguém me prive dele! Concluo pedindo encarecidamente que deixem o meu pai em paz. Eu respondo por mim o que tiver de ser respondido, o meu e-mail está mesmo referenciado para esse efeito assim como o espaço para comentários do site www.didinho.org! Estamos juntos! VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR! Associação Guiné-Bissau CONTRIBUTO |