HENRIQUE PEREIRA ROSA - HUMANISTA, DIGNO E CAPAZ!
Está na hora de mudar, está na hora de todos falarmos, de todos dizermos o que pensamos, de todos também poderem defender-se, quando acharem que o que se diz deles não corresponde à verdade.
Temos que aceitar as diferenças, temos que saber reconhecer os nossos erros, as nossas falhas, as nossas carências. Temos que pedir desculpa ao nosso povo quando esse mesmo povo, através de várias vozes, mostra-nos a sua indignação pelos nossos actos negativos, por terem directa ou indirectamente prejudicado a Guiné-Bissau e os guineenses.
Para ajudarmos os políticos, temos que lhes dizer a verdade, mesmo que seja a nossa verdade, mas é sempre uma alternativa para que não pensem que, para além deles, mais ninguém pensa.
Por outro lado, eles devem ser humildes, ter respeito pelas opiniões que são produzidas sobre eles, pois só assim poderão melhorar as suas posturas e ir de encontro ao que se pretende deles. Caso contrário, jamais conseguirão libertar-se da tendência demagógica. Didinho
Por: Fernando Casimiro (Didinho)
21.04.2009
Conheço Henrique Pereira Rosa pelo menos desde os meus 16/17 anos!
Houve uma altura, durante alguns anos, que o via todos os dias, quando em Bissau, passava pelo seu escritório, a caminho da Escola Nacional de Judo, situada a cerca de 50 metros do seu local de trabalho. Lembro-me de um Homem educado, de fino trato, que pela postura séria na vida, era admirado por muitos guineenses entre homens e mulheres, de todas as idades.
Há 28 anos que não nos vemos, mas o Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, por ter o dom de congregar guineenses e amigos da Guiné-Bissau à volta de um país, também conseguiu atrair o cidadão Henrique Pereira Rosa, bem como muitas outras figuras políticas nacionais, para não dizer todas e, por via disso, conseguimos estar ligados pelo ponto que nos une a todos: a Guiné-Bissau.
O Henrique Rosa que conheci nos meus tempos de juventude, não era Homem da política. Pertencia a um grupo restrito de indivíduos que não precisou de se alistar no PAIGC, Partido Único, na altura, para o que quer que fosse.
O Henrique tinha as suas ocupações e vivia do seu trabalho, de forma honesta!
Foi uma agradável surpresa, para mim, saber que o Henrique tinha sido escolhido e designado Presidente da República interino em 2003.
Podia ter carências no campo político, mas era um Homem capaz, e, acima de tudo, um Homem de consensos!
Não tinha dúvidas de que a Guiné-Bissau iria ganhar com a sua designação para o cargo.
Durante os 2 anos da sua Presidência interina, escrevi apenas 2 artigos de fundo sobre Henrique Rosa, o que é demonstrativo de um desempenho sem muitos reparos, apesar da complexidade da situação ocorrida a 6 de Outubro de 2004, em que não esteve bem, aliás, a sua única falha de vulto enquanto Presidente da República interino.
Mas foi Henrique Pereira Rosa quem devolveu a Boa Imagem da Guiné-Bissau ao Mundo, tendo igualmente sensibilizado a Comunidade Internacional para uma maior solidariedade para com a Guiné-Bissau.
Foi Henrique Pereira Rosa, enquanto Presidente da República interino, quem possibilitou o melhor relacionamento institucional de sempre entre os órgãos de soberania, até à tomada de posse do Presidente saído das eleições presidenciais de 2005.
Muito do alegado sucesso governativo de Carlos Gomes Jr. que foi Primeiro-ministro entre 2004 e 2005, deveu-se à postura patriótica de um Presidente comprometido com o seu país e povo; de um Presidente que sempre se disponibilizou a ajudar e não em prejudicar; de um Presidente que sempre simplificou e nunca complicou; de um Presidente que soube sempre aceitar o princípio da separação de poderes.
O discurso da apresentação da candidatura de Henrique Rosa para as eleições presidenciais de 28 de Junho apresenta-nos um Henrique Rosa já maduro politicamente. Um discurso no qual o candidato se mistura com o povo guineense na defesa de aspirações legítimas; na busca de soluções para a Paz, para a Estabilidade e para o Desenvolvimento. Um discurso que apela ao respeito pelos princípios e valores universais. Um discurso em que pede Dignidade para a Guiné-Bissau. Um discurso sustentado pelo realismo e não pela demagogia.
