NO CONTEXTO ACTUAL DE MENTIRAS E INCERTEZAS, SOU A FAVOR DE UMA FORÇA MILITAR E POLICIAL INTERNACIONAL PARA A GUINÉ-BISSAU, AO ABRIGO DE UM MANDATO DAS NAÇÕES UNIDAS!

 

Dr. Silvestre Alves

 

 

 

Por: Fernando Casimiro (Didinho)

didinho@sapo.pt

21.04.2009

Fernando Casimiro (Didinho)Muito se tem falado de Reformas nas Forças Armadas, ainda bem!

Aproveito para lembrar aos menos atentos  que, o segundo trabalho de opinião do Projecto Guiné-Bissau: CONTRIBUTO, foi precisamente sobre a Reforma nas Forças Armadas da Guiné-Bissau. Esse trabalho foi publicado a 13 de Maio de 2003! GUINÉ-BISSAU: REFORMAS PRECISAM-SE NAS FORÇAS ARMADAS 13.05.2003

Mas não ficamos por aí, até porque as Forças Armadas estiveram sempre "coladas" ao poder, posicionando-se consciente ou inconscientemente como rosto de uma instabilidade cada vez mais notada e preocupante na Guiné-Bissau.

Ainda em 2003, concretamente a 14 de Setembro, assistimos a mais um golpe de Estado, depois do concretizado a 14 de Novembro de 1980; de muitos outros falhados até à guerra de 98/99 e antes do próprio golpe de 14 de Setembro de 2003 que derrubou Kumba Yalá.

Neste trabalho sugiro a leitura de alguns artigos que escrevi em 2003, 2004 e 2005 relacionados com a promiscuidade entre a classe política e os militares.

No contexto actual, do pós 1 e 2 de Março de 2009 e perante diversas solicitações de que é preciso passar da palavra para acções concretas, fico espantado quando por exemplo, ouço políticos da oposição dizerem que não aprovam o envio de nenhuma Força Militar para a Guiné-Bissau.

O Governo tem a mesma posição, aliás, anteriormente manifestada pelo Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas interino, José Zamora Induta.

Isto, perante uma receptividade da Comunidade Internacional em relação ao assunto, condicionada simplesmente por uma decisão consensual e soberana da Guiné-Bissau.

Esta questão surge no momento oportuno que se está a debater a Reforma das Forças Armadas guineenses, debate centrado infelizmente e fundamentalmente nos valores monetários que deverão custear algo que ninguém pode garantir como infalível, isto depois de vários planos de Reforma fracassados.

O momento também é oportuno porque foi lançada uma petição a favor do envio de uma Força de Interposição para a Guiné-Bissau, petição essa que teve como 1º subscritor o Dr. Francisco José Fadul.

Sobre a petição, cujo título é : PETIÇÃO EM PROL DA CONSTRUÇÃO DE UM ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO NA GUINÉ-BISSAU,  fiquei surpreso pela indiferença dos guineenses, (será pelo facto de nela constar o nome de Francisco Fadul?) que, depois de 1 e 2 de Março; depois dos desmandos que culminaram nos espancamentos do Dr. Pedro Infanda e do Dr. Francisco Fadul, bem como na ameaça de morte ao Dr. Luís Vaz Martins, Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, reclamaram ACÇÃO e não palavras!

Que acção ou acções pretendem afinal os guineenses?

Eu assinei a Petição, cada um é livre de assinar ou não, mas assinei porque o que está em causa é realmente o Direito Democrático na Guiné-Bissau!

Que melhor acção para uma melhor oportunidade como esta, de fazer com que uma Força Militar e Policial Internacional no âmbito das Nações Unidas seja enviada para a Guiné-Bissau, no sentido de ajudar a serenar os ânimos e a promover segurança aos cidadãos?

Vi pela Televisão o Dr. Silvestre Alves dizer que a oposição não aprova o envio de nenhuma Força Militar para a Guiné-Bissau, porque os guineenses entendem-se eles próprios...

Certamente o Dr. Silvestre Alves terá esquecido o espancamento de que foi vítima há 2 anos, ou várias mortes até hoje sem autores materiais ou morais.

Mas o mais grave, é que quando o Dr. Francisco Fadul foi espancado, o Estado-Maior das Forças Armadas, bem como o Ministro da Defesa, disseram que no país, há muita gente com uniformes militares;

Que há muita gente com armas;

Que o grupo de homens fardados e armados que espancou Francisco Fadul não pertence às Forças Armadas;

Ora, se há esse grande perigo de haver gente com uniforme, mas que não são elementos das nossas Forças Armadas;

Se há gente com armamento, mas que não são elementos das nossas Forças Armadas;

Se o Estado-Maior sabe de tudo isso e não é capaz de identificar e neutralizar essa gente;

Se o governo sabe disso e da incapacidade das Forças Armadas em agir;

Pergunto: Quem garantirá a soberania Nacional e a Integridade Territorial da Guiné-Bissau com as Forças Armadas que temos?!

Para mim, devia ser enviada uma Força Militar e Policial Internacional, para que os males do passado não voltem a acontecer e, para que a Comunidade Internacional também tenha uma responsabilidade directa e activa na Guiné-Bissau!

A presença de uma Força Militar e Policial no âmbito das Nações Unidas ajudará  numa melhor programação da Reforma, sem pressões e receios dos técnicos que terão que elaborar e discutir os pontos da Reforma.

Este tema deve ser visto com responsabilidade, tendo em conta todo um passado sangrento com repetições dos mesmos actos!

Este assunto não deve ser desconsiderado simplesmente por questões de divergências políticas e pessoais relacionadas com nomes de pessoas. Este é um assunto que diz respeito à Guiné-Bissau e a todos os guineenses!

Este é o meu ponto de vista. Estou ciente que cada um deve pensar pela sua própria cabeça, mas peço aos que não concordam com o envio de uma Força Militar Internacional para a Guiné-Bissau, que apresentem argumentos das suas discordâncias. É importante que os guineenses discutam este assunto!

Certo nisto tudo é que sempre houve promessas dos políticos e dos militares quer ao povo guineense, quer à Comunidade Internacional de que não haveria mais golpes; mais instabilidade; mais assassinatos; mais abusos de poder e...?!

Enviem as vossas opiniões que serão publicadas no www.didinho.org

Muito obrigado!

Vamos continuar a trabalhar!

Boa leitura

FINALMENTE O ROSTO PRINCIPAL DO CASO "06 DE OUTUBRO" 10.04.2005 

GUINÉ-BISSAU: A URGÊNCIA DA MUDANÇA 10.10.2004

INCOMPATIBILIDADES  19. 10.2003

ANÁLISES (1)  30.09.2003

CHEGA DE OPORTUNISMO 20.09.2003

E NÃO QUEREM O PODER...!!! 14.09.2003

GUINÉ-BISSAU: REFORMAS PRECISAM-SE NAS FORÇAS ARMADAS 13.05.2003

 

 COMENTÁRIOS AOS TEXTOS DA SECÇÃO EDITORIAL


Cultivamos e incentivamos o exercício da mente, desafiamos e exigimos a liberdade de expressão, pois é através da manifestação e divulgação do pensamento (ideias e opiniões), que qualquer ser humano começa por ser útil à sociedade! Fernando Casimiro (Didinho)

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