Contributo: O projecto
FUNDADO A 10 DE MAIO DE 2003
VAMOS CONTINUAR A TRABALHAR!
Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO
Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO - UMA RECAPITULAÇÃO NECESSÁRIA
Fernando Casimiro (Didinho)
01.03.2009
O Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO nasceu a 10 de Maio de 2003, motivado pela ameaça do “desaparecimento” da Guiné-Bissau como Estado, durante a presidência de Kumba Yalá. Foram muitos os momentos de reflexão e ponderação, por forma a encontrar uma via para dar o meu contributo, como guineense, na tentativa de se inverter a situação. Optei por exteriorizar as minhas reflexões, escrevendo artigos de opinião sobre a Guiné-Bissau, tentando assim, passar mensagens de sensibilização pela causa guineense, não só aos guineenses, mas também ao Mundo.
CONTRIBUTO é um projecto de orientação pessoal, de carácter reflexivo, apartidário e sem fins lucrativos. É um projecto que visa incutir e desenvolver o espírito de reflexão e debate de ideias na Guiné-Bissau e nos guineenses.
CONTRIBUTO evoluiu com o tempo e, apesar de continuar a ser um Projecto de orientação pessoal, cedo se transformou num Projecto de participação colectiva, expandindo-se cada vez mais e de forma concertada, numa crescente diversidade de áreas de intervenção temática em função dos desafios inerentes à sustentabilidade da valorização e consequente afirmação da Guiné-Bissau como Pátria dos guineenses; valorização essa que, em primeira instância, deve ser da responsabilidade dos próprios guineenses, onde quer que se encontrem e independentemente dos seus estatutos sociais ou profissionais.
Decorridos seis anos desde a sua fundação, o Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO conquistou simpatias por parte de guineenses e de amigos da Guiné-Bissau um pouco por todo o mundo.
O nosso Projecto, que nestes seis anos de vida nunca contou com qualquer apoio material (inclusive financeiro) de nenhuma entidade pública ou privada, guineense ou estrangeira, tem no entanto servido de ferramenta de apoio ao interesse público: quer a cidadãos e instituições guineenses, quer a amigos da Guiné-Bissau, quer a diversas instituições estrangeiras de direito público e privado, na Guiné-Bissau e em todo o mundo.
O Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO tem servido de base de apoio a estudantes guineenses e estrangeiros nos vários níveis de formação dos seus percursos académicos, entre a licenciatura, o Mestrado e o Doutoramento.
Têm-nos chegado vários pedidos (Guiné-Bissau, Brasil, Moçambique, Rússia e Portugal) solicitando apoios diversos quer se trate de avaliações, sugestões, informações ou explicações de temas desenvolvidos ou a desenvolver nos processos finais de formação.
Procuramos sempre dar resposta aos pedidos solicitados, mas cientes das nossas limitações, até porque, essas solicitações são dirigidas à pessoa de Fernando Casimiro (Didinho), que como se sabe, nunca passou por qualquer Universidade!
Estamos cientes da importância que o nosso esforço significa para as pessoas de bem, que diariamente acedem ao nosso site www.didinho.org (nossa sede virtual), para se inteirarem de assuntos diversos sobre a Guiné-Bissau, principalmente, mas não exclusivamente.
Estamos cientes das exigências que os pressupostos da consciencialização e sensibilização dos guineenses nos impõem e, por isso, continuaremos a trabalhar, inovando na forma de comunicar, para assim nos aproximarmos cada vez mais do nosso povo e dos nossos amigos.
O Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO ainda não está registado como entidade associativa, apesar de terem sido dirigidas duas propostas nesse sentido a todos os interessados, sem no entanto, ter havido respostas significativas em relação a essas propostas.
O Projecto continua a funcionar sob orientação pessoal do seu fundador, Fernando Casimiro (Didinho).
Duas secções temáticas de grande importância na vida dos guineenses, a Cultura e a Saúde, têm coordenação editorial respectivamente da Dr.ª Filomena Embaló (Cultura) e do Professor Doutor Joaquim Silva Tavares (Saúde).
O Projecto em si, tem sido desenvolvido, com base na comunicação virtual.
Desde a sua fundação a 10 de Maio de 2003, a forma encontrada para transmitir a mensagem, os objectivos etc. foi a de utilizar espaços públicos de opinião na Internet.
A única porta aberta eram os fóruns existentes nalguns sites que, no entanto, e apesar de várias solicitações nesse sentido, nunca aceitaram publicar nenhum texto de opinião do fundador do Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, nos espaços reservados à publicação de artigos de opinião.
Ao recordar esse período, não posso deixar de mencionar um nome, de um guineense, que tal como eu, já naquela altura também se preocupava em debater assuntos da Guiné-Bissau nos fóruns existentes.
Flaviano Mindela dos Santos, o nosso "todo o terreno", artista plástico, poeta, fotógrafo e, também, um dos mais destacados colaboradores do nosso Projecto na área da consciencialização e sensibilização.
Continuou-se a trabalhar, a aprender e a exercitar a mente e a 26 de Maio de 2004 nasceu o nosso primeiro site, http://didinho.no.sapo.pt alojado no servidor Sapo.
Foi o grande impulso para a abertura do Projecto a todos quantos quisessem participar positivamente na luta pela consciencialização e sensibilização dos guineenses através das suas reflexões e pelos debates que essas reflexões iriam fomentar.
Começaram a aparecer os primeiros contributos de guineenses e amigos da Guiné-Bissau; começou o Projecto a ganhar um novo estatuto, pois já não era só o Didinho, passando, por isso, a ser uma Força da união de desejos, vontades, experiências e conhecimentos de guineenses e de amigos da Guiné-Bissau.
Esta Força, esta União, possibilitou uma rápida e crescente expansão do nosso Projecto a todos os cantos do mundo, particularmente à nossa Guiné-Bissau, pese embora todos os condicionalismos locais.
Com a abertura à contribuição através da partilha de experiências, ideias e opiniões, criou-se, no entanto, um encargo de elevada responsabilidade que, se não tivesse sido assumido como um compromisso para com os guineenses e por assim dizer, para com a Guiné-Bissau, teria certamente deixado cair por terra a ideia da multiplicação de contributos e hoje, não estaríamos aqui a falar de seis anos de um Projecto consistente, mas invulgar em toda a sua estrutura e funcionalidade.
De repente começaram a surgir muitas contribuições em forma de texto e era preciso ler tudo; ver se era preciso corrigir algo, fazer a edição e depois a publicação no site.
Não era fácil fazer tudo isso no próprio dia por diversos motivos:
1. A minha disponibilidade de tempo resumia-se (hoje ainda), ao período da noite, pois a minha actividade profissional não tem nada a ver com o Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO e ocupa-me o período diurno de segunda a sexta-feira e às vezes, os sábados.
Nos dias de hoje raramente faço "directas" a trabalhar no Projecto, mas passei pelo menos quatro anos em que normalmente dormia três a quatro horas por noite, tendo ficado muitas noites sem dormir e ter que ir para a actividade profissional.
Para além da minha actividade profissional, e apesar de em 2004 aquando do lançamento do nosso primeiro site, ter 2 computadores em casa, o meu - pessoal, era um Pentium II 350 MHz, que na altura tinha conseguido "artilhar" com um novo sistema operativo - Millenium (mais tarde, o XP) e com mais Memória RAM (256 Mb). Aliás, trabalhei com esse computador até Agosto de 2008!
Quem percebe de computadores sabe o quão complicado é trabalhar com um computador com as características que referenciei. Chegava a dar murros na secretária, a cada vez que o computador bloqueava e tinha que reiniciar.
Quantas vezes perdi trabalhos (meus) que não tinha salvo antecipadamente, devido a ter que reiniciar o computador!
Quantas horas perdi para editar os diversos artigos que me chegavam!
Quantos não foram os momentos "desencorajadores" por trabalhar num Projecto em crescendo com um computador como o que tinha!
Hoje, tenho um excelente portátil que me permite trabalhar em qualquer lugar (pela mobilidade) e me permite também poupar muito do tempo que disponibilizava a fazer trabalhos com o anterior computador, para além das múltiplas novas ferramentas e funcionalidades que me oferece para trabalhar!
2. A 12 de Julho de 2004 escrevi a seguinte nota no livro de visitas do nosso site: " Os meus agradecimentos a todos quantos têm acedido à página, quer deixando ou não, os seus testemunhos no livro de visitas. O meu obrigado também, pelos inúmeros e-mails que me têm chegado. Venho informar que de há 1 semana para cá, não tenho tido oportunidade de escrever novos textos, visto a minha mãe se encontrar muito doente, tendo viajado de urgência da Guiné para Portugal, sexta-feira, 09.07.2004 e estando inclusivamente internada numa unidade hospitalar em Lisboa. Ciente da compreensão de todos, achei-me no dever de dar a conhecer este à parte, pois o projecto CONTRIBUTO, é para continuar. O meu obrigado a todos".
Pois é, estive oito meses repartidos entre a minha actividade profissional, quando podia ir, os cuidados com a minha mãe, que tinha sofrido um AVC e fazia hemodiálise 3 vezes por semana e o compromisso com os guineenses e a Guiné-Bissau, através do Projecto CONTRIBUTO.
Apesar de todas as contrariedades, de muito sofrimento, incluindo o desgaste na minha relação mais íntima no seio familiar, devido ao tempo que despendia (e ainda despendo) ao Projecto e pelas causas que defendo, creio que ninguém notou, até hoje, que passei e tenho passado por muitas complicações.
Não se nota porque o Projecto continua funcional!
Há quem pense que há uma equipa que faz, de forma repartida, as tarefas de leitura, correcção, edição e publicação de todos os trabalhos até aqui publicados no nosso site.
Não, nunca houve!
Basicamente sou eu o eixo de tudo o que se relaciona com o Projecto (peço desculpa aos que me acham um egocentrista por excelência). Estou à vontade para falar na primeira pessoa neste Projecto, sem que isso signifique arrogância ou desvalorização da participação de cada um na Missão conjunta em que estamos empenhados. Quando digo que ando com o Projecto às costas, sei do que falo e não estou a desvalorizar as contribuições dos que também escrevem no nosso site e estão devidamente referenciados; ou dos que não escrevendo, não estando referenciados, não sendo "conhecidos" dos leitores do nosso site, são nossos colaboradores indirectos, porquanto constituírem a base da Força de apoio moral que precisamos no exercício desta nossa luta.
Peço licença para continuar a falar na primeira pessoa e dizer que sou o único que conhece e se relaciona (ainda que virtualmente), com todos os colaboradores directos e indirectos do Projecto!
Sou eu que pelo Projecto entro em contacto vezes sem conta, com conterrâneos nossos em Bissau e em várias partes do mundo, para dar e receber informação que sempre ajudam a desenvolver diversos trabalhos de reflexão.
Tenho recorrido sempre que necessário, aos préstimos da Dr.ª Filomena Embaló, para a correcção de textos, essencialmente quando chegam muitos no mesmo dia e, não vejo como corrigi-los, para depois fazer as edições e publicações em tempo útil, ou seja, no próprio dia, ou no dia seguinte após a entrada na minha caixa de correio.
Apesar de a Dr.ª Filomena Embaló sempre se ter disponibilizado para ajudar na tarefa da leitura e correcção dos textos, sempre achei que, por ela ser mãe e ter tarefas domésticas ao chegar a casa à noite, bem como, por trabalhar com um computador durante todo o dia e por vezes levar trabalho para casa, seria desgastante demais para ela, ter que assumir a partilha de tarefas da leitura e correcção dos textos enviados pelos colaboradores.
A leitura e correcção (se justificada) dos textos, é uma regra de base que nunca descuidamos. Houve tempos em que escrevia aos colaboradores pedindo-lhes autorização para proceder a correcções dos seus textos, referenciando detalhadamente as correcções a efectuar.
Depois, passei a receber autorizações prévias para corrigir os textos caso houvesse necessidade disso.
Digamos que se estabeleceu um clima de confiança, ou seja, de bom relacionamento tendo em conta a necessidade de apresentarmos os trabalhos com um certo grau de rigor em relação ao nosso idioma oficial, que é a língua portuguesa.
Há textos que chegam sem necessidade de correcção; outros há que, devido aos teclados em idiomas tais como o inglês, o francês etc. carecem sempre de alguns retoques, sendo que, noutros casos, a questão prende-se com o facto de haver colaboradores a residirem há muitos anos em países onde não se fala a língua portuguesa.
Alguns textos são publicados tendo em consideração o respeito pelo acordo ortográfico, concretamente textos escritos por guineenses a residir no Brasil e também, por amigos nossos brasileiros.
Hoje, talvez se pense que isto é tarefa fácil, vendo os milhares de quilómetros de textos publicados no site, assim como a actualização permanente do nosso espaço.
Desengane-se quem assim pensa. Desengane-se quem acha que consegue fazer o que tem sido feito, sem se comprometer com o interesse colectivo, numa perspectiva nacional!
Este trabalho depende essencialmente do amor a uma causa: à Pátria guineense em toda a sua envolvência;
Depende do espírito de
sacrifício, de entrega, de disciplina, de Fé e de Esperança de quem o criou.
Foi muito desgastante, mas não me deixei abater e continuei sempre a trabalhar no Projecto!
Foi em 2006 que optamos por registar um domínio próprio e o nosso site passou a ser conhecido como www.didinho.org
Em 2008, acabei por perder também a minha mãe, mas nem por isso deixei de dar seguimento ao Projecto.
Talvez para alguns, este trabalho seja uma rotina, mas a esses, desafio-os a fazerem algo; a mostrarem algo em que tenham conseguido reunir tantos guineenses e nossos amigos à volta da mesma causa: a Guiné-Bissau!
Nós, do Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO criticamos, criticaremos sempre que for necessário e a tendência é essa, mas temos feito tudo, no sentido de também divulgarmos a Guiné-Bissau Positiva que existe e os bons guineenses que também existem!
Para quem pensa que este Projecto é subsidiado ou patrocinado por alguém que não o seu fundador, aproveito para reafirmar que NUNCA recebemos nenhuma contribuição financeira de nenhuma entidade pública ou privada, guineense ou estrangeira!
A única pessoa que sempre manifestou um verdadeiro interesse em apoiar financeiramente este Projecto (pedindo inclusive um orçamento para custear o meu trabalho no Projecto) foi o Professor Joaquim Silva Tavares (Djoca).
Eu é que não aceitei, porque este Projecto, nos moldes em que tem funcionado, "não precisa de dinheiro", mas da partilha de experiências, de ideias, de opiniões e de conhecimentos.
Os custos que temos com o Projecto constituem valores simbólicos repartidos entre o alojamento num servidor e o registo de domínio do nosso site, numa modalidade de contrato anual, e também, obviamente, as despesas mensais de energia e acesso à Internet que os trabalhos com o Projecto impõem.
De resto, a despesa maior seria no caso de não ser eu a criar e a manter o site. Aí teria que despender elevadas quantias mensais em dinheiro!
Este Projecto, como disse, é invulgar na sua estruturação e funcionalidade!
No entanto, não tenho quaisquer dúvidas de que até que se consiga transmitir a essência deste Projecto a um maior número de colaboradores; que se consiga uma natural fidelidade aos pressupostos que norteiam os princípios deste Projecto, a sua melhor orientação, deve continuar a ser a orientação pessoal de quem o criou e sabe, melhor do que ninguém, o que quer dele!
Fruto do sucesso que constitui esta gigantesca e extraordinária obra de cidadania, já há pessoas que se sentem incomodados com o que apelidam de egocentrismo da minha parte. Por isso, nada melhor do que dar a conhecer aspectos importantes do nosso percurso, que poucos, até aqui, conheciam.
Aproveito para dizer também a essas pessoas que fui eu, Fernando Casimiro (Didinho), quem igualmente criou e tem suportado o site da Liga Guineense dos Direitos Humanos www.lgdh.org site esse onde estão alojadas páginas do Movimento Nacional da Sociedade Civil e da Confederação dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau.
Infelizmente, reconheço que se morresse hoje, o Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO acabava imediatamente...para alegria do clã Bernardo Vieira e dos seus lacaios!
Foi a pensar numa qualquer fatalidade que propus, por 2 vezes, a institucionalização do Projecto, de forma a estruturá-lo convenientemente, para que funcione sem depender de quem quer que seja!
Hoje, concluo o seguinte:
Se nós que não somos nenhuma entidade; que não somos financiados; que não temos uma sede social e nem trabalhamos profissionalmente nesta área, conseguimos realizar o trabalho que está à vista de todos, imagine-se o que seremos capazes de fazer quando criarmos as nossas próprias condições para avançarmos mais e melhor nesta nossa luta?!
Deixem-nos continuar a trabalhar, pois é o que sabemos e queremos fazer!
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