Esta minha análise vem na sequência do trabalho sobre as Presidenciais de 2009. Procurarei ser imparcial e justo na análise que farei de todos os candidatos, recuperando o que escrevi ao longo dos 6 anos de existência do Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, como também, factos reportados pela Comunicação Social em relação aos diversos candidatos. Não cabe a mim dizer aos guineenses para votarem neste ou naquele candidato. Cabe-me, nesta opção de ajudar os guineenses a votarem de forma consciente, apresentar registos para uma melhor avaliação e responsabilização dos candidatos.
Não me move nenhum sentimento de intolerância, ódio ou vingança para com nenhum candidato e aproveito esta oportunidade para pedir a todos os guineenses que tratem com respeito todos os candidatos, independentemente dos seus desempenhos no passado, enquanto governantes!
O virar de página para além da Verdade e da Justiça, também passa pela tolerância!
Vamos continuar a trabalhar!
GUINÉ-BISSAU: A URGÊNCIA DA MUDANÇA 10.10.2004
FINALMENTE O ROSTO PRINCIPAL DO CASO "06 DE OUTUBRO" 10.04.2005
E agora senhor presidente...?!
Fernando Casimiro (Didinho) 30. 10. 2004
Caro Henrique Rosa No dia 08. 10. 2003 escrevi um artigo intitulado: " Analises 2 "no qual analisei o seu discurso à Nação na cerimónia da sua investidura como Presidente da República interino. Nesse artigo, destaquei o seu discurso que tinha como ponto de referência o vincar de posição característico da sua personalidade. Ouvi e li o discurso tal como outros guineenses também ouviram e (ou) leram (alguns até puderam ver), bem como a Comunidade Internacional, que também tomou conhecimento da sua posição. O Henrique disse nessa altura que: " Não seria refém dos militares e, que exerceria a sua independência, esperando que os militares respeitassem a hierarquia ". Estas palavras, valeram todo um discurso! Essas palavras, dissipavam todas as dúvidas quanto à personalidade da pessoa ora escolhida para ser o primeiro magistrado da Nação. Essas palavras, mostravam que realmente havia necessidade de equilibrar o poder da força com a força da razão, para que uns e outros, todos conscientes dos seus deveres e direitos de cidadão, soubessem assumir as suas responsabilidades para com a pátria mãe. O Henrique, como Presidente interino, tem poderes constitucionais que a Carta de Transição lhe confere. O Henrique, para todos os efeitos, para além de Presidente da Guiné-Bissau é também o Comandante-em-Chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, ainda que de forma honorária, o que quer dizer que está acima de todas as chefias militares do país. A Guiné-Bissau, sofreu a 06 de Outubro passado, um novo e profundo golpe a que se poderá atribuir infinitas designações. Para mim, caro Henrique, tratou-se de um golpe de força, com desequilíbrio entre o poder da força e a força da razão. Precisamente o que a marca do seu discurso de tomada de posse não consentia que viesse a acontecer! Por isso me surpreender toda a sua movimentação desde esse dia a esta parte, culminando com a promulgação do decreto presidencial que nomeia novas chefias militares para o país. Não vou fazer um balanço da sua presidência. Como escrevi há dias no artigo" A Guiné-Bissau ainda é um Estado?", ao Presidente interino não se cobra nem se pede nada, pois não apresentou programa, nem fez campanha. Está só de passagem. No entanto, não posso (e creio que outros também), deixar de lhe lembrar, caro Presidente, que a tomada de posse consiste num acto de juramento ao país e o que se disser na altura é um compromisso de honra para com o país. O senhor presidente quebrou esse compromisso ao deixar-se pressionar por militares que têm a obrigação e o dever de respeitar os órgãos de soberania, porquanto existir o espírito do diálogo, contrariamente a outros tempos. Militares que têm obrigação de respeitar o juramento que fizeram para com o seu próprio país, salvaguardando a sua integridade e a das suas populações. O Henrique, tendo os poderes que presumivelmente ainda detém, não soube defender a República, não soube defender os seus concidadãos, mas sim defender a sua permanência como Presidente da República da Guiné-Bissau, sabe-se lá até quando, bem como defender os interesses de uma elite militarista, inculta quanto às tarefas e obrigações perante o país que representam. O Henrique não soube defender a outra parte do povo guineense que sem fardas e sem armas faz produzir o país e está sem receber salários há mais de (.... ) já me perdi no tempo....! Agora pergunto: Os militares estarão acima dos que não têm farda nem armas? E se a população civil também se revoltar e fizer justiça pelas suas próprias mãos, o Henrique também irá dizer que está do lado deles, ou irá chamar as autoridades competentes para actuarem, porquanto criarem instabilidade...?! Será