PARTIDOS & PARTIDARISMOS!

TEM A PALAVRA O LEITOR!

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

03.05.2009

Fernando Casimiro (Didinho)No espaço de 1 semana, é a segunda vez que pessoas que sempre disseram estar identificadas com o Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, a propósito de leituras diferentes, "atiram-me" à cara mais ou menos o seguinte: O site é teu, és dono do site, sempre podes fazer o que quiseres em relação à publicação ou não de artigos de opinião com os quais discordas...

Para esta questão e creio não haver necessidade de dar muitas voltas para uma resposta adequada, digo apenas o seguinte:

Hoje já, se aparecer alguém que queira gerir este Projecto, com tudo o que tem, eu Didinho, aceito que haja então "novo dono", ou "novos donos"!

Quem é o candidato? Quem são os candidatos?

Deixemos de ser pequeninos de uma vez por todas e saibamos, ao menos, respeitar a opinião pessoal, quando essa opinião é dirigida à governação, aos políticos, aos partidos políticos e às instituições estatais!

Porque é que o senhor Luís Aníbal Araújo Pereira Vaz Fernandes, que recentemente viu os seus textos serem publicados no espaço "Nô Djunta Mon" do nosso site, deve insurgir-se contra o Didinho, simplesmente porque enviou um texto de opinião que eu, não como dono do site, mas como editor de todas as secções, achei que não se enquadrava nos propósitos do Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, explicando-lhe civilizadamente os argumentos em que me baseava para não publicar o referido texto?!

Não vou dizer que tenho razão, ou que sou culpado.

Vou partilhar publicamente o texto em questão, da autoria de Luís Aníbal Vaz Fernandes, bem como a resposta que lhe enviei a propósito.

Hoje, depois de ter regressado a casa, recebi a contra-resposta do "irreconhecível" Luís Aníbal Vaz Fernandes... Sinceramente, penso que há 6 anos que sigo sempre a mesma linha e não vejo ter traído, alguma vez que seja, os propósitos de sempre deste Projecto!

Já faz tempo que tenho tentado explicar a diferença entre um cidadão político e um político cidadão;

Já faz tempo que venho dizendo que o meu partido é a Guiné-Bissau!

O partido do Luís Aníbal é o PAIGC, obviamente não podemos trilhar o mesmo percurso!

Digam da vossa Justiça e se eu Didinho estiver mal, critiquem-me, digam-me que estou errado, para poder corrigir os meus erros!

Se o Luís Aníbal estiver certo, dêem-lhe razão. Se estiver errado, critiquem-no tal como o fariam a mim ou a outro qualquer!

Há que acabar com estas disputas mesquinhas, pois há muito a fazer, apesar de o Luís Aníbal me ter reduzido à insignificância, ao dizer que depois da morte de Nino Vieira fiquei sem alvo e sem objectivo de luta, tendo optado por "atacar as 2 pessoas mais respeitadas do país, que são, pasme-se, Carlos Gomes Jr. e Zamora Induta...

Francamente... Isto é insultuoso, ainda por cima, escrito por alguém que de objectivos de luta, nunca mostrou nada...

Segue o texto da autoria de Luís Aníbal Vaz Fernandes, tal como me foi enviado, ou seja sem nenhuma correcção ou alteração da minha parte.

Sugiro igualmente uma recapitulação dos anteriores textos do mesmo autor...

Boa leitura!

Vamos continuar a trabalhar!

 

Luís Aníbal Vaz Fernandes

2009/5/2 Luís Aníbal Vaz Fernandes <luigivazfer@hotmail.com>

Aló Caro Didinho, em anexo envio-te o cntributo da semana.
Um abraço, Luis Anibal

PAIGC: FORÇA, LUZ E GUIA DO NOSSO POVO

 Por: Luís Aníbal Araújo Pereira Vaz Fernandes

Enviado para Publicação a 2 de Maio de 2009

Aprendí este lema na infância, crescí com ele, amadurecí, ganhei consciência e conhecimento, reconhecendo e sendo fiél à Força, Luz e Guia do Povo, na Guiné-Bissau e em Cabo Verde. Faço parte de uma geração que acredita na vigência perpétua deste lema, assumindo-o agora como um objectivo, salvaguardado pela diversidade e representatividade social do PAIGC por todos os tempos. Desde a sua criação, o PAIGC tem sido um partido onde todas as camadas do nosso povo têm o seu espaço, continua sendo o partido mais representativo do povo guineense: Agrupa todas as etnias, todas as religiões, várias profissões, diversos níveis culturais e sociais, uma forte presença femenina nas mais altas funções, no Governo e na ANP.

A abertura política para a democrática multipartidária, foi um gesto de coragem e maturidade política do PAIGC como Partido-Estado, ciente das suas responsabilidades e da necessidade de acompanhar a evolução socio-política do mundo. Nunca houve qualquer imposição ou condicionamento externo, o partido teve em conta a conjuntura política internacional, marcada pelo desmoronamento do campo solcialista e multiplicação de eleições multipartidárias, decidiu sencibilizar e consultar as suas bases e estruturas, a ANP e seus deputados, optando pela abertura ao multipartidarismo e pelo sistema político semi-presidencialista, apostando na separação de poderes. 

Alterou-se a constituição, o PAIGC deixou de ser por lei, a Força, Luz e Guia do nosso povo. Froresceram partidos políticos e dirigentes políticos, com diversas estruturas e programas políticos. As críticas à governação multiplicaram, mas o PAIGC venceu as Primeiras eleições democráticas multipartidárias de 1994. Tudo porque nennhum partido político tem a implantação nacional das estruturas e a representatividade social que o PAIGC tinha e ainda tem.

Cometemos erros graves na governação, as interferências e ingerências  constantes do poder Presidecial na governação (Hábitos herdados do regime de partido único), geraram certa instabilidade governativa, piorando a situação económica e social do país. Mesmo assim, o país funcionava e progredia, as exportações aumentaram signicativamente, estavam em execução importantes programas e projectos de desenvolvimento com o FMI, Banco Mundial, União Europeia, Russia, Suécia, Fundos Árabes, Banco Africano para o Desenvolvimento, tinhamos ainda importantes projectos em carteira e já financiados: Rede de telemóveis, Serviços Internet, Pontes de João Landim e São Vicente, Água e Saneamento, Energia, Exploração de Fosfato, estava em negociação a hidroeléctrica de Saltinho, o porto de Buba e o Bauxite de Boê.

Em ano de eleições, deflagra a guerra civil, chamada de conflito armado, sabendo-se depois que os militares revoltosos foram instigados por políticos da oposição, que assumiram em declarações públicas, ser autores de tal artimanha. Com a economia de rastos, durante o curto período de transição, de baixo de interferências do poder militar (Junta Militar no Congresso da Base Aérea), sob pressão dos partidos políticos da oposição e com a militância partidária dividida entre Renovadores e Firquidjas, o PAIGC disputou as eleições Presidenciais e Legislativas, sendo derrotado pelo PRS e seu candidato, levando ambos ao poder. Sem a necessária maioria para governar, o PRS coligou com o RGB e governou. O PAIGC com toda a sua grandeza passou para a oposição, vendo seus dirigentes serem perseguidos  e presos, suas residências expropriadas e ocupadas, tudo isto qualquer sem órdem judicial.  

O povo exigia mudanças na governação, apostou na mudança para melhorar o país e a na sua condição de vida. O PRS e o RGB deram exemplos da  pior governação de um país. Sucederam-se atrapalhadas e gafes, como se de comédia se trata-se: Ameaças de invadir a Gâmbia, Ameaça de dar uma machadada na constituição, Transferir a capital de Bissau para Buba... A economia continuava em crise aguda, 14 meses de salários em atraso, sucederam-se como Primeiro Ministro Caetano Intchama, Faustino Imbalí, Alamara Nhassé e Mário Pires, todos eles com os respectivos governantes e programas políticos. Para completar o descalabro do país, Koumba Yalá decidiu dissolver a ANP, foi marcando e adiando as eleições antecipadas por três vezes, acabando por ser derrubado por um golpe de Estado militar. Os militares indigitaram Henrique Rosa como Presidente da República Interino e Artur Sanhá como Primeiro Ministro do governo de Transição, marcando-se a realização das eleições Legislativas e Presidenciais.

É importante não esquecer a fase mais grave da desgovernação e desestruturação institucional da Guiné-Bissau, da responsabilidade directa do PRS e do RGB, com o PAIGC na oposição. Comparável a esta fase, apenas a recente governção de Aristides Gomes,  soportado no parlamento pelo PRS, PUSD e Independentes (Dissidentes do PAIGC), convêm nunca esquecer que o PAIGC estava de novo na oposição, apesar de ter ganho as eleições de 2004. Por tanto, o PAIGC é em parte e de certa forma responsável pela situação actual do país. A história recente nos mostra que o PRS, o RGB, o PUSD e o PRID, são responsáveis pela pior governação do país.  

O povo guineense aprendeu  lição da história, voltou a confiar o seu destino ao PAIGC e para completar este casamento indissolúvel, nestas eleições presidenciais a máquina partidária com CADOGO à frente já está em marcha, o candidato Malam Bacai Sanhá deverá conquistar a vitória e o PAIGC continuará sendo a Força, Luz e Guia do nosso Povo na Guiné-Bissau.

A Força imbatível que o PAIGC transmite ao seu povo, vem da sua Unidade na diversidade contida nas suas fileiras de militantes e simpatizantes. A responsabilidade histórica herdada dos heróis nacionais, é a Luz que inspira os dirigentes actuais e futuros, nos grandes embates políticos. A conjugação e comunhão de interesses dos seus militantes e os interesses do povo, serve de Guia aos programas de governação e de acção política.

Em todos os sectores e algumas aldeias da Guiné-Bissau, existem estruturas do PAIGC, em Portugal existem estruturas organizadas em Lisboa e seus bairros. Tudo isto porque assumimos a militância partidária com orgulho, apostamos nesta forma de participar activamente na vida política do país. Armar-se e auto-rotular-se de independente, tecnocrata ou comprometido apenas com a Guiné-Bissau, é a maior treta que já se pode dizer. Vida muito fácil é criticar, apontar erros aos outros e prever desastres para o país, sobretudo, se estamos na maior na USA, França, Brasil, no Tuga. Os mais atrevidos ainda exigem oportunidades ou convites para cargos importantes no Governo ou grandes intituições. A extensa maioria estudou e estuda, à custa de bolsas e facilidades do governo da Guiné-Bissau, agora exigem condições para regressar. Cada guineense deve-se preguntar, o que é que fiz, posso e penso fazer para ajudar a Guiné-Bissau? Sejamos sinceros na resposta.

No encontro inédito dos Ministros das Finanças e da Economia com técnicos e estudantes guineenses na universidade Lusófona, ficou patente esta tendência do guineense quando se forma ou ganha conhecimento, todos criticam, mas ninguêm sugere nem propõe medidas, ideias, projectos. Esta foi uma porta de diálogo e contacto pessoal, para veicular propostas concretas, relativas à governação, colocar questões sobre o programa do governo, debater as apostas e opções políticas do Governo. Estão de parabéns Mário Vaz  e Helena Embaló, pelo desafio-convite que fizeram aos técnicos e estudantes a contribuir e participar, directamente ou apontando soluções ao progresso da Guiné-Bissau.

Enquanto isso o país progride, a passos lentos mas anda. Em Maio teremos a inauguração da Ponte de São Vicente, da estátua de Amílcar Cabral. As obras de construção dos ministérios avançam em Brá, foi inaugurado o bloco operatório do Hospital de Mansoa, foi lançada a primeira pedra do novo Hospital Militar. A CEDEAO anunciou a concessão de 11, 5 Milhões dólares como apoio à reforma do sector da defesa e segurança, com uma parcela para a organização das eleições. Mias ajudas virão por contágio, após as eleições.

Vamos entrar em campanha eleitoral, a diáspora não vota, mas participa influenciando a intenção de voto no país, recomendo aos nossos familiáres e amigos, a melhor opção para a Guiné-Bissau, pois eu recomendo: PAIGC!

 

Date: Sat, 2 May 2009 14:25:27 +0100
Subject: Re: Contributo da semana
From: didinhocasimiro@gmail.com
To: luigivazfer@hotmail.com

 

Caro Luís Aníbal,

 

Com total respeito pela tua opinião, reservo-me, no entanto, ao direito, não de censurar, mas de não incluir este texto como contributo pessoal, visto tratar-se de um texto de propaganda política a favor de um partido político. O Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO está aberto a opiniões, defende a liberdade de expressão, mas não divulga interesses partidários. Isso é da responsabilidade dos partidos, que devem criar espaços na Internet para esse fim.

Peço as minhas desculpas antecipadas se feri sensibilidades, por alguma leitura ou interpretação contrária ao único propósito que condiciona a não publicação do teu artigo, que é, o facto de achar que o texto é de carácter partidário e não de interesse nacional.

Os partidos devem existir em qualquer democracia, mas este espaço é dado à sociedade e não aos partidos políticos.

Com estima e consideração,

Didinho

 

2009/5/3 Luís Aníbal Vaz Fernandes <luigivazfer@hotmail.com>

Caro Didinho, sabia que íamos chegar a este ponto, era uma questão de tempo. A liberdade de opinião é relativa, dependendo da lógica do sensurador, neste caso tú. O teu artigo da semana passada agride o PAIGC, os teus últimos trabalhos lançam insunuações e tentam acusar o Primeiro Ministro e o Chefe de Estado Maior de envolvimento ou comprometimento nos dois assassinatos. Fazes afirmações/acusações infundadas sobre o enriquecimento do CADOGO, chegas a iguala-lo em compações com o Fadul. Disse-te apenas que afinal não conheces o CADOGO.
Reparei que desde a morte de Nino Vieira, após tantos anos de luta, ficastes sem chão, sem alvo, sem objectivo de luta, então virastes os canhões ao CADOGO e ao Zamora, pois é neste estilo de luta que sentes importante e admirado, afrontando e enfrentando as duas figuras mais respeitadas do país. Juntaste-te ao Fadúl, pedistes o envio de tropas estrangeiras, atacastes o PAIGC. Partindo desta situação deicidí começar a escrever, sabendo que a qualquer momento irias tomar esta actitude, o teu artigo responsabilizando o PAIGC de Nino e de CADOGO pela situação da Guiné-Bissau, representa a tua irritação face as minhas opiniões, que considerastes de demagogo. Bastou-me insistir com PAIGC, deixando claro que a resonsabilidade da situação actual do país está repartida entre vários partidos e entre os guineense em quotas diferenciadas, para ver aplicada a lei da rolha, a lei da senssura. Mas tudo bem, darei a conhecer a tua decisão às dezenas de pessoas que me têm felicitado pelos artigos escritos e publicados no didinho.org.
Acredita que não és dono da verdade absoluta, os demais tambêm opinam e têm opções que sabem defender. Como dono do Contributo, tens todo o direito de decidir a publicação ou não, de qualquer matéria, pouco importo que isso seja cessura ou não, depende de quem aplica o termo. Sinto muito informar-te que fica abalada a consideração e admiração que tinha por tí e pelo teu trabalho.
 
Infelizente, desta vez não podes dizer "vamos continuar a trabalhar", nem poderei retribuir.
Obrigado pelos artigos divulgados, despeço-me, Luis amíbal 

 

De: FERNANDO CASIMIRO <didinhocasimiro@gmail.com>


Para: Luís Aníbal Vaz Fernandes <luigivazfer@hotmail.com>


Data3 de Maio de 2009 13:12
Assunto Re: Contributo da semana


Caro Luís Aníbal,

Deixa o Cadogo responder às minhas acusações!
Deixa o Zamora responder às minhas acusações!

Por acaso as acusações que fiz, foram contra ti, Luís Aníbal?

Chamas-te Cadogo?

Chamas-te Zamora?

És dono do PAIGC?

E porque é que achas que as minhas acusações são infundadas?

És dono da verdade?

O que sabes tu???

Pelos vistos era mesmo uma questão de tempo!

Achas que com a morte do Nino fiquei sem alvo?

Por acaso este Projecto nasceu por causa do Nino?

Já leste como é que surgiu o Projecto?

Porque queres ser dono da verdade que não conheces?

Por acaso o Cadogo não foi "testa de ferro" do Nino?

Por acaso os bens que o Cadogo hoje tem, recebeu-os de alguma herança familiar?

Tem paciência, Luís!

Todo e qualquer guineense da minha geração sabe quem é o Cadogo e como chegou até aqui!

Não recebo lições de ti, nem de nenhum político guineense!

E para te mostrar que não tenho problemas em falar sobre este e outros assuntos, vou agora descansar, porque cheguei há pouco de viagem e desde sexta-feira que não me deitei para dormir, e mais logo vou publicar o teu artigo e as conversas que trocamos!

Eu sempre fui honesto e limpo na minha forma de ser!

Tchau!

Didinho

 

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Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Fernando Casimiro (Didinho)

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