Legislativas 2008
DATA FIXADA PELO PRESIDENTE DA
REPÚBLICA: 16 DE NOVEMBRO DE 2008
VOTAR É
DECIDIR!
Não basta
querer a mudança, é preciso participar NA mudança!
QUE O POVO GUINEENSE ASSUMA O COMPROMISSO E A RESPONSABILIDADE (NUMA LÓGICA
PARTICIPATIVA), PARA A MUDANÇA NA GESTÃO DO SEU DESTINO.
Por:
Fernando Casimiro
(Didinho)
didinho@sapo.pt
14.09.2008
Tal como aquando das Presidenciais de 2005, o Projecto Guiné-Bissau:
CONTRIBUTO na sua missão de sensibilização do povo guineense, resolveu criar
uma secção relativa às eleições legislativas agendadas para 16 de Novembro de
2008.
Uma secção de acompanhamento aberta a todos que, decidida
e conscientemente, queiram participar com ideias e opiniões na
sensibilização e debate sobre as legislativas de 2008, quer tomando em
consideração referências de processos eleitorais anteriores; quer tomando em
consideração o acompanhamento, análise e avaliação do processo em curso.
Tal como em 2005, volto a deixar-vos os seguintes
considerandos:
Numa altura em que a manipulação generalizada tende a ultrapassar os
imperativos e objectivos Nacionais, a minha primeira exortação é no sentido de:
os guineenses resistirem às tentações, venham elas de onde vierem!
O primeiro compromisso de todos os guineenses deve ser para com o país.
O maior desafio para todos os guineenses é criar mecanismos de mudança para a
Guiné-Bissau.
A Guiné-Bissau é a nossa mágoa devido
aos desgovernos que temos tido mas, é acima de tudo, o nosso orgulho e a
nossa esperança enquanto pedaço de chão que nos foi destinado! |
É preciso que cada um de nós sinta a responsabilidade que lhe cabe na
estruturação do país que queremos construir. É preciso que cada um de nós seja
exigente primeiro consigo próprio, para depois ser exigente com os demais.
É preciso que cada um de nós faça as seguintes perguntas a si próprio na
busca de respostas para um melhor CONTRIBUTO para o país.
1- O que é que o meu país, a Guiné-Bissau, significa para mim?
2- O que é que já fiz de positivo para o meu país?
3- O que é que posso e devo fazer para ajudar o país a encontrar o caminho
certo rumo à estabilidade e ao desenvolvimento?
4- Qual deve ser a minha relação com todos os meus irmãos guineenses?
5- Qual deve ser a minha relação com todos os outros povos do mundo que de
uma forma ou de outra têm ajudado a Guiné-Bissau?
6- Servir o país ou servir-me do país?
7- Justiça para todos ou Impunidade para alguns?
Por:
Fernando Casimiro
(Didinho)
didinho@sapo.pt
28.09.2008
Saúda-se
o cumprimento, pelos partidos políticos guineenses, da entrega das candidaturas
com vista às suas participações no acto eleitoral fixado para 16 de Novembro.
Independentemente da questão da legalidade constitucional
ou não da data fixada, há que reconhecer e aceitar que houve consultas prévias
que possibilitaram um consenso sobre a data de 16 de Novembro. Os partidos
políticos bem como a Sociedade Civil, tendo concordado com a referida data na
altura em que foi proposta, deveriam saber que estavam a viabilizar a realização
das eleições legislativas, neste caso, para a data de 16 de Novembro de 2008.
Enquanto aguardamos a apreciação final das candidaturas
por parte do Supremo Tribunal de Justiça, vamos desenvolvendo o nosso trabalho
de sensibilização e debate sobre as legislativas, contribuindo assim, para uma
melhor preparação, informação e esclarecimento dos eleitores no país, como
também, dos guineenses e amigos da Guiné-Bissau espalhados pelo mundo.
O Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO tendo em conta a
falta de meios de informação capazes de dar a conhecer de forma apelativa e
estruturada os Programas Eleitorais dos partidos políticos
guineenses para as eleições de 16 de Novembro, lança um desafio/convite
a todos os partidos políticos e coligações que participarão no acto eleitoral,
no sentido de enviarem, para publicação no nosso site
www.didinho.org os seus Programas
Eleitorais de forma a serem amplamente divulgados, servindo assim como
instrumentos de reflexão e análise de quem vota, mas também, dos que não podendo
votar, têm interesse em conhecer os Programas Eleitorais dos
nossos partidos políticos.
É uma boa oportunidade para, inclusive, os partidos
políticos disponibilizarem os seus estatutos, siglas, estruturas directivas,
listas de candidatos para estas eleições, etc. na Internet.
Oferecemos igualmente os nossos préstimos à
Comissão Nacional de Eleições, para a divulgação de Comunicados,
Conferências de Imprensa etc.
Caso aceitem o desafio/convite, podem fazer o envio dos
materiais a disponibilizar através dos seguintes endereços electrónicos:
didinho@sapo.pt
didinhocasimiro@gmail.com
Com esta abertura, achamos ter dado igualdade de
oportunidade e de tratamento aos partidos políticos e à Comissão Nacional de
Eleições tendo em vista uma melhor aproximação ao eleitorado em particular, bem
como a todos os guineenses e amigos da Guiné-Bissau que, obviamente, estão
interessados em conhecer os Programas Eleitorais dos
nossos partidos políticos.
Devemos continuar a acreditar que as eleições serão
realizadas na data afixada!
Vamos continuar a trabalhar!
VOTAR É
DECIDIR!
Não basta
querer a mudança, é preciso participar NA mudança!
QUE O POVO GUINEENSE ASSUMA O COMPROMISSO E A RESPONSABILIDADE (NUMA LÓGICA
PARTICIPATIVA), PARA A MUDANÇA NA GESTÃO DO SEU DESTINO.
Guiné-Bissau: pequenos partidos
unem-se
Salvador Gomes
Correspondente da BBC em Bissau
Para impedir uma eventual maioria
absoluta nas próximas eleições legislativas de 16 de Novembro na
Guiné-Bissau, quatro pequenos partidos formam a Aliança de
Forças Patrióticas.
A coligação é coordenada
por Amine Saad, presidente da União para a Mudança, e inclui a
Frente Democrática Social, de Rafael Barbosa, o Fórum Cívico
Guineense-Social Democracia, de Antonieta Rosa Gomes, e o Partido
para a Solidariedade e Trabalho, de Iancuba Ndjai.
Entrevistado pela BBC,
Amine Saad falou da realidade que é preciso ter em conta. "Temos um
país em que o funcionamento das instituições é ainda um facto débil.
Qualquer maioria absoluta pode transformar-se numa ditadura
absoluta. Por isso o propósito da coligação é impossibilitar que o
PAIGC ou PRS ganhem as eleições com maioria absoluta."
Referindo-se a acções concretas para atingir esse objectivo, Amine
Saad disse que vão dizer ao eleitorado que a expressão da democracia
é a pluralidade.
"Não queremos que o PAIGC
deixe de ser partido único para ser o único partido da Guiné, não
queremos que o PRS seja partido absolutista. Temos que concorrer,
temos que juntar os trapos para atingirmos a fasquia que impeça o
PAIGC ou o PRS de ganhar eleições com maioria absoluta", afirmou
Saad.
O Presidente da União para
a Mudança disse que a Coligação está aberta a todas formações
politicas e personalidades patrióticas.
"Entre desaparecer da cena
política e juntar-se à Aliança, para qualquer força patriótica não
há outro caminho, tem que juntar-se a Aliança das Forças
Patrióticas", considerou Saad.
Última
actualização: 16 Setembro, 2008 - Publicado em 02:37 GMT
Fonte:
BBCParaAfrica.com
|
Guiné-Bissau: Duas
coligações e 21 partidos apresentaram candidaturas para as
legislativas de 16 de Novembro
16 de Setembro de 2008, 18:15
Bissau, 16 Set (Lusa) - Duas coligações e 21
partidos entregaram a candidatura para participar nas eleições
legislativas da Guiné-Bissau, marcadas para 16 de Novembro,
refere um documento divulgado hoje pelo Supremo Tribunal de
Justiça do país.
O prazo de entrega das candidaturas
terminou hoje às 16:00 locais (17:00 em Lisboa), e a
apresentação mais animada foi a do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), maior força
política do país, com centenas de populares a acompanharem a
entrega dos documentos pelo líder do partido, Carlos Gomes
Júnior.
A candidatura do Partido Republicano da
Independência para o Desenvolvimento (PRID), também hoje, do
antigo primeiro-ministro Aristides Gomes, que liderava o governo
do Fórum de Convergência Nacional, deposto em Março de 2007, na
sequência de uma moção de censura apresentada no parlamento,
também foi acompanhada de grande animação popular.
O Partido de Renovação Social (PRS), de
Kumba Ialá, e o Partido Unido Social-Democrata, Augusto Barai
Mango, (ambos partidos com representação parlamentar à
semelhança do PAIGC) entregaram as suas candidaturas na
segunda-feira.
As legislativas de Novembro na
Guiné-Bissau vão eleger um novo governo, que substituirá o
actual de gestão liderado por Carlos Correia, nomeado em Agosto
após a demissão do governo de estabilidade, formado por PAIGC,
PUSD e PRS, que dirigia o país desde Abril de 2007.
MSE.
Lusa/Fim
|
Supremo Tribunal guineense
aprecia candidaturas
O Supremo Tribunal de Justiça da
Guiné-Bissau recebeu 23 candidaturas, incluindo de duas
coligações, para as eleições legislativas de 16 Novembro
A confirmação foi feita por
Paulo Sanhá, vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, devendo
este órgão no prazo de oito dias indicar quais as candidaturas
aprovadas para as eleições.
Mas, desde já, o grande
ausente das próximas legislativas será o histórico partido FLING –
Frente da Libertação Nacional da Guiné – que não se candidatou.
Falando à
Imprensa, Paulo Sanhá enumerou os vários requisitos que a lei impõe
aos candidatos a Deputados da Nação.
Muitos partidos não
indicaram contudo os seus mandatários para efeitos de notificação no
caso de eventuais irregularidades.
A maioria das candidaturas
deu entrada no Supremo Tribunal de Justiça na passada terça-feira,
16 de Setembro, último dia da entrega das listas.
No total são 27 os partidos
que apresentaram candidaturas, mas seis deles concorrem em
coligações.
Essas coligações são a
Aliança Democrática de dois partidos e a Aliança de Forças
Patrióticas – que integra quatro formações políticas.
Última actualização: 18 Setembro, 2008 - Publicado em 03:13
GMT
Fonte:
BBCParaAfrica.com
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O CONTRIBUTO DO CONTRIBUTO
Padre Dionisio Ferraro
http://www.padredionisio.org/index.html
Publicado em 29.09.2008
Muito bem.
Li com alegria o artigo de Fernando Casimiro (O narcotráfico não deve…do dia
24.09.2008).
Ver pessoas
capazes de dizer a verdade dá sempre muita esperança. De facto é a verdade que
constrói a Independência de um povo. Não basta içar uma bandeira bonita e cantar
o hino nacional.
Dizer a
verdade, com simplicidade, sempre, também nesta fase pré-eleitoral e durante as
eleições, e depois das eleições, sobretudo na noite e nas três noites ou quatro
logo depois das eleições.
No entanto,
nos 33 anos que vivi na Guiné-Bissau, reparei que há muita gente que vive na
mentira, no topo da posição e nos últimos lugares. A imprensa...mas toda a gente
deve ser mais capaz de controlar os números, os relatórios...porque senão as
eleições perdem o seu significado e a democracia será uma palavra bonita mas sem
conteúdo.
Seria um
contributo à Independência da Guiné-Bissau acompanhar esta fase eleitoral que já
começou dizendo sempre a verdade, falando dos programas dos partidos, dos
partidos que têm um bocadinho de capacidade de buscar com o povo o Bem Comum e
dos partidos que só sabem roncar “basofaria”. Falar também dos dirigentes dos
partidos, dos honestos e dos oportunistas, dos incapazes...
A moral
(evitar o mal e fazer o bem) não serve só na feira de Bandim, mas também, ou
sobretudo, na política. Sem moral nunca haverá uma verdadeira libertação de um
povo.
Pe. Dionisio
Ferraro
Guiné-Bissau: Quatro partidos
"chumbados" pelo Supremo Tribunal Justiça para eleições
legislativas 16 Novembro
06 de Outubro de 2008, 11:19
Bissau, 06 Out (Lusa) - O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) da
Guiné-Bissau chumbou a candidatura de quatro dos 21
partidos que se apresentaram para as legislativas de 16
de Novembro, fixando a lista final em 19 forças
políticas e duas coligações.
A lista final publicada este fim-de-semana informa
que, por irregularidades diversas, ficaram de fora a
Resistência da Guiné-Bissau (RGB, também conhecido por
'Movimento Ba Fatá), o Fórum Cívico Guineense
Social-Democracia, a Frente Democrática Social e o
Partido para o Desenvolvimento e Combate à Pobreza.
A RGB, criada em Portugal nos anos 1980 é o primeiro
partido de oposição legalizado na Guiné-Bissau, sendo
estas as primeiras eleições em que não participa, devido
a lutas internas entre os seus dirigentes.
No mesmo dia, a Comissão Nacional de Eleições (CNE)
procedeu ao sorteio de partidos e coligações para a
composição dos boletins de voto, que serão impressos em
Portugal.
O recém-criado partido Centro Democrático, de Paulino
Impossa Ié, figurará em primeiro lugar nos boletins do
voto enquanto que a União Nacional para Desenvolvimento
e Progresso (UNDP) do antigo ministro do Interior,
Abubacar Baldé, ficará em ultimo.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde (PAIGC), principal força politica guineense
figurará na 19ª posição nos boletins do voto, o Partido
da Renovação Social (PRS), principal força da oposição,
em 16ª e o recém-criado Partido Republicano da
Independência e Desenvolvimento (PRID) do antigo
primeiro-ministro Aristides Gomes, fica em 17º.
Fonte da CNE disse à Lusa que a campanha eleitoral
deverá começar no próximo dia 26.
MB.
Lusa/Fim
As Enxurradas da Política Guineense
(Ponto de Vista)
Por: Rui Jorge da Conceição
Gomes Semedo
*
rjogos18@yahoo.com.br
10.10.2008
Chefi tené carro nobu, ma vencimentu ka dá pa carro
nobu. Chefi tené kaça nobu ma vencimentu ka dá pa kaça nobu.
“Zé Manel”
Na contagem
decrescente para a realização da quarta eleição legislativa no país presencia-se
uma desenfreada caça ao voto, em que aparentemente os recursos estão sendo
colocados de forma criminosa pelos concorrentes em disputa, com o objectivo de
manipular a consciência do eleitorado. Mas, antes de reflectirmos sobre um dos
cenários desta competição, concretamente dos recursos dos partidos nesta
campanha, faremos uma rápida observação da organização do processo eleitoral.
É verdade
que aderimos à democracia muito recentemente, igualmente, não é menos verdade
afirmar que o Estado e as instituições responsáveis pela coordenação do referido
processo já deveriam estar à altura de criar condições, pelo menos materiais, de
forma a garantir a sua funcionalidade sem grandes transtornos.
Do processo
de recenseamento eleitoral assiste-se, ainda hoje, uma autêntica desorganização
em fazer funcionar as coisas conforme o previsto. Ao longo dos anos e após a sua
criação, a Comissão Nacional de Eleições (CNE), por falta de uma administração
inteligente (situação extensiva a toda a Função Pública), depara com enormes
dificuldades, como por exemplo, a ausência de sedes próprias para as Comissões
Regionais de Eleições (CREs), viaturas, materiais de expediente e outros meios
que possam garantir o dinamismo e a eficiência organizativas. Razão pela qual,
em cada processo eleitoral se assiste a uma desavergonhada mendigaria a doações
junto aos Organismos Internacionais para adquirir materiais que no pleito
anterior já tinham sido fornecidos, mas que não se soube conservar.
Todavia,
sabemos que não constitui segredo que o país sem apoio dos parceiros
internacionais não tem condições económicas para realizar o processo eleitoral,
no entanto, também temos a convicção de que com um trabalho sério, minimamente
racional, a CNE poderia garantir a si e às suas comissões, melhores condições de
trabalho.
Entretanto,
ainda em relação a essa desorganização administrativa (para não dizer crime),
sabemos que o presidente da CNE, Senhor Aladje Manuel Mané, alugou dois
edifícios, supostamente dele ou de alguém da sua família aos CREs de Bissau e de
Bafatá. Ainda de acordo com os rumores, os valores do arrendamento estimam-se
entre 600.000xof e 500.000xof mensais respectivamente, isso sem contar com os
gastos de reparação dos edifícios. A mesma situação acontece no sector dos
transportes. De uns tempos para cá, nos Ministérios e Departamentos do Estado os
responsáveis estão a “comprar ilicitamente” as viaturas do Estado sob alegação
de que estão com problemas mecânicas, depois, as mesmas são alugadas para
prestar serviços ao Estado por um valor de 50.000xof/diário. E neste momento,
algumas dessas viaturas estão ao serviço da CNE, sendo que anteriormente,
durante o recenseamento eleitoral prestaram o mesmo serviço ao Instituto
Nacional de Estatística e Censos (INEC) pelo mesmo valor. Diante disso, como
pode o Estado cumprir os seus compromissos sociais com esta irresponsabilidade
administrativa? É óbvio que numa realidade onde o Estado tem comportamento igual
à de uma organização criminosa, manter a estrutura desorganizada é um bom
negócio, tendo em conta que ninguém será punido por improbidade administrativa
ou qualquer outro crime.
Bem,
voltando à questão inicial que são os recursos dos partidos nesta campanha, dois
partidos chamaram a nossa atenção nesse aspecto. De um lado, temos o Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), que nesta pré campanha
se destacou pela doação, entre outros, de toneladas de açúcar aos irmãos
muçulmanos, tendo como pivot o Major Baciro Dabó, que duvidosamente
ostenta bens sem ter uma fonte de renda compatível. Do outro, temos o Partido
Republicano da Independência para Desenvolvimento (PRID), que sem sombra de
dúvidas mostra possuir meios incompatíveis com a própria realidade, e alerta
pelo alto nível da sujeira política presente no país. Ainda sobre este segundo,
observa-se uma poderosa ostentação de bens, principalmente, de uma frota de
carros, motos, além de doações de dinheiro em alguns torneios desportivos. O
PRID é a mais nova força política do país, cujos líderes perfilam na mesma linha
de carência económica com os de outros partidos, e que de forma duvidosa
apresenta condições materiais e financeiras que merecem interrogações; Quem está
a financiar de forma milionária a campanha do PRID? A nosso ver, para responder
a esta interrogação duas hipóteses se nos afiguram:
- Primeira,
em termos de análise sociológica não se pode fazer a leitura de uma determinada
situação sem levar em conta os factores. Nesse sentido, sabemos que recentemente
o presidente do PRID, Aristides Gomes, foi chefe do Governo do FÓRUM, e durante
a sua gestão desapareceu do Tesouro Público (onde tinha sido guardada), mais de
meia tonelada de cocaína, que até hoje, alguns mistérios impediram a Polícia
Judiciária de apurar a identidade do (s) criminoso (s).
- Segunda,
uma parte considerável da elite do PRID é composta por pessoas próximas ao
presidente da República, General Nino Vieira, incluindo Aristides Gomes, que foi
um dos articuladores do seu regresso ao País. Porém, existem rumores de que por
onde passa, esse partido dá a entender a sua ligação com Nino Vieira, aliás, a
participação de Aristides Gomes na comitiva que recentemente acompanhou o
presidente Nino Vieira à China e outros países é um dos indícios a considerar.
Na verdade,
para nós não importa saber se o partido X tem ligação com Régulo Y, mas importa,
isso sim, fazer cumprir os fundamentos da lei eleitoral. De acordo com essa lei
no seu capítulo III alínea 1 art. 46º, todos os partidos devem cumprir a lei
prescrita. Ou seja, que o financiamento da campanha eleitoral pode ser feita
por:
a)
Contribuição do Estado;
b)
Contribuição de partidos congéneres;
c)
Contribuição voluntária de eleitores;
d)
Contribuição dos próprios candidatos e dos partidos políticos;
e)
Produto da actividade da campanha eleitoral. Ainda no mesmo artigo, alínea 2,
consta que é interdito o financiamento directo às campanhas eleitorais por parte
de Governos estrangeiros e organizações governamentais estrangeiras.
Entretanto,
como se nota, é constatável o vazio jurídico no capítulo acima referido,
portanto, é bom advertir para o perigo que a nossa democracia corre caso não
sejam tomadas medidas rigorosas para fiscalizar o financiamento da campanha.
Hoje o
nosso país faz parte da rota internacional do tráfico de drogas, e correremos
sérios riscos de alguns partidos e/ou candidatos serem financiados por cartéis
de traficantes ou de outros grupos criminosos que depois farão da Guiné uma
propriedade. Em muitos países, entre os quais o Brasil é proibido qualquer tipo
de financiamento externo da campanha eleitoral para evitar cenários que possam
colocar o país sob os ricos de instabilidade. Na Guiné, apesar da nossa recente
adesão à democracia, as nossas leis, tanto a eleitoral, quanto à lei-quadro dos
partidos políticos não se adequam à necessidade que temos de consolidar o
processo democrático.
Não é
segredo hoje que entre os partidos e actores políticos existe um interesse quase
que esquizofrénico em ocupar o Ministério do Interior apenas para poder
controlar o processo eleitoral e fabricar o resultado final do escrutínio.
Aliás, não foi por acaso que se “inventou” o cenário para derrubar o governo de
Martinho Dafa Cabi. Não obstante, é urgente a necessidade da CNE gozar de uma
verdadeira autonomia no sentido de poder coordenar e garantir a credibilidade do
processo eleitoral. Só num regime político ainda com resquícios de ditadura,
como é o nosso, se pode observar a atribuição de parte da responsabilidade
organizativa do processo eleitoral aos órgãos da Segurança Pública.
*Mestrando
em Ciência Política na Universidade Federal de São Carlos, SP, Brasil
Por:
Fernando Casimiro
(Didinho)
didinho@sapo.pt
14.10.2008
A 28 de Setembro lançamos o desafio/convite aos partidos políticos guineenses,
no sentido de darem a conhecer os seus Manifestos Eleitorais por forma a
permitir uma análise e avaliação dos que não estando na Guiné e, por
conseguinte, não podendo votar, possam, ao menos, ficar a saber o que os
partidos políticos guineenses pretendem fazer para o bem do país.
É claro que para a maioria dos partidos políticos
guineenses, o esclarecimento e a sensibilização constituem perda de tempo num
país onde mais de 60% da população continua analfabeta.
A maioria das nossas populações é analfabeta, mas o nosso
povo não é burro!
A luta de libertação nacional é disso exemplo, tomando em
comparação o juízo pejorativo do regime colonial em relação ao nosso povo e à
nossa terra, na altura com uma taxa de analfabetismo de cerca de 99%.
Foram os analfabetos, na sua maioria, que reunidos à
volta de um punhado de homens e mulheres letrados da Guiné e de Cabo Verde,
conseguiram desgastar e vencer a sabedoria e a arrogância de um regime
prepotente e convicto da sua superioridade racial, tomando a cor da pele como
efeito conclusivo de uma afirmação geracional, que infelizmente ainda perdura em
certas mentes, mas que, felizmente, o tempo encarregou-se de desmistificar.
Na Guiné-Bissau de hoje, existem semelhanças da
desconsideração que se tinha pelo nosso povo na época colonial (pelos
colonialistas) e a desconsideração que os nossos governantes, políticos e
seus partidos hoje têm para com o povo guineense. Nada melhor que a realização
das eleições para se confirmar esta realidade.
Para os partidos políticos, o nosso povo tornou-se
prostituto da dura realidade de carência que a sua vivência contempla e, por
isso, está à venda. E como quem ou o que está à venda compra-se, para quê perder
mais tempo com sermões e ladainhas se o que o povo quer, na mente dos políticos,
é que alguém, em nome do partido A, B, C etc. lhe dê umas esmolas, mesmo que
essas esmolas sejam pertença desse mesmo povo, ou ofertas de máfias que a todo o
custo querem apoderar-se da governação indirecta do país?
Não permitiremos a humilhação do nosso povo!
Aos partidos políticos exigimos respeito e consideração
pelo povo guineense. O nosso povo não está à venda!
Aos nossos irmãos que terão oportunidade de votar nas
eleições de 16 de Novembro aconselhamos o seguinte:
1- Aceitem receber
tudo o que vos for oferecido. A terra é nossa e o dinheiro que está a ser
oferecido ou possibilitou a compra dos materiais que também fazem parte das
ofertas, provém supostamente de:
- Desvios do tesouro público guineense;
- Pedidos de empréstimos em nome da Guiné-Bissau;
- Lavagem de dinheiro (branqueamento de capital)
2-
Na
hora de votar, simplesmente, não votem nos partidos que vos quiseram comprar,
oferecendo-vos dinheiro, géneros alimentícios etc.
O voto é secreto, o que
quer dizer que ninguém saberá em que partido cada pessoa votou, a não ser que o
próprio eleitor conte em quem votou. No entanto, nunca é demais repetir ao nosso
povo que ninguém pode ser obrigado a dizer em quem votou!
Posto isto, estejam à vontade meus irmãos, usufruam das
ofertas, mas votem em quem tenha respeito e consideração por vocês.
Votem naqueles que falam convosco, preocupando-se com os
vossos problemas de todos os dias, bem como com os problemas da nossa terra.
Para estas eleições queremos e vamos contribuir para que
as orientações de voto não sejam definidas pela compra e manipulação de
consciências.
A nossa estratégia passa pelo envolvimento das
comunidades guineenses no estrangeiro e nas afinidades que as relações
familiares permitem, numa partilha de interesses e sentimentos comuns, com vista
a uma participação conjunta, do tipo: os que estando melhor informados, mais
esclarecidos e se encontram no estrangeiro, não podendo votar, devem ajudar os
seus familiares na reflexão, esclarecimento e consciencialização sobre a
orientação do voto.
Se os guineenses que estão no exterior ajudam os seus
familiares na sobrevivência do dia-a-dia, ao longo de anos, e sabendo que os que
estão na Guiné e podem votar, muitas vezes não estão suficientemente
esclarecidos, não vejo por que perder esta oportunidade legal, que não tem
comparação com manipulação de consciência, para ajudar quem está no país e vai
votar, a decidir-se pela melhor escolha.
Usemos o telefone, o correio electrónico, o correio
postal etc. dizendo aos nossos familiares o que pensamos e em quem iria o nosso
voto se nos fosse permitido votar.
Também está nas nossas mãos, desde o estrangeiro, seja em
que lugar for, decidir pela MUDANÇA na nossa terra. Façamos isso, para que não
nos arrependamos depois de 16 de Novembro!
Aproveito a oportunidade para divulgar alguns documentos
enviados pelo MOVIMENTO DEMOCRÁTICO GUINEENSE (MDG), partido dirigido pelo Dr.
Silvestre Alves.
Nesses documentos constatam-se vários atropelos tendentes
a afastar o MDG do acto eleitoral de 16 de Novembro.
É verdade que o MDG tornou-se num partido deveras
incómodo para o general ditador Nino Vieira, através das críticas e denúncias do
seu presidente, o Dr. Silvestre Alves, mas o Supremo Tribunal de Justiça, tirar
disso partido, para prejudicar o MDG...salta logo à vista...
Vamos continuar a trabalhar para que estas eleições não
nos apanhem desprevenidos. Esta é a oportunidade de derrubar todos os "Golias".
VOTAR É
DECIDIR!
Não basta
querer a mudança, é preciso participar NA mudança!
QUE O POVO GUINEENSE ASSUMA O COMPROMISSO E A RESPONSABILIDADE (NUMA LÓGICA
PARTICIPATIVA), PARA A MUDANÇA NA GESTÃO DO SEU DESTINO.
De: Silvestre Alves
Para: didinhocasimiro@gmail.com
Data12 de Outubro de 2008 23:40
Assunto: Apelo aos guineenses e amigos
Foto LGDH: Dr. Silvestre Alves, aquando da agressão a
que foi vítima em Bissau, no dia 14 de Dezembro de 2006
Caros Compatriotas e amigos,
Os meus cumprimentos e votos de boa saúde.
O Movimento Democrático Guineense tem tentado fazer o seu percurso com algum
êxito.
Infelizmente, na esfera do poder, da vida pública, em geral, as coisas não
correm como seria desejável. Cada dia que passa, a situação está a complicar-se.
O governo não consegue controlar o surto de cólera, tão pouco pagar salários e
não dá mostras de conseguir controlar o tráfico de drogas nem a espiral de
violência.
No entanto, o PAIGC e o PRID distribuíram arroz e açúcar durante o Ramadão e já
estão na pré-campanha, a distribuir motorizadas, viaturas, enfim, a esbanjar
dinheiro, na compra de consciência...
Vive-se na Guiné-Bissau sob o signo do obscurantismo e da corrupção. Baciro
Dabó, de ladrão de cabra, em 1975/76, a Major do Povo é o novo militante do
PAIGC, que entrou directamente para o Bureau Político, o orador de serviço, o
homem forte da campanha do PAIGC. Assiste-se a um autêntico assalto ao poder,
por parte de gente de reputação duvidosa, gente do sub-mundo feitos empresários
do regime e senhores.
O Presidente da República até nomeou seu conselheiro para assuntos económicos,
com regalias de Primeiro Ministro (pasme-se!), o sr. Braima Camará, vulgo, Bá
Quecutô, por falta de economistas competentes.
O saber foi simplesmente posto de lado!!!
O MDG tem sido uma voz incómoda, em todos os aspectos da vida pública, a voz de
serviço da oposição.
A forma que adoptaram para o silenciar será uma das mais eficientes e um mau
precedente, se não for, de alguma maneira, travada.