que mesmo com o argumento da reconciliação e da estabilidade, o Henrique não está a ver que está a comprometer o futuro Presidente a sair das próximas eleições presidenciais, porquanto, esse sim, estar no direito de impor o seu Manifesto de campanha, caso seja eleito?! Alguém de bom senso acredita que estas chefias militares irão querer deixar os postos agora atribuídos, em Março de 2005?! Como antever uma reforma nas Forças Armadas com chefias impostas por grupo de militares, quando existe um governo legitimado e em funções, que tem a incumbência de apresentar nomes para aprovação ao Presidente da República? Como se pode falar em reformas nas Forças Armadas, quando o próprio governo é desconsiderado pelo Presidente da República? Uma outra questão preocupante a ter em conta, é a sua tentativa de ocultar os factos, querendo manipular os órgãos de informação com pedidos infundados de não se passar para o exterior uma má imagem do país. Os órgãos de informação conhecem as suas atribuições e nos bons ou maus momentos são eles que espelham o estado das coisas no país. Não tente fazer a eles, o que os militares fizeram consigo e conseguiram, porque a Comunicação Social consegue ser a mais poderosa de todas as armas e, ainda assim, tolerada e respeitada por todos dentro do que se pressupõe ser o direito à liberdade de expressão. Aparentemente, o caso 06 de Outubro, fica resolvido com o pagamento dos salários aos militares revoltosos e com a nomeação das chefias militares impostas pelos revoltosos. Mas é aqui que, só quem não quer ver, não estará ao alcance de um juízo realista para questionar: Afinal onde está o poder...? A quem está entregue o poder...? Até quando teremos esta luta pelo poder...? E agora senhor presidente...?! |
Análises...(2) Fernando Casimiro (Didinho) 08-10-2003 Achei interessante o discurso dirigido à nação pelo Presidente da República interino, Henrique Rosa, na cerimónia da sua investidura, no qual demonstra preocupações sérias pela actual situação do país. Interessante ainda, o vincar de posição, no que ao seu carácter diz respeito, avisando desde já, que não será refém dos militares e, que exercerá a sua independência, esperando que os militares respeitem a hierarquia. Sim, caro Henrique, é sempre importante darmos a conhecer a nossa personalidade, aliás, quando não devemos, não tememos. E como você se sente limpo no vaivém dos regimes por que temos passado, certamente estará à vontade para se afirmar, não aceitando imposições com que a sua linha de pensamento não pactua. A sua escolha e nomeação para o cargo de Presidente da República interino, foi consensual, o que por si só, demonstra o reconhecimento generalizado pela sua forma digna de estar na vida. Continuando a referência sobre o seu discurso à nação, concordo consigo quando diz que: "A Guiné-Bissau tornou-se numa província do Senegal, isto é perigoso". Apesar de achar que o momento e o evento não eram oportunos para tal afirmação, estou em crer que o Henrique se tenha situado numa emotividade patriótica compreensível do ponto de vista protocolar e, por isso, tal afirmação. Aproveito para dizer que lançou um tema para um grande debate de ideias, com esta sua chamada de atenção. Espero explorar melhor esta sua afirmação brevemente. Gostaria de lhe pedir também, caro Presidente, que antes da sua deslocação ao estrangeiro, como deu a conhecer, se deslocasse às principais cidades do país e que agradecesse primeiro ao povo sofredor, compreensivo e tolerante da Guiné-Bissau, por todos estes anos de sacrifícios causados pelas ditaduras. Faça ouvir a voz da esperança num futuro melhor, transmita às pessoas a importância que elas têm no processo em curso rumo ao desenvolvimento do país, ouça o que o povo quer, anote tudo e, quando for pedir ajudas para o país, lembre-se do que o seu povo lhe pediu...Peça ajudas para resolver os problemas do seu povo e , por conseguinte da Guiné-Bissau. Quando as populações começarem a ver chegar os seus pedidos, começarão a sorrir e, estaremos perante a moralização e aceitação das suas próprias existências, ou seja, a motivação virá ao de cima. Aí, volte a visitar as cidades, fale da palavra reciprocidade às pessoas, peça também em nome do país algo que achar que podem dar em troca, familiarizando assim um princípio estratégico no âmbito das parcerias, que é o princípio da reciprocidade...Todos teremos a ganhar se a relação Estado/Sociedade for saudável, volto a passar-lhe a palavra, caro Henrique, aproveitando para lhe desejar sucessos neste complexo desafio que tem pela frente. (E claro, todos nós guineenses...) |
ESPAÇO PARA OPINIÕES E COMENTÁRIOS SOBRE AS PRESIDENCIAIS DE 28 DE JUNHO DE 2009
Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Fernando Casimiro (Didinho) |
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO