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Guiné-Bissau: Mortes de Nino Vieira e de Tagmé Na Waié deveu-se 'em grande parte' ao tráfico de drogas - EUA

 

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

24.06.2009

Fernando Casimiro (Didinho)Os guineenses devem saber que, ocultar as verdades só prejudica o país. Quem pensa que tentando esconder os reais problemas da Guiné-Bissau, está a defender o país e a sua imagem, engana-se redondamente!

Os que sempre se posicionaram como defensores de uma alegada mentira, mas que era e é uma grande verdade: o envolvimento quer do assassinado Presidente da República João Bernardo Vieira, quer do também assassinado Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Tagme Na Waie, no narcotráfico na Guiné-Bissau hoje, perante um relatório apresentado no Senado americano, certamente, terão que rever as suas posições, no sentido de corrigirem as suas posturas, se é que ainda vão a tempo...

Cada vez há mais pessoas a juntar letras para formar palavras, esquecendo-se que, escrever é muito mais do que juntar letras e formar palavras; esquecendo-se, ou melhor, não sabendo que, fazer uma análise implica o saber fazer; o dom; ter dados; ser livre e comprometido com a verdade.

O analista, um Bom analista, junta as letras, forma palavras e essas palavras têm sentido e argumentos demonstrativos de uma lógica que proporciona uma abordagem com enquadramento sobre determinado assunto.

Um Bom analista, que se diz conhecedor ou melhor dizendo, especialista numa determinada matéria, rapidamente consegue juntar letras, formar palavras, dar sentido a essas palavras, na forma e no conteúdo, antecipando-se aos demais, para nessa qualidade de especialista, tentar elucidar os que demorariam mais tempo a perceber determinado assunto e, aos que provavelmente jamais conseguiriam lá chegar.

Hoje, congratulamo-nos por haver cada vez mais guineenses a escrever, ou melhor, a juntar letras para formar palavras, no entanto, a quantidade, como se sabe, não é sinónima de qualidade.

Há que reconhecer que nem todos podem ser Bons analistas, mas também, que devemos aprender com os que se têm destacado no exercício da mente, provando ser realmente conhecedores de uma especialidade que cada vez se torna mais concorrida: escrever/falar sobre a Guiné-Bissau!

Não me vou pronunciar sobre os conteúdos quer do relatório apresentado no Senado americano, quer no relatório apresentado pelo UNODC, pois há muito que o fazemos, chamando as pessoas pelos seus nomes e as coisas pelas suas designações.

Também volto a referir que, não embarco na onda comparativa dos que dizem que o narcotráfico existe aqui, existe ali e acolá... A mim, interessa-me, importa-me, a Guiné-Bissau!

O que quero acrescentar a tudo o que temos escrito e agora confirmado por um relatório apresentado no Senado americano e também pelas declarações do Director-Executivo do UNODC, é que o actual Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Jr. por estar a par de tudo o que se relaciona com o narcotráfico na Guiné-Bissau e não agindo em conformidade, está a tornar-se cúmplice!

Vamos continuar a trabalhar!

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Guiné-Bissau: Mortes de Nino Vieira e de Tagmé Na Waié deveu-se 'em grande parte' ao tráfico de drogas - EUA

 

 

O assassinato do Presidente e do chefe de Estado-Maior das Forças Armadas da Guiné-Bissau deveu-se “em grande parte” ao tráfico de drogas, disse terça-feira perante o Senado norte-americano o sub-Secretário de Estado assistente para África Johnnie Carson.

Falando numa audiência da influente Comissão de Negócios Estrangeiros do Senado sobre o tráfico de drogas na África Ocidental, Carson disse que a Guiné-Bissau pode agora ser identificada como “o primeiro narcoestado” sujeito a “enorme instabilidade”.

“Alguma dessa instabilidade é causada pela confluência de traficantes de droga que ali operam,” disse o diplomata americano.

“Nós acreditamos que o Presidente e o chefe do exército foram mortos em grande parte devido às relações que tinham com o financiamento e negócio de drogas,” acrescentou Carson referindo-se aos recentes assassinatos de Nino Vieira e Tagmé na Waié.

A salientar, contudo, que, recentemente, em Washington, Antonio Mazzitelli representante da organização de combate à droga da ONU na África Ocidental disse ser sua opinião que a morte daqueles dirigentes se deveu mais a desavenças pessoais que ao envolvimento no tráfico de drogas.

O sub-secretário de Estado Assistente para África sublinhou que a pobreza e a falta de recursos jogam um papel importante no tráfico de drogas na Guiné-Bissau. Carson fez notar que a Guiné-Bissau “tem apenas um produto de exportação, a castanha de cajú”.

O Produto Interno Bruto da Guiné-Bissau, disse Carson, é o equivalente ao valor de seis toneladas de cocaína o que pode ser transportado no espaço de “um a dois meses”.

“Não há dúvidas que dois ou três grandes carregamentos de cocaína através da Guiné-Bissau têm uma capacidade enorme para corromper a sociedade, a elite política e entidades das alfândegas,” disse.

O chefe do sub-comité para África da Comissão de Relações Externas, Russ Feingold, convocou a audiência porque o aumento do contrabando de cocaína através daquela região de África é “alarmante”, acrescentando que a recente instabilidade na Guiné-Bissau ilustra a existência de “um ambiente político volátil e facilmente susceptível ao tráfico ilegal de drogas”.

“Em alguns Estados, como a Guiné-Bissau, a entrada de drogas já começou a corromper e a esvaziar as instituições governamentais,”disse Feingold.

“Se não actuarmos rapidamente essa dinâmica poderá enraizar-se e poderá minar a governação através da região,” acrescentou este influente Senador que disse que a sua decisão de convocar a audiência se destinava a fazer “soar o alarme” sobre as “ameaças” que esse tráfico de drogas constitui.

Um outro perito, o Professor Michael McGovern da Universidade de Yale, disse que a reacção das autoridades da Guiné-Bissau ao tráfico de drogas tinha até agora sido “agnóstica”

O sub-secretário de Estado Assistente disse que em 2005 o contrabando e cocaína pela África Ocidental foi avaliado em apenas uma tonelada. Em 2009, as estimativas variam entre as 180 e as 240 toneladas.

Johnnie Carson disse que o tráfico de drogas pela África ocidental é agora não só uma ameaça a África como aos interesses americanos na região. Carson disse que esse contrabando atingiu agora o que chamou de 'proporções epidémicas'.

'O problema poderá piorar bastante mais antes de melhorar especialmente em países como a Guiné-Bissau', avisou Carson.

Questionado por Feingold sobre o envolvimento dos Estados Unidos na Guiné-Bissau Carson afirmou que Washington tem que “expandir” a sua presença nesse país.

Os Estados Unidos não têm uma embaixada em Bissau há mais de dez anos e Carson disse que a ausência de pessoal diplomático e dos serviços de “intelligence” “dificultam a capacidade dos EUA identificarem e tomarem medidas contra indivíduos envolvidos nessa rede”.

“Precisamos de mais ‘intelligence’, de mais informação,” disse o diplomata americano.

Fonte: Lusa

 

Droga/ONU: Tráfico é uma das causas da violência e da instabilidade na Guiné-Bissau - Relatório

24 de Junho de 2009, 15:00
 

Washington, 24 Jun (Lusa) - O narcotráfico é uma das causas da violência e da instabilidade políticas na Guiné-Bissau, considerou Antonio Maria Costa, director executivo do Escritório das Nações Unidas sobre a Droga e o Crime (UNODC), no relatório anual, apresentado hoje em Washington.

"Enquanto persistir a procura de droga, os países fracos serão sempre alvo dos traficantes. Se a Europa pretende na verdade ajudar África, deveria refrear o seu apetite pela cocaína", destacou Antonio Maria Costa, de nacionalidade italiana.

O relatório destaca que em vários países africanos, os traficantes utilizaram "elevadas somas de dinheiro para corromper importantes agentes políticos e militares, bem como funcionários de organismos de combate à droga".

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