O MDG levou o assunto ao conhecimento da UNOGBIS, das embaixadas europeias e
africanas, da Missão Europeia de Observação Eleitoral e outros organismos
sub-regionais. Notando uma certa impotência e dúvida, visto que os dados já
foram enviados a Lisboa, desde 04 de Outubro, para produção dos boletins de
voto, lembrei aos meus interlocutores do papel desempenhado pelo MDG, até aqui e
do risco de deitar tudo a perder, dado que tem sido muito difícil obter a adesão
de militantes para reforçar a equipa e esta machadada iria desencorajar
sobremaneira os potenciais interessados.
Mando em anexo o Memorando que elaborei à intenção da Comissão Nacional de
Eleições, com conhecimento da UNOGBIS. Alguma alteração na conclusão, com o
acréscimo do primeiro parágrafo que não existe na versão original e algum
retoque na redacção do último parágrafo.
A cada guineense, pede-se que faça o que estiver ao seu alcance para evitar este
atropelo à democracia.
Além do Memorando, envio a reclamação apresentada ao Supremo Tribunal de Justiça
e os seus três aditamentos, eventualmente para ajudar a enquadrar a evolução do
caso e ter uma ideia do autismo com que o STJ tratou o caso.
Para justificar eventuais factores adicionais, junto envio, igualmente, o
recurso interposto e o habeas corpus, do caso Augusto edro Figueiredo Silva, em
que tive várias intervenções contundentes na imprensa, chamando as coisas pelos
nomes...
Com os meus melhores cumprimentos e agradecimentos antecipados,
Silvestre Alves
MDG - MEMORANDO ELEIÇÕES 2008
MDG
- RECLAMAÇÃO 1
MDG - RECLAMAÇÃO 2
MDG - RECLAMAÇÃO 3
MDG - RECLAMAÇÃO 4
MDG - DENÚNCIA AO PGR
MDG -
HABEAS
MDG -
RECURSO
Que Cadogo a Sociedade Espera: Original ou Genérico?
(Ponto de Vista)
Não se pode construir nada
novo e bom com materiais velhos ou defeituosos.
“M. Gorbatchev”
Por: Rui Jorge da Conceição
Gomes Semedo
*
rjogos18@yahoo.com.br
20.10.2008
Tanto na
disputa política como em qualquer outro jogo, há sempre um favorito. E o
favoritismo é, geralmente, dado em razão da estrutura organizativa e força
demonstrada por cada competidor. Estes elementos levam os observadores a indicar
o provável vencedor do jogo. Muito embora, esta acção não seja uma regra fixa.
No cenário actual de corrida ao controlo do Governo para os próximos quatro
anos, e, mesmo na ausência de dados que comprovem o tal favoritismo, pela
manifestação dos eleitorados por todo o país, deduz-se que o PAIGC pode ser o
virtual vencedor desta legislativa. Se na realidade isso vier a acontecer, o
candidato Carlos Gomes Júnior (Cadogo Júnior), terá a responsabilidade como
primeiro-ministro, de administrar e garantir o bem-estar social dos cidadãos
guineenses. Mas, conforme referimos, por ser um jogo, é sempre complicado
adiantar o marcador, por isso, esperar pela confirmação no final do encontro é a
atitude mais sensata.
Na
impossibilidade de adiantar o marcador, uma coisa podemos apontar como óbvia;
para quem ainda se lembra ou teve oportunidade de acompanhar os discursos dos
militantes do PAIGC nas campanhas anteriores, pode perceber-se nesta
pré-campanha um pequeno detalhe na retórica dos seus militantes: a audácia em
afirmar que ganharão o escrutínio de 16 de Novembro com maioria absoluta. E a
grande força para esta afirmação está na imagem e aceitação do seu líder junto
do eleitorado. Porém, entre os adversários, é perceptível que alguns estão a
trabalhar apenas para evitar o domínio do PAIGC no parlamento, enquanto outros,
apenas para garantir a representatividade. A nosso ver, a maioria absoluta é um
elemento ambíguo que pode ter os seus custos e benefícios: por um lado, está a
imaturidade dos nossos políticos em lidar com o poder, o que muita das vezes
lhes dá uma aparência de Super-Homem. E, em vez de usar racionalmente o poder de
que gozam, transformam as suas forças num instrumento para inibir manifestações
e posições contrárias e acabam por deixar de cumprir o objectivo pelo qual foram
eleitos. Por outro lado, a maioria absoluta pode significar uma garantia de
sustentação para a aprovação dos Programas do Governo no parlamento. Tendo em
consideração que um dos entraves da acção governativa e, sobretudo, das
frequentes quedas de Governos, está na relação clientelística existente entre o
Executivo e o Legislativo. Nesse sentido, e pela própria experiência do que tem
sido o nosso parlamento nas duas últimas legislaturas, qualquer que seja o
partido que venha a vencer com maioria absoluta, pode ser uma oportunidade
consensual de estabilizar a funcionalidade do Parlamento e do Governo.
Entretanto, o que talvez será determinante caso o PAIGC venha a ganhar a
eleição, seja com maioria absoluta como almeja ou não, é a sua capacidade
governativa. O que está em causa é o cumprimento do Programa Maior. Ou seja, o
desenvolvimento do país e a criação de condições necessárias a uma cidadania
decente que dinamize os sectores sociais, políticos e económicos. Contudo, é bom
ressaltar que governar seja em que condição for, não é uma tarefa fácil, mas a
qualidade de qualquer organização é reconhecida pela sua capacidade de
transformar; de tornar o impossível no possível, a escassez em abundância, a
pobreza no bem-estar social etc. Para essa responsabilidade, a sociedade
guineense quer apostar e responsabilizar o Candidato Cadogo Júnior. Um dos
motivos para a maioria da população, parece-nos estar nas indicações que este já
demonstrou durante a sua passagem pelo Executivo, onde procurou organizar o
serviço público, administrar a corrupção mediante alguns mecanismos burocráticos
e projectar o desenvolvimento.
Vamos
voltar novamente à nossa comparação; no futebol, é natural o craque sofrer uma
marcação especial e cerrada de forma a impedi-lo de fazer jogadas perigosas.
Igualmente na política, e, particularmente nos países onde o nível de corrupção
é excessivamente elevado como na Guiné-Bissau, os administradores com
preocupação de gerir responsavelmente a coisa-pública são sempre barrados pelos
interesses dos corruptos que vivem da política como dizia Max Weber. Após a
eleição de 2004 as acções de Cadogo surpreenderam os guineenses, não só pela sua
determinação em controlar a coisa-pública, mas pelo comprometimento em criar uma
justiça social e permitir que os servidores públicos tivessem poder de compra.
Muito embora tenhamos que reconhecer o bom resultado alcançado como um trabalho
de grupo, no qual ele teve a visão de seleccionar pessoas comprometidas com o
propósito de fazer o país caminhar. Até aqui não temos dúvida! A nossa dúvida
vai começar agora: se o PAIGC conseguir ganhar a eleição qual será a postura de
Cadogo Júnior? Será que teremos um governo pior, igual ou melhor do que aquele
que o povo já conhece? Sobre essas questões teremos a resposta a partir de 2009
com início dos trabalhos do novo Executivo.
Parece-nos
que no momento poucos cidadãos estão a observar situações possíveis que
provavelmente teremos após a eleição. Pela forma como as coisas estão sendo
costuradas, tudo indica que, se o PAIGC vencer a eleição, a situação que o seu
primeiro-ministro terá pela frente será mais complexa do que na gestão passada.
Por que afirmamos isso? Por razões que vamos convidar os cidadãos a observarem:
internamente, o PAIGC após o seu VII Congresso vive numa profunda e tácita crise
que mais cedo ou mais tarde, pelo próprio vício que as pessoas têm, pode
interferir nas acções governativas. Todavia, esse ponto pode não ser preocupante
se o partido e o seu líder souberem gerir as contradições, que na verdade são
naturais e próprias das instituições. E o papel do líder é sempre muito
importante no controlo sobre as áreas da incerteza – que são factores que podem
criar desequilíbrios à organização. Por isso, se considera que o papel do líder
deve ser igual a de um verdadeiro no. 10 de futebol. Quem é o
verdadeiro no. 10? É aquele jogador que antes de a bola chegar aos
seus pés já sabe que jogada fazer, e, toda a bola que sai dos seus pés é golo ou
meio golo. Ou seja, ele é quem garante um bom espectáculo; o outro, que a nosso
ver pode ser preocupante é a suposta aliança entre Cadogo Júnior e Nino Vieira.
Como será o fim dessa estória? Não precisamos de oráculo para observar
incertezas e tragédias, mas por uma questão de aguardar pela confirmação da
verdade, preferimos esperar para ver. É bom que fique claro, que a aliança é
própria da política, é um dos mecanismos que um político deve usar para
perseguir seus propósitos, no entanto, é bom saber como fazê-la e com quem
fazê-la.
Neste
momento, na boca dos guineenses, escuta-se que o coração partidário do
presidente, General Nino Vieira, está divido entre o PRID (Noiba) e o PAIGC
(Dona Kaça), aliás, é um mistério que pessoas próximas a ele fingem não
desvendar. Caso concreto do Major Baciro Dabó, que disse ter sido amarrado e
humilhado por causa do “Boss” e espera que este não o abandone no PAIGC. Seja
como for, é notável que o Cadogo Júnior neste momento é a fiança do povo
guineense, mas está rodeado por explosivos. Se ele não conseguir articular-se
correctamente o risco dele se explodir é iminente. E a força de qualquer líder
está naquilo que chamamos de “Gabinete”, ou seja, de bons conselheiros para
fazer face aos empecilhos e implementar obras. E o limiar para medirmos o grau
de autoridade de Cadogo Júnior perante a situação que se desenha, caso o PAIGC
vença a eleição, será na formação do Executivo. Resumindo: quem vai influenciar
quem, para indicar quem?
*Mestrando
em Ciência Política na Universidade Federal de São Carlos, SP, Brasil
Vote no Futuro e não no
Narcotráfico!
Por:
Fernando Casimiro
(Didinho)
didinho@sapo.pt
25.10.2008
Quero para mim a Guiné-Bissau
que desejo para todos os meus irmãos guineenses...!
Comissão Nacional
de Eleições
Estamos no arranque da campanha
eleitoral, 25 de Outubro, sendo que a pré-campanha deu sinais negativos das
insuficiências estruturais quer dos partidos políticos, quer da Comissão
Nacional de Eleições e ainda, em certa medida, do próprio governo.
Se é fácil apontar insuficiências à Comissão Nacional de
Eleições, não menos difícil se torna associar a maior parte dessas
insuficiências à inexistência de um estatuto legal que defina a Comissão
Nacional de Eleições como um órgão independente, com competências para organizar
e realizar quer os recenseamentos eleitorais, quer as eleições. Uma constatação
que não é nova e que já foi, inclusive, abordada de forma sugestiva por
observadores internacionais que têm acompanhado as eleições até aqui realizadas
na Guiné-Bissau.
Apesar de ser uma constatação antiga, com influências
negativas no condicionamento dos programas e das acções da Comissão Nacional de
Eleições, bem como na sua credibilização e responsabilização, continuamos a
manter o mesmo sistema e atribuições no tocante à organização e competências de
um órgão fundamental tanto na preparação como na realização de eleições.
A quem interessa este sistema?
A quem serve este sistema?
Por que não se muda o sistema?
De uma maneira geral este sistema só interessa e só serve quem
está no poder, possibilitando-lhe, no mínimo que seja, um certo controlo de
matérias que deveriam ser de âmbito restrito a uma entidade independente e imparcial, de
carácter nacional, na defesa da igualdade de tratamento e da
transparência de um acto tão importante e de cariz nacional, como é o acto
eleitoral.
Se o partido que está no poder obtém, antecipadamente,
através do Ministério da Administração Interna, dados diversos sobre o processo
eleitoral, é evidente que esse partido já está em vantagem em relação a todos os
demais concorrentes.
Se o Governo controla directamente as verbas destinadas
às eleições, isso pressupõe ser suspeito de influenciar ou condicionar, a seu favor, a Comissão Nacional de
Eleições, bem como, de criar expectativas tendenciosas a um clima de pressão e
desgaste em relação à confiança e garantia do cumprimento da (s) data (s) marcada
(s) para
as eleições.
O sistema não tem recebido incentivos de mudança a nível
dos partidos políticos devido às cíclicas manobras de perpetuação no poder
sustentadas por regimes tentaculares que conseguem comprar e manipular as
consciências de muitos deputados, fazendo com que a Assembleia Nacional Popular,
que deveria ser uma casa de debate aberto, se transforme num retiro de
indiferentes que desonradamente juraram defender os interesses do povo guineense
e da República.
A estruturação da actual Comissão Nacional de Eleições
deve ser revista e discutida no exercício da próxima legislatura, de forma a
possibilitar a formalização e aprovação de um estatuto assente na independência
e afirmação da CNE como órgão encarregue de todo o processo eleitoral, com a
particularidade de lhe ser reservada e atribuída uma verba no Orçamento Geral do
Estado, verba essa que poderia ser apresentada aos nossos parceiros no sentido
da obtenção de ajudas para que a Comissão Nacional de Eleições funcione
normalmente durante a vigência do seu mandato como qualquer instituição e não
apenas uns meses antes da realização de um acto eleitoral, o que evitaria o
acumular de processos de gestão e resolução da habitual inactividade funcional
da CNE.
LEITURAS E
REFERÊNCIAS PARA UMA ANÁLISE DE FUNDO SOBRE AS ELEIÇÕES DE 16 DE NOVEMBRO
Diz-se que estas serão as mais concorridas e
participativas eleições de sempre na Guiné-Bissau. Certamente, haverá motivos
para que assim seja.
Gostaria de ter dados que dessem conta que o principal
motivo de toda a mobilização em torno das eleições fosse, inequivocamente, pela
avidez da MUDANÇA!
Mudar o que está mal na Guiné-Bissau (quase tudo), por
culpa dos que de eleição em eleição vão prometendo fazer pelo povo e acabam
sempre por fazer por eles e para as suas famílias, deixando o povo entregue à
sua sorte.
Apesar de se saber que em condições normais as eleições
legislativas seriam realizadas em 2008 com o fim da legislatura iniciada em
2004, os partidos políticos guineenses deram provas de impreparação para as
exigências que a definição e calendarização dos objectivos organizacionais lhes
impõe.
Creio que o objectivo principal de qualquer partido
político é definir estratégias para conquistar o eleitorado; conseguir o maior
número de votos que possibilite a vitória nas eleições ou, a conquista de um
resultado positivo nas eleições. Para mim, os partidos devem trabalhar, sempre,
tendo em conta as eleições, o que os "obrigaria" a uma
aproximação/contacto permanente com as populações. Infelizmente, os
partidos guineenses não trabalham para as eleições e como não o fazem, acabam
por se afastar das populações e dos eleitores.
O dia seguinte ao anúncio dos resultados das eleições
deveria ser o dia da análise e avaliação de todo o percurso eleitoral, mas
também, da definição e calendarização das metas seguintes consoante a disputa a
ter lugar se, tivermos em conta, a participação dos partidos nas eleições
presidenciais, legislativas e, futuramente nas autárquicas.
O certo é que os partidos políticos guineenses têm
funcionado como grupinhos de amigos ou conhecidos e a confirmar isso,
constatou-se recentemente que muitos partidos não têm sede própria nem elementos
de referência para contacto institucional.
Há que dizê-lo sem rodeios: a Guiné-Bissau tem partidos a
mais, sendo que, a maioria dos partidos não tem nas suas listas, quadros
políticos dignos dessa referência.
Quero louvar as iniciativas que permitiram a formação de
coligações para estas eleições, um sinal evidente de que apesar de haver
muitos partidos, a conjuntura habituou-nos a uma bipolarização dos dois
maiores partidos: o PAIGC e o PRS que ao longo destes anos têm dominado a
governação e também são as principais fontes de instabilidade política e
governativa na Guiné-Bissau.
As coligações dos pequenos partidos serão importantes
para um clima de debate na Assembleia Nacional Popular, necessário e desejado em
democracia, caso consigam eleger um número significativo de deputados.
Contudo, nestas eleições, a pré-campanha deu-nos a
analisar um novo cenário na imagem que define o poder dos partidos através das
suas acções com o eleitorado.
É certo que ainda se tratava da pré-campanha, mas as
demonstrações foram concludentes!
Se tivermos em conta a relação de força dos 3 maiores
partidos guineenses nas eleições de 2004: PAIGC, PRS e PUSD, no actual contexto
eleitoral veremos que o PAIGC mantém a sua posição no topo das simpatias do
eleitorado nacional e o PRS a contas com uma grave crise interna, continua a ser
desgastado pelos seus próprios dirigentes que se têm
acusado mutuamente numa clara divergência pela disputa da vaga para
Primeiro-ministro, caso o PRS venha a formar governo, situação remota, dadas as
fragilidades patenteadas pelo partido nesta fase de pré-campanha.
O PRS confirma a teoria de que não se dirige um partido
do exterior, neste caso desde Marrocos, onde Kumba Yalá vive principescamente,
esquecendo-se das responsabilidades políticas de líder do PRS.
O PRS, em boa verdade, nunca foi um partido com
estruturas definidas, quando teve condições para assumir um papel importante na
viragem que a vitória de Kumba Yalá nas presidenciais de 2000 permitiu, bem como
a sua participação no governo de coligação com a Resistência da
Guiné-Bissau/Movimento Bafatá.
Viu-se que o partido não tem metodologias de trabalho,
não traça objectivos em função dos calendários eleitorais, nem está atento à
acção governativa de quem governa, porquanto, o próprio PRS estando no governo
ou na oposição, não ter nenhum programa de governação elaborado. Por tudo isso,
o PRS não se aproxima das populações, dos eleitores, no dia-a-dia. Esperando,
tal como a maioria dos partidos guineenses, pela aproximação de conveniência,
interesseira e hipócrita, da campanha eleitoral.
O tempo tem ajudado a desgastar a imagem do PRS, mas não
há dúvidas de que a aliança estabelecida entre Kumba Yalá e Nino Vieira aquando
da segunda volta das eleições presidenciais de 2005, em que Kumba Yalá pediu ao
eleitorado do PRS votos para Nino Vieira, a troco de muito dinheiro e outras
contrapartidas, é o resultado natural de uma aproximação que permitiu a Nino
Vieira "interiorizar-se" no próprio PRS, dividindo-o no sentido de destruí-lo e,
com ele, o seu fundador e seu eterno rival na dança das presidenciais.
O PUSD, também fragilizado por disputas internas (aliás,
convém relembrar que estes 3 partidos: PAIGC, PRS e PUSD, formaram o governo do
Pacto de Estabilidade que precedeu o actual governo de gestão e, qualquer um
destes 3 partidos enfrentou crises internas, quer de liderança, quer de
unidade interna dos seus militantes), surge nestas eleições com as aspirações de
sempre: eleger o maior número de deputados.
Tal como acontece com o PRS e também com o PAIGC (como
veremos mais adiante), o PUSD teve a infiltração de Nino Vieira, que soube
fomentar e bem as disputas internas, desgastando o partido e deixando-o
moribundo.
Para estas eleições, ao PUSD restam as esperanças nos
nomes das figuras competentes e com provas dadas, que fazem parte das listas
pelos diversos círculos eleitorais da capital.
O PAIGC continua a ser o eterno candidato com reais
possibilidades de vencer com, ou sem maioria.
O partido libertador, ou o partido de Cabral, como é
referenciado, tal como acontece com o PRS e o PUSD vive momentos de crise,
apesar de uma aparente estabilidade conseguida depois do seu último Congresso,
que possibilitou a reeleição de Carlos Gomes Jr. como seu presidente.
O PAIGC que venceu as legislativas de 2004, num período
em que a Guiné-Bissau tinha Henrique Rosa como Presidente da
República interino, governou até ver Nino Vieira (que entretanto aparecera em
Abril de 2005 para se candidatar e voltar a ser Presidente da República),
demitir o seu governo, apenas 1 mês depois da sua tomada de posse como
Presidente da República.
Entre 2004 e 2005, criou-se uma imagem de boa governação
por parte do PAIGC, e Carlos Gomes Jr. ainda hoje é visto como um dos melhores
Primeiros-ministros que a Guiné-Bissau teve.
Hoje, fruto desse equívoco, o eleitorado
guineense continua a julgar que votar PAIGC é votar Carlos Gomes Jr. e, se
Carlos Gomes Jr. foi dos melhores governantes, então é a esperança dos
guineenses na Mudança.
Nada mais falso!
Sigo, desde há uns anos a esta parte, de forma detalhada,
os percursos dos principais partidos guineenses.
Sigo, desde há uns anos a esta parte, de forma detalhada,
os percursos governativos dos partidos no poder na Guiné-Bissau.
Nas minhas análises sobre os méritos atribuídos a Carlos
Gomes Jr. tenho a dizer o seguinte:
Há dois factores importantes que possibilitaram uma
afirmação de sucesso atribuída a Cadogo Jr. sem que, nas abordagens feitas se
mencione como conseguiu alguém que, sem ter visão ou formação política de base
ou adquirida estava a liderar o maior partido político da Guiné-Bissau e, por
arrastamento, era Primeiro-ministro.
Para mim, o sucesso atribuído a Cadogo Jr. provém de:
1- O apoio,
a garantia de estabilidade institucional, de respeito pela separação de poderes.
A reconquista gradual do prestígio e da afirmação da Guiné-Bissau no Mundo, na
pessoa de Henrique Rosa, então Presidente da República interino.
Para mim, ainda que sem se dar por ele, Henrique Pereira
Rosa teve um papel extremamente útil na sustentação do governo do PAIGC liderado
por Cadogo Jr.
2- Não sendo
político, e tendo chegado ao PAIGC através da sua relação de amizade e
convivência com Nino Vieira durante o período da ditadura de 1980 a 1999, Cadogo
Jr. não tinha sequer bases de militância participativa e muito menos de
enquadramento por formação que lhe permitisse, em condições normais, liderar o
PAIGC ou qualquer outro partido.
O PAIGC, verdade seja dita, tem melhor estruturação a
nível da concepção e definição teórica, como prática, enquanto partido político,
comparativamente com os demais partidos, ou não herdasse o legado de Amilcar
Cabral, ainda que desvirtualizando-o ao longo dos tempos.
Depois do golpe de Estado de 1980, liderado por Nino
Vieira, o mesmo Nino, que assumiu a direcção do PAIGC , possibilitou a ascensão
de jovens quadros promissores na hierarquia do partido. O PAIGC ainda gozava de
muito prestígio, até porque estávamos na época do partido único.
Lembro-me de jovens por quem tinha muito apreço e
esperança de um dia dirigirem a nossa Guiné.
Fui inclusive aluno de alguns deles no Liceu Nacional
Kwame N´Krumah em Bissau.
Nomes como os de Fernando Delfim da Silva, Hélder
Proença, Manuel Rambout Barcelos, Agnelo Regala e outros mais, afiançavam
qualquer cidadão desejoso de um futuro melhor para a sua terra, a acreditar que
esse futuro a depender das capacidades dos nossos jovens, estaria garantido.
Infelizmente assim não aconteceu e, por razões várias,
esses jovens de ontem acabaram por seguir, cada um à sua maneira o seu percurso
político com brilhantismo, durante os anos em que batalharam pela afirmação de
uma renovação no PAIGC, manifesto não correspondido e que levou, posteriormente
ao abandono de alguns deles, sendo que outros, por lá ficaram.
Dos mais antigos e em relação às eleições de 2004, ganhas
pelo PAIGC, há que destacar a importância de 2 estrategas dessa vitória: o
Hélder Proença, para mim, um dos maiores estrategas do PAIGC do
pós-independência, e o Dr. Fernando Delfim da Silva, que alguns meses antes das
eleições de 2004 decidiu abandonar o PAIGC por alegadas incompatibilidades.
O Hélder Proença, infelizmente, hoje simboliza o mal.
Mas não só do Hélder Proença e do Dr. Fernando Delfim da
Silva dependeu a vitória do PAIGC nas eleições de 2004, no entanto, a
programação, as estratégias de definição e calendarização dos objectivos
organizacionais foram, na sua maioria implementadas por eles.
O PAIGC destas eleições de 2008 ainda se orienta com base
nas estratégias dos seus estrategas de 2004. Cadogo Jr. não introduziu nada que
demonstre o seu cunho e carisma no PAIGC e, muito menos na governação,
contrariamente ao que se afirma.
Este PAIGC que sabe que pode ganhar estas eleições, como
também perdê-las, em virtude de surgir um novo partido, o PRID do ex-
vice-presidente do PAIGC e ex- Primeiro-ministro, Aristides Gomes, homem de mãos
de Nino Vieira, que tal como o Hélder Proença, em 2005, desafiaram o PAIGC e
apoiaram a campanha presidencial de Nino Vieira, assumindo o papel de
dissidentes do partido e criando sérias divergências internas no seio do PAIGC.
(Mais uma infiltração de Nino Vieira, na fomentação de crises partidárias).
Os cenários da pré-campanha indicaram um forte poder
financeiro, do PRID, partido que tem entre os seus militantes figuras muito
próximas do general ditador Nino Vieira, sendo que algumas destas personalidades
são militares que desempenharam altas funções nas Forças Armadas guineenses,
entre eles, o Coronel Afonso Té e o Tenente-Coronel Sandji Fati.
Consta igualmente que a esposa do general ditador Nino
Vieira, Isabel Vieira, é militante do PRID.
PRID cujo fundador, Aristides Gomes, enquanto
Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, viu-se envolvido no desaparecimento de mais
de meia tonelada de cocaína depositada nas instalações do Tesouro Público
guineense.
Foi instaurado um inquérito, aberto um processo, mas nada
se provou ou se esclareceu sobre o que realmente aconteceu, ficando Aristides
Gomes impune.
Na Guiné-Bissau o PRID é um partido que está conotado com
Nino Vieira, mas também, referenciado como um partido que é
sustentado/financiado pelo narcotráfico.
O PRID está a comprar a consciência dos guineenses,
oferecendo grandes somas em dinheiro, viaturas, motorizadas etc. etc.
Tudo, segundo consta, com o dinheiro do narcotráfico.
Entretanto, voltando ao PAIGC temos uma novidade na
sua pré-campanha eleitoral, aliás, novidade que acaba por
não ser tanto assim, pois desde há uns meses que Baciro Dabó, ex- ministro da
Administração Interna, assassino que serviu Nino Vieira por diversas ocasiões e
tido como traficante de droga, foi admitido como membro da direcção do PAIGC.
O mesmo Baciro Dabó que outrora era persona non grata
para muitos militantes do actual PAIGC acaba por merecer a confiança de Carlos
Gomes Jr. e assim, para além da ameaça que se tornou o PRID na definição de um
futuro governo suportado pelo narcotráfico, junta-se-lhe o PAIGC na mesma linha
de preocupação para os guineenses.
Quantos mais Baciros Dabós tem o PAIGC actualmente?
Estas eleições serão marcadas pela disputa entre estes
dois partidos, mas tendo em conta o mal de qualquer um deles vir a governar o
país com maioria, peço aos guineenses que votem nos pequenos partidos e
coligações, por forma a permitir um certo equilíbrio de forças na Assembleia
Nacional Popular.
O ideal seria pedir para que não se votassem quer no PRID
quer no PAIGC, mas deixo isso à consideração de cada um.
Com estes cenários falta fazer a leitura da estratégia
presidencial nestas eleições.
Nino Vieira é, o principal interessado no desfecho final
destas eleições.
A situação de compromisso com o narcotráfico de que ele
não está isento de responsabilidades, impõe-lhe uma estratégia de farsa para com
o PAIGC quando se sabe que o desejo de Nino Vieira é que o PRID ganhe as
eleições.
Seja como for, teremos a prova, caso o PAIGC consiga sair
vencedor com maioria absoluta (delegará Cadogo Jr. para Primeiro-Ministro), o
Cadogo Jr. não terá condições para exercer o cargo da forma como conseguiu
governar em 2004, porque o Nino não lhe irá facultar a tão desejada e importante
estabilidade institucional ou o respeito pela separação de poderes, tal como
aconteceu durante a presidência de Henrique Rosa em 2004.
Por outro lado, é bom recordar que ao Nino interessa um
primeiro-ministro que seja cego, surdo e mudo na questão do narcotráfico. Será
que o Cadogo Jr. irá aceitar ser apenas o senhor sim senhor de Nino Vieira? Não
admiraria, pois não seria a primeira vez!
Posto isto e sabendo que Nino e Cadogo ou se voltam a
encaixar definitivamente, caso o PAIGC vença estas eleições com maioria absoluta
e a Guiné, irá perder, uma vez mais a oportunidade de mudança; ou, então, a ser
o PRID o vencedor das eleições, estará o Cadogo Jr. a contas com a Justiça
que há muito o Nino lhe pretende mover.
Não tenho dúvidas de que, caso o Nino não precise do
Cadogo, isto se o PRID vencer as eleições, o ajuste de contas, de que se falou
em 2005 será uma realidade na Guiné-Bissau. A ver vamos...
Chegamos a um ponto crítico, de desilusão pela
expectativa de uma mudança antecipadamente frustrada, pois já nem o PAIGC serve
os interesses nacionais, mas há que continuar a lutar, a acreditar que somos nós
a força necessária para a mudança, por isso, reforço ao apelo ao voto nos
pequenos partidos e coligações, ou, nos nomes de pessoas de confiança nas listas
de candidatos a deputados pelos diversos círculos e regiões do país.
Vote no
Futuro e não no Narcotráfico!
Continuaremos a trabalhar na questão das eleições de 16
de Novembro e hoje mesmo, 25 de Outubro, terei oportunidade de fazer uma
intervenção em directo, para o programa Radioscopia da Rádio Bombolom da
Guiné-Bissau, a partir das 10:30, hora de Bissau, 11:30 hora de Portugal. Um
convite extremamente importante, que me foi endereçado pelo produtor e
apresentador do referido programa.
É uma oportunidade de chegar a mais guineenses, a todos
os que lá na nossa terra não têm acesso à Internet, mas que poderão ouvir a
minha mensagem através da rádio!
Vamos continuar a trabalhar!
Temos que mudar a Guiné-Bissau pela positiva!
VOTAR É
DECIDIR!
Não basta
querer a mudança, é preciso participar NA mudança!
QUE O POVO GUINEENSE ASSUMA O COMPROMISSO E A RESPONSABILIDADE (NUMA LÓGICA
PARTICIPATIVA), PARA A MUDANÇA NA GESTÃO DO SEU DESTINO.
MOVIMENTO NACIONAL DA SOCIEDADE CIVIL
MOVIMENTO
Movimento Nacional da
Sociedade Civil para Paz Democracia e Desenvolvimento
CÓDIGO
DE CONDUTA E ÉTICA ELEITORAL
“FIDJU DI SI N’SIBIBA, CA TA PADIDU”!
(“Mais vale prevenir que remediar!”)
Mensagem dos Bispos
da Guiné-Bissau
A todos os cristãos e aos homens e mulheres de boa
vontade.
INTRODUÇÃO
Aproxima-se o dia 16 de Novembro, data em que os cidadãos
guineenses serão chamados mais uma vez a ir às urnas para as eleições
legislativas. Vão fazê-lo num clima psicológico de alguma expectativa sobre o
modo como irão decorrer as eleições e sobre o Partido que as virá a ganhar, mas
também num ambiente de muita descrença e mesmo de certo desânimo sobre os
resultados positivos que essas eleições possam trazer à maior parte da
população. Efectivamente, desde o acontecimento libertador, que foi a
Independência Nacional, os cidadãos da Guiné-Bissau já foram chamados variadas
vezes às urnas. Nesses vários processos eleitorais, muitas promessas foram
feitas pelas diferentes figuras individuais e pelos vários Partidos políticos
que se apresentaram ao sufrágio dos eleitores. Promessas que foram ficando
sucessivamente sem realização prática satisfatória. É por isso compreensível que
um número de cidadãos, que naturalmente não podemos identificar
quantitativamente, mas que será seguramente muito elevado, se interrogam hoje
sobre a seriedade das promessas que se fazem durante as campanhas eleitorais.
Nós, Bispos da Guiné-Bissau, apesar de tudo
isso, consideramos as eleições de 16 de Novembro como um acontecimento
importante e altamente significativo para a vida deste país. Por isso mesmo, nos
pareceu oportuno dirigir esta Mensagem, antes de mais a todos os cristãos de
nossas Dioceses, mas depois também a todos os homens e mulheres de boa vontade
que a desejem ler e sobre ela reflectir. Fazemo-lo na qualidade e
responsabilidade de Pastores desta Igreja de Jesus Cristo que está na
Guiné-Bissau, a quem compete “anunciar sempre e em toda a parte os
princípios morais, mesmo de ordem social, bem como emitir juízos acerca de
quaisquer realidades humanas, na medida em que o exijam os direitos fundamentais
da pessoa humana ou a salvação das almas” (cân. 747). Não somos técnicos de
política, mas temos uma palavra a dizer sobre a dimensão ética da política, e
não podemos abdicar desta responsabilidade moral e de sobre ela informarmos os
cristãos quando nos parecer mais necessário ou oportuno. É justamente isso que
agora desejamos fazer.
Nossa Mensagem tem o desejo consciente de ser um
incentivo moral a todos os cristãos deste país, e a todos os outros cidadãos
que se queiram sintonizar connosco, a que participem activamente neste acto
cívico das eleições, analisando criticamente as propostas políticas que
lhes são apresentadas e votando depois em consciência sobre o Partido que melhor
lhes pareça defender o bem comum dos cidadãos.
Mas desejamos também chamar a atenção para que não se ponham
falsas ou demasiadas esperanças apenas no acto eleitoral do dia 16 de Novembro,
já que, depois dessa data, é que se concretizarão, ou não, as promessas
eleitorais feitas durante a campanha, e o trabalho sério e honesto de todos os
cidadãos vai ter de continuar a realizar-se diariamente, porque nenhum Governo
sozinho, poderá operar o milagre do desenvolvimento integral do país sem a
colaboração dos cidadãos. As eleições são muito importantes, mas não resolvem
automaticamente, por si mesmas, todos os problemas do país.
Neste momento, em que vai iniciar-se oficialmente a campanha
eleitoral, pareceu-nos bem colocar à vossa reflexão dois aspectos maiores,
que nos possam ajudar durante a campanha e no momento da votação. Referimo-nos à
construção da democracia na Guiné-Bissau sobre a base sólida de valores
universais, e à necessidade de votar não apenas sobre programas mas também sobre
pessoas que os irão executar.
1. Construir a Guiné-Bissau sobre a base
sólida de valores universais:
É útil interrogarmo-nos sobre a situação político-social que
temos diante dos olhos e que gostaríamos de ver diferente: “Porque é que
chegámos ao estado de pobreza quase generalizada e de descrença e desânimo sobre
a eficácia real das instituições democráticas que orientam os destinos do nosso
país”?
- As
causas serão seguramente variadas, mas parece-nos que há uma razão de fundo
que parece condiciona todas elas e que agora gostaríamos de destacar, ou seja:
a indesmentível crise de valores com que se debate hoje a nossa sociedade,
nas praças e particularmente na capital. Podemos dizer que abandonámos os
valores ancestrais e não fomos capazes de os substituir ou recuperar por outros
valores mais altos da chamada “modernidade” e veiculados quer através da
pertença a uma religião, quer pela vivência numa sociedade verdadeiramente
democrática.
Efectivamente, onde estão hoje o respeito pela família
natural e pela fidelidade conjugal, a responsabilidade efectiva do pai e da mãe
na educação dos filhos, o respeito pelos direitos humanos, a preocupação pela
preservação do bem comum, o exercício imparcial da justiça, a ética na obtenção
do lucro material, a competência técnica e moral para o desempenho dos cargos
públicos, o trabalho honesto em cada dia da semana, etc.?
Se quisermos voltar a ter confiança nas instituições
democráticas, deveremos lutar por que todas elas se baseiem em valores
universais indestrutíveis, presentes na consciência de todos nós, e que não
podem ser abandonados ou espezinhados pelos interesses egoístas de uns tantos,
pela força das armas, ou pelo dinheiro conseguido a qualquer preço,
inclusivamente pelo negócio da droga. Permanece verdadeira hoje a afirmação do
Papa João Paulo II, em 1 de Maio de 1991, quando disse: “uma democracia sem
valores converte-se facilmente num totalitarismo aberto ou dissimulado, como a
história demonstra” (encíclica “Centesimus annus”, nº 46).
E não temos dúvidas de que uma das instituições democráticas
mais importantes continua a ser o recurso dos cidadãos ao voto, para a escolha
de seus legítimos representantes. Esse voto, porém, não deverá ser feito
de qualquer maneira, mas sim de modo consciente, esclarecido e livre É
que, em política, nem tudo se pode vender ou comprar. O santuário de nossa
consciência é inegociável, mesmo que nos prometam “paraísos terrestres”,
reais ou fictícios!....
2. Votar em programas e em pessoas que os
irão executar:
Através das eleições, os cidadãos têm a oportunidade de
escolher os candidatos e o programa de governo que propõem, como têm também a
possibilidade de os rejeitar se eles não favorecerem o bem comum. Na votação
concreta, diante dos Partidos concorrentes, o cidadão deverá deixar-se guiar
por sua própria consciência, bem esclarecida e bem formada. Para os
cristãos, o Evangelho e o Magistério da Igreja são linhas mestras de orientação
da consciência. A Igreja aconselha os cristãos a escolher os Partidos que melhor
defendam a dignidade da pessoa humana em todos os seus aspectos, nos seus
direitos e nos seus deveres. Por isso, no acto de votar, o cristão deverá
perguntar-se qual será o Partido que apresenta o melhor programa
para construir na Guiné-Bissau uma sociedade assente em valores universais, que
realize as aspirações da maior parte das pessoas e que seja também conforme aos
valores do Evangelho e da doutrina social da Igreja. Essa tarefa não vai ser
fácil, porque os Partidos são mais de vinte, mas o cristão empenhado deverá
fazer esforço nesse sentido.
E deverá igualmente interrogar-se sobre a possibilidade de
realização prática dos programas dos diferentes Partidos em busca da vitória e
do acesso ao poder: “Quais desses programas terão alguma
possibilidade prática de poderem ser realizados, e quais deles
não passam de puras promessas propagandísticas, que nunca virão a ser
cumpridas?...
E, finalmente, não se poderá pensar apenas no conteúdo dos
programas dos Partidos; é preciso olhar também para as pessoas concretas
que os irão executar e que figuram nas listas dos diferentes Partidos.
Com bons programas não se garante automaticamente uma boa governação, mas
com governantes incompetentes ou desonestos seguir-se-á naturalmente uma
governação desastrosa!...Na nossa maneira cristã de entender a política, embora
sabendo que ninguém é já perfeito neste mundo, um representante do povo
para os cargos públicos deveria caracterizar-se por possuir em si,
cada vez com mais evidência, uma série de determinados valores básicos,
nomeadamente:
-
Competência técnica
-
Honestidade moral na utilização dos bens e dos dinheiros públicos.
- Respeito
pelo carácter sagrado e inviolável da vida humana.
- Promoção
da dignidade da pessoa humana, excluindo discriminações de classe, de sexo, de
raça, de parentela, etc.
- Respeito
pela família humana, fundada sobre o matrimónio, que o Estado tem o dever de
apoiar e proteger para que possa cumprir plenamente a sua missão.
Apelos conclusivos
A terminar, gostaríamos de deixar a todos os cristãos e aos
homens e mulheres de boa vontade alguns apelos concretos que nos possam
ajudar no tempo de eleições que está a chegar, nomeadamente:
- Que todos
ajudem a que a campanha eleitoral possa decorrer num clima de paz verdadeira,
sem qualquer recurso à violência física ou psicológica, a ameaças ou a
intimidações.
- Que,
durante a campanha eleitoral, os candidatos saibam respeitar os valores da
verdade, do realismo e da tolerância, tanto nas críticas aos adversários, como
na apresentação de projectos concretos para o melhoramento da vida social dos
guineenses.
- Que todos
votem e sobretudo que votem de maneira consciente, esclarecida e livre. Se
alguém não participar no direito e no dever de votar no próximo dia 16 de
Novembro, não terá depois escusa para “lavar as mãos” ou para afirmar que “não
está de acordo com os resultados verificados”. Para o bem e para o mal de nossa
sociedade, nesta como nas demais etapas de nossa história comum, todos nós somos
responsáveis. “Mais vale prevenir que remediar”! “Fidju di si
n’sibiba, ca ta padidu”!
Bissau,
24/10/ 2008
O BISPO DE
BISSAU O BISPO DE BAFATÁ
D. José Câmnate na
Bissign D. Pedro Carlos Zilli
O ARRANQUE DA CAMPANHA ELEITORAL
Guiné-Bissau: Cristiano Ronaldo e
Zidane "envolvidos" na campanha eleitoral
26 de Outubro de 2008, 08:45
Bissau, 26 Out (Lusa) -- O nome do jogador português Cristiano Ronaldo
está envolvido na campanha eleitoral para as
legislativas na Guiné-Bissau, com alguns partidos a
recorrem ao craque luso para "driblar" aqueles que dizem
ser o Zidane da política.
"Um candidato do PAIGC diz que é o Zidane da política
guineense, nós não temos e nem queremos ter o Zidane,
que é velho e já retirado dos relvados, nós temos o
Cristiano Ronaldo que é o melhor do mundo", afirmou
Batista Té, candidato a deputado pelo Partido
Republicano da Independência para o Desenvolvimento
(PRID) às legislativas de 16 de Novembro.
Batista Té respondia desta forma às farpas de Baciro
Dabó, dirigente e candidato a deputado pelo Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)
que diz ser o Zidane da política guineense ao ponto de
se chamar agora Zidane Dabó.
"A partir de agora o meu nome completo é Baciro
Zidane Dabo. Ou simplesmente Zidane Dabó", afirmou o
dirigente do PAIGC, num comício da pré-campanha em São
Domingos.
"O Baciro diz que ele é o Zidane, eu sou o Ronaldo. O
Zidane é velho e o Ronaldo é novo e melhor do que o
Zidane que já arrumou as botas. Mas, ainda vamos ver
quem é o melhor durante a campanha, se é o Zidane ou se
é o Cristiano Ronaldo", afirmou, Ibraima Sori Djaló do
Partido da Renovação Social (PRS) num comício popular em
Farim.
A utilização dos nomes de craques da bola nas acções
de campanha é tanta que nalguns casos alguns dirigentes
e candidatos a deputado já não são tratados pelos
respectivos nomes de baptismo.
"Agora vai falar o Zidane Dabó", é desta forma que
são anunciadas as entradas em cena do antigo ministro da
Administração Interna guineense, nos comícios do PAIGC
pelo interior do país.
"Olha o Cristiano Ronaldo do PRID", alusão a Batista
Té, actual secretário de Estado da Energia.
MB.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau: "Há dinheiro do
narcotráfico na campanha eleitoral" - líder do PAIGC
25 de Outubro de 2008, 21:05
Bissau, 25 Out (Lusa) -- O presidente do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), principal
força política da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior,
afirmou hoje que "há dinheiro do narcotráfico na
campanha eleitoral" para as legislativas de 16 de
Novembro.
"Só não vê quem não quer. Há dinheiro do narcotráfico
nesta campanha eleitoral", acusou Carlos Gomes Júnior,
no seu discurso de abertura da campanha do PAIGC em
Bissau.
"Nós não somos tolos, sabemos que há dinheiro da
droga na campanha eleitoral. Se formos governo, vamos
acabar com o banditismo e o crime organizado neste país,
podem ter a certeza disso", prometeu o presidente do
PAIGC.
A Guiné-Bissau tem sido referenciada pelas
organizações internacionais como uma "placa giratória"
da entrada de droga na Europa.
Carlos Gomes Júnior afirmou que se for eleito
primeiro-ministro no dia 16 de Novembro irá promover uma
ampla reforma no país, dotando as forças de defesa e
segurança de meios para combater "todos os crimes" na
Guiné-Bissau.
Por outro lado, Carlos Gomes Júnior, que prometeu
vencer as legislativas com 80 por cento dos votos,
anunciou que irá realizar reformas nas Forças Armadas
para que estas passem a ser republicanas.
"Queremos dotar o país de umas Forças Armadas
republicanas que se submetem ao poder político
democraticamente eleito. Por isso peço o vosso voto para
que possamos vencer com 80 por cento de votos", disse
Gomes Júnior, sublinhando que se for eleito
primeiro-ministro formará um governo de competências
"mesmo que tenha de ir buscar gente aos outros
partidos".
O presidente do PAIGC destacou ainda que o país deve
fazer por merecer e retribuir toda ajuda que tem
recebido da comunidade internacional, promovendo a
cultura do mérito e do reconhecimento "por aqueles que
são os melhores".
"Temos que fazer ver as pessoas que o país está a
mudar", defendeu Carlos Gomes Júnior.
O líder do PAIGC afirmou ainda que o seu partido
"jamais aceitará" o presidencialismo na Guiné-Bissau,
tal como têm defendido sectores próximos do presidente
guineense, João Bernardo "Nino" Vieira.
"Ainda há quem defenda o presidencialismo como o
melhor sistema político para o nosso país, o PAIGC
jamais aceitará isso. Temos que seguir com o
semi-presidencialismo que prevê a separação dos
poderes", disse Gomes Júnior.
MB.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau: PAIGC vai fazer doação
ao Ministério da Saúde para combater cólera - Carlos
Gomes Júnior
25 de Outubro de 2008, 21:01
Bissau, 25 Out (Lusa) -- O líder do Partido Africano da Independência
da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Carlos Gomes Júnior,
disse hoje que vai fazer uma doação ao Ministério da
Saúde para ajudar a combater a cólera, que já provocou
200 mortos.
"O primeiro gesto de campanha que o PAIGC vai fazer é
uma doação ao Ministério da Saúde para combater a
cólera" no país, disse Carlos Gomes Júnior, num discurso
proferido no comício inaugural do PAIGC para a campanha
para as legislativas de 16 de Novembro.
"Convido também os militantes do PAIGC a unirem
esforços no sentido de combaterem a cólera", acrescentou
Carlos Gomes Júnior, líder da maior força política
guineense.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na
Guiné-Bissau pediu sexta-feira aos líderes políticos
guineenses para alertarem para a cólera durante a
campanha eleitoral para as legislativas, que hoje teve
início.
Declarada já fora de controlo pelas autoridades
guineenses, a epidemia de cólera provocou até
quinta-feira a morte a 205 pessoas e mais de 12.500
estiveram contaminadas com a doença.
MSE.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau: PRS lança campanha para
as legislativas sem presença de Kumba Ialá
26 de Outubro de 2008, 18:32
Bissau, 26 Out (Lusa) -- O Partido de Renovação Social (PRS) da
Guiné-Bissau realizou hoje o acto inaugural da campanha
eleitoral para as legislativas de 16 de Novembro, sem a
presença do líder Kumba Ialá, que se encontra a residir
em Marrocos.
"O Kumba Ialá vem para a campanha", afirmou o
presidente interino do partido, Sori D'Jaló,
sublinhando, contudo, que não sabe o dia em que chega.
Kumba Ialá está a residir em Marrocos desde de 2005,
tendo apenas regressado à Guiné-Bissau em 2006 para o
congresso do PRS e em Julho deste ano para se converter
ao islamismo.
No acto inaugural da campanha do PRS, que decorreu
numa unidade hoteleira de Bissau para a apresentar o
programa de governo daquela formação política, o partido
garantiu que vai combater o crime organizado e o
narcotráfico no país.
"O PRS vai desenvolver uma luta sem tréguas contra a
corrupção e o narcotráfico que se instalou no país e o
vem destruindo", afirmou Pedro da Costa, secretário
nacional para as relações externas do PRS, responsável
pela apresentação do programa.
Além do combate ao narcotráfico no país, Pedro da
Costa apontou ainda como "eixos prioritários" da
governação do PRS os sectores da energia, educação,
saúde, agricultura e infra-estruturas.
"O PRS quer criar um clima de coesão social e
estruturas sociais e económicas que sejam o suporte do
crescimento e modernização do país rumo a um
desenvolvimento sustentado" da Guiné-Bissau, sublinhou o
secretário nacional.
Segundo Pedro da Costa, a "estratégia do PRS aposta
na reestruturação da confiança do povo guineense com
vista a criar uma dinâmica de crescimento da economia,
aumento do emprego e redução da pobreza e desigualdades
sociais".
MSE.
Lusa/Fim
FRANCISCO FADUL EXORTA FEIRANTES A NÃO VOTAR NO LADRÃO DE CABRA
Líder do Partido para a Democracia Desenvolvimento e Cidadania (PADEC)
Francisco José Fadul exortou, em Bissau, durante a visita ao mercado
central e de Bandim aos feirantes para não votarem no ladrão de Cabral
que pretender ser outra vez Ministro na Guiné-Bissau.
De forma irónica Francisco Fadul asseverou que o ladrão de cabra já
transformou em “mutante cabra” , deixando ser Ministro. Por isso convêm
os feirantes não votarem nele.
“Não devemos votar no ladrão de Cabra, porque ele só sabe roubar e não
tem competência de governar o país”, asseverou Francisco Fadul,
acrescentando “se ganharmos as eleições legislativas faremos tudo que
estiver a nossa alcance para que as mulheres guineenses não sejam
tratados como um simples objecto de uso diário”.
Ainda nas suas palavras, o PADEC fará tudo para que a igualdade entre
género seja uma realidade na Guiné-Bissau. Assim sendo, exortou aos
homens para deixarem de tratar as mulheres como um instrumento de prazer
ou de uso.
Para o líder do PADEC o homem e a mulher foram criados da mesma forma
humana e ambos gozam dos mesmos direitos cívicos. Por isso, devem ser
tratados de mesmo modo no exercício dos seus direitos.
Garantiu aos feirantes dos dois mercados de Bissau que se o seu partido
vencer as eleições legislativas de 16 de Novembro acabará com as
difíceis condições em que se encontram os mercados da capital guineense.
Assim sendo, exortou aos feirantes de mercado central e de Bandim para
votarem nas pessoas sérias que já deram provas positivas na governação
da Guiné-Bissau.
Ontem no campo de “Lala-Quema”, em Bissau, bastião do Partido da
Renovação Social (PRS), o líder de PADEC, responsabilizou ao executivo
de Aristides Gomes, actual líder Partido Republicano da Independência
para o Desenvolvimento (PRID) pela invasão de narcotraficantes ao nosso
país.
“Na governação de Aristides Gomes entrou no nosso país toneladas e
toneladas de drogas e não apenas aqueles 674 quilogramas que veio a
desaparecer no Tesouro Público”, declarou Francisco Fadul a uma centena
de seus apoiantes que aplaudiam no Campo de “Lala –Quema”.
Francisco Fadul acusou também ao Partido Africano para a Independência
da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de fundar injustamente aos guineenses na
miséria durante 32 anos da sua governação.
“PAIGC não foi capaz de solucionar o problema dos guineenses. Só
estabeleceu um regime de intriga e de corrupção, deixando o povo com
fome e terror”, realçou Francisco Fadul que responsabilizou também ao
PRS de desorganizar o aparelho de Estado e de descapitalizar as
instituições públicas em detrimento de interesses pessoas”.
Para o líder do PADEC com esta desestabilizou todo o sistema de
funcionamento de aparelho de Estado pelos renovadores os guineenses
passaram a viver na insegurança e no desespero.
Nas suas palavras se o PADEC vencer as próximas eleições legislativas
terá como uma das suas prioridades a reorganização de aparelho de Estado
com a implementação de um regime que visa promover a cidadania para o
desenvolvimento.
Francisco Fadul afiançou ainda aos seus apoiantes que se o PADEC vencer
as próximas eleições mudará a imagem negativa que Guiné-Bissau agora
ostenta em 90 dias e colocará o nosso país no topo dos países de bem.
Para isso exortou aos seus apoiantes e eleitores em geral para votarem
em massa no dia 16 de Novembro para escolherem governantes capazes de
fazer algo de bom para a Guiné-Bissau.
Por: Braima Fati |
Fuente: Agência Bissau |
PARTIDO REPUBLICANO ATACA AGRICULTURA E EDUCAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU
O Porta-Voz do Partido Republicano para Independência e Desenvolvimento
(PRID) Sandji Fati revelou, em declaração, ontem a Agência Bissau, que
as prioridades do seu partido, em caso vencer as eleições legislativas
de 16 de Novembro serão sectores de Educação Saúde e Agricultura.
Ainda nas suas palavras não se pode pensar no desenvolvimento de um país
sem uma educação de qualidade que proporcione a formação também de
quadros de qualidade para assumir os destinos do país.
“ Nós pensamos que a educação, a Saúde e a Agricultura são sectores
vitais para o desenvolvimento do nosso país. Por isso, pensamos que são
sectores que devem merecer uma atenção especial durante a nossa
governação”, explicou Sandji Fati para quem o governar é saber atacar as
questões reais que o pais enfrentam nesta era da globalização.
No seu entender, fazer, pura e simplesmente, promessas não é uma
verdadeira politica de governação de um partido que pretende assumir
amanhã os destinos de um país que está mergulhado numa crise profunda
como a Guiné-Bissau.
Um partido que pretende governar um pais deve identificar os problemas
reais deste país e traçar depois as linhas mestres para implementar o
seu programa de desenvolvimento em benefício de todas as suas camadas
sociais.
Por: Litos Sanca
|
Fuente: Agência Bissau |
KOUMBA YALÁ RENOVA SISTEMA DO ENSINO NA GUINÉ-BISSAU
Primeiro Vice-Presidente do Partido da Renovação Social (PRS) Ibraima
Sori Djaló garantiu, ontem Bissau, se o seu partido vencer as
legislativas de 16 Novembro, renovará o sistema do ensino, ciência e
tecnologia na Guiné-Bissau.
Esta aposta do PRS, de acordo com Sori Djaló, deve-se a necessidade
urgente de promover, no país, as tecnologias de Comunicação e de
Informação. Por isso, ao vencer o escrutínio de 16 de Novembro apostará
na construção de Estado moderno e proporcionar uma vida melhor aos
cidadãos guineenses.
Representante natural de Koumba Yalá nesta campanha eleitoral defendeu,
no inicio da campanha do PRS num Hotel de Bissau, a coesão territorial e
a preservação dos recursos naturais como a forma do Estado poder
promover as novas parcerias no sentido de transformar a Guiné-Bissau
numa sociedade forte e responsável.
O número dois dos renovadores guineenses apontou também a emancipação da
mulher, nova ordem internacional de politica de desenvolvimento
económica como uma das prioridades do seu partido.
Sori Djaló que disse estar convicto na vitória do PRS nas legislativas
de 16 de Novembro, exortou aos militantes do seu partido para rimar pelo
civismo na campanha eleitoral que iniciou há dois dias e de estarem
firmes e vigilantes.
Instado pela imprensa a pronunciar sobre a figura do Primeiro Ministro
do PRS, se esta formação politica vencer as eleições legislativas de 16
de Novembro, Sori Djaló foi peremptório afirmar que só depois da vitoria
que os renovadores indigitarão a figura que dirigirá o novo executivo e
oitavo governo constitucional da Guiné-Bissau.
Quanto ao regresso de Koumba Yalá, o número dois dos renovadores
limitou-se asseverar: “Ele participará na campanha eleitoral”. Quando?
Não especificou.
Por: Braima “Ibu” Fati
|
Fuente: Agência Bissau |
PAULINO IMPOSSA YÉ CRIA MAIS EMPREGO PARA JOVENS GUINEENSES
Presidente do Partido Centro Democrático (CD) Paulino Impossa Yé
garantiu, na Praça de Bandim, em Bissau, que se o seu partido vencer as
próximas eleições legislativas de 16 de Novembro criará mais posto de
trabalho para os jovens.
O líder do CD afiançou aos seus apoiantes que se vencer o escrutínio de
Novembro criará centro de formação profissional e reduzirá as propinas
na Universidade Amílcar Cabral no sentido de facilitar aos estudantes de
famílias carenciados a ter o acesso ao ensino superior.
Apontou também a Agricultura, Pesca e Turismo como uma das prioridades
do seu governo, em caso vencer as legislativas de 16 de Novembro. Pois,
só dando uma atenção especial a estes três sectores que um executivo
poderá acumular riqueza para poder fazer face as despesas no sector
social, em particular, na Saúde e na Educação.
Perante aos seus apoiantes, na Praça de Bandim, bastão do Partido
Africano para a Independência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Impossa Yé
asseverou “ com o meu partido no governo, a Guiné-Bissau não dependerá
da ajuda externa. Só com os recursos internos é possível fazer face as
dificuldades que o país atravessa neste momento”.
Também o líder do CD não tem dúvida que se o seu partido vencer as
legislativas de 16 de Novembro acabará definitivamente com o tráfico de
droga e narcotraficantes na Guiné-Bissau.
Por: Jeremias Pascoal Chagô
|
Fuente: Agência Bissau |
ALIANÇA PATRIÓTICAS ACUSA PAIGC DE INSTAURAR DITADURA NA GUINÉ-BISSAU
Coordenador da Aliança de Forças Patrióticas Amine Michel Saad acusou ao
Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) de
instaurar uma ditadora e um regime sanguinário na Guiné-Bissau.
Sempre sem papa na língua Amine Saad asseverou ainda que foi o governo
do PAIGC que dilapidou o património de Estado da Guiné- Bissau afundando
o país na ruína.
Ainda nas suas palavras, com essa dilapidação o Estado da Guiné-Bissau
encontra-se neste momento desorganizado e fragilizada. O que na sua
opinião contribuiu para uma autêntica desgraça para o povo da
Guiné-Bissau.
Homem forte da Aliança de Forças Patrióticas considerou que as
consequências de desorganização de aparelho de Estado e as confusões
politicas motivaram uma total anomalia social na pátria de Amílcar
Cabral.
Para Amine Saad a realidade é de tal forma dramática que na Guiné-Bissau
não existe a forma de ceder a população as necessidades básicas que,
pelo menos, a permitia sobreviver nesta difícil conjuntura internacional
que o mundo atravessa neste momento.
Com aquele tom crítico que lhe é reconhecido, o Coordenador da Aliança
de Forças Patrióticas acusou também ao partido da Renovação Social (PRS)
de extremar ainda mais as privações do nosso povo as necessidades
básicas.
No seu entender, o PRS durante a sua governação “privatizou” os parcos
recursos de Estado para o uso dos renovadores. Por outro lado, no mesmo
período, as liberdades públicas foram banidas da vivência dos guineenses
e instalou-se o terror na sociedade guineense.
Considera que na Guiné-Bissau a politica está divorciada da realidade da
Guiné-Bissau. Pois, não possível governar, como acontece na
Guiné-Bissau, sem que administração de Estado chegue ao país real. Em
suma a última tabanca.
O Coordenador de Aliança de Forças Patrióticas não dúvida que a formação
é a única capaz de promover uma grande reforma na administração pública
da Guiné-Bissau. Pois, pugna pela reintegração das “costumeiras” como
objectivo efectiva na condução da política de Estado.
Amine Saad que apresentou ontem o programa da Coligação que preside,
disse que o seu partido ganhar as próximas eleições terá como a
prioridade o ensino obrigatório e gratuito para toda a sociedade
guineense.
Ainda no seu entender é com o ensino de qualidade que a Guiné-Bissau
poderá consolidar o crescimento económico e a estabilidade.
Também terá como prioridade garantir a saúde gratuita para todos os
guineenses, o ajustamento salarial aos funcionários de administração
pública da Guiné-Bissau.
Por: Braima Fati |
Fuente: Agência Bissau |
SOBRE O ESCRUTÍNIO DE NOVEMBRO
1 – Com que cenários podemos contar, se a menos de um mês das
legislativas na Guiné-Bissau, o chefe da Missão dos Observadores da
União Europeia (EU), o holandês, Johan Van Hecke, questionado à chegada
pelos jornalistas sobre o perigo dos partidos políticos financiados pelo
narcotráfico virem a assumir o poder político, justifica (legitima?) a
possibilidade de tal recurso (ou conduta), ligando-a ao incumprimento
das recomendações feitas ao Governo em 2005: a falta da autonomia
financeira da Comissão Nacional das Eleições (CNE); faltas de aprovação
da lei eleitoral e, por último, à falta da concretização do registo dos
eleitores pela CNE, em vez do Ministério da Administração Interna, como
tem acontecido? Esta questão não foi muito empolada pela imprensa
escrita. Mesmo assim, não deixa de causar alguma preocupação, já que se
trata de uma entidade que jura actuar como elemento dissuasor para que o
acto eleitoral decorra livremente e isento de fraude, intimidação e
violência. O senhor Johan Van Hecke não pode dizer que não compreendeu o
sentido da pergunta que lhe foi colocada pelos jornalistas. A nosso ver,
a sua resposta não parece esgrimir alguma posição sancionatória contra o
Governo por não ter cumprido as referidas recomendações e muito menos
pretende impugnar, desde já, as próximas eleições. Nas entrelinhas, não
é difícil deduzir o que o chefe da Missão de Observadores da UE pretende
dizer: salva-se quem puder! Custa-nos, contudo, admitir que a EU venha a
reconhecer, supostamente falando, um partido vitorioso com ligações a
cartéis de droga. Eles até deixaram cair as máscaras. Portanto, só não
vê quem não quer. É por estas e outras razões, que dissemos que a
Comunidade Internacional tem demonstrado, no caso da Guiné-Bissau,
predilecção para abraçar nuvens em vez de Juno. Muito embora Johan V.
Hecke tenha prometido a todos os envolvidos no processo que os
observadores irão exercer o seu mandato de forma objectiva, neutra e
independente, não podemos deixar de lembrar que o primeiro interessado
para que tudo corra de forma isenta e transparente é o povo guineense e
o mundo compassivo, empenhados na luta contra o narcotráfico que a todo
o custo tenta alcançar o poder legitimado pelas urnas.
2 – Em tempos de campanha eleitoral, tudo o que vem à rede é peixe. O
protegido de Nino Vieira, Major Baciro Dabó, discursou, há dias, num
comício nos arredores de Bissau, caricaturando o Contra-Almirante de
Armada fugido, José Américo Bubo Na Tchuto, de que o seu regresso ia
trazer “pó branco” (cocaína) para o país. Mas, as fintas do Major e do
seu padrinho já são conhecidas. As nuvens densas do “pó branco”, trazido
pelo seu sócio, filho do Presidente Conte continuam a ofuscar os céus da
Guiné-Bissau. O Major Dabó deveria preocupar-se com o facto do
Contra-almirante encontrar-se fora do país, neste momento. Também
deveria saber que quando a poeira assentar, ficaremos a saber que afinal
o “grito de ordem no país” de Nino Vieira lançado em finais de Julho
passado e que culminou com a nomeação do Governo inconstitucional de
Carlos Correia, estava directamente relacionado com a apreensão das duas
aeronaves suspeitas de transportar cocaína e, sobretudo, por não ter
podido tirar os dividendos no negócio, que tinha como finalidade a
compra de votos, ganhar eleições e alterar a constituição. Não é por
acaso que se pergunta (no site de didinho) ao senhor General Nino
Vieira, “o que vai fazer com os 30 milhões de dólares que pediu em nome
da Guiné-Bissau” ao Governo angolano? Convém estarmos muito atentos aos
ventos que hoje sopram desse país, e apoiado pela China, para o nosso
país. Esses tornados tendem a arrastar consigo “pirâmides eleitorais”
antecipadamente vitoriosas, supressão de adversários políticos, etc.
3 – A realidade que temos diante doa nossos olhos nestas eleições, como
tantas outras anteriores, é o facto de terem sido financiadas pela
Comunidade Internacional. Por isso, ela quererá ver o retorno dessa
iniciativa. As eleições terão que ser, inevitavelmente, livres e justas.
Mas, que partido político se encontra, neste momento, melhor
posicionado? O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) aceitou cerca de 19
partidos políticos e duas coligações, que apresentaram listas dos
deputados à Assembleia da República. Entre eles, desde logo, dois
partidos se destacam: o Partido Africano para Independência de Guiné e
Cabo Verde (PAIGC) e o Partido da Renovação Social (PRS) de Kumba Yalá.
O PAIGC, enquanto partido libertador, após o seu último Congresso
realizado em Gabú, propalou uma imagem da unidade interna do partido com
poucas semanas de vida. De imediato, o novo líder eleito, Carlos Gomes
Júnior (Cadogo) ficou a solo – aparentemente reforçado pelo presidente
honorário que havia escolhido - sem os seus rivais para o mesmo cargo, o
ex-Primeiro Ministro Martinho Dafa Cabi e Malam Bacai Sanha, os quais
permitiram cooperação ao actual líder, mas isso não se traduziu na
prática. Um dos factores que devem ter contribuído na fragilização da
nova liderança de Cadogo, foi o facto da sua campanha ter sido
patrocinada pelo Presidente Nino Vieira, que, através do Baciro Dabó, à
distância, a partir do Cairo (Egipto), aliciava os delegados na conversa
ao telemóvel. Neste momento, parece registar-se uma tímida aproximação
entre Malam Bacai Sanha e Cadogo Júnior. Enquanto os dois se reconciliam
vai aumentando, irremediavelmente, o fosso entre Cadogo e Nino Vieira.
De uma parte, o PAIGC desfruta, neste momento, do apoio angolano, de
outra, assiste-se no seu seio, a um clima de suspeição estéril. Os seus
militantes orgulham-se de serem capaz de se unirem em momentos difíceis.
O facto é que as discórdias aumentam com a intromissão, cada vez maior,
do Partido Republicano para Independência e Desenvolvimento (PRID),
chefiado pelo ex-Primeiro Ministro, Aristides Gomes, entre os dois
protagonistas do PAIGC já citados. O PRID é uma formação recente com
ligações demasiada estranha. A afinidade entre o PRID e Nino Vieira é
maior, hoje, e mais consistente do que alguma vez existiu entre Nino
Vieira e Cadogo Júnior. Neste jogo de baralho, Nino Vieira é que
continua a dar as cartas. Escolheu Carlos Correia como Primeiro-Ministro
em prejuízo de Cadogo Júnior, que aspirava uma recompensa do seu
Presidente Honorário quando renunciou o Pacto com o PRS e o PUSD e tirou
o tapete ao Governo de Martinho Dafa Cabi. O PRS de Kumba Yalá, por seu
lado, tem-se preocupado em posicionar-se contra o narcotráfico. E,
parece ter estado a acumular alguma simpatia dos eleitores. Nota-se uma
elevada procura e ingresso de quadros jovens neste partido. Numa
abordagem ampla, o PRS conta com um eleitorado inabalável no Oio e no
Norte do país. Disputa o Sul e ilhas dos Bijagós com o PAIGC. Parece ter
conseguido sanar, em Maio passado, as dissensões internas encabeçadas
por Sola Na Nquilin. A Conferência de Imprensa promovida, há dias, por
Artur Sanha e Biaia Guagna Pana não deixa de sinaliza a renovação
interna em curso e, por outro lado, o desespero e riscos inerentes ao
factor mudança. O PRS procura superar a imagem de desilusão causada com
a governação de 2000 a 2003, sobretudo aos potenciais eleitores
citadinos. O regresso, sempre, apoteótico do seu líder, de Marrocos onde
ultimamente reside, tem provocado uma certa inquietação aos sectores
afectos a Nino Vieira, que o tem acusado indirectamente de instigar
golpes de Estado, e tudo indica que continuarão a seguir esta estratégia
com o objectivo claro de o depreciar no plano internacional.
4 - Sobre o chamado voto étnico: numa entrevista de Carlos Cardoso
(Caló) na rádio privada “Galáxia Pindjiguiti”, o comentador afirmou que
o voto étnico teve e continua a ter influências no processo democrático
da Guiné-Bissau. Ora, para quem conhece a realidade africana sabe que se
rege pelas etnias. A não ser que haja alguma missão disfarçada de acabar
com elas. De facto, no período pós-independência, muitos estados
africanos – dominados pelos partidos únicos marxistas-leninistas -
tentaram ignorar essas historicidades, com fundamentos de que aquele era
o caminho indicado para a construção de nação homogénea. Se erguemos bem
alto os nossos sentidos e observarmos por toda a África, verificamos que
o fenómeno partidário em África é muito mais abrangente. Os partidos com
expressões étnicas são predominantes nos países africanos de expressão
inglesa e, em certa dimensão, nos países francófonos. O mesmo não
acontece no contexto da lusofonia onde essa tendência é deliberadamente
reprimida. Mas, a democracia africana tem de saber conviver com estas
realidades. Na Guiné-Bissau, alguns analistas sociais confundidos pelos
excessos e inexperiência da governação inicial do PRS, procuraram colar
essa formação partidária à etnia balanta, esquecendo-se que houve um
momento na história política do nosso país que determinou a tomada de
consciência de grupo: o chamado caso “17 de Outubro”. Não devemos, por
isso, distrair-nos com presunções do género, porque o perigo real e
eminente está no facto dos cartéis da droga virem agora a conquistar o
poder nas urnas. Não corremos, pois esse mesmo risco com o chamado voto
étnico, justamente porque todos os partidos concorrentes são nacionais.
Por Eduíno Sanca
|
Fuente: Agência Bissau |
ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2008:
UMA OPORTUNIDADE OU UM DESPERDÍCIO?
Bubacar Turé
*
bubacarturefarim@yahoo.com.br
30.10.2008
Numa
democracia pluralista, o sufrágio universal, directo, e livre, constitui uma
oportunidade para a alternância ou legitimação do poder político. Equivale dizer
que, neste tipo de sistema, não há lugar ao uso da força para a conquista e
posterior exercício do poder, fora do quadro democrático.
Infelizmente a Guiné-Bissau tem sido uma das referências negativas em África, em
que se recorre sistematicamente à força das armas para conquistar o poder
político, prejudicando o desenvolvimento, e o progresso do país. Contudo, a
realização das eleições tanto legislativas assim como presidenciais, têm sido
regulares, não obstante a situação económica, social, e politica continuar
bastante difícil, com tendência a agravar ainda mais nos próximos tempos, se as
medidas correctivas coerentes não forem adoptadas.
Os
sucessivos inquilinos do poder, nunca souberam interpretar os anseios do povo,
preocupando mais com a resolução dos problemas pessoais e mesquinhos em
detrimento do interesse colectivo. Em consequência, o Estado guineense
encontra-se numa fase avançada de desestruturação em todos os domínios com a
iminência de um colapso, senão vejamos:
Temos um
país em que o sistema judiciário só serve os interesses obscuros de um
determinado grupo de pessoas, gerando apatia e morbidez no seu seio, na medida
em que, não existe uma estratégia clara por parte daqueles que têm
responsabilidades na administração da justiça. A corrupção e aparente existência
de facções no aparelho judiciário são, entre outros, factos sombrios que minam a
credibilidade da judicatura guineense.
O sector da
Educação e do ensino nunca fez parte das prioridades dos sucessivos governos,
consequentemente, o programa curricular continua obsoleto, incapaz de
proporcionar conhecimentos sólidos e modernos aos jovens, amputando-lhes a
faculdade de concorrer em pé de igualdade com outros quadros da sub-região. É
inaceitável em pleno séc. XXI, continuar a haver escolas oficiais na cidade de
Bissau, em barracas e algumas sem carteiras e cadeiras para o funcionamento
normal das aulas.
O pior
ainda é, a ausência de um sistema nacional de saúde no país, ou seja, este
sector constitui um autêntico tsunami, onde se salva quem dispõe de meios
financeiros para custear as despesas dos serviços prestados pelos médicos, assim
como a aquisição dos medicamentos. A cobrança de taxas moderadoras ilícitas nos
serviços da maternidade é uma afronta, entre outros factos negativos que afectam
o quotidiano dos utentes nos diferentes hospitais do país, tais como: a ausência
de água potável nas torneiras, o que contribui sobremaneira para a propagação da
cólera e outras doenças infecciosas, assim como a falta de iluminação pública.
A
virtualidade do nosso Estado manifesta ainda, quando revelou impotente em
relação ao combate contra o narcotráfico, um fenómeno que ameaça a paz e
tranquilidade pública. Aliás, a Guiné-Bissau está a transformar-se numa
soberania dos narcotraficantes, que fazem aterrar no nosso aeroporto
internacional, aeronaves com produtos estupefacientes sob olhar cúmplice das
autoridades civis e militares. O recente episódio registado nesta matéria, nos
finais do mês de Julho, continua nos limites da incerteza. Daí ser preocupante,
a ostentação do arsenal propagandista de proveniência duvidosa por parte de
alguns partidos políticos, nesta campanha eleitoral, na medida em que, constitui
uma ameaça ao futuro da democracia e da paz no nosso país.
Perante
este quadro negro de incerteza, coloca-se a questão de saber, se estas eleições
legislativas marcadas para o dia 16 de Novembro, constituem uma oportunidade
para inverter o actual status quo do país, ou s um desperdício que servirá
apenas, para legitimar a corrupção, o clientelismo politico, o nepotismo, enfim,
a má governação. É evidente que as eleições por si só, são oportunidades por via
das quais os cidadãos de um determinado país, sufragam o programa político de
governação de um partido político, dando-lhe luz verde e legitimidade, para
governar, criando felicidade e bens estar aos cidadãos. Mas o actual xadrez
político, não é elucidativo sobre o perfil dos próximos governantes.
Contudo,
cabe aos potenciais eleitores a capacidade de analisar e reflectir não só os
programas políticos em disputa, assim como a exequibilidade dos mesmos, e a
trajectória política e governativa dos seus proponentes. Este país, não pode
continuar refém nas mãos de um grupo reduzido de pessoas, que reclamam a sua
paternidade, delapidando de forma criminosa a nossa economia, escondendo-se
atrás dos partidos ou coligações dos partidos para materializar os seus
intentos. Por isso, estão em jogo nestas eleições, a escolha entre a corrupção e
a transparência, a impunidade ou a justiça, a defesa da verdade ou da mentira, a
ingerência de outros órgãos de soberania na actividade governativa, ou a
separação de poderes, a luta implacável contra o narcotráfico ou a cumplicidade
com o mesmo, a justiça como ferramenta dócil de determinadas pessoas, ou a
justiça ao alcance de todos. Afinal, está em causa uma escolha definitiva do
nosso destino comum.
É
impreterível a Guiné-Bissau transformar-se num Estado moderno e respeitado a
nível internacional, onde o respeito pelos direitos humanos, a boa governação, a
tolerância, a cultura de responsabilização e da prestação de contas etc. sejam
uma realidade. Uma República aberta à força transformadora e à criatividade dos
jovens, fundada no pluralismo, na tolerância e no respeito pela diferença, com
capacidade para desenvolver e aperfeiçoar as instituições democráticas que
dinamizam a existência e o funcionamento das instituições do Estado, assim como
das organizações da sociedade civil.
Uma
República de Homens livres, orgulhosos da sua condição de guineenses e
africanos, acima de tudo, motivados para assumirem a responsabilidade num
contexto em que tudo está em constante mudança.
Uma
República generosa, participada e aberta, que faça suas as grandes causas que
hoje constituem a vanguarda do progresso humano, nomeadamente a defesa do
ambiente e do património histórico-cultural, a melhoria do bem-estar social e o
progresso cientifico tecnológico, o dialogo construtivo como forma de resolução
de conflitos. Enfim a luta pelo desenvolvimento solidário e pela paz.
Estes devem
ser os maiores desafios para os guineenses em geral, porque, preparar
conscientemente o futuro com determinação, realismo e fé, é a melhor forma de
homenagear a memória daqueles que há quatro décadas souberam interpretar o
sentido colectivo com as aspirações mais profundas da pátria. Hoje, como ontem
deve ser esse o nosso mais sagrado dever.
Com o
aproximar do fim do capitalismo nos E.U.A. e na Europa em geral, resultante da
crise nos mercados financeiros, os países do terceiro mundo, em especial de
África, devem reorientar as suas estratégias de desenvolvimento, apostando mais
nos recursos e potencialidades internas geradoras de rendimento. Os próximos
tempos serão caracterizados pela diminuição acentuada das ajudas públicas por
parte do ocidente, em detrimento de maior intervenção nas suas próprias
economias. Para fazer face a esses desafios do futuro, o nosso país necessita de
governantes sérios, honestos e comprometidos com a pátria e o desenvolvimento.
Será que estas eleições potenciarão estes desideratos? A ver vamos.
* Jurista
e activista dos direitos humanos
2008 – ELEIÇÕES OU PARADOXO?
Por:
Aricenio Abdulai Jibrilo Baldé
djibrilbalde1@gmail.com
Outubro de 2008
Concidadãos:
o Homem vale mais pelo brilho daquilo que deixa, do que pelo volume daquilo que
faz.
Fizemos
eleições em 1994, houve conflito político militar em 1998; fizemos eleições em
1999/2000, houve golpe de Estado em 2003; voltamos a fazer eleições em 2004,
houve assassinatos de altos oficiais das Forças Armadas, incluindo o seu próprio
Chefe do Estado-Maior General; realizamos Presidenciais em 2005, houve uma
alegada tentativa de golpe de Estado em 2008. Vamos fazer eleições legislativas,
de novo, e no mesmo ano de 2008?! (…)
Para além
dos aspectos técnico-práticos, organizacionais e legais dos já sobejamente
conhecidos processos eleitorais da Guiné-Bissau; (Peripécias que tivemos
oportunidade de analisar num outro artigo nosso, “ Amnistia para a
Reconciliação ou o Triangulo dos Surdos, Mudos e Malvados?”), a má
governação, a droga, o desvio de fundos públicos, a corrupção que já não pede
licença a ninguém, escangalhamento e escancaramento da Administração do Estado e
dos Partidos políticos; vivemos numa crise política, social e económica
inigualável; com a elevação dos tons de agressividade, reivindicações,
manifestações, greves, a pobreza concreta; crise mundial económica, financeira e
de valores; a hipocrisia de muitos parceiros internos e externos; a saturação e
impaciência da comunidade internacional face a exacerbada e imperdoável
extravagância e vigarice da nossa governação, numa ausência total de sentido de
responsabilidade e de patriotismo por parte da pseudo elite Guineense; Ódios,
Rancores e outros espíritos do mal predominando. Eis que das últimas eleições à
data presente, tivemos quatro governos numa só legislatura; sendo que três são
baseados na legitimidade eleitoral, dois deles arquitectados no interior da ANP;
o Quarto de iniciativa Presidencial, após caducidade da legislatura.
Uma
legislatura que acaba por agudizar ainda mais as divisões, contradições, ódios,
necessidades de “Torna-torna” (Vingança); desorganizar ainda mais
o Aparelho do Estado, destruindo memórias e acumulações colectivas positivas nas
instituições públicas, através de “ Pui-Tira” (pôr e tirar) que
introduziu na Administração Publica as mais ridículas incompetências, um caos
total. Uma legislatura com quatro governos? Por amor de Deus!... Uma média de um
governo por ano; além das mudanças semestrais se não trimestrais de Ministros e
Directores. Que pouca vergonha!...
QUE
ESPERAMOS NÓS DAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS?
As mais
antigas formações políticas, todas partidas em pedaços desiguais, incongruentes,
sem ideologia, sem projectos políticos claros e credíveis, a venderem peixe
podre.
As novas
“forças políticas” que resultam quase sempre da desintegração das antigas
fruto das querelas reles internas, também padecem de projectos
políticos alternativos, de credibilidade, com elencos directivos gémeos dos
partidos antigos, ainda com crise de identidade ideológica e de afirmação
perante um eleitorado cada vez mais consciente; mas também mais incrédulo, capaz
de preferir o velho conhecido do novo desconhecido, apesar das semelhanças
genético-biológicas que apresentam. Essas novas forças políticas que talvez
unidas pudessem conquistar alguma simpatia do eleitorado e assim ganhar uma rara
oportunidade de governar o País com outra arrumação de pessoas, não se uniram,
nem vão se unir para estas eleições de forma a abarcarem os espaços políticos
mais ou menos disponíveis a recusar e castigar as velhas encomendas. Aliás,
parece que estes partidos novos têm uma grande dificuldade em tirar ilações
dos erros cometidos pelos outros e de descortinar, do ponto de vista
sociológico, o quadro político que lhes possibilite identificar e localizar os
espaços disponíveis. Vejo-os mais a intricarem-se e a aterem-se em
guerrinhas internas, em mono-manias de liderança, arrogâncias, e outras
pequenezas que só têm contribuído para minar o “equilíbrio” interno de que
tanto, certamente, necessitam.
Muitos
cidadãos guineenses, reclamam a revisão constitucional e da legislação
eleitoral, à luz da etapa histórica que vivemos. A Assembleia Nacional
Popular e os ilustres deputados da “NAÇÃO”, não se dignaram proceder tais
revisões. Perante tamanha e evidente confusão, o País é forçado a realizar
eleições em Novembro de 2008. Com tentativas de golpes de Estado por esclarecer,
os partidos políticos divididos e escancarados, o eleitorado confuso e incrédulo,
as forças da defesa e segurança em processo de difícil reconciliação
e reforma, os trabalhadores do Estado sem salários e sem condições de trabalho,
o Estado sem trabalho e sem produção, as doenças endémicas e epidémicas a
provocarem a pior desgraça das populações, com toda a chuva que está a cair no
País a fome continua à espreita, a comunidade internacional a ameaçar sancionar
o País, as ajudas externas a reduzirem-se de dia-a-dia, embaixadas e empresas
estrangeiras a abandonarem o País; ainda por cima, damo-nos ao luxo de preferir
anúncios, em tudo quanto seja parte, das potencialidades económicas da Guiné
(Bauxite, Fosfato, Petróleo etc. etc.), criando mais cobiça à volta do País,
dentro e fora; quando por exemplo o sector das pescas está como que hipotecado,
o sector madeireiro em delapidação total, a Educação, a Agricultura, a Saúde e a
Energia nas últimas prioridades práticas dos governos, dentre outros factos
inquiríveis. A mim ninguém me convence que a Guiné não tem recursos para assumir
a educação dos seus cidadãos.
MAIORIA
ABSOLUTA OU DITADURA CAMUFLADA?
Os
partidos, os seus chefes, todos juntos, doentes do SMA (SINDROMA DE MONOLITISMO
ADQUIRIDO). Senão, porquê que temos tantos partidos no pais? Porque muitos
políticos só se sentem realizados estando à frente dos partidos. Porque é que
todos querem ser chamados de Líder e não de presidente de partido? Porque, se
calhar, entendem que o presidente do partido dirige o partido com todos os
órgãos em funcionamento, com competências delimitadas; e de que o Líder
não precisa de fazer funcionar os órgãos, toma decisões sozinho, aplica a
“ditadura” sobre os que ousam emitir opiniões diferentes, expulsa os insistidos,
e apelida o partido de: “Meu partido”. “Meu partido”. Por isso não há
reuniões dos órgãos, quando as há saem divididos e os partidos
enfraquecidos; porque todos querem ser líderes ou será que temos mais partidos e
azáfama eleitoral pela entoada com badalada abundância de recursos (Bauxite,
Fosfato, Petróleo, Pesca etc.). É este espírito e esta mentalidade que nos
impede de gerir bem a coisa pública. Egoísmo, egocentrismo, avidez de
levar uma vida acima das condições do País. Daí a razão, de uns gerirem
mal, até à falência, os empreendimentos do sector público, e prosperarem no
sector privado.
A isso, nós
chamamos aqui de “MONOLITISMO DOENTIO”.
Porquanto
estamos em campanha eleitoral pedimos, porque precisamos maiorias
absolutas; para podemos governar à vontade e “construir o bem-estar das
populações”; quando ganhas as eleições, chamamos os da nossa étnica, nossos
sobrinhos, cunhados, tios e afins, para formamos governo. A partir daí, o
assunto será o de defendermos os nossos interesses com unhas e dentes, sem que
ninguém possa fazer nada; porque gozamos da maioria que o povo nos deu nas
“URNAS”. Com o agravante de todos falarem das “aspirações do povo”. Sem que
ninguém ausculte o “povo” para a elaboração dos seus “projectos” e “programas”.
Ninguém quer saber dos estudos, prospectivas ou dos Estados Gerais, trabalhos
realizados no e para o País.
Instalámos
a discórdia, o descontentamento geral, as greves, convulsões, confusões, golpes
e matanças; novas “TRANSIÇÕES”.
Nenhum País
de rica e vasta diversidade em processo de construção de Estado e Nação, tal
como é a nossa querida Guiné-Bissau, poderá ser bem governado por reais
memórias, através de maiorias eleitorais fictícias e manipuladas; ignorando as
suas maiorias sociais. Expor-se-á a permanentes convoluções, instabilidade e
inevitável má governação.
Devemos
procurar governar para a promoção da reconciliação e da democracia, tendo em
conta a situação caótica em que se encontra o nosso País; é claro, em função dos
resultados eleitorais. Contanto, tenho a firme convicção de que não é o
propósito dos eleitores, isto é, votando em consciência, conferir maioria
absoluta. A minha certeza assenta-se na manifesta vontade e
interesse dos cidadãos deste País, em ver a sua pátria reconciliada e não
dividida pelo seu próprio voto. As maiorias absolutas podem ser factores
de exclusão e não de inclusão, em sociedades com muitos problemas de
instabilidade. A exclusão pode assim facilitar ainda mais as
divisões e o desentendimento e fazer crescer o espírito do contra; portanto, a
oposição pela oposição do não pelo não. Num universo de 21 organizações
políticas, se uma ganha com maioria absoluta, governa sozinha; 20
representantes de franjes e seguimentos da diversidade social ficam de fora.
Vão para oposição quer parlamentar ou não. A nossa sociedade já bastante
dividida, fica ainda mais dividida e enfraquecida com o nosso nível de cultura
democrática, a grande maioria das populações vai para o do CONTRA. Em eleições
onde aprecem empresários frágeis à procura de imunidade e/ou espaço para tráfico
de influência; organizações políticas caracterizadas pela avidez e
descomandadas, precipitam-se atrás de tronquinhos dos falidos empresários.
Esses, candidatos aqui e acolá. É verdades que falhamos em todas as tentativas
de governar com muitos partidos. Mas será que o problema é o de haver muitos
partidos na governação? Ou é uma questão mais profunda, a da mentalidade? Somos
da opinião de que devemos continuar na via da consolidação da reconciliação e da
democracia em convivência comum em todas as esferas da vida nacional.
Ainda é cedo para as maiorias absolutas na Guiné-Bissau. Senão, como
falar de Reconciliação, de Estabilidade, de Democracia, de Unidade Nacional, de
Coesão Social rumo ao desenvolvimento? Com que condições reais perenes?
MEU PROGNÓSTICO ELEITORAL
Nada de
pessimismo. Já que somos forçados a fazer eleições, vamos a elas. Vamos com a
consciência clara da nossa situação. Nem tudo são Rosas; mas também, nem tudo é
Tempestade. Apesar dos efeitos do método que utilizamos para a determinação dos
mandatos e de essas eleições estarem a ser organizadas “em cima dos joelhos”,
comportando assim, incertezas, elas representam mais uma oportunidade para a
Guiné-Bissau. Vamos para eleições no dia 16 de Novembro de 2008. Devemos tudo
fazer, para retirar delas o máximo de proveito para que a legislatura que se
avizinha nos sirva de um oportuno esforço de consolidação de alguns ganhos já
obtidos na reconciliação, na coesão social, na democratização, com vista à
identificação e definição de domínios de consenso para o estabelecimento de uma
plataforma nacional de entendimento.
A nova
legislatura não deve ser mais uma na longa lista das de discórdia, desmando e
descalabro, para assim, podermos construir o brilho e não o volume.
Tendo
trabalhado com 4 cenários eleitorais possíveis, prognostico o seguinte:
Nas últimas
eleições, 5 forças políticas constituíram o parlamento. Nas eleições de 16 de
Novembro de 2008, prevejo que o número venha a atingir 7 a 10 forças políticas
com representação parlamentar. Sendo que 3 a 4 no topo; as restantes de até 4
deputados. Se esta minha previsão vier a confirmar-se, estaremos perante um
importante avanço na tomada de consciência dos eleitores e no reforço da
Democracia Nacional.
De todo o
modo, repito: não me parece que seja salutar qualquer maioria absoluta nas
condições actuais da Guiné-Bissau.
Porque será, Guiné-Bissau?
Por:
Isabel Maria da Costa
(Nety)
11.11.2008
Qual sua origem, como e quem
a terá inventado?
O que terá herdado?
Actualmente, numa
perspectiva mundial, a Guiné-Bissau figura-se bem abaixo no degrau do
patamar-limiar da pobreza, sendo dos países mais pobres do mundo no que toca ao
nível do desenvolvimento do capital humano e material.
Pela evidência dos factos
tudo indica que não é por merecimento de provas dadas que ocupa esse lugar,
pois, tudo o que se vê e possível de conseguir está enraizado sobre bases
orgânicas deficitárias, a contar que esse quadro ou panorama aportará e por
tempo indeterminado, em todo o seu circuito gerador, uma operacionalidade
debilitada sem recursos ou poder de credibilização por parte dos intervenientes,
assim como dos servidores que, dela, muito necessitam para uma orientação
condigna.
Numa tentativa de ajustar as
melhores definições que assentam melhor numa perspectiva óptica e reflexiva
considerando a evolução integral da sua história, é pertinente questionar e
reflectir antes de mais, sobre os muitos (porquês?) das inconstâncias que hoje
em dia a caracteriza, de entre as razões: a ausência de princípios básicos
transmitidos e não assimilados, acomodação, obstruções por teimosia, o não
reconhecimento das incompetências pessoais, abusos de poder, retalhamento, falta
de humildade...
Preconiza-se que, a evolução
e as mudanças pressupõem choques de ideias e até mesmo rupturas na forma de
pensar para que realmente se efectivem e atinjam o auge.
Segundo a história que
caracteriza o nosso passado humano, é de referir que as ciências fundamentam ou
colocam hipóteses da origem do homem actual ter sido em África. Por outro lado,
subsiste o paradoxo da teoria popular que afirma: “ Os últimos serão os
primeiros”, a considerar essa teoria, a realidade é bem aterrorizadora, a
pobreza, o flagelo por excelência em África, que abarca a fome, resultado das
secas que se complementam aos conflitos que culminam quase sempre em guerras,
com efeitos devastadores sobre as vidas humanas (dizimadas ou em
fuga-refugiados).
O continente que na sua
globalidade apresenta uma estrutura física singular, compacta, aludindo uma
certa ordem, sendo na realidade o mais instável e ameaçado, sujeito a
desaparecer do mapa! Não pretendendo com isso desvalorizar os feitos alcançados
por alguns países que a ele pertencem, deveras, à custa de muito esforço e
sacrifício.
A Guiné-Bissau, assim como
(muitos que se prezam) deve colocar a mão na consciência, meditar, e às tantas,
perder uma noite de sono como muitos já fizeram e com resultados à vista, para
definir o que realmente deseja para si mesma. Aprender sim, até mesmo com os
erros, mas, descartando rotundamente as possibilidades de imitação e, como
salvaguarda, não se permitir guiar às cegas pelas conquistas alheias. Nessa
perspectiva, admitindo a inexistência de facções ou (inimigos declarados),
considerando que cada caso é um caso, tal e qual, advertir para as diferenças
que devem ser respeitadas e compreendidas, e por isso, valorizadas para as
respostas às questões futuras.
Dadas as circunstâncias, por
que não aprender a construir a cana e aprender a pescar, em vez de ficarmos à
espera que nos dêem a cana e nos ensinem a pescar?
Já é tempo de trilharmos o
nosso próprio caminho, conscientes das nossas próprias limitações, ambições e
limites a elas associadas, sem no entanto, desperdiçarmos ajudas e oportunidades
sob pretextos ou pretensões. Manifestando vontades em cooperar com quem quer que
seja caso assim justifique, tirando maior partido da troca de experiências para
o benefício comum.
Da análise, pressupõe-se que
o percurso para a estabilidade-desenvolvimento talvez tenha a ver simplesmente
com o facto de querer e desejar essa mesma estabilidade e partilhá-la com os
demais, seja com os bruxos ou com os fidalgos. Basta que para isso haja boa
vontade e fé de ambas as partes para a necessidade e o bem estar recíproco.
No entanto, para muitos, o
culminar da estabilidade resume-se efectivamente na realização e nos escrutínios
das eleições, que por conseguinte, encarregar-se-ão por si sós, da resolução de
todos os problemas e males que assombram o país. É preciso admitir que, governar
não é tarefa fácil, pois, a sua dinâmica e complexidade requerem uma visão ampla
e alargada da sociedade em questão e dos governados (não se resumindo a dar a
cada qual o seu quinhão) como também, exige um esforço conjunto em todas as
vertentes. Contudo, é preciso saber ouvir e respeitar. Além disso, as boas
vontades têm que ser expressas afim de traçar objectivos bem definidos e por
sinal bem claros, com determinação e concordância de todos.
Denota-se que, pelos
critérios de governação até então exibidos na Guiné-Bissau, as elites da
governação são isentas ou dispensam conselheiros no exercício de suas funções,
sendo esses postos contemplados ou assegurados por aqueles que não exercem
cargos políticos (sofás)!!!
A considerar um ponto de
partida, a Guiné-Bissau, numa amostra populacional de um milhão e meio de
habitantes e ostentando um nível de analfabetismo de quase 70%, seria sensato e
prioritário que se delineassem mecanismos que conseguissem suprir as ditas
carências de fundo (Educação, Saúde...) ou melhor, priorizar as áreas de
carácter básico (água, electricidade...) com o objectivo de cimentar uma base
sólida para o relançamento ou alavancamento térreo da cultura política,
económica e social do país.
Aproveito ainda para apelar
a alguns dos muitos intervenientes da vida política guineense, certamente
aqueles que por razões de força maior são obrigados a expressar publicamente
suas vontades, projectos políticos e informações relevantes, que invistam no
aprimoramento ou manejem razoavelmente a ferramenta de comunicação utilizada
como suporte para que o receptor (povo) a quem é destinado o discurso, aprenda e
compreenda com clareza, os raciocínios apresentados. Em destaque, a herança
linguística de expressão portuguesa, que a própria colonização fez questão de
nos impingir como condicionalismo para aculturalização ou civilidade, por
conseguinte, a nossa língua oficial com a qual intercomunicamos com os demais
povos além fronteiras. A valer isso, sugere-se, que parte dos milhões investidos
nas viaturas de luxo para os passeios infindáveis e os fins-de-semana passados
na Europa, se destinasse também à aquisição de estantes e livros para suas
vivendas, a fim de se cultivarem mais para o enriquecimento da nossa cultura!
Agora pergunta-se, que adiantaria se não há “luz”? Uma bela justificativa, mas
não plausível!
Das eleições, pouco se
adianta, espera-se transparência e resultados justos, respeitando a vontade da
maioria dos eleitores directos. Desejando que tudo corra na mais aparente calma
e que não haja motivos maiores que venham a fustigar ânimos para a
instabilidade. Que o povo seja respeitado e dignificado ainda que na miséria,
não servindo as campanhas eleitorais somente para aliciar os coitados com ferros
e carcaças dos nazistas da 2ª Guerra Mundial e muito menos instigar, com
ninharias, as pobres consciências daqueles que são lembrados de eleições em
eleições, com a finalidade de angariar os seus valiosos votos para um lugar no
pelourinho da governação. Da ocasião, aproveitar para conhecê-lo melhor e os
recursos mágicos a que tem acesso para se manter em pé e sobreviver na tão
hostil realidade-sociedade que é a nossa actualmente.
Abram os vossos corações e
sintam suas angústias e misérias, só assim poderão pensar por eles e querer o
melhor para o bem de todos.
Que a fome não nos
impeça de querer o melhor!
Ousemos ser livres
para sonhar!
Djodji
(o primeiro)
12.11.2008
Devido à minha intensa
actividade profissional, decidi suspender temporariamente a minha participação
directa nos assuntos do meu país. Mas, nunca deixei de ler e acompanhar, embora
superficialmente, o desenrolar da campanha para a eleição legislativa na
Guiné-Bissau. E, depois de ler um artigo cujo título era “Narcotráfico no centro
da campanha guineense”, levei estes dias a tentar resistir à tentação de tecer
comentários e manifestar a minha opinião sobre esse facto em particular.
Consta-se que o tema
narcotráfico virou tema central da campanha eleitoral, com os partidos políticos
a desdobrarem-se em acusações mútuas e tentativas de ilibações na colaboração
com o comércio desse produto nefasto a qualquer sociedade, quanto mais à nossa
pequena e pobre sociedade guineense. Mas, também consta-se que todos acusam,
alguns se defendem como podem dos seus passados duvidosos, mas ninguém aponta
nomes e nem se apresentam queixas formais a instituições que garantem o adequado
funcionamento do Estado. É deveras preocupante, quando os partidos se esvaziam
de discursos positivos e de projectos, tornando-se incapazes de aliciar os
eleitores com projectos concretos que visem a mudança do país, com reflexo
directo na qualidade de vida dos próprios eleitores.
Porque não estou, neste
momento, em condições de acompanhar passo a passo o desenrolar de toda a
campanha eleitoral que decorre no meu país, peço desde já, as minhas desculpas a
qualquer partido político, se estiver a cometer alguma injustiça com estes
comentários. Mas, ainda não ouvi nenhum dos líderes políticos que se encontram
na corrida ao tão famigerado lugar de Primeiro-Ministro, fazer uma leitura séria
das verdadeiras razões que levaram o nosso país a ser considerado uma das
principais plataformas para o trânsito de estupefacientes em direcção à Europa.
Não ouvi nenhum candidato a Primeiro-Ministro prometer aos jovens eleitores
guineenses, aos pais das nossas crianças (flores da luta de Cabral), a criação
de verdadeiras alternativas à participação e colaboração com o narcotráfico.
Caros políticos guineenses,
todos os males, assim como todas as doenças tratam-se com um diagnóstico sério
da situação e um tratamento dirigido. Não andem a dispersar-se com discursos
fáceis, levianos e essencialmente demagogos! O que é preciso assumir, é que os
sucessivos (des)governos e os seus politiqueiros falharam, nestas três décadas
da nossa existência como país, na condução dos destinos do povo. O que é preciso
dizer ao povo, é que nestas três décadas, o Estado, representado pelos
sucessivos governos, não conseguiu criar um sistema de ensino sólido e credível,
com o único objectivo de encaminhar as nossas crianças e os nossos jovens em
direcção a uma formação adaptada às necessidades do país; não conseguiu
consequentemente criar postos de trabalho dignos para os actuais adultos com
idade inferior ou igual a trinta anos de idade.
O Estado não conseguiu criar
um sistema sanitário capaz de combater, sem pedinchices, as epidemias que vão
grassando no nosso país, mas consegue patrocinar juntas médicas de forma
desregrada para tratamentos de situações específicas de saúde e, nalgumas
situações, de doenças duvidosas.
O Estado não conseguiu criar,
nestas três décadas, um sistema judicial capaz de proteger os cidadãos idóneos
contra as malandrices, a corrupção, espancamentos e assassinatos públicos, nem
tão pouco consegue criar mecanismos de protecção e defesa do seu território, ou
ainda, criar infra-estruturas para a reabilitação dos seus delinquentes e
criminosos.
O país e o povo dão-se ao luxo
de serem brandos com um criminoso que ousa violar o espaço aéreo nacional e
chegar a Presidente da República… Contrariamente ao que muitos apregoam, Nino
Vieira não trouxe a droga para o país, com o seu regresso! Nino Vieira e os seus
transportadores só podiam ter cabal conhecimento, já na altura, da ausência de
protecção das nossas fronteiras e a forma como os traficantes vagueiam pelo
nosso território. Só assim podiam sentir-se seguros para sobrevoar o nosso
território, com um aparelho doutro Estado, sem que fossem abatidos. A anarquia
já existia antes do derrube de Nino Vieira pelo Ansumane Mané. Também é preciso
dizer ao povo que é preciso fazer reformas profundas e sérias na fileira
castrense, ajustando-a às necessidades do país.
É certo que a lista de
diagnósticos de que padece a nossa terra é longa e não termina aqui. Qualquer
político sério que queira ser o condutor dos destinos do país nos próximos anos,
tem de ter a coragem e a frontalidade de enumerar publicamente uma lista de
diagnósticos e dizer ao povo a forma como combater esses males, um por um.
Tem de dizer ao povo com que
dinheiro conta, ou seja, como vai promover a geração da riqueza no país, com que
parceiros financeiros conta e quais os interesses desses parceiros para com o
país. Tem de dizer ao povo que o negócio da droga só proliferou no país porque
os sucessivos (des)governos não conseguiram dar essencialmente educação e postos
de trabalho credíveis ao país. Quem quiser governar e combater de forma séria o
narcotráfico no país, tem de saber demonstrar de forma clara, ao povo, que
apenas existem dois caminhos a trilhar: a do bem e a do mal. Nós vamos estar do
lado do bem e quem se optar pelo lado do mal, é um criminoso e terá todo o
aparelho do Estado atrás dele. Quem quiser governar de forma idónea não pode
pactuar com a promiscuidade que se propala, entre os representantes do povo e o
crime organizado.
O Presidente da República está
preocupado em proteger o indevido uso do seu nome e da sua imagem na campanha
eleitoral, sem no entanto dizer uma única palavra no sentido de transmitir aos
guineenses a garantia de seguir de perto o desenrolar da campanha eleitoral e
ainda zelar para que as regras democráticas sejam cumpridas, no sentido dessas
eleições serem verdadeiramente justas e livres e não se repetir o mesmo cenário
pós-eleitoral que se assistiu nas eleições que o levaram à Presidência da
Republica. Enquanto isso, os partidos políticos desdobram-se em demagogias
baratas à volta do Narcotráfico e “dinheiro-sujo”!
O presidente do PAIGC condena
publicamente “a ostentação de riqueza por parte de alguns partidos com dinheiro
de proveniência duvidosa”, sem no entanto tomar medidas legais imediatas, como
cidadão-político, para apurar a proveniência do financiamento desses partidos! A
isso chama-se na linguagem popular levantar o pó para confundir algumas mentes.
Mas não posso deixar de apoiar o seu desiderato da “reposição da autoridade do
Estado na Guiné-Bissau”, que é uma das medidas que o país mais precisa, mas que
não é tarefa fácil. Era importante que começasse a dizer, como pensa conseguir
esse feito…
O Presidente do PRID diz estar
disposto a levar a tribunal aqueles que o acusam de ser o principal responsável
pela introdução da droga na Guine-Bissau!!! Era interessante esse
ex-Primeiro-ministro dizer aos guineenses, ainda durante a campanha, os seus
feitos enquanto condutor dos destinos do país, para combater o narcotráfico. Já
que está com tanta vontade de processar judicialmente algumas pessoas, seria
interessante o povo guineense saber quantos traficantes o seu governo conseguiu
entregar a justiça, quantos não fugiram da cadeia e quantos foram julgados e
condenados?
A coligação Aliança de Forças
Patrióticas (apetece acrescentar a palavra “Populistas” à frente da última
palavra que designa esse Partido!), diz que se ganhar as eleições, reactivará o
processo judicial das pessoas que foram indiciadas no Ministério Público no caso
do desaparecimento de 674 quilos de droga do tesouro público! Quero pedir aqui
aos guineenses votantes, que pensem bem antes de votarem neste partido porque, a
ser verdade esta declaração, demonstra claramente que este partido desconhece os
limites entre o poder político e o poder judicial, o que pode ser mau para o
normal funcionamento e a estabilidade que tanto desejamos…
Segundo o referido artigo, o
demagogo e populista de barrete vermelho vai dizendo: “No meu tempo não havia
tráfico de droga”. É caso para lhe perguntar de que tempo fala? Será no tempo do
Ali Babá? Por acaso questionou a proveniência do financiamento que o mandou
calar após as eleições presidenciais, que ele mesmo assumiu ter recebido?
O cúmulo da demagogia ridícula
vem do presidente do PADEC que, através dos seus amigos das fundações e outras
organizações patrocinadas pelo contribuinte português, consegue o maior destaque
na página da referida notícia, com um título a vermelho “Não é admissível
mandarmos drogas para quem nos ajuda”. Segundo o próprio, “o problema da droga
na Guiné-Bissau está abaixo da moral de cão”. Gostaria de saber em que nível
está a moral desse politiqueiro que diz e desdiz-se com uma facilidade que
surpreende a qualquer um!? Agora a questão da Guiné-Bissau ser protectorado da
ONU é uma forma de acordar as pessoas que estão a dormir!!! Alguém já explicou a
esse politiqueiro que existem muitos guineenses que estão num estado de vigília
suficiente para detectar as suas manobras demagogas? Alguém já disse a esse
politiqueiro que se quiser ganhar as eleições na Guiné-Bissau tem de assumir um
discurso de protecção dos guineenses e não um piscar de olhos àqueles que o
protegem e que ele diz que não é justo mandar-lhes drogas? Alguém já explicou a
esse politiqueiro que nós não podemos mandar droga aos seus amigos, porquanto
não sermos produtores de droga? Alguém já explicou a esse politiqueiro que, por
enquanto, a Guiné-Bissau apenas serve de local de armazenamento transitório e de
escoamento de droga? Não somos nós que mandamos! Apenas usam a nossa fragilidade
de Estado e a cumplicidade de elementos representantes do Estado para terem
facilidades no armazenamento e transporte. Alguém já explicou a esse
politiqueiro, com as palavras mais básicas, que a droga é má, por isso quem a
produz e a comercializa não deve fazê-lo nem para o pior inimigo? Não é
inadmissível apenas mandarmos para quem nos ajuda mas é igualmente inadmissível
mandarmos para quem não nos ajuda Sr. Ex-Primeiro-Ministro de transição!!!
Termino aqui, dizendo àqueles
que julgam que estou calado por influência directa deles, que a minha liberdade
de expressão é um bem que me acompanhará para a tumba…
Djarama Contributo.
A configuração das eleições democráticas na Guiné-Bissau!
Por:
Filipe Sanhá
filipesanha@iol.pt
15.11.2008
Existe uma abundante literatura
sobre esta matéria. Também acredito nas virtuosidades delas. As eleições são a
tradução de democracia, quando são gerais, extensíveis a todos, sem distinção. O
seu resultado traduz-se na eleição de cidadãos, que, de livre e espontânea
vontade querem sentar-se na casa da democracia, ou seja o
parlamento. Até aí, tudo bem. No entanto, vale a pena perguntar-se,
porquê? A esta pergunta, também me interrogo. Não encontro respostas plausíveis,
apesar de presumir que quem quer ser deputado, fá-lo objectiva e
subjectivamente! Objectivamente, entenderia se alguém me dissesse que era para
trabalhar para a causa pública, contribuir com o seu trabalho diário,
inteligência, para a consolidação e fiscalização da democraticidade do regime,
ajudando o governo, na execução das acções propostas, concepção e elaboração de
leis, que dêem maior conteúdo e transparência no seu cumprimento e, de forma
específica, na resolução dos problemas que enfermam o país. Subjectivamente,
murmuramos, que pretendem uma maior visibilidade, nacional e internacional,
quiçá, bem-estar pessoal e familiar. Nas ditaduras também há “ eleições “
restritas a um número muito reduzido de homens do aparelho. As “democracias
centralizadas”, de que o PAIGC era, ideologicamente, confessante, nos primeiros
momentos da nossa independência. Havia um Conselho Superior de Luta, Comité
Executivo, Congresso e Assembleia Popular, que no seio do PAIGC (partido único,
plenipotenciário e omnipresente em todas as decisões), elegiam os seus membros,
previamente, “ eleitos” pelos “altos dignitários” da Nação. Estes “ eleitos” é
que regiam o povo que nunca os elegera. Pressupunham eles, que eram os “
verdadeiros eleitos” do nosso povo. Felizmente, isso acabou!!! Foi uma grande
conquista e alívio! Hoje, os Guineenses votam, livremente, nos partidos e
pessoas que querem para os representar na Casa da Democracia – Parlamento
(Assembleia Nacional), onde as decisões Magnas são debatidas e
tomadas. Caminhamos já para um número significativo de actos eleitorais, levados
a cabo, nesta nova modalidade, tal como acontece em democracias representativas,
em todos os países livres e, verdadeiramente, democráticos! Em todos os momentos
que antecedem o próprio dia, há festas, manifestações de júbilo, pelos apoiantes
dos diferentes partidos concorrentes. Porquê? Parece-me serem as expectativas
positivas que invadem os seus actores e protagonistas. Tudo isso é, bom, muito
bom. Também me sinto muito feliz por isso estar a acontecer. O aspecto negativo,
porém, acontece sempre depois: falta de cumprimento das propostas, objectivos e
compromissos de elevar o nível de desenvolvimento social, económico e cultural,
em suma, o bem-estar das populações. Mais uma vez pergunto, perguntando-me a mim
mesmo, porque é que isso acontece? Mais uma vez parece-me o seguinte: a
insignificância, que é dada aos resultados dos trabalhos do hemiciclo
nacional. Mas isso será uma democracia representativa? O que acontece,
na realidade é o seguinte, e que deve merecer a reflexão de todos nós: Quantos
poderes estão instituídos no país? Em democracias modernas, no seu actual
formato, em todos os países, há um poder legislativo, executivo, presidencial
(em regimes semi-presidencialistas) e judicial, que, efectivamente, são os
Órgãos de Soberania. Na Guiné parece haver mais um: militar. Esta
democracia representativa escapou aos literatos, estudiosos e especialistas em
matéria de democracia. Também não conheço nenhuma democracia representativa com
este quinto poder! Além da separação de poderes que devia existir, há uma enorme
falta de solidariedade institucional entre eles. Ao invés de articulação que
devia presidir os seus actos, digladiam-se. Os militares, em democracia
submetem-se aos poderes, soberanamente, eleitos. Na Guiné, subjectivamente, a
presença, comentários e até o silêncio dos militares, além de intimidarem,
dissuadem os poderes eleitos democraticamente, na tomada de decisões que urgem,
na definição e aplicação das competências dos 4 poderes, reconhecidamente,
democráticos, eleitos e representativos do todo nacional. É preciso sermos
claros, na abordagem desta problemática, porque enquanto estas questões não
forem tratadas, pública e politicamente, para que todos os protagonistas se
consciencializem, que esta relação surda e podre que enferma a nossa realidade
política, continuaremos a lamentar o nosso sistemático recuo na senda do
desenvolvimento. Sem descurar esta situação, acreditemos e confiemos que a nossa
Pátria se erguerá e vingará, apesar de continuar a claudicar na redução da
pobreza e fosso que nos separa dos nossos “irmãos” desenvolvidos, da linha da
frente! Formulo, veementemente, sinceros votos que a lucidez vingue, e que estas
eleições de amanhã, 16 de Novembro de 2008, constituam um ponto de viragem, que
todos, ansiosamente, desejamos.
GUINÉ-BISSAU: O PECADO DA
CUMPLICIDADE
Quero para mim a Guiné-Bissau
que desejo para todos os meus irmãos guineenses...!
Por:
Fernando Casimiro
(Didinho)
didinho@sapo.pt
15.11.2008
É
hoje, 15 de Novembro, o dia dedicado à reflexão tendo em vista o acto cívico de
votar nas legislativas de amanhã, 16 de Novembro.
Os guineenses já se vão habituando a esta rotina de uma
suposta democracia sustentada pelo acto de se realizarem eleições legislativas
de quatro em quatro anos e, presidenciais, de cinco em cinco anos, pois, mais
não temos, numa alusão às autárquicas, ainda que, consignadas na Constituição da
República.
Porque é que até hoje não se realizaram eleições
autárquicas na Guiné-Bissau?
Porque os políticos cidadãos, sem excepção, querem um
poder centralizado, que seja (também) o decisor das políticas regionais e que
lhes permita o exercício de uma acção manipuladora, por acumulação, das
competências atribuídas, por definição, ao poder autárquico.
Esse poder centralizado não é, porém, no sentido de uma
maior consistência com vista a fazer mais pelas regiões, mas sim, para um total
controlo das verbas destinadas às regiões, verbas essas facilmente desviadas;
como também, para tomadas de decisão, sem contestação (do poder local que não
existe) das decisões que têm a ver com as potencialidades e viabilidades de
negócios nas regiões.
Os políticos cidadãos continuam a achar que as nossas
populações devem continuar a morar nas palhotas, sem as mínimas condições,
porque é de tradição, o que justifica a ausência de políticas sociais para a
habitação, bem como, políticas alicerçadas para a energia e o saneamento básico;
Os políticos cidadãos continuam a achar que as nossas
crianças (o futuro da nossa terra) das regiões do interior devem continuar a
ajudar os pais e familiares na lavoura, porque é de tradição e, por isso, não há
necessidade de se construírem escolas no interior do país, até porque, assim,
evita-se empregar/agregar mais professores ao funcionalismo público... e dá-se
uma ajuda ao tráfico das nossas crianças para os países vizinhos, pois estando
habituadas a trabalhar na Guiné, porque não pô-las a mendigar algures no
Senegal, a pretexto de irem para lá estudar seja o que for?
Os políticos cidadãos continuam a achar que a tradição
sobrepõem-se aos direitos fundamentais da pessoa humana e, por isso,
desculpam-se na tradição, sempre que a questão da Mutilação genital feminina
chega a debate na Assembleia Nacional Popular, porque continuamos a ser um povo
que desrespeita e desvaloriza o papel e a condição da Mulher, que é:
MÃE, IRMÃ E FILHA!
Os políticos cidadãos continuam a pensar que as nossas
populações devem continuar a consultar os curandeiros, porque se a medicina
tradicional é valorizada noutras partes do mundo, porque não na Guiné-Bissau
onde a tradição também existe, até porque assim, não há necessidade de construir
hospitais e é uma forma de se "condenar" os nossos médicos (uma classe com outra
visão política e social) à emigração forçada, na falta de infra-estruturas para
o desenvolvimento das suas actividades profissionais, que, para além da
conclusão do curso, implica frequentes actualizações curriculares.
Caros compatriotas, prezados amigos,
A campanha eleitoral que se desenrolou ao longo de 21
dias pôs a nu, tal como noutras ocasiões eleitorais, a podridão de uma paz de
espírito que continua a ser a marca da hipocrisia reinante na Guiné-Bissau, mas
também demonstrou a mediocridade dos partidos políticos, caracterizada pela
ausência de propostas de governação para os próximos 4 anos, numa clara
inexistência de argumentos, de respostas e soluções para se mudar o (muito,
quase tudo) que está mal na Guiné-Bissau.
Ouvimos ou lemos ao longo da campanha eleitoral, discursos com forte
carga de verdade sobre a mentira da reconciliação nacional (apregoada aqui
e acolá, em momentos de conveniência, por políticos, governantes, militares e
até representantes diplomáticos estrangeiros acreditados em Bissau) e o incentivo ao esquecimento dos
ressentimentos do passado, pois, à luz da interpretação dos discursos de
campanha, na verdade, não há nenhuma reconciliação
(como pode haver, sem Justiça?), nem esquecimento dos ressentimentos do passado
(como se pode esquecer, sem que haja perdão declarado das vítimas directas ou
indirectas?). É esta a constatação que se chega quando, numa exigência de servir
com o interesse nacional, os partidos políticos, nas suas acções de campanha eleitoral,
deveriam debruçar-se sobre temas de importância generalizada e não resumir a
campanha eleitoral na questão de acusações inconsistentes, porquanto, fora de
prazo, em relação ao narcotráfico.
A meu ver, não houve criatividade e muito menos,
diferença de estatuto, numa avaliação a nível da competência e afirmação dos
partidos políticos que, se se predispusessem a servir os eleitores, deveriam
basear-se, nos seguintes pontos-chave para dignificar e justificar
positivamente, a realização do acto eleitoral de 16 de Novembro:
1- Aspectos
do funcionamento do Estado, numa perspectiva de governação política.
2- Aspectos do
funcionamento do Estado, numa perspectiva de governação social.
3- Aspectos do
funcionamento do Estado, numa confluência de interesses políticos e sociais,
tendo em vista a sustentação de um Estado de Direito que promova a Justiça, a
Paz e a Estabilidade, criando assim, condições básicas para o exercício livre e
participativo dos cidadãos no desenvolvimento do país.
Os partidos políticos tiveram, desde as eleições
legislativas de 2004, quatro anos para se prepararem; para se aproximarem das
populações; para, na Assembleia Nacional Popular denunciarem os crimes que agora
insinuaram durante a campanha eleitoral; para avançarem com provas sobre os
crimes cometidos por Nino Vieira durante os seus mandatos etc.,mas não fizeram
nada disso nestes quatro anos, para agora, em 21 dias, quererem mostrar que,
realmente algo vai mal na Guiné-Bissau e, algo de gravíssimo pode voltar a
acontecer depois destas eleições, já que, o "vencedor" destas eleições,
seja qual for a cor ou símbolo do partido que reunir o maior número de votos,
será o general ditador Nino Vieira.
Nino Vieira que está simplesmente à espera dos resultados
eleitorais, para avançar com os planos que há muito vem preparando. Ele sim, tem
sabido preparar as suas acções na perspectiva de não permitir que o poder lhe
fuja das mãos, nem de forma democrática e, muito menos, através de qualquer
movimentação militar, pois nesta fase e com a ajuda de Angola, conseguiu não só
neutralizar as chefias militares, caso do Chefe do Estado-Maior General das
Forças Armadas, Tagme Na Waie, como também, reabilitar os seus antigos homens de
mão das Forças Armadas, sendo que logo que oportuno, um deles substituirá Tagme
Na Waie.
Nino Vieira que também controla na totalidade os serviços
de contra-inteligência, cujos lugares-chave voltaram a ser ocupados pelos seus
homens de antigamente, não pensará duas vezes para decidir derrubar qualquer
governo saído destas eleições, caso haja "ameaças" de rigor e intransigência
governativa que ponham em causa os seus interesses na cumplicidade com as redes
de corrupção e narcotráfico.
As denúncias e insinuações de políticos de quase todos os
partidos durante a campanha eleitoral não são novidade e, por isso, não merecem
destaque na avaliação do estado político-social actual da Guiné-Bissau, mas
ainda assim, aproveito para enaltecer o facto de, mesmo numa utilização
oportunista e por conveniência, ter-se dado a conhecer, por outras vozes, por
políticos, governantes e ex-governantes, o que há muito tempo, quase que
diariamente, nós, através do site
www.didinho.org temos vindo a denunciar!
Porque é que se chega ao cúmulo do oportunismo e da
conveniência na Guiné-Bissau, quando a cumplicidade na omissão de crimes
quer de sangue, quer ligados directa ou indirectamente à corrupção, também é
considerado crime?
Os partidos políticos que se desdobraram em denúncias e
insinuações e, se tomarmos em linha de conta o facto de até recentemente, ter
funcionado um governo tripartido, constituído pelas 3 formações políticas com
mais assentos conseguidos nas legislativas de 2004 - PAIGC , PRS e PUSD, aquando
dos respectivos exercícios governativos será que desconheciam o dossier da droga
na Guiné-Bissau? Claro que conheciam. E o que fizeram para denunciar e levar à
Justiça os referenciados (pois sabe-se quem são os barões) e travar o
narcotráfico no país? Nada, ou seja, foram cúmplices!
Os partidos políticos que se desdobraram em denúncias e
acusações sobre os crimes perpetrados por Nino Vieira, o que fizeram (ou vão
fazer), de acção concreta, para que Nino Vieira fosse (seja) processado e
julgado? Nada, ou seja, foram cúmplices!
Os partidos políticos que se desdobraram em promessas
desonestas de lutar pela reposição da Justiça, ou de acabar com o narcotráfico
na Guiné-Bissau, o que fizeram, por exemplo, para denunciar as recentes ameaças
de morte que foram dirigidas à Ministra da Justiça, Carmelita Pires e ao
Procurador-Geral da República Luís Manuel Cabral? Nada, ou seja,
foram cúmplices!
Qual foi o apoio e a solidariedade transmitidos pelos
partidos a essas duas figuras do Estado, empenhadas na luta contra o
narcotráfico? Nenhum apoio, nenhum gesto de solidariedade, o que
pressupõe indiferença, desinteresse, cobardia!
Os partidos políticos que
se desdobraram em promessas de tudo fazerem, sem dizer como irão arranjar
dinheiro não orçamentado para o cumprimento dessas promessas, deveriam ter mais
respeito e consideração pelo povo guineense, bem como, capacitarem-se de que
nada se deve construir com o dinheiro do Estado, sem que haja aprovação, quer do
Orçamento-Geral do Estado para as diferentes áreas de governação, quer da
aprovação pela Assembleia da República dos projectos de grande envergadura
que assim se justificarem.
Tenham
respeito e consideração pelo povo, senhores POLÍTICOS CIDADÃOS!
Se hoje temos o "cancro" que é o general ditador Nino
Vieira no comando do país;
Se hoje continuamos sem estruturas físicas e humanas na
Educação e na Saúde;
Se hoje continuamos carentes de Habitação, Saneamento
Básico e Transportes;
Se hoje a Guiné-Bissau é vista como um Narco-Estado;
Se hoje o nosso povo está cada vez mais pobre;
Se hoje o nosso povo está mais dividido;
Se o nosso país está cada vez mais atrasado....
A culpa é da cumplicidade de todos , quer
por conivência quer por indiferença!
É chegada a hora de cada um assumir
responsabilidades e compromissos para com o país, caso contrário, não haverá
mudança de rumo para que tenhamos uma Guiné-Bissau Positiva!
Como sugeri há umas semanas atrás, os que estão na
Diáspora e não podem votar, devem telefonar aos seus familiares, falar com eles
e ajudar nas orientações de voto. É importante que as pessoas votem em
consciência e, sabemos que a maior parte das nossas populações carece de
informações e conhecimentos que lhes permita votar em consciência. Não será um
acto incorrecto do ponto de vista legal, nem mesmo falta de ética ou moral,
porquanto se tratar de uma orientação explicativa com vista a elucidar quem vai
votar.
Votem meus irmãos, que a luta pela mudança irá continuar!
Vamos continuar a trabalhar!
ABOS
KINKONS - SIDÓNIO PAIS
Guiné-Bissau/Eleições: Cerca de
600 mil eleitores votam nas
quartas legislativas do pais
16 de Novembro de 2008,
06:10
Bissau, 16 Nov (Lusa) -- Quase 600 mil eleitores guineenses votam hoje
nas quartas legislativas da
Guiné-Bissau, após a abertura do
país ao multipartidarismo em
1991, podendo escolher entre 19
partidos e duas coligações.
Os eleitores guineenses podem
votar entre as 07:00 locais
(mesma hora em Lisboa) e as
17:00 nas assembleias de voto
espalhadas pelos 29 círculos
eleitorais do país, para eleger
100 dos 102 deputados.
Os restantes deputados que
compõem o parlamento pertencem
ao círculo da emigração, mas não
são eleitos, porque os
emigrantes não foram inscritos
para votar nestas eleições.
Dos círculos eleitorais, os
mais importantes são Bissau, que
elege 20 deputados, seguido de
Oio, com 16, e Gabu, Bafatá e
Cacheu, que elegem 14 deputados.
Dos cerca de 600.000
eleitores recenseados, 148.544
votam em Bissau.
O multipartidarismo teve
início no país em 1991 com a
revisão constitucional promovida
pelo Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo
Verde (PAIGC), antigo partido
único.
Hoje, os guineenses elegem
também o futuro
primeiro-ministro do país,
depois de terem tido quatro
chefes de executivo desde 2004,
data das últimas legislativas.
Em 2004, após a vitória do
PAIGC, Carlos Gomes Júnior
assumiu a liderança do governo,
mas acabou por ver o seu
executivo dissolvido em 2005,
após João Bernardo "Nino" Vieira
ter vencido as presidenciais.
Ainda em 2005 toma posse como
governo o Fórum de Convergência
para o Desenvolvimento, liderado
por Aristides Gomes, que
acabaria por cair na sequência
da aprovação de uma moção de
censura pelo parlamento, em
Março de 2007.
Em Abril de 2007, toma posse
o governo do Pacto de
Estabilidade Governativa
estabelecido entre PAIGC,
Partido de Renovação Social
(PRS) e Partido Unido Social
Democrata (PUSD), liderado por
Martinho N'Dafa Cabi.
Contudo, em Julho, com o
abandono do PAIGC do pacto, o
presidente "Nino" Vieira
voltaria a dissolver o
parlamento e a nomear um governo
de gestão, liderado por Carlos
Correia.
MSE/MB.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/eleições: Votação
decorre sem incidentes,
Presidente já votou
16 de Novembro de 2008,
11:11
Bissau, 16 Nov (Lusa) -- As eleições legislativas na Guiné-Bissau estão
hoje de manhã a decorrer
normalmente, com todas as urnas
a funcionar, ainda que se tenham
registado alguns atrasos
pontuais na abertura.
O chefe da Missão da
Observação Eleitoral da União
Europeia, Johan Van Hecke, disse
esta manhã aos jornalistas, em
Bissau, que o processo está a
decorrer normalmente e que os
atrasos que se registaram se
deveram a faltas de material e
que foram rapidamente
resolvidas.
O responsável assinalou no
entanto que foram identificadas
algumas assembleias de voto sem
qualquer tipo de segurança.
Cerca de 600 mil eleitores
estão hoje a votar nas eleições
legislativas da Guiné-Bissau, às
quais concorrem 19 partidos e
duas coligações.
O Presidente da República,
João Bernardo "Nino" Vieira, foi
um dos eleitores que votou na
manhã de hoje, tendo deixado
também votos de que tudo corra
bem e de que a Guiné-Bissau
possa construir a partir de
agora um "grande futuro".
Nino Vieira disse que as
eleições de hoje são muito
importantes e que "todo e
qualquer partido político que
venha a ganhar" deverá formar
governo.
O líder do PAIGC, maior
partido, Carlos Gomes Júnior,
votou às 10:00 na mesma mesa de
voto, cerca de 20 minutos antes
do Presidente, altura em que
expressou igualmente desejos de
que todo o processo corra bem.
Caso ganhe as eleições,
disse, encara a governação com
"muita responsabilidade".
"Vou fazer o possível para
cumprir, estou muito confiante
na vitória", disse Carlos Gomes
Júnior, que pede uma maioria
absoluta para "poder governar em
paz e estabilidade".
Kumba Ialá, o líder do
segundo maior partido, o PRS,
deverá votar também hoje de
manhã mas numa localidade do
interior do país.
Na manhã de hoje, muito
quente, registam-se algumas
filas junto das assembleias de
voto na capital do país, Bissau,
onde é bem visível um reforço da
segurança. Até agora a Comissão
Nacional de Eleições não
registou qualquer incidente.
As urnas abriram às 07:00 e
encerram às 17:00.
FP.
Lusa/fim
Guiné-Bissau/eleições: Adesão de 60
por cento, processo a correr com tranquilidade, CNE
16 de Novembro de 2008, 14:12
Bissau, 16 Nov (Lusa) -- Cerca de 60 por cento dos eleitores da
Guiné-Bissau já votaram nas eleições legislativas de
hoje, segundo estimativas da Comissão Nacional de
Eleições (CNE).
Armando Tchoba dos Santos, secretário executivo
adjunto da CNE, disse à Lusa que até às 13:00 se
registava uma adesão de cerca de 60 por cento e que o
processo está a decorrer com normalidade em todo o país.
Excepção apenas na região de Mansoa, onde em algumas
assembleias de voto os cadernos eleitorais foram
trocados, o que atrasou o início da votação e motivou o
protesto de alguns partidos políticos.
"No resto do país, incluindo as ilhas, a situação
está sob controlo, apenas em Bissorá", na região de
Bassorá, "se está a votar parcialmente, porque as urnas
estão lá mas baralharam os cadernos eleitorais",
explicitou o responsável, frisando que os problemas
ocorridos até agora não são "problemas de segurança".
Adiantou que já estão técnicos da CNE no local onde
os cadernos foram trocados e que, se for necessário,
poderá prolongar-se o período de votação.
As urnas encerram às 17:00 mas as pessoas que na
altura estiverem nas filas de votação ainda poderão
exercer o seu direito, acrescentou Armando Tchoba dos
Santos.
As urnas abriram às 07:00, verificando-se atrasos
mínimos em alguns locais, até por falta de luz solar,
disse ainda o responsável.
A contagem dos votos começa imediatamente a seguir ao
fecho das urnas, embora oficialmente os resultados não
sejam conhecidos hoje.
A lei obriga a que os resultados sejam conhecidos no
prazo de dez dias, mas Armando Tchoba dos Santos está
convencido de que não será necessário esgotar esse
prazo. "Se tudo correr como pensamos será em menos
tempo", disse.
O responsável lembrou que todos os partidos têm
representantes nas mesas de voto e acesso às votações,
pelo que eles mesmo também irão "começar a fazer as
contas".
Tchoba dos Santos frisou que "as eleições não
terminam com os resultados, mas sim com a assunção
desses resultados".
Bissau é hoje uma cidade muito calma, onde só
circulam veículos autorizados, e todas as mesas de voto
visitadas pela Agência Lusa, cerca das 13:00, estavam
sem afluência.
Responsáveis de algumas mesas explicaram à Lusa que
em Bissau se vota, tradicionalmente, muito cedo e depois
ao fim da tarde, para evitar a hora de mais calor.
FP.
Lusa/fim
Guiné-Bissau/Eleições: Eleitores de
Bissau votaram durante o período da manhã, urnas já
encerraram
16 de Novembro de 2008, 17:32
Bissau, 16 Nov (Lusa) -- O período da manhã foi o escolhido pelos
eleitores guineenses em Bissau, capital da Guiné-Bissau,
para votarem hoje nas quartas legislativas do país,
cujas urnas encerraram ao fim da tarde.
Segundo elementos da Comissão Nacional de Eleições
(CNE) contactados pela agência Lusa em várias
assembleias de voto espalhadas por Bissau, a maior parte
dos eleitores votou durante o período da manhã.
Numa ronda por mais de 15 assembleias de voto na
capital guineense entre as 11:00 e as 13:00 locais
(mesma hora de Lisboa) e entre as 16:00 e as 17:00, a
Lusa verificou a inexistência de fila ou de eleitores
para votar.
ÀS 13:00, a CNE divulgou estimativas que apontavam
que 60 por cento dos eleitores já tinham votado.
A tranquilidade continua a reinar em Bissau, sendo
apenas visível alguns transeuntes e veículos autorizados
a circular.
As urnas encerraram às 17:00 locais, mas ainda não
foram divulgados dados oficiais pela CNE.
MSE.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/Eleições: Participação
foi entre 70 e 80 por cento - Chefe missão observação UE
16 de Novembro de 2008, 18:26
Bissau, 16 Nov (Lusa) -- A taxa de participação dos eleitores
guineenses nas legislativas foi de entre 70 e 80 por
cento, disse hoje o chefe de missão de observação da
União Europeia (UE), Johan Van Hecke.
Num balanço preliminar do processo, após o
encerramento das assembleias de voto, às 17:00 locais
(mesma hora em Lisboa), Johan Van Hecke afirmou que a
taxa de participação pode ser considerada "elevada,
muito elevada mesmo para eleições legislativas".
Para o eurodeputado belga, a jornada decorreu dentro
da "calma, sem violência, sem tensão e sem intimidação",
pelo que o processo pode ser considerado "positivo".
Segundo Van Hecke, a apreciação que faz baseia-se na
observação dos elementos espalhados pelo país e o
relatório final sobre o processo será apresentado
terça-feira em conferência de imprensa.
O chefe de missão de observação da UE disse que cerca
de 95 por cento das urnas abriram na hora prevista na
lei, às 07:00 locais.
Contudo, registaram-se "atrasos pontuais" nas regiões
de Oio, Cacheu, Bissau e nas ilhas Bijagós devido à
falta de material.
Johan Van Hecke sublinhou que em várias assembleias
de voto "muitos eleitores" não votaram porque o seu nome
não constava nos cadernos eleitorais.
O chefe de missão da UE destacou ainda a
"contribuição positiva" dos partidos políticos que
estiveram nas assembleias de voto, frisando que "não
interferiram em nada".
MB.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/Eleições: Votação
"correu bem" com abertura e fecho de urnas a horas - CNE
16 de Novembro de 2008, 19:05
Bissau, 16 Nov (Lusa) -- A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da
Guiné-Bissau disse hoje que a votação nas legislativas
"correu bem" e houve abertura e fecho das urnas a horas.
"Ao nível da capital e de todo o país a votação
correu bem e houve abertura e fecho das urnas a horas",
afirmou fonte da CNE.
Segundo a mesma fonte, no sector de Bissorã houve um
atraso na entrega de materiais indispensáveis à votação,
mas as pessoas que não votaram hoje vão fazê-lo a partir
da 07:00 de segunda-feira.
Questionado sobre a taxa de participação no
escrutínio, a mesma fonte disse que a "CNE estima uma
boa percentagem", mas recusou a adiantar números.
O chefe da missão de observação eleitoral da União
Europeia, Johan Van Hecke, apontou para uma participação
a variar entre os 70 e os 80 por cento.
MSE.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/Eleições: Guineenses
votaram tranquilamente nas legislativas
16 de Novembro de 2008, 20:19
Bissau, 16 Novembro (Lusa) - Os guineenses votaram hoje em
tranquilidade para as quarta legislativas da
Guiné-Bissau, que a União Europeia (UE) considerou já
terem sido calmas, sem violência e intimidação.
O chefe de missão de observação da UE, o eurodeputado
belga Johan Van Hecke, afirmou que a jornada decorreu
dentro da "calma, sem violência, sem tensão e sem
intimidação", pelo que o processo pode ser considerado
"positivo".
A tranquilidade reinou durante todo o dia no país,
especialmente em Bissau, não se tendo registado qualquer
incidente.
Na capital guineense as urnas abriram e encerraram a
horas, tendo a maior parte dos eleitores da Guiné-Bissau
optado por votar durante o período da manhã.
A existência de um maior número de mesas de voto -
uma mesa para cerca de 300 eleitores - e a informação
disponibilizada desde as primeiras hora do dia aos
ouvintes pelas rádios guineenses contribuiu para
agilizar o processo de votação.
A UE avançou com uma taxa de participação entre os 70
e 80 por cento, mas a Comissão Nacional de Eleições
(CNE) da Guiné-Bissau, que apresentou ao início da tarde
uma estimativa de 60 por cento, recusou depois do fecho
das urnas avançar números.
Para já fonte da CNE avançou com um "correu tudo
bem", para explicar como decorreu o processo de votação.
A registar apenas alguns casos pontuais de atrasos na
abertura de urnas devido à falta de materiais
indispensáveis à votação no norte do país, que impediu
algumas pessoas de votar.
A CNE já garantiu que estes eleitores votam na
segunda-feira a partir das 07:00 horas.
No sector de Bissau, com maior número de eleitores do
país, há assembleias que já terminaram a contagem dos
votos, mas os primeiros resultados provisórios das
legislativas só devem ser divulgados a partir de
quarta-feira.
Segundo a lei eleitoral da Guiné-Bissau, a CNE tem um
prazo de entre sete a dez dias a partir de hoje para
divulgar os resultados finais.
MSE.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/eleições: Kumba Ialá diz
que não aceita "resultados manipulados"
17 de Novembro de 2008, 12:00
Bissau, 17 Nov (Lusa) - O antigo presidente da Guiné-Bissau e líder do
Partido da Renovação Social (PRS), Kumba Ialá, denunciou
hoje uma campanha para manipular os resultados das
legislativas de domingo, sublinhando que não vai aceitar
números "forjados".
"Que fique claro para toda a gente, não vamos aceitar
qualquer resultado manipulado ou forjado, sabemos como
fizemos a nossa campanha eleitoral", afirmou Ialá, em
conferência de imprensa na sua residência em Bissau.
Para o líder do PRS, "está em curso uma campanha de
manipulação dos resultados" que, alegadamente, teria
sido organizada "em conluio" com a Televisão da
Guiné-Bissau (TGB).
"A votação ainda decorre em várias localidades, mas a
TGB já organiza debates encomendados para manipular a
opinião pública com os números que os seus comentadores
apresentam", referiu Kumba Ialá.
A TGB, única estação de televisão da Guiné-Bissau
organizou domingo a noite um debate sobre as incidências
das eleições legislativas.
De acordo com Kumba Ialá, o debate realizado pela
televisão pública "visa legitimar uma pretensa vitória
daqueles que sabem que vão perder".
Escusando-se a responsabilizar a Comissão Nacional de
Eleições (CNE), Kumba Ialá afirmou que "houve actos
deliberados" para que as urnas não chegassem a várias
localidades onde o PRS "tem muita força".
"As urnas chegaram ao sul do país, ao leste, em zonas
muito longínquas, mas não chegaram em zonas próximas de
Bissau. Porque motivo isso aconteceu?", questionou Ialá.
Em Bissorã, Mansoa e Tombali, três localidades do
interior da Guiné-Bissau, a votação prossegue hoje
devido a problemas técnicos relacionados com o atraso de
material indispensável à votação.
O líder do PRS referiu que "sondagens independentes"
feitas pela Universidade Católica de Portugal e pela
Rádio França Internacional "deram uma larga vitória" à
sua formação política que iria vencer as legislativas
com 55 por cento dos votos.
"O PRS não pretende ganhar com fraude, mas também não
aceita resultados fabricados", sublinhou Kumba Ialá.
MB.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/Eleições: Universidade
Católica e RFI negam ter realizado sondagens eleitorais
17 de Novembro de 2008, 16:24
Lisboa, 17 Nov (Lusa) - A Universidade Católica de Lisboa e a Rádio
França Internacional (RFI) negaram hoje terem feito
estudos de opinião sobre as eleições legislativas na
Guiné-Bissau, contrariando declarações do líder do
Partido da Renovação Social (PRS), Kumba Ialá.
Hoje de manhã, numa conferência de imprensa na sua
residência em Bissau, o antigo presidente da
Guiné-Bissau e líder do PRS denunciou uma campanha para
manipular os resultados das legislativas de domingo,
sublinhando que não vai aceitar números "forjados".
Kumba Ialá argumentou ter em seu poder os resultados
de "sondagens independentes" efectuadas por aquelas duas
instituições, reclamando "uma larga vitória" para o PRS,
partido que obteria 55 por cento dos votos.
Contactados pela Lusa, quer o centro de sondagens e
estudos de opinião da universidade portuguesa quer a
direcção da RFI negaram ter feito qualquer tipo de
pesquisa na Guiné-Bissau.
Também o director da Televisão da Guiné-Bissau (TGB),
Eusébio Nunes, igualmente visado pelas críticas do líder
do PRS, que acusou a estação pública de manipulação da
opinião pública, defendeu hoje que Kumba Ialá está a
"arranjar desculpas de mau perdedor".
"A atitude do líder do PRS é de um mau perdedor.
Penso que é isso o que Kumba Ialá está a tentar
arranjar. Os analistas limitaram-se a comentar os
resultados que são públicos", disse Eusébio Nunes.
O líder do PRS acusou o director da TGB de estar a
tentar manipular a opinião pública através de um debate
realizado domingo a noite quando a votação ainda não
tinha terminado.
Nesse sentido, Eusébio Nunes defendeu que a TGB se
limitou "apenas a analisar os resultados a partir dos
dados publicados em algumas assembleias de voto".
Para o responsável da única estação de televisão na
Guiné-Bissau, "não é verdade" quando Kumba Ialá afirma
que o debate pode alterar o sentido dos resultados
eleitorais, uma vez que o número de eleitores que ainda
não votou "é insignificante".
"O que a TGB fez ocorre em todos os estados
democráticos. Em Portugal, em França, nos Estados
Unidos, em qualquer parte do mundo democrático são
feitas projecções dos resultados eleitorais no dia da
votação", frisou Eusébio Nunes.
JSD/LYG/MB.
Lusa/Fim
A RECENTE DISPUTA
ELEITORAL NA GUINÉ-BISSAU REPRESENTA
UM NOVO GOLPE NA
DEMOCRACIA
Por: Ricardino J. D. Teixeira
ricardino_teixeira@hotmail.com
17.11.2008
A eleição de 16 de Novembro na Guiné-Bissau representa
uma nova ameaça para os valores democráticos e põe em causa a situação
política que já é uma preocupação. Isto porque não houve mudança na
configuração interna da sociedade, nos discursos das lideranças dos partidos
políticos para ultrapassar as sucessivas crises.
Os partidos políticos não sabem o que fazer. Todos
apresentaram candidatos ou coligações para assumir o governo, mas não
conseguiram demonstrar para o eleitorado e a sociedade como um todo como
pretendem ultrapassar a crise. Não parece que as lideranças políticas estão
interessadas em desenvolver mudanças estruturais no país, mas sim interessados a
conquistar apenas o poder a todo custo aproveitando-se de espaços na comunicação
social para iludir o povo, criar instabilidades e adiar o processo da
institucionalização da esfera pública. As denúncias do narcotráfico de Estado
dominaram totalmente o debate político-eleitoral, no entanto, até ao momento,
não existe nenhuma queixa-crime na Procuradoria-Geral da Republica ou no Supremo
Tribunal de Justiça contra as figuras civis e militares envolvidas no crime
organizado. Não faltaram indícios.
A recente disputa eleitoral não parece que vai ultrapassar a
crise de governabilidade e a ausência da ética na política e na formação de um
novo governo. São interesses pessoais, de grupos políticos e partidários que
estão em jogo. Uns buscam controlar o aparelho de Estado; já outros são apenas
coadjuvantes que reivindicam espaços no governo. Reclamam o direito de voz e vez
para definir as políticas e o poder político. Cada um quer a sua parte. Não
existe um projeto de Nação, nem negociação e acordos políticos. Quando afirmados
são constantemente desrespeitados e negligenciados. O anterior governo de base
alargada, todos se recordam, é um bom exemplo da dificuldade que os líderes de
partidos políticos têm de incorporar as regras e os valores básicos do
pluralismo democrático, tanto dentro dos seus próprios partidos como na suas
relações com as organizações da sociedade civil. Os sucessivos governos, mesmos
os interinos, não foram capazes de redefinir suas práticas governativas, pondo
em risco a governabilidade e a democracia, bem como a adoção de novas
alternativas viáveis e consensuais que pudessem facilitar o desenvolvimento
sustentável.
À semelhança do que acontece na sociedade política, nas
organizações da sociedade civil, cuja visão política é, hoje, na Guiné-Bissau,
de uma classe média situada entre uma maioria da população excluída e uma
minoria lançando mão dos privilégios que o sistema partidário proporciona,
comprometendo a sua automatização na sua relação com o Estado. Não quer dizer
que não houve avanços das organizações da sociedade civil nas denúncias da
corrupção e do narcotráfico de Estado. É sempre importante denunciar atos de
corrupção, no entanto, é preciso ações mais efetivas e concretas por parte dos
líderes das organizações da sociedade civil, inclusive nesse momento político
pós-eleitoral, já que o sistema partidário mostrou-se incapaz de representar a
opinião pública por utilizar a política como moeda de troca.
Outra questão que se coloca é a relação entre civis e
militares. A transição guineense para a democracia, por exemplo, ficou conhecido
mundialmente pelos sucessivos golpes de Estado. Ela foi incapaz de evitar que o
aparato de poder autoritário prosseguisse. Conseqüentemente, os partidos
políticos continuam a incentivar intervenções militares em situações de crises,
algo quase impossível numa democracia forte em que os generais têm parca
capacidade de solapar instituições políticas da República. Nem os quatro
Presidentes da República pós-período militar, João Bernardo Vieira, Kumba Yala,
Malam Bacai Sanhá e Henrique Rosa conseguiram alterar significativamente a
intervenção do poder militar nas questões de competência civil.
Admitindo-se que a recente disputa eleitoral não parece
representar uma alternativa viável e rumo a uma democracia consolidada ou em via
de consolidação, resta-nos indagar qual será a perspectiva governativa do novo
governo saído destas eleições? Não dá, por enquanto, para fazer qualquer
pré-visão sobre as recentes eleições. O que podemos dizer é que estamos perante
uma situação difícil de estabelecer acordos políticos entre diferentes forças
políticas de forma a garantir a governabilidade. Vejamos:
PAIGC
O Partido para a Independência da Guiné e Cabo Verde, que
poderia representar uma alternativa governativa, não parece capaz de estabelecer
uma aliança política para o enfrentamento de questões urgentes que pudesse
refletir na melhoria das condições de vida da população. O PAIGC deixou de
representar a vontade coletiva da sociedade guineense há mais de 30 anos. Deixou
de ser um partido orgânico. As disputas de poder e interesses difusos fora de
controle dos seus líderes acabaram por desviar a atenção do partido na sua
relação com a sociedade.
O partido não soube aproveitar o ambiente político favorável
proporcionado pela reeleição de Carlos Gomes no VII Congresso. Ao invés de
deixar para trás a sua política de “camaradagem” e os erros cometidos no
passado, Carlos Gomes preferiu simpatizar-se com o Presidente Vieira cujo
passado guerreiro não parece deixar boas lembranças aos guineenses e amigos da
Guiné-Bissau. Vieira reclama cada vez mais voz ativa no PAIGC e no governo, e
quando não consegue, tenta desarticular a liderança de Carlos Gomes e da classe
política, dissolvendo o Parlamento ou mantendo uma parte dele em função como
forma de atingir seus objetivos de permanecer no poder.
PRS
O Partido da Renovação Social, a segunda maior força
política do país, também não parece representar alternativa por não ter
conseguido renovar o seu discurso. O PRS é um partido com alto grau de
tendências internas e inclinações étnicas e regionais sem um projeto político
claro. Parece mais interessado em desenvolver uma política de intimidação e
ameaças, prática típica do seu líder. Não parece interessado em estabelecer uma
política de aliança ou coligação governativa sustentável com o governo que sairá
das eleições.
PRID
O Partido Republicano para a Independência e Desenvolvimento,
recentemente criado, ao comprar a consciência do eleitorado com recursos
oriundos do narcotráfico e crime organizado importa apenas garantir o poder da
cúpula no governo e interesses pessoais do presidente João Bernardo Vieira. O
presidente investiu financeira e politicamente e incentivou a criação do PRID, o
que garantiu ao partido um número significativo de eleitorado e votos, se
considerarmos a data da sua fundação. Com base nesse apoio, o presidente Vieira
conseguiu inibir, em parte, a oposição interna dentro do PAIGC e do PRS que foi
tão clara e perigosa para a manutenção do seu status quo. Se levarmos em
conta que a sua relação com o atual presidente do PAIGC se assenta na disputa de
espaços e poder, e considerando que a sua hegemonia no partido está minado, o
presidente Vieira preferiu agir com pragmatismo, e quem sabe, mais adiante,
dependendo do desempenho eleitoral do PRID, neste pleito, o presidente Viera
terá uma porta aberta para sua manutenção no poder por mais quatro anos sem
necessariamente precisar do apoio do PRS.
O que importa para o presidente Vieira é manter o seu status
político herdado na luta de libertação nacional. Agora ele pode contar com apoio
e confiança do PRID para manter a “governabilidade” e inibir o perigo do PRS na
casa legislativa. Quem mais perdeu, nesta disputa eleitoral é Carlos Gomes
Júnior que terá que sentar-se à mesa com o seu grande adversário político,
Aristides Gomes, líder do PRID, que sempre reclamou possuir o apoio
incondicional de Vieira durante a campanha eleitora.
Ao invés de se posicionar, o presidente Vieira preferiu
adotar uma política de não enfrentamento. Mas o presidente Viera terá de decidir
publicamente: que interesse político ele representará, ou terá que arcar com o
descontentamento do PAIGC, que não gostou do fato de não poder utilizar a sua
imagem durante a campanha eleitoral. Na hora certa, Vieira irá posicionar-se
para tentar recompor as forças dentro do próprio PAIGC em benefício do PRID e
interesse político próprio. Em torno de tudo isso, uma constatação: a recente
disputa eleitoral na Guiné-Bissau representa mais um golpe na nossa democracia
devido à ausência de um projeto político claro e coeso que possa redefinir o
rumo do país e garantir a governabilidade.
Guiné-Bissau/Eleições: CPLP considera
que legislativas foram livres e justas
18 de Novembro de 2008, 11:33
Bissau, 18 Nov (Lusa) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) considerou hoje "justas, livres e ordeiras" as
eleições legislativas de domingo na Guiné-Bissau, embora
tenha lamentado "casos pontuais de atrasos" logísticos
no decorrer do processo.
Em conferência de imprensa no Centro Cultural
Português (CCP), em Bissau, o chefe de missão da
observação eleitoral da CPLP, o angolano Norberto dos
Santos "Kwata Kanawa" afirmou que a sua equipa
"constatou que as eleições (...) decorreram de forma
ordeira e permitiram a livre expressão do sufrágio
universal pela população guineense, havendo, no entanto,
a lamentar casos pontuais de atrasos na logística
eleitoral".
Para a CPLP, os "atrasos pontuais" detectados no
terreno no dia da votação foram "dirimidos de forma
célere" pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), cujo
"empenho e dedicação" foram realçados por Norberto dos
Santos.
Ladeado dos embaixadores de Angola (António Brito
Sozinho), do Brasil (Jorge Kadri) e de Portugal (José
Manuel Paes Moreira), o chefe da missão lusófona frisou
ainda que a CPLP saúda o povo guineense pela forma
"cívica" e pela "maturidade politica" demonstrada em
todo o processo eleitoral.
Para a CPLP, este facto "reflecte um progresso
tangível na consolidação do sistema democrático" na
Guiné-Bissau.
Os observadores lusófonos desenvolveram a sua acção
nas regiões de Bissau, Bafatá, Gabu, Oio, Cacheu, Biombo
e Quinará.
Questionado pelos jornalistas sobre as declarações do
candidato do Partido da Renovação Social (PRS) e
ex-Presidente Kumba Ialá, que diz não aceitar "qualquer
resultado forjado ou manipulado", Norberto dos Santos
recusou-se a responder a questões de "política interna
da Guiné-Bissau", reafirmando que as eleições "foram
livres e transparentes".
O chefe da missão de observação da comunidade
lusófona pediu aos líderes políticos guineenses que
"respeitem a vontade popular" e que o partido vencedor
forme um "bom Governo", que dê inicio "à tarefa de
reconstrução" da Guiné-Bissau.
MB.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/Eleições: Escrutínio foi
pacífico, eleitores escolheram livremente - UE
18 de Novembro de 2008, 12:56
Bissau, 18 Nov (Lusa) - A missão de observação eleitoral da União
Europeia (UE) às legislativas de domingo na Guiné-Bissau
considerou hoje que o escrutínio decorreu de forma
"pacífica e ordeira" e que os eleitores exerceram
"livremente o seu direito de voto".
"No dia eleitoral, os votantes afluíram às urnas em
grande número e, de uma forma pacífica e ordeira,
puderam exercer livremente o seu direito de voto",
referiu o chefe da missão, o eurodeputado belga Johan
Van Hecke, em conferência de imprensa, para apresentação
do relatório preliminar da missão.
Segundo Johan Van Hecke, a "votação e a contagem
foram bem geridas ao nível das mesas de voto", embora
tenham existido problemas de falta de material em mais
de cinco por cento das mesas observadas pela missão da
UE.
O eurodeputado belga sublinhou que a "presença de
delegados dos partidos políticos durante a votação e
contagem em todas as mesas de voto (...) contribuiu para
melhorar a transparência do processo".
Sobre as três semanas de campanha eleitoral, o chefe
da missão de observação da UE considerou que decorreram
de maneira "pacífica e ordeira".
"Os candidatos realizaram livremente os comícios
políticos sem perseguições ou impedimento de
movimentação", sublinhou.
O eurodeputado belga lamentou, contudo, o "uso de
linguagem imprópria e difamatória durante os últimos
dias da campanha, manchada por trocas de acusações e
insultos".
Outro facto lamentado pela missão da UE foi a "oferta
de bens ou compra de votos observada em todo o país"
pelos principais partidos políticos.
Johan Van Hecke salientou que a "imprensa pública e
privada fizeram uma cobertura do processo eleitoral num
ambiente de liberdade" e que a "cobertura das
actividades dos partidos políticos foi um grande desafio
para os media durante todo o período de campanha" devido
às dificuldades financeiras e materiais.
Sobre o envolvimento das mulheres na política, o
chefe da missão da UE disse que estão em "desvantagem
política quando se trata de serem incluídas nas listas
de candidatura e nas estruturas de decisão política".
"A maioria dos partidos apresentaram nas listas um
número modesto de mulheres e geralmente em posições
secundárias", acrescentou.
As mulheres representam cerca de 53 por cento do
eleitorado recenseado e a taxa de analfabetismo feminino
adulto é superior a 70 por cento.
A missão de observação da UE chegou à Guiné-Bissau a
04 de Outubro e acompanhou o processo eleitoral nas
noves regiões do país.
O relatório final da União Europeia será elaborado
dois meses depois da conclusão do processo eleitoral.
MSE.
Lusa/Fim
A Transparência pode ser o Caminho para a Paz e O Desenvolvimento
(Ponto de Vista)
“Quem sofreu um mal pode
esquecê-lo, mas quem o fez nunca se esquece”.
Maret
Por: Rui Jorge da Conceição
Gomes Semedo
*
rjogos18@yahoo.com.br
18.11.2008
Hoje, com a
ida às urnas, completou-se o ciclo que deve seleccionar um governo e os
parlamentares que nos próximos quatros anos, devem ficar à frente dos destinos
públicos da Guiné-Bissau. Durante os vinte e um dias que antecederam o dia do
escrutínio, assistimos a tempos de antenas e comícios populares onde as legendas
concorrentes procuraram, cada um à sua maneira, de acordo com a sua estratégia,
mostrar que tem o melhor projecto para o País. Em alguns momentos, pareceu-nos
que foi uma campanha legislativa com a cara presidencial. Quer dizer, houve uma
exploração desnecessária da figura do Presidente da República: primeiro, a
irrelevante tentativa de uso da imagem do Presidente por parte de duas formações
políticas (o PAIGC e o PRID); segundo, a clara tendência de preparar a base de
apoio à candidatura do Presidente na próxima corrida presidencial e, terceiro; a
provocação do debate que objectiva transformar o nosso modelo
semi-presidencialista em presidencialista. A excessiva ênfase dada a essas três
questões acima mencionadas fez, por outro lado, as legendas esquecerem-se de
explorar os aspectos mais relevantes da vida nacional, como: a apresentação de
projectos consistentes ao desenvolvimento de políticas públicas de qualidade; a
necessidade de elaboração de um Plano Nacional de Desenvolvimento e; um sério
debate sobre o perfil de candidatos à Assembleia Nacional Popular, que nessa
legislativa, além de aparecer os tradicionais iletrados para ocupar cadeiras,
surgiu mais uma outra categoria, de possível relacionamento com o crime
organizado.
Apesar das
acusações, em certos momentos agressivos, no geral, atribuímos uma nota positiva
ao processo da campanha eleitoral. Isto porque não houve incidentes, e os
apoiantes dos partidos e coligações, mais uma vez, souberam respeitar as regras
do jogo. Mas, como o processo ainda não cessou, não podemos vangloriar-nos do
dever cívico cumprido. Pois, entre os populares, ficou a parte mais sensível que
é a divulgação dos resultados e, consequentemente, o “reconhecimento ou não” dos
mesmos por parte dos partidos. Bem, por que se instalou essa dúvida? A resposta
é muito simples: as nossas instituições, desde a Presidência da República aos
últimos degraus do funcionalismo público carecem de credibilidade necessária,
que transmita confiança a quem precisa dos seus serviços. O medo que hoje existe
entre os líderes e seus eleitores, é da inversão dos resultados por parte da
Comissão Nacional de Eleições (CNE) que pode ser forçado ou influenciado a
adulterar os resultados. Pois, para muitos ainda ficou o inexplicável, senão, o
duvidoso resultado do pleito de 2005, e ainda hoje pelos becos da cidade ouve-se
confissões da invenção imposta pela força das armas nesse pleito.
A
democracia como qualquer outro jogo tem as suas regras. Por isso, exige-se em
nome da paz, da ordem e dos interesses supremos desta sociedade, o respeito
pelos sentimentos expressos nas urnas. O partido e\ou a coligação que neste
embate não conseguir vencer ou obter um desempenho desejável, deve analisar as
suas falhas e preparar-se para os próximos desafios. Usurpar resultados ou criar
perturbações só porque perdemos, não é uma atitude correcta e digna dos
democratas. Os políticos não devem ter medo de perder, mas, devem sim, ter medo
de vencer e não conseguir implementar o projecto pelo qual foram eleitos. A
verdade é que na democracia não existem vencidos, porque ela reserva a todos,
mesmo aos que não conseguiram assentos no parlamento, um espaço para expressar
seus sentimentos e reivindicar contra qualquer imposição que porá em causa os
interesses democráticos. Nesta óptica, tendo essas possibilidades, gostaríamos
de pedir um grande favor ao cidadão Rui Alberto Pinto Pereira, militante do PRS,
que seja mais maleável, tolerante e inteligente nos seus discursos. Porque as
leis da democracia são incompatíveis com as da ditadura. As falhas que a
democracia comete, são corrigidas por ela mesma, e nega qualquer recurso à
violência como alternativa. Apelar que os militares sejam vigias do processo
democrático é uma atitude covarde de quem na verdade desconhece o papel de um
homem público num modelo político que priorize o debate de ideias em detrimento
da violência. Bem, sobre esse assunto, achamos desnecessário fazer mais
comentários tendo em conta que os militares, através do Estado-Maior General,
emitiram um comunicado a todos os seus efectivos, no sentido de se distanciarem
da situação que só pertence aos políticos.
Entre todas
as coisas que pude ver e escutar nessa campanha, uma coisa chamou veementemente
a nossa atenção: a segurança dos participantes envolvidos de forma activa nas
manifestações públicas das campanhas. Referimo-nos ao uso das plataformas e
carinhas que preambulam pelas ruas das cidades do País que não oferecem as
mínimas condições de segurança aos foliões que participam das manifestações. Foi
então esta visível irresponsabilidade que fez uma jovem perder a sua vida no
último dia da campanha. Ou seja, segundo relatos, a menina estava sentada na
parte lateral da tal plataforma, de onde escorregou e foi esmagada pelas rodas
da mesma. O que não entendo é a razão do Estado permitir o uso desses camiões
destinados a carregar “contentor” para carregar pessoas numa manifestação
política? Às vezes, o nível da nossa falta de organização nos fazem indagar,
observando a distância que temos em relação aos outros países, se os nossos
responsáveis realmente conseguiram aperfeiçoar os ensinamentos da sociedade
moderna? Pois, é sabido que na Guiné-Bissau as pessoas se gabam ser “super
dotados”, que são donos do conhecimento, só que na prática estamos a distanciar
cada vez mais da oportunidade de construir o País. De incutir nas pessoas,
culturas e hábitos que valorizam a vida humana e não só. É triste e lamentável
ficar a assistir situações ridículas como esta que vitimou a vida dessa jovem.
Esperamos que nas próximas campanhas sejam tomadas medidas necessárias que
proíbam situações que possam colocar em risco a vida dos manifestantes.
A sociedade
guineense após ter cumprido a sua cidadania, espera da parte dos órgãos
responsáveis, a transparência e idoneidade na divulgação dos resultados.
Precisamos acreditar nas instituições que temos, mas antes, as mesmas precisam
demonstrar que são credíveis. Aos partidos, esperamos um comportamento digno de
instituições democráticas, ou seja, de reconhecer os resultados e não criar
desordens indesejáveis. No mais, façamos votos que o governo que sairá desse
pleito possa cumprir integralmente os quatros anos de que tem para governar e,
sobretudo, conseguir traçar as orientações para um desempenho positivo do País.
*Mestrando
em Ciência Política na Universidade Federal de São Carlos, SP, Brasil
PRESIDENTE
PORTUGUÊS, ANÍBAL CAVACO SILVA FELICITA O GENERAL DITADOR E AO POVO GUINEENSE,
NEM UMA PALAVRA DE APREÇO...
Por:
Fernando Casimiro
(Didinho)
didinho@sapo.pt
18.11.2008
O
civismo demonstrado nestas eleições pelo povo guineense, é uma vitória do
próprio povo e a ele se deve felicitar, por ter cumprido com a sua parte no
chamamento do dever. É triste que o presidente da República portuguesa, Prof.
Aníbal Cavaco Silva, queira transmitir ao povo português e ao mundo, que o
sucesso do civismo popular (atenção que ainda falta a vez dos políticos...), que
caracterizou a campanha eleitoral e o acto de votação na Guiné-Bissau, teve o
cunho presidencial do general ditador Nino Vieira.
Que sabe o Prof. Aníbal Cavaco Silva sobre a
Guiné-Bissau?
Pelos vistos, nada sabe, pois se soubesse, de certeza que
não felicitaria um presidente que matou, mandou matar e continua a mandar matar;
Se soubesse, não felicitaria um presidente que, 29 dias
depois de ter chegado ao poder em 2005, demitiu um governo legítimo saído das
legislativas de 2004, por vingança pessoal, prejudicando todo o processo de
reformas em curso, bem como, dividindo os guineenses;
Se soubesse algo sobre a Guiné-Bissau, o Senhor Prof.
Aníbal Cavaco Silva saberia que, a imagem de narco-Estado com que hoje se rotula
a Guiné-Bissau, tem tudo a ver com o general ditador Nino Vieira;
Se soubesse algo sobre a Guiné-Bissau, o Professor Aníbal
Cavaco Silva saberia que de 2005 a 2008, em plena presidência de Nino Vieira, a
Guiné-Bissau teve 4 chefes de governo!
Se soubesse algo sobre a Guiné-Bissau, saberia o Senhor
Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva que Nino Vieira é o principal obstáculo à
Paz, à Estabilidade e ao Desenvolvimento da Guiné-Bissau!
Em Portugal, há guineenses que já receberam ameaças de
morte e eu sou um deles, a mando de Nino Vieira, sabe o Prof. Aníbal Cavaco
Silva o porquê?
Porque o seu amigo Nino Vieira, nunca deixará de ser um
ditador, mesmo que o Senhor Professor e outras figuras de Estado dos países de
língua portuguesa o definam como um democrata!
Quem felicita um ditador, seja por que motivo for, está a
dar-lhe trunfos, ao mesmo tempo que está a desgastar o trabalho dos que lutam
pela mudança contra as ditaduras!
CAVACO SILVA
FELICITA NINO VIEIRA PELA FORMA COMO DECORREU O ESCRUTÍNIO
O Presidente português telefonou hoje ao seu homólogo
guineense Nino Vieira, a quem felicitou pela "tranquilidade e
elevado espírito cívico" com que decorreram as eleições legislativas
no domingo naquele país.De
acordo com uma nota da Presidência da República portuguesa, num
contacto telefónico com o Presidente da Guiné-Bissau o chefe de
Estado sublinhou "a avaliação positiva que as eleições mereceram às
missões internacionais de observação, designadamente da CPLP e da
União Europeia".
Na conversa com Nino Vieira, Cavaco Silva realçou ainda a
importância do acto eleitoral que decorreu no domingo para "a
consolidação da democracia e para o desenvolvimento económico e
social da Guiné-Bissau".
A felicitação de Cavaco Silva surge no mesmo dia em que a missão de
observação eleitoral da União Europeia às legislativas de domingo
considerou que o escrutínio decorreu de forma “pacífica e ordeira” e
que os eleitores exerceram “livremente o seu direito de voto”.
|
REPROVÁVEL!
Por:
Fernando Casimiro
(Didinho)
didinho@sapo.pt
18.11.2008
Como
é que num país como a Guiné-Bissau, carente de energia eléctrica (primeiro
suporte para o funcionamento de qualquer equipamento informático), se consegue
promover, na Televisão Pública, apenas poucas horas após o término da votação
(houve regiões que votaram no dia seguinte) um debate tendo por base alegadas
projecções de resultados (onde estão, quem os poderia ter no próprio dia e à
hora do debate) do escrutínio que se iniciou às 07:00 locais e terminou às
17:00, quando a Comissão Nacional de Eleições não fez nenhuma declaração nesse
sentido e, tendo em conta que a lei estipula a publicação dos resultados num
período de sete a dez dias?
Kumba Yalá, Presidente do PRS reagiu no dia seguinte ao
debate (que contou com a participação de Uco Monteiro, Rui Landim e Mamadu
Jao, entre outros), reclamando que se estava a manipular os resultados da
votação e que, o seu partido, o PRS, não iria aceitar resultados forjados.
Como tenho dito, o meu partido é a Guiné-Bissau e não
nenhuma instituição partidária dentro da caracterização estatutária dos partidos
políticos, com base nisso, deixo aqui o meu ponto de vista, como cidadão, sobre
esta situação reprovável, na verdade, mas que deve ser ultrapassada com ética,
com civismo, tendo em conta a Paz e a Estabilidade.
Ontem, 18 de Novembro, foi-me enviado um mapa detalhado,
de todas as regiões e círculos eleitorais, com os resultados supostamente
obtidos pelo PRS. Agradeço o envio desse mapa, bem como a consideração na razão
encontrada para mo fazerem chegar, entretanto, não divulgarei esses resultados,
nem os partilharei com quem quer que seja por uma questão de ética, de respeito
pelos eleitores e pela Comissão Nacional de Eleições, entidade a quem cabe dar a
conhecer quer os resultados provisórios, quer os definitivos, dentro do período
estipulado por lei!
Analisando a reclamação de Kumba Yalá, julgo que não é a
reclamação que lhe faz ser um mau perdedor, mas sim, o facto de não ter sabido,
politica e diplomaticamente, explorar o negativismo tendencioso de um pretenso
modernismo experimental da Televisão Pública guineense, iniciativa que merece
ser criticada, por ferir pressupostos éticos de uma estruturação eleitoral que
não é, nem de perto, nem de longe idêntica às estruturas e processos eleitorais
de países como Portugal, França e Estados Unidos, para citar a comparação feita
pelo Director da Televisão da Guiné-Bissau.
Efectivamente, nestes países, a energia eléctrica permite
que haja equipamentos informáticos a funcionar em todo o lado e as iniciativas
de debate das projecções são possíveis tendo em conta a existência de centros de
imprensa ou de comunicação (ou como lhe chamarem), das entidades organizadoras
das eleições, que funcionam em rede partilhada e permitem a chegada e divulgação
dos resultados, numa hora pré-estabelecida, o que permite ao grosso dos órgãos
de Comunicação Social ter acesso aos resultados nessa hora e, assim, os seus
analistas, com base nessas projecções de resultados, avançarem com previsões,
quase que certas, de quem venceu!
Ninguém reclama da divulgação das projecções que, à
medida que os resultados vão surgindo, vão possibilitando uma tomada de posição
dos analistas presentes nas estações televisivas, jornais e rádios.
Não foi isso que aconteceu na Guiné-Bissau, nem poderia
ter acontecido, pois a haver meios para que assim fosse, deveria exigir-se à
Comissão Nacional de Eleições a divulgação dos resultados no próprio dia e não
entre sete a dez dias.
Para mim a iniciativa da Televisão da Guiné-Bissau foi um
acto reprovável, até porque, num momento de grande maturidade e civismo do povo
guineense, quis a Televisão Pública ter mais protagonismo nestas eleições do que
o povo guineense (que votou em massa e manteve-se ordeiro) e a própria Comissão
Nacional de Eleições.
Os convidados ao debate, também não foram coerentes com
as suas responsabilidades, nem souberam ser imparciais e honestos
intelectualmente, pois contrariamente ao que disse o Director da Televisão da
Guiné-Bissau, até hoje, 19 de Novembro, repito, até hoje, 19 de Novembro,
nenhum resultado foi tornado público pela Comissão Nacional de Eleições.
Aos partidos políticos pede-se
contenção, moderação e responsabilidade, sendo que devem, pacificamente,
reclamar em sede própria e na altura própria, as suas insatisfações de forma
argumentada.
À Comissão Nacional de Eleições,
exige-se responsabilidade e compromisso na defesa dos interesses do povo
guineense expressos nas urnas.
A bem da Guiné-Bissau, opte-se pela via do diálogo e
da reivindicação pacífica em sede própria e na altura certa!
Vamos continuar a trabalhar!
"...Também o director da
Televisão da Guiné-Bissau (TGB), Eusébio
Nunes, igualmente visado pelas críticas do
líder do PRS, que acusou a estação pública
de manipulação da opinião pública, defendeu
hoje que Kumba Ialá está a "arranjar
desculpas de mau perdedor".
"A atitude do líder do
PRS é de um mau perdedor. Penso que é isso o
que Kumba Ialá está a tentar arranjar.
Os
analistas limitaram-se a comentar os
resultados que são públicos", disse Eusébio
Nunes.
O líder do PRS acusou
o director da TGB de estar a tentar
manipular a opinião pública através de um
debate realizado domingo a noite quando a
votação ainda não tinha terminado.
Nesse sentido, Eusébio Nunes defendeu que a
TGB se limitou "apenas a analisar os
resultados a partir dos dados publicados em
algumas assembleias de voto".
Para o responsável da
única estação de televisão na Guiné-Bissau,
"não é verdade" quando Kumba Ialá afirma que
o debate pode alterar o sentido dos
resultados eleitorais, uma vez que o número
de eleitores que ainda não votou "é
insignificante".
"O
que a TGB fez ocorre em todos os estados
democráticos. Em Portugal, em França, nos
Estados Unidos, em qualquer parte do mundo
democrático são feitas projecções dos
resultados eleitorais no dia da votação",
frisou Eusébio Nunes."
|
Guiné-Bissau/Eleições: Cabo
Verde e EUA felicitam povo e
autoridades guineenses
20 de Novembro de 2008,
15:22
Bissau, 20 Nov (Lusa) -- Os governos de Cabo Verde e dos Estados Unidos
(EUA) felicitaram hoje as
autoridades e o povo guineenses
pela forma "ordeira e
transparente" como decorreram as
eleições legislativas de
domingo.
De acordo com uma nota de
imprensa da presidência
guineense, o presidente de Cabo
Verde, Pedro Pires, felicitou o
seu homólogo João Bernardo
'Nino' Vieira pelo "exemplo de
democracia, tolerância e
civismo" que caracterizaram o
processo eleitoral.
Para Pedro Pires, antigo
comandante da guerrilha do PAIGC
nas matas da Guiné-Bissau, as
eleições de domingo "são
portadoras de esperança" para o
povo guineense.
O departamento do Estado
norte-americano fez notar, por
seu lado, que as eleições
legislativas na Guiné-Bissau
"devem servir como um exemplo
para África e o mundo", pela
forma "ordeira e transparente"
como decorreram.
O governo norte-americano
frisou que o processo ficou
marcado "por pequenos atrasos"
na distribuição dos materiais no
dia da votação.
Os EUA convidaram também os
partidos e líderes políticos
guineenses a respeitarem os
resultados eleitorais, ainda por
publicar pela Comissão Nacional
de Eleições (CNE), e trabalharem
para a reconstrução da
Guiné-Bissau.
MB.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/Eleições: CNE divulga
resultados sexta-feira às 12h00m, capital tranquila
20 de Novembro de 2008, 16:20
Bissau, 20 Nov (Lusa) -- A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da
Guiné-Bissau anunciou hoje que divulga sexta-feira os
resultados provisórios das eleições legislativas de
domingo, que decorreram com tranquilidade e de forma
transparente, segundo várias missões de observação
eleitoral.
Segundo fonte da CNE, os resultados provisórios das
legislativas vão ser divulgados sexta-feira em
conferência de imprensa marcada para as 12:00 locais
(mesma hora em Lisboa).
Na primeira semana após o escrutínio de domingo
decorreu com normalidade na capital guineense, com as
bandeiras e todo o material de campanha eleitoral a
desaparecerem logo na segunda-feira das ruas e dos
veículos, subsistindo apenas os cartazes colados nas
paredes e uma ou outra faixa de propaganda.
Durante a semana, bastava uma volta pela cidade para
verificar que Bissau tinha retomado o seu curso normal,
com os bombeiros no quartel e o mercado de Bandim, na
extensa avenida que liga ao aeroporto, na azáfama do
costume.
Durante toda a semana foi pouca a polícia na rua, em
contraste com o intenso trânsito, e também os militares
foram praticamente invisíveis, apenas se vendo alguns
junto da Comissão Nacional de Eleições, onde decorre a
contagem dos votos.
A calma existente por todo o país foi igual à
registada durante todo o dia de domingo, quando os
guineenses elegeram o futuro governo do país, e que tem
recebido os elogios da comunidade internacional através
de países como Portugal, Estados Unidos, Brasil e Cabo
Verde, além da União Europeia e das Nações Unidas.
As missões de observação eleitoral presentes para
acompanhar as quartas legislativas da Guiné-Bissau
também foram unânimes em considerar a eleição justa e
livre, apesar de atrasos de entrega de materiais em
algumas assembleias de voto no país.
O problema foi resolvido e os eleitores impedidos de
votar domingo puderam fazê-lo na segunda-feira.
Entre os partidos candidatos às legislativas só o
Partido de Renovação Social (PRS), liderado por Kumba
Ialá, alertou para a possibilidade de manipulação dos
resultados das eleições.
O líder do Partido Africano da Independência da Guiné
e Cabo Verde (PAIGC), Carlos Gomes Júnior, pediu
quarta-feira "contenção" antes de conhecidos os
resultados do escrutínio e agradeceu o apoio da
comunidade internacional ao país.
MSE/FP.
Lusa/Fim
SE O POVO QUER, O POVO TEM!
Por:
Fernando Casimiro
(Didinho)
didinho@sapo.pt
20.11.2008
Os
guineenses votaram em massa e de forma ordeira, mostrando que a cidadania
aprende-se e, acima de tudo, que na Guiné-Bissau, o povo quer a paz, a
estabilidade e o seu bem-estar.
O povo também mostrou que, querendo, pode ter tudo,
bastando para isso, que assuma a sua condição de dono do poder; poder esse que
deve partilhar, delegando competências aos representantes (partidários ou
independentes, conforme os casos), por ele escolhido através das eleições.
Tal como se assistiu à festa da campanha eleitoral e ao
acto livre e decidido de votar, caracterizados por ambientes de extrema
correcção e civismo por parte do povo guineense, também se espera, por parte dos
partidos políticos e coligações concorrentes às legislativas de 16 de Novembro,
que a divulgação dos resultados eleitorais seja, para todos, um momento de
reflexão no sentido de encararem o futuro com responsabilidade e compromisso,
tendo em conta os assentos parlamentares que cada partido ou coligação obteve.
Pede-se o bom senso de todos: dos que elegeram e dos que
não elegeram deputados, bem como do partido que vai formar governo.
Haja respeito e consideração dos eleitos em relação aos
que não foram eleitos, pois todos podem ser úteis ao país, mesmo não estando no
governo ou no Parlamento.
Haja coragem para aceitar os resultados e, caso haja
argumentos que justifiquem reclamações, que se avance, pacifica e
responsavelmente, em sede própria, com essas reclamações.
O povo guineense quer a PAZ, tal como demonstrou durante
a campanha e no acto eleitoral e é o dono legítimo do poder, por conseguinte, a
sua escolha deve ser respeitada, porquanto estas eleições terem sido livres e
demonstrativas de grande maturidade na interpretação do fenómeno da manipulação
de consciência, que o nosso povo, numa gestão de recursos, soube tirar proveito,
rejeitando no entanto, que a manipulação de consciência tivesse influenciado o
seu sentido de voto!
Estas eleições foram livres e não mereceram, durante todo
o acto eleitoral, nenhuma reclamação ou insinuação dos delegados partidários
presentes nas mesas de voto, por isso, haja coragem para assumir os resultados.
Ao povo guineense, resta continuar a ser o dono do poder
para ter o que quiser, bastando para isso, exigir responsabilidade e
responsabilização aos representantes que elegeu. Estes, não se podem esquecer,
em circunstância alguma, que estão ao serviço do povo e da República, por isso,
é-lhes exigido fidelidade ao juramento que farão quando assumirem os seus
cargos!
Que o nosso povo se levante. Que o nosso
povo se organize. Que o nosso povo saia à rua sempre que for necessário!
Se o povo reclama por melhores condições de
vida, tem que se dar melhores condições de vida ao povo...!
Viva a Guiné-Bissau!
Viva o povo guineense!
Cordiais saudações a todos os amigos da Guiné-Bissau!
Vamos continuar a trabalhar!
Guiné-Bissau/Eleições: PAIGC
elege 67 deputados e obtém
inédita maioria de dois
terços
21 de Novembro de 2008,
13:25
Bissau, 21 Nov (Lusa) - O PAIGC venceu as eleições legislativas de
domingo passado na
Guiné-Bissau, ao eleger 67
dos 100 deputados à
Assembleia Nacional Popular
(ANP), segundo os resultados
finais provisórios
divulgados hoje pela
Comissão Nacional de
Eleições (CNE), em Bissau.
Segundo os mesmos dados,
atrás do Partido Africano da
Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC), de
Carlos Gomes Júnior, ficou o
Partido da Renovação Social
(PRS), de Kumba Ialá, que
elegeu 28 parlamentares.
Trata-se da primeira vez
que um partido alcança uma
maioria de dois terços no
Parlamento guineense, com o
PAIGC a ultrapassar os
resultados obtidos por esta
mesma força política nas
primeiras eleições
multipartidárias da história
do país, realizadas em 1994,
quando elegeu 66 deputados,
embora só com cerca de 39
por cento dos votos, tendo
então ficado a um lugar do
objectivo agora alcançado.
Além destas duas forças
políticas, outras três
elegeram deputados: o
Partido Republicano para a
Independência e o
Desenvolvimento (PRID), do
ex-primeiro-ministro
Aristides Gomes, que elegeu
três parlamentares, e a
Aliança Democrática (AD), e
o Partido da Nova Democracia
(PND), de Iaia Djaló, ambos
com um cada.
Segundo os dados
provisórios das eleições a
que se apresentaram 19
partidos e duas coligações,
a taxa de participação
atingiu os 82 por cento, a
mais alta de sempre - a
abstenção rondou os 18 por
cento -, tendo votado
484.546 dos 593.739
eleitores inscritos.
Segundo a CNE,
registaram-se também 16.038
votos brancos e 11.000
nulos, havendo também 1.196
votos protestados.
Os resultados finais
definitivos da votação,
acrescentou a CNE, serão
conhecidos a 26 deste mês.
O PRS, cujo líder, antes
mesmo de os resultados
oficiais serem divulgados,
já disse suspeitar de
manipulação na votação, tem
programada uma conferência
de imprensa para hoje às
16:00 locais (a mesma em
Lisboa).
MSE/JSD.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/Eleições: Prazo
para reclamações dos
resultados expira na
segunda-feira - CNE
21 de Novembro de 2008,
14:04
Bissau, 21 Nov (Lusa) -- O presidente da Comissão Nacional de Eleições
(CNE) da Guiné-Bissau, Malam
Mané, afirmou que nenhum
partido apresentou
reclamações aos resultados
das eleições legislativas
hoje divulgados e ganhas
pelo PAIGC com 67 mandatos.
Questionado pela agência
Lusa em conferência de
imprensa após a divulgação
dos resultados das
legislativas de domingo,
Malam Mané disse que a "CNE
está aberta até ao dia 24",
altura em que irá apresentar
os resultados definitivos da
votação.
"Até ao momento não
recebemos nenhuma reclamação
e estamos abertos até o dia
24", disse o presidente da
CNE, lembrando que os
resultados "por enquanto são
provisórios".
O líder do Partido da
Renovação Social (PRS),
Kumba Ialá, anunciou
segunda-feira que não vai
aceitar "nenhum resultado
forjado".
O PRS convocou uma
conferência de imprensa para
hoje às 16:00 (mesma hora em
Lisboa).
"A lei dá aos partidos
concorrentes até ao dia 24
para reclamarem. Se não o
fizerem, a CNE vai confirmar
os resultados", sublinhou
Malam Mané.
Segundo dados hoje
divulgados, o Partido
Africano da Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC),
de Carlos Gomes Júnior, terá
67 deputados no próximo
Parlamento, o Partido da
Renovação Social (PRS), de
Kumba Ialá, 28, o Partido
Republicano da Independência
e Desenvolvimento (PRID), de
Aristides Gomes, 3 mandatos,
e o Partido Nova Democracia
(PND), de Mamadu Iaia Djaló,
e a coligação Aliança
Democrática (AD), de Victor
Mandinga, um deputado cada.
MB.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/Eleições: Líder
PAIGC felicita militares
pela "tranquilidade e
normalidade" no processo
eleitoral
21 de Novembro de 2008,
14:11
Bissau, 21 Nov (Lusa) - O líder do PAIGC, partido vencedor das eleições
legislativas na
Guiné-Bissau, felicitou hoje
o Chefe do Estado-Maior
General das Forças Armadas
(CEMGFA) pela "tranquilidade
e normalidade" garantidas
pelos militares para o
"sucesso do processo
eleitoral".
Nas suas primeiras
declarações aos jornalistas
após a publicação dos
resultados pela Comissão
Nacional de Eleições (CNE),
Carlos Gomes Júnior, afirmou
que o "papel das Forças
Armadas foi fundamental"
para um processo eleitoral
"coroado de êxito".
O futuro
primeiro-ministro da
Guiné-Bissau agradeceu ainda
aos militantes do Partido
Africano da Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC),
à sua família e à comunidade
internacional.
"Agradeço a confiança do
povo da Guiné-Bissau e os
apoios da comunidade
internacional", defendeu
Carlos Gomes Júnior que se
afirma pronto para "pôr na
prática uma programa de
governo", que assentará na
justiça e boa governação.
MB.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/Eleições: Calma
reina na policiada cidade de
Bissau, após anúncio de
vitória do PAIGC
21 de Novembro de 2008,
16:34
Bissau, 21 Nov (Lusa) - A calma continua a reinar na capital da
Guiné-Bissau, cujo
policiamento foi reforçado,
após anúncio da vitória do
Partido Africano da
Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC) com
maioria absoluta nas
legislativas de domingo.
A maior animação está
focalizada junto à sede do
PAIGC, na praça dos Heróis
Nacionais, onde apoiantes e
militantes do partido
começam a chegar para
comemorar a vitória.
As bandeiras do PAIGC
voltaram também aos veículos
de Bissau e por toda a
cidade, principalmente na
estrada que liga a capital
ao aeroporto e onde se situa
o principal mercado, podem
ver-se dezenas carros
novamente enfeitados com as
cores do partido vencedor
das eleições.
O Ministério da
Administração Interna
guineense anunciou hoje que
destacou 600 elementos da
Polícia de Ordem Pública,
Polícia de Intervenção
Rápida, Polícia de Trânsito
e alguns soldados do
exército para as principais
cidades do país para
garantir a segurança.
Em Bissau, é visível a
presença da polícia nas
principais ruas e artérias
da cidade.
A Comissão Nacional de
Eleições (CNE) da
Guiné-Bissau anunciou hoje
que o PAIGC venceu as
legislativas do país com
maior absoluta.
Segundo os números
divulgados pela CNE, o PAIGC
conseguiu eleger 67 dos 100
deputados do parlamento.
Em segundo lugar ficou o
Partido de Renovação Social
(PRS), liderado por Kumba
Ialá, que elegeu 28
parlamentares.
Numa primeira reacção
após conhecidos os
resultados eleitorais, o
líder do PAIGC, Carlos Gomes
Júnior, felicitou o chefe de
Estado-Maior General das
Forças Armadas do país por
ter garantido a
"tranquilidade e
normalidade" para o "sucesso
do processo eleitoral".
O líder do PRS marcou uma
conferência de imprensa para
a tarde de hoje.
Kumba Ialá afirmou
segunda-feira que não
aceitará resultados
eleitorais manipulados.
Segundo o presidente da
CNE, Malam Mané, ainda não
foi apresentada qualquer
reclamação aos resultados
das legislativas, mas os
partidos candidatos podem
fazê-lo até à próxima
segunda-feira.
Os resultados definitivos
das legislativas guineenses
vão ser anunciados
quarta-feira.
MSE.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/eleições:
Governo de Cabo Verde
felicita PAIGC pela vitória
21 de Novembro de 2008,
17:19
Cidade da Praia, 21 Nov (Lusa) -- O governo de Cabo Verde felicitou
hoje o PAIGC, partido
vencedor nas eleições
legislativas de domingo
passado na Guiné-Bissau, e
reiterou a disponibilidade
para cooperar com o novo
executivo.
Em comunicado, o governo
cabo-verdiano felicita o
PAIGC e "todo o eleitorado,
que soube pôr os interesses
supremos da Guiné-Bissau
acima de tudo".
"O povo guineense deu,
assim, um mandato aos novos
eleitos para que através da
concórdia nacional possam
instalar a Guiné-Bissau na
via de uma efectiva
governação democrática a fim
de realizar o almejado
desenvolvimento económico e
social do país", diz o
executivo da Cidade da
Praia.
Segundo resultados
provisórios divulgados hoje
em Bissau, o PAIGC venceu as
eleições legislativas de
domingo passado com maioria
de dois terços ao eleger 67
dos 100 deputados à
Assembleia Nacional Popular
(ANP).
Atrás do Partido Africano
da Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC), de
Carlos Gomes Júnior, ficou o
Partido da Renovação Social
(PRS), de Kumba Ialá, que
elegeu 28 parlamentares.
Trata-se da primeira vez
que um partido alcança uma
maioria de dois terços no
Parlamento guineense, com o
PAIGC a ultrapassar os
resultados obtidos por esta
mesma força política nas
primeiras eleições
multipartidárias da história
do país, realizadas em 1994,
quando elegeu 66 deputados,
embora só com cerca de 39
por cento dos votos, tendo
então ficado a um lugar do
objectivo agora alcançado.
Cabo Verde, tendo em
conta as relações históricas
entre os dois países, seguiu
com interesse o processo que
culminou nas eleições do
passado dia 16, diz hoje o
governo.
"A preocupação maior do
Governo reside no facto de
que nada deverá comprometer
nem os resultados, nem as
ilações que delas deverão
ser tiradas para a
governação futura desse
país, na medida em que estas
eleições representam uma
etapa crucial para a
desejada estabilização
política e institucional que
bem precisa a Guiné Bissau
para se instalar, de forma
durável, na via do progresso
económico e social", diz
também o governo
cabo-verdiano.
FP.
Lusa/fim
Guiné-Bissau/Eleições: Kumba Ialá
impedido de sair do país devido a queixa de "Nino
Vieira"
21 de Novembro de 2008, 18:29
Bissau, 21 Nov (Lusa) - O líder do partido de Renovação Social (PRS),
Kumba Ialá, está impedido de sair do país na sequência
de uma ordem emitida pela Procuradoria Geral da
República, após uma queixa apresentada pelo Presidente
Nino Vieira.
A informação foi prestada à Agência Lusa pelo próprio
Kumba Ialá, que se encontra em Bissorã, 80 quilómetros a
Norte de Bissau, e confirmada pela Polícia de Ordem
Pública.
Kumba Ialá já foi notificado desta decisão.
MSE.
Lusa/fim
Guiné-Bissau/Eleições: Kumba Ialá
impedido de sair do país...
21 de Novembro de 2008, 19:20
Bissau, 21 Nov (Lusa) - O líder do Partido de Renovação Social, Kumba
Ialá, está impedido de sair do país na sequência de uma
ordem emitida pela Procuradoria-geral da República após
uma queixa apresentada pelo presidente "Nino" Vieira.
A informação foi prestada à Agência Lusa pelo próprio
Kumba Ialá, que se encontra em Bissorã, 80 quilómetros a
Norte de Bissau, e confirmada pela Polícia de Ordem
Pública (POP).
Segundo o delegado dos serviços de informação do
Estado em Bissorã, Guedes Mendes, foi emitida uma ordem
do comissário-geral adjunto da POP, Armando N'nhaga,
para "interditar a saída de Kumba Ialá da Guiné-Bissau".
A mesma fonte afirmou que, quando tentou entregar a
nota ao líder do PRS, foi "surpreendido" e alegadamente
impedido de abandonar o local pelo próprio Kumba Ialá
até à chegada dos jornalistas a Bissorã.
A Polícia de Ordem Pública confirmou também, em
conferência de imprensa em Bissau, a ordem para Kumba
Ialá não abandonar o país.
Kumba Ialá já foi notificado oficialmente desta
decisão.
A decisão da PGR surge no dia em que foram anunciados
os resultados das eleições legislativas na Guiné-Bissau,
em que o Partido Africano da Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC) conquistou mais de dois terços dos
cem lugares no parlamento.
Kumba Ialá, antigo Presidente guineense, disse que a
direcção do PRS vai reagir sobre os resultados, que
considerou "caricatos".
Em declarações à agência Lusa em Bissorã, a 80
quilómetros a norte de Bissau, Kumba Ialá disse que está
a "ser incomodado por causa de um alegado acto de
inquérito do Ministério Público sobre as declarações que
fez durante a campanha".
Kumba Ialá não especificou as declarações em causa,
proferidas durante a campanha.
"As declarações da campanha são declarações da
campanha", disse Kumba Ialá, acrescentando que "o
Presidente "Nino" Vieira é o queixoso".
Kumba Ialá garantiu ainda que, se for convocado, vai
responder e que ele também pode apresentar queixas.
"É falso que pretendo abandonar o país", garantiu
Kumba Ialá, questionado sobre a natureza do crime de que
é suspeito.
"Vou ficar na Guiné para reorganizar o partido para
as presidenciais de 2010", sublinhou.
MSE.
Lusa/Fim
Guiné-Bissau/Eleições: Carlos Gomes
Júnior agradece ao povo vitória nas legislativas
21 de Novembro de 2008, 20:13
Bissau, 21 Nov (Lusa) -- O líder do Partido Africano da Independência
da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e futuro primeiro-ministro
guineense, Carlos Gomes Júnior, agradeceu hoje ao povo
da Guiné-Bissau a vitória nas legislativas de domingo.
Num curto discurso para milhares de pessoas que se
juntaram na praça dos Heróis Nacionais em Bissau, onde
está situada a sede do PAIGC, Carlos Gomes Júnior
agradeceu essencialmente aos guineenses que o elegeram
domingo e prometeu uma boa governação.
"Obrigada a todo o povo da Guiné-Bissau", disse.
"É a vontade popular. A vontade do povo da
Guiné-Bissau para mudar o destino do país", afirmou
Carlos Gomes Júnior, acompanhado pela mulher e uma
filha.
A praça dos Heróis Nacionais, onde também está
localizado o antigo palácio presidencial, começou a
encher ao princípio da tarde, após o anúncio pela
Comissão Nacional de Eleições (CNE) dos resultados
provisórios das legislativas guineenses.
Segundo os números da CNE, o PAIGC venceu com maioria
absoluta, conseguindo eleger 67 mandatos para o
parlamento, o Partido Renovação Social (PRS) de Kumba
Ialá ficou em segundo lugar com 28 deputados e o Partido
Republicano da Independência para o Desenvolvimento
(PRID) em terceiro ao conseguir três deputados.
O Partido da Nova Democracia e a Aliança Democrática
elegeram um deputado cada um.
MSE.
Lusa/Fim
RESULTADOS DEFINITIVOS DOS MANDATOS DOS
PARTIDOS E LISTA NOMINAL
DOS DEPUTADOS ELEITOS NAS LEGISLATIVAS DE 16 DE NOVEMBRO DE 2008
CÍRCULO ELEITORAL |
PARTIDO VENCEDOR |
DEPUTADO ELEITO |
Nº
1 – Catió e Komo |
PRS
|
Marquês Na
Flor |
Nº 1 -
Catió e Komo |
PRS
|
Marcelino Na Biutcha |
Nº 1 -
Catió e Komo |
PAIGC |
Manuel Saturnino da
Costa |
|
|
|
Nº
2 -
Bedanda, Cacine e Quebo
|
PAIGC |
Amadu Saico Seidi |
Nº
2 -
Bedanda, Cacine e Quebo
|
PAIGC |
Amidu Queta |
Nº
2 -
Bedanda, Cacine e Quebo
|
PRS |
Sahra Mané |
Nº
2 -
Bedanda, Cacine e Quebo
|
PRS
|
Isidro
Isnaba |
|
|
|
Nº3
- Buba e Empada |
PAIGC |
Issuf Sanha |
Nº3
- Buba e Empada |
PAIGC |
Saly Camará |
Nº3
- Buba e Empada |
PRS |
Sumba Cabi |
|
|
|
Nº 4
- Fulacunda e Tite
|
PRS |
Cumba Tchuda |
Nº 4
- Fulacunda e Tite
|
PRS |
Aladje Nanque |
Nº 4
- Fulacunda e Tite
|
PAIGC |
Tumane Mané |
|
|
|
Nº 5
- Bissorã |
PRS |
Embunha Encada |
Nº 5
- Bissorã |
PRS |
Certório Biote |
Nº 5
- Bissorã |
PRS |
Braima Cissé |
Nº 5
- Bissorã |
PAIGC |
Carlos Cassamá |
Nº 5
- Bissorã |
PAIGC |
Manuel Nascimento Lopes |
|
|
|
Nº 6
- Farim |
PAIGC |
João Sidibé Sané |
Nº 6
- Farim |
PAIGC |
Isabel Mendes Correia Buscardini |
Nº 6
- Farim |
PAIGC |
Ussumane Cissé “Siló” |
Nº 6
- Farim |
PAIGC |
Malam Djassi |
|
|
|
Nº 7
- Mansabá |
PAIGC |
Manuel Serifo Nhamadjo |
Nº 7
- Mansabá |
PAIGC |
Dembo Djité |
Nº 7
- Mansabá |
PAIGC |
Mamadú Cissé |
|
|
|
Nº 8
- Mansoa e Nhacra |
PRS |
Ibraima Sori Djaló |
Nº 8
- Mansoa e Nhacra |
PRS |
Malam Sambú |
Nº 8
- Mansoa e Nhacra |
PRS |
Ansu Seidi |
Nº 8
- Mansoa e Nhacra |
PAIGC |
Roberto Ferreira Cacheu |
|
|
|
Nº 9
- Quinhamel |
PAIGC |
Aristides Ocante da Silva |
Nº 9
- Quinhamel |
PAIGC |
Martinho N´fulna Yé |
Nº 9
- Quinhamel |
PRID |
Aberto da Silva |
|
|
|
Nº 10
- Safim e Prábis |
PAIGC |
Cipriano Cassamá |
Nº 10
- Safim e Prábis |
PAIGC |
José Djó “Bifa” |
Nº 10
- Safim e Prábis |
PRS |
Pedro da Costa |
|
|
|
Nº 11
- Bolama/Bijagós |
PAIGC |
Francisco Conduto de Pina |
Nº 11
- Bolama/Bijagós |
PAIGC |
Daniel Gomes |
Nº 11
- Bolama/Bijagós |
PAIGC |
José Saraiva |
|
|
|
Nº 12
- Bafatá e Cossé |
PAIGC |
Botche Candé |
Nº 12
- Bafatá e Cossé |
PAIGC |
Soares Sambú |
Nº 12
- Bafatá e Cossé |
PAIGC |
Adulai Baldé “Nhiribui” |
Nº 12
- Bafatá e Cossé |
PAIGC |
Matilde Indequi |
Nº 12
- Bafatá e Cossé |
PAIGC |
Salum Turé |
Nº 12
- Bafatá e Cossé |
PRS |
Serifo Djaló |
|
|
|
Nº 13
- Bambadinca e Xitole |
PAIGC |
Desejado Lima da Costa |
Nº 13
- Bambadinca e Xitole |
PAIGC |
António Braima Baldé |
Nº 13
- Bambadinca e Xitole |
PRS |
Alberto Nambeia |
|
|
|
Nº 14
- Contuboel e Ganadú |
PAIGC |
Serifo Baldé |
Nº 14
- Contuboel e Ganadú |
PAIGC |
Bubacar Ly |
Nº 14
- Contuboel e Ganadú |
PAIGC |
Mama Camará |
Nº 14
- Contuboel e Ganadú |
PRS |
Alvarenga Baldé |
Nº 14
- Contuboel e Ganadú |
AD |
Victor Luís Pinto
Fernandes Mandinga |
|
|
|
Nº 15
- Pitche e Boé |
PAIGC |
Aba Serra |
Nº 15
- Pitche e Boé |
PAIGC |
Djana Sané |
Nº 15
- Pitche e Boé |
PRS |
António Serifo Embaló |
Nº 15
- Pitche e Boé |
PRID |
Mama Samba Embaló |
|
|
|
Nº 16
- Gabú |
PAIGC |
Talibé Djaló “Caramó” |
Nº 16
- Gabú |
PAIGC |
Fatumata Sauane |
Nº 16
- Gabú |
PAIGC |
Victor Oliveira Mendes |
Nº 16
- Gabú |
PRS |
Amadú Dinis Baldé |
|
|
|
Nº 17
- Pirada |
PAIGC |
Carlos Mussa Baldé |
Nº 17
- Pirada |
PAIGC |
Aliu Silá |
Nº 17
- Pirada |
PND |
Talibé Djau |
|
|
|
Nº 18
- Sonaco |
PAIGC |
Umaro Djau |
Nº 18
- Sonaco |
PAIGC |
Tome Sanfa Cissé |
Nº 18
- Sonaco |
PRS |
Daniel Suleimane Embaló |
|
|
|
Nº 19
- Bula, Ingoré e Bigene |
PRS |
Baltazar Alves Cardoso |
Nº 19
- Bula, Ingoré e Bigene |
PRS |
Lamarana Djaló |
Nº 19
- Bula, Ingoré e Bigene |
PRS |
Adulai Só |
Nº 19
- Bula, Ingoré e Bigene |
PAIGC |
Baciro Dabó |
Nº 19
- Bula, Ingoré e Bigene |
PAIGC |
Malam Sanhá |
|
|
|
Nº 20
- Cantchungo e Caió |
PAIGC |
Maria Adiatu Djaló Nandigna |
Nº 20
- Cantchungo e Caió |
PAIGC |
Amizade Fará Mendes |
Nº 20
- Cantchungo e Caió |
PAIGC |
Fernando Gomes |
Nº 20
- Cantchungo e Caió |
PRS |
Florentino Mendes
Pereira |
Nº 20
- Cantchungo e Caió |
PRID |
Aristides Gomes |
|
|
|
Nº 21
- Cacheu e São Domingos |
PAIGC |
Francisco Benante |
Nº 21
- Cacheu e São Domingos |
PAIGC |
Lúcio Belencante Rodrigues |
Nº 21
- Cacheu e São Domingos |
PAIGC |
Henrique Djatchumpul |
Nº 21
- Cacheu e São Domingos |
PRS |
Vençã Gomes Naluak |
|
|
|
Nº 22
-
África |
Não
houve votação para as comunidades guineenses no exterior |
Não houve votação para as
comunidades guineenses no exterior |
|
|
|
Nº 23
-
Europa |
Não houve votação para as
comunidades guineenses no exterior |
Não houve votação para as
comunidades guineenses no exterior |
|
|
|
Nº 24
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Antónia Mendes Teixeira |
Nº 24
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Braima Camará |
Nº 24
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Idelfrides M. Gomes Fernandes |
|
|
|
Nº 25
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Hélder Magno Proença Mendes Tavares |
Nº 25
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Canal Mendes |
Nº 25
- Sector Autónomo de Bissau |
PRS |
Augusto Poquena |
Nº 25
- Sector Autónomo de Bissau |
PRS |
Martina Moreira Moniz |
|
|
|
Nº 26
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Carlos Domingos Gomes Júnior |
Nº 26
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
António Gomes Inácio Correia |
Nº 26
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Salimatu Cassamá |
|
|
|
Nº 27
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Augusto Olivais |
Nº 27
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Mário Dias Sami |
Nº 27
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Maria Aurora Sanó |
Nº 27
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Baciro Djá |
|
|
|
Nº 28
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Raimundo Pereira |
Nº 28
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Malam Cassamá |
Nº 28
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Ussainatu Djaló |
|
|
|
Nº 29
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
Marceano da Silva Pereira Barbeiro |
Nº 29
- Sector Autónomo de Bissau |
PAIGC |
António Óscar de Macedo Barbosa “Cancan” |
Nº 29
- Sector Autónomo de Bissau |
PRS |
Malam Muno Djau |
VAMOS CONTINUAR A
TRABALHAR!
Projecto
Guiné-Bissau:
CONTRIBUTO
Partidos entregam STJ
pedidos impugnação legislativas
Dois partidos guineenses, PRS e AFP,
apresentaram hoje pedidos de impugnação das eleições legislativas no Supremo
Tribunal de Justiça (STJ) e pedem a repetição da votação ou a recontagem dos
votos nalguns círculos, disse à Lusa fonte da instituição judicial.
De acordo com esta fonte, o STJ recebeu os pedidos de impugnação dos resultados
eleitorais do Partido da Renovação Social (PRS), de Kumba Ialá, e da coligação
Aliança das Forças Patrióticas (AFP), liderada pelo antigo procurador-geral
guineense, Amine Saad.
Em declarações à Agência Lusa, Pedro Morato Melaco, mandatário judicial do PRS
afirmou que o pedido de impugnação visa a repetição da votação nalguns distritos
dos círculos 05, 08 e 11, onde, sustenta, o partido de Kumba Ialá foi "vitima de
fraude gigantesca".
Pedro Melaco acusa elementos responsáveis pela condução do processo eleitoral de
fraude em "conivência" com as autoridades estatais.
O partido de Kumba Ialá, que obteve 28 mandatos no novo Parlamento, segundo os
resultados definitivos apresentados quinta-feira pela Comissão Nacional de
Eleições (CNE) quer que o Supremo Tribunal mande repetir a votação nesses
distritos e que puna os "orquestradores das fraudes".
Segundo Pedro Melaco, o PRS "quer apenas que se faça a justiça eleitoral", mas
está aberto para aceitar qualquer decisão que venha a ser assumida pelo Supremo
tribunal, que tem 48 horas para se pronunciar.
Hoje, numa nota à imprensa, o PRS voltou a afirmar que não irá aceitar os
resultados das eleições legislativas do passado dia 16 deste mês.
Por sua vez, a Aliança das Forças Patrióticas também quer que o Supremo Tribunal
mande repetir a contagem dos votos do círculo eleitoral numero 12, onde a
coligação entende ter eleito um deputado.
De acordo com os resultados eleitorais definitivos apresentados quinta-feira
pela CNE, o PAIGC venceu as legislativas com 67 deputados, o PRS obteve 28
mandatos, o PRID 03, o PND e a coligação AFP elegeram um deputado cada.
28-Nov-2008 - 19:05
www.noticiaslusofonas.com
A Masculinização do Novo Parlamento
Por: Alfredo Handem
alhan2002@hotmail.com
01.12.2008
Os resultados das eleições
legislativas de 16 de Novembro de 2008 trouxeram a nu a maneira como a nossa
sociedade ainda concebe a gestão do espaço público. Dos 100 postos de deputados
da Nação, apenas 10 são ocupados por mulheres. O PAIGC elegeu 9 deputadas (i.e.
90% da totalidade das deputadas que irão constituir o novo parlamento) e o PRS
elegeu 1 deputada. Dos 67 deputados eleitos pelo PAIGC, as mulheres representam
13,4%, enquanto dos 28 deputados do PRS, as mulheres representam apenas 3%. Os
outros dois partidos que conseguiram eleger deputados, o PND e o AD estão
representados por homens.
Na cidade de Bissau onde se
concentra a massa crítica do país, as mulheres representam 20% dos deputados
eleitos (5 sobre 20). Seguem-se por ordem de importância percentual, as regiões
de Quinara (16%, 1 sobre 6), Bafatá (7%, 1 sobre 14), Gabú (7%, 1 sobre 14),
Cacheu (7%, 1 sobre 14) e Oio (6%, 1 sobre 16). As regiões de Biombo, Bolama
Bijagós e Tombali parecem ser as regiões mais resistentes à mudança, no capítulo
da relação de poder entre o homem e a mulher. Um outro dado curioso, é o facto
de que 70% das mulheres eleitas residem e vivem em Bissau (Isabel Buscardini
eleita no círculo 6 “Farim”, Adiato Nandigna no círculo 20 “Canchungo/Caio”,
Antónia Teixeira no círculo 24, Martina Moniz no círculo 25, Salimatu Cassamá no
círculo 26, Maria Aurora Sanó no círculo 27 e Aissatu Djaló no círculo 28).
Apenas 30% das deputadas eleitas residem e vivem de facto nas suas localidades,
ou seja, as de Gabu, Bafatá e Quinara. Os dados revelam a tendência de
concentração em Bissau dos poderes, das influências e dos lobbies.
Esta lógica poderá inverter-se com
a realização e funcionamento das autarquias locais. Estando os decisores
políticos mais perto (social, psicológica e fisicamente) dos eleitorados (o
povo), as mulheres poderão interessar-se muito mais pelos assuntos públicos,
estando mais perto e podendo exercer um controle directo sobre eles.
Uma análise mais sucinta sobre o
percurso político das duas formações políticas mais votadas em função dos
resultados eleitorais, sobretudo no domínio da participação política da mulher
nos processos de decisão, deixa entender que o PAIGC é muito mais aberto à
problemática da equidade de género tanto na sua dinâmica de funcionamento
interno como na composição dos órgãos de decisão política (cultura
organizacional para a qual muito contribuiu a herança da luta de libertação
nacional e os pensamentos de Cabral). O PRS que se autodefine como um partido de
“renovação da sociedade” continua refém dos ideais que nortearam a sua
criação
e dum estilo de gestão marcado por uma liderança deficitária em termos de
conhecimento e apropriação do conceito e da prática de género. Um dos grandes
desafios que a nova geração do PRS irá enfrentar nos próximos anos é
precisamente a abertura do partido à diversidade cultural e geográfica e à
criação de bases para uma liderança multicultural e atenta aos direitos das
minorias e dos grupos sociais mais desfavorecidos.
Numa altura em que no mundo, as
sociedades, as instituições e as lideranças estão cada vez atentas à situação
das disparidades entre o homem e a mulher nas esferas da vida social, cultural,
económica e política, esta sub-representação das mulheres no parlamento nacional
acaba por ser um importante desafio à classe política nacional e às instituições
sociais em geral (escola, família, igreja, média, governo) sobre a necessidade
imperiosa de se investir na mudança de mentalidades e de comportamento em
relação à discriminação com base no sexo.
Num recente documento publicado
pela UNIFEM (Organização das Nações Unidas para as Mulheres), consta que há cada
vez mais “mulheres eleitas” em África. Por exemplo, em Angola, 81 dos 220 postos
de deputados são ocupados por mulheres, representando cerca de 37% dos postos no
parlamento. Angola ocupa o segundo lugar em África, em termos de mulheres
parlamentares, a seguir ao Ruanda onde as mulheres ocupam 56% dos postos
parlamentares (estes dois países africanos figuram entre os 10 países no mundo
em termos de representação parlamentar das mulheres).
Sem uma verdadeira presença da
mulher nas instâncias de decisão será difícil combater a discriminação sexual na
repartição dos recursos nacionais e na vida económica e social. As mulheres
guineenses continuam a ganhar muito menos que os homens e, ao mesmo tempo, são
elas que fornecem a maior parte do trabalho não remunerado (por exemplo, só na
busca e transporte de água, a mulher guineense gasta em média cerca de 1440
horas por ano - uma cifra exorbitante - se tomarmos em conta o tempo que ela
ainda precisa para cozinhar, lavar roupa, limpar, cuidar da criança, estudar ou
vender.
Resolver esta crise exige, para
além de um investimento importante na escolarização, formação e acções de
sensibilização, igualmente medidas legislativas, incluindo quotas obrigatórias
nos partidos políticos e revisão da lei eleitoral, mas também reformas nos
sectores público e privado que contribuem para reproduzir as desigualdades e a
discriminação no domínio social e cultural. Todavia, isto só é possível no
quadro de uma liderança visionária a longo prazo.
Importa sublinhar que o PRS nasceu como um partido
de “raiva”, de “revolta” contra o status quo. Os
“ Senhores de
Bissau” (conceito a que
muitas vezes recorrem os seus dirigentes para referir-se aos
decisores políticos e económicos do
país) eram os alvos a abater. Em geral (e infelizmente), os fundadores
do PRS deixaram-se levar por um sentimento de exclusão social criando
uma grande resistência a diversidade étnica e cultural. Normalmente,
quando se elege a lógica de derrube do poder como objectivo supremo,
acaba-se por relegar para o segundo plano, os conceitos da equidade,
igualdade, tolerância, ou aceitação do outro.
DOCUMENTOS PARA LEITURA/CONSULTA/RECAPITULAÇÃO
LER
PARA CONHECER E MELHOR COMPREENDER A LEI ELEITORAL DA GUINÉ-BISSAU
CONSTITUIÇÃO
DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU
LEI
QUADRO DOS PARTIDOS POLÍTICOS
LEI
DA COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÕES
LEI
DO RECENSEAMENTO ELEITORAL
ELEIÇÕES
GERAIS DE 1994 E ELEIÇÕES GERAIS DE 1999/2000 NA GUINÉ-BISSAU
DOSSIER
SOBRE AS ELEIÇÕES LEGISLATIVAS DE 2004 NA GUINÉ-BISSAU
PRESIDENCIAIS
2005
COMISSÃO
EUROPEIA, DELEGAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU, ELEIÇÕES-PEDIDO Nº1
COMENTÁRIOS
ÀS LEGISLATIVAS DE 2008
Cultivamos e incentivamos o
exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois
é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e
opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade!
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VAMOS CONTINUAR A
TRABALHAR!
Projecto
Guiné-Bissau:
CONTRIBUTO
www.didinho